Curtas e curtinhas

por Luis Borges 18 de maio de 2016   Curtas e curtinhas

Direito adquirido

Como sempre, a reforma da Previdência Social está em pauta. Agora o foco para as aposentadorias dos trabalhadores do setor privado está na exigência de idade mínima de 60 anos para as mulheres e 65 para os homens além, é claro, dos 30 e 35 anos de contribuição respectivamente. Fala-se também que os direitos adquiridos serão preservados e que haverá uma regra para a transição de um modelo para o outro. Será que existe mesmo esse tal direito adquirido diante de tanta falação de que a Previdência Social está deficitária? A melhoria da gestão e o aumento da transparência são necessidades urgentes e requisitos básicos para uma discussão mais consistente sobre o que seria um modelo sustentável para o sistema.

desemprego competitividade trabalho

Fonte da imagem: EBC

Aumentos salariais

A Lei de Diretrizes Orçamentárias da União para 2016 prevê um superávit primário (economia a ser feita para pagar os juros da dívida pública) de 30 bilhões de reais. Mas desde o início do ano já se sabe que essa meta é maluca e o que se discute nesse momento é a modificação da Lei para formalizar um déficit primário (aumento da dívida pública) em torno de R$100 bilhões.

Pelo visto o déficit pode ser bem maior assim que entrar em vigor o reajuste de até 41% para os servidores do Poder Judiciário, de 22% para os servidores do Poder Legislativo Federal e de 11%para os servidores do Poder Executivo. A tudo isso deve se somar a elevação do teto da remuneração dos servidores federais dos atuais R$33.700,00 para R$36.000,00, que deverá ser o novo salário dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, acompanhado do  efeito cascata para Estados e Municípios. A arrecadação em queda e os gastos em elevação geométrica nos levam a acreditar que vêm aí mais impostos, ainda que tenham o eufemístico nome de “provisórios”, mas com muita cara para se tornarem definitivos.

Traição

Ao sair do Palácio do Planalto, em Brasília, após ser notificada de seu afastamento do cargo de Presidente da República, Dilma Rousseff queixou-se de traição. Verificando os fatos e dados do início de seu segundo mandato poderemos constatar que, naquele momento, sua base aliada tinha 60% dos Deputados Federais e 70% dos Senadores. Como se vê, pelos resultados da votação de admissibilidade do impeachment na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, fidelidade…

Domingo no shopping

Uma pesquisa do Ibope Inteligência sobre o perfil de cliente em shoppings mostrou que, de um total de 300 milhões de visitantes, 35,5 milhões (12%) visitam os shoppings aos domingos. Entre eles, 56% fazem algum tipo de gasto. Apesar do horário reduzido de funcionamento, as vendas dos domingos representam 12% do faturamento global, só perdendo para os sábados.

Ainda assim a Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte está com uma pesquisa em seu site para saber se a população da cidade é contra ou a favor do funcionamento dos supermercados da cidade aos domingos. Aliás, esse é o segundo melhor dia de vendas segundo a Amis (Associação Mineira de Supermercados). Como se vê, não dá para ignorar o que os fatos e dados nos dizem.

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Depois que aconteceu o acontecido e a resultante da briga pelo poder levou ao afastamento da Presidente da República – após julgamento político – do cargo para o qual foi eleita, fiquei pensando e me perguntando sobre a paralisia em que o país mergulhou.

A obsessão pela polarização entre o “sim” e o “não” ao impedimento só acentuou muitos momentos de intolerância e ódio, com baixos índices de convivência civilizada. O acirramento do maniqueísmo tentou insistir em mostrar que só havia dois lados, o que mascara e nega uma sociedade plural e multidimensional em sua forma de ver as coisas. Tamanho reducionismo, negando a segmentação presente na diversidade, só reforça a minha sensação de que muitos são os tiranos existentes dentro de pessoas que discursam em nome da democracia e das instituições, tendo como verdades definitivas para todos as suas próprias certezas individuais.

Minha sensação é de que o ano de 2016 ainda não começou, embora já estejamos no dia 16 de maio. Se os conflitos e os impasses ainda não foram resolvidos pelos profissionais da política, alojados nos partidos políticos de baixa coalisão e muita colisão de interesses, o que almejar e esperar daqui para a frente? Será que tudo vai mudar como num passe de mágica e a credibilidade ressurgirá para ajudar a resolver todos os problemas crônicos? Será que ter um Ministro da Fazenda que goze da confiança do mercado, principalmente financeiro e industrial, reverterá todas as expectativas em 30 dias? É sempre bom lembrar a gritante desigualdade produzida pela concentração de renda e os privilégios mantidos de maneira imoral para alguns segmentos das classes dominantes, com bons exemplos presentes notadamente nos poderes Legislativo e Judiciário.

As ruas gritarão outra vez? A partir de quando? E independentemente dos partidos políticos, que já não as representam há muito tempo?

O fato é que o ano precisa começar a acontecer e não dá mais para ficar no muro das lamentações, chorando as oportunidades perdidas também por causa de erros tão grosseiros e primários na política, na economia e na gestão. É o que temos para hoje.

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Vale a leitura

por Luis Borges 14 de maio de 2016   Vale a leitura

Câncer na glândula tireoide

A tireoide é uma glândula endócrina do corpo humano localizada no pescoço e produz os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que estimulam o metabolismo e influenciam o funcionamento de outros órgãos. Às vezes surgem nódulos na tireoide, cuja análise citológica indica a presença de células cancerígenas, que representam 20% dos tipos de câncer que acometem a tireoide. Uma das soluções para o problema pode ser a indicação de cirurgia para a remoção total da glândula, seguida de aplicação de determinada dosagem de rádio iodo. Caberá à pessoa fazer a reposição diária do hormônio usando os respectivos medicamentos.

Agora um painel internacional de especialistas reclassificou esse tipo de tumor e propõe a remoção apenas do nódulo e não de toda a estrutura da glândula. É o que mostra o artigo Tumor é reclassificado como benigno e deve reduzir retirada da tireoide escrito por Cláudia Collucci.

Segundo Venâncio Avancini Ferreira Alves, diretor do centro de patologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos autores do trabalho, a partir de agora, a indicação será apenas a retirada do nódulo, com preservação da glândula, e o acompanhamento do paciente.

Vamos poupar complicações da cirurgia, como a rotura do nervo vago, que pode causar rouquidão, ou a retirada das paratireoides, que geram alterações de vitamina B e do metabolismo do cálcio. A iodoterapia também está associada a lesões na regiões vizinhas da irradiada.

Fatos e dados para combater o “achismo”

A compreensão da realidade, cada vez mais complexa, torna-se cada vez mais difícil e praticamente impossível para quem só fica no “achismo”, sobre tudo e sobre todos. As evidências que dão sustentação às análises devem partir de fatos e dados, que geram informação e conhecimento.

Nesse sentido, o jornalista Clóvis Rossi publicou interessante artigo A fraude que a esquerda engoliu, no qual procura demonstrar que não houve redução da desigualdade entre os brasileiros nos últimos 20 anos. Ele se amparou em estudos de pesquisadores da UnB e do IPEA. Um trecho:

Um só dado: os 5% mais ricos passaram de deter cerca de 40% da renda total do país em 2006 a abocanhar 44% em 2012. Guardadas as proporções, o 1% mais rico e o 0,1% superrico também ficaram com uma fatia ainda maior que a obscena cota que tinham em 2006.

Inspirações a partir da Câmara dos Deputados

O professor Pasquale Cipro Neto ficou impressionado com tantas referências a Deus na sessão da Câmara dos Deputados que aprovou a admissibilidade do pedido de impedimento da Presidente da República. Então se lembrou do conto A igreja do diabo, escrito por Machado de Assis há 132 anos, que Pasquale considera uma obra prima e intemporal. O professor escreveu o artigo Deus? Que nada! Viva o Diabo! Segue uma parte da reflexão:

há muito tempo a escola não ensina as variedades clássicas da língua, o que pode fazer muita gente perder detalhes fundamentais para a compreensão dessas obras. Em “A Igreja do Diabo”, é fundamental perceber, por exemplo, que o Diabo dá a Deus a segunda do plural (“vós”), mas recebe dele a segunda do singular (“tu”), o que deixa clara a hierarquia entre Deus e o Diabo.

Essa percepção muitas vezes exige conhecimento de flexões verbais que não fazem parte da linguagem hodierna, o que não as torna indignas de conhecimento e estudo.

Machado de Assis | Foto: Wikipédia

Machado de Assis | Foto: Wikipédia

A obra de Machado está em domínio público. O conto citado pode ser acessado aqui.

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O bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, se destaca e é reconhecido pela música, pelo ambiente cultural, pelo patrimônio histórico, pela gastronomia e pelo modo de vida de seus moradores. Apesar de tudo isso, não dá para esconder os problemas enfrentados pelo bairro, principalmente relacionados à segurança de bens e pessoas, ao trânsito e a barulhos de naturezas diversas. Aqui focaremos nos problemas ligados ao barulho e seus níveis de tolerância ao longo das 24 horas do dia. Atualmente tramita na Câmara Municipal de BH o Projeto de Lei nº 751/2013, que tenta flexibilizar os limites superiores de ruídos em certas atividades locais.

Quero destacar uma reunião feita por alguns moradores, habitantes de diferentes pontos do bairro, realizada na última quarta feira de abril, Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído. A pauta era fazer um levantamento inicial dos barulhos que mais incomodam o grupo, numa espécie de mapeamento sonoro que tanta falta faz no combate aos ruídos de uma cidade.

O primeiro a falar foi um morador da Rua Conselheiro Rocha, que reside num trecho que beira a linha do trem de ferro e faz divisa com a Avenida dos Andradas. Segundo ele, diariamente entre dez da noite e seis da manhã mais de dez composições ferroviárias, algumas com até com 80 vagões e 5 locomotivas, passam pelo bairro fazendo um barulho ensurdecedor. Quem está dormindo geralmente acorda, já que a passagem do trem dura quase dez minutos e deixa a sensação de que não vai acabar mais. O horário mais difícil de retomar o sono é entre as 3h00 e 04h30 da madrugada, quando passam 3 das mais barulhentas composições, e rasgam o silêncio da madrugada.

Um segundo morador, que reside próximo ao “Alto dos Piolhos”, mencionou a altura do som em alguns bares e restaurantes, além da falação das pessoas quando deixam esses locais.

Um terceiro participante, morador da Rua Eurita há mais de vinte anos, disse, que com a coleta do lixo feita à noite, o caminhão para em frente à sua casa para fazer a compactação do material. O problema é que isso acontece três vezes por semana, sempre após as 23h.

Vista lateral da Igreja de Santa Tereza e Santa Terezinha. | Foto: Marina Borges

Vista lateral da Igreja de Santa Teresa e Santa Teresinha. | Foto: Marina Borges

A reunião prosseguia animada. Um morador provocou risadas ao contar o caso dos 3 cachorros de um vizinho que começam a latir no alpendre da casa logo no início da noite, quando ele sai para dar um passeio pela cidade. Os três só param de latir quando ele volta pra casa, o que é mais complicado nos finais de semana, quando ele volta só lá pelas 3 da madrugada. Haja política de boa vizinhança!

Uma quinta situação foi abordada quase que simultaneamente por quatro dos participantes. Eles sofrem muito com o barulho das motocicletas que são aceleradas com o escapamento aberto. Segundo eles, isso acontece principalmente nos dois sentidos da Avenida dos Andradas, entre as estações do metrô de Santa Efigênia e Santa Tereza.

A pauta foi encerrada com um relato sobre os cachorros que estão abandonados nas ruas Ângelo Rabelo, Capitão Procópio e Gabro. Eles latem a qualquer hora para pessoas, para outros animais, para motociclistas e condutores de veículos. O caos reina absoluto durante o dia e a noite.

O que fazer diante dos casos descritos? A reunião terminou sem que os participantes conseguissem dar um encaminhamento mais concreto e consequente às causas do barulho. Ficou a sensação de que os relatos dos casos de barulho tornaram-se uma terapia de grupo e nada mais. De qualquer maneira, ficou decidido que um novo encontro será marcado em data a ser definida e para a qual se tentará aumentar a quantidade de participantes para engrossar a luta. E foi cada um para o seu lado enquanto o alarme de um automóvel soava estridentemente nos ouvidos de todos.

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A loucura nossa de cada dia

por Convidado 9 de maio de 2016   Convidado

* por Sérgio Marchetti

Dia desses um amigo me disse que preferiria ser louco a ter de assistir a todo esse circo do governo brasileiro.  Ao ouvi-lo meu pensamento criou asas, voou de volta ao ano de 1509 e pousou nas páginas de um livro escrito por Erasmo de Rotterdam. O título é “O Elogio da Loucura”. Nele, de forma satírica e sombria, o autor demonstra que a loucura é boa companheira.  Pois o que seria da paixão se não houvesse a loucura dos apaixonados? O que seria do circo, se não fosse a loucura dos palhaços? O que seria dos eleitos, se não fosse a loucura dos eleitores?

Erasmo de Rotterdam criou a “Deusa da Loucura” que é quem, segundo ele, dá prazer ao mundo.

“Tudo o que fazem os homens está cheio de loucura. São loucos tratando com loucos. Por conseguinte, se houver uma única cabeça que pretenda opor obstáculo à torrente da multidão, só lhe posso dar um conselho: que, a exemplo de Timão [filósofo], se retire para um deserto, a fim de aí gozar à vontade dos frutos de sua sabedoria”.

Daquela época para cá, a loucura pode ter deixado de ser deusa, mas está entre nós com uma intensidade ainda maior. Talvez, nestes tempos nebulosos que estamos vivendo, ser louco possa ser realmente uma solução.

Mas não foi só por isso que me lembrei de Erasmo. Foi também porque ele dedicou seu livro ao amigo Thomas Morus.

“Foi pelo fato de ter pensado, no início, em teu próprio sobrenome Morus, tão próximo ao da Loucura (Moria), quanto realmente longe dela estás e, certamente, é seu maior adversário, segundo o conceito que em geral dela se tem.” [carta a Thomas Morus]

Como vimos, Erasmo se lembrou de Morus fazendo alusão à loucura. Somente por intermédio dela (loucura) poderia haver a salvação de um povo oprimido e dominado pela religião que os explorava. Ocorreu-me também que precisamos de uma boa dose de loucura para fugir da opressão e dos abusos cometidos pelos governantes.  Então, em vez de Morus, pensei em Moro – Sérgio Moro – um louco provido de muita sanidade que ilumina uma vereda com uma luz ainda fraca, mas que pode nos indicar um caminho de esperança com menos sombras e mais luzes.

E já que estamos falando da loucura nossa de cada dia, caros leitores, vamos mudar de Moro para moria, e lembrar que os discursos de nossa governante (ou seria governanta?) são a prova viva de que a loucura é aceita e aplaudida. Lembremo-nos da saudação à mandioca, da tecnologia de estocar vento e de festejar o dia da criança e do animal, entre tantas pérolas que fariam Erasmo se corar de vergonha. Porém, uma das mais loucas verborreias de nossa governanta, digo presidenta, foi a da descoberta do “homo e mulheres sapiens” que provavelmente nos guiam nesta galáxia. “Por que da galáxia? Porque a galáxia é o Rio de Janeiro. A Via Láctea é fichinha perto da galáxia de que o nosso querido Eduardo Paes tem a honra de ser prefeito”.

“Loucura! Loucura!”, gritaria um apresentador global. Mas não para por aí. Um ex, ou atual, ou futuro presidente, em momento de humilde grandiloquência, já demonstrando sintomas quixotescos, e digno de estada em alguma hospedagem de Barbacena, acabou por crucificar Tiradentes.

Caros companheiros deste espaço textual, não sei por qual razão acabo de me lembrar de um outro Sérgio… o Porto. Talvez não o conheçam, mas foi ele quem compôs o “Samba do Crioulo Doido”.

* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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Um Projeto de Lei (PL) do vereador Wellington Magalhães (PTN), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, propondo o fechamento dos supermercados da cidade aos domingos foi aprovado pela maioria dos edis em primeiro turno em 18 de abril. A votação final em segundo turno foi marcada para o dia seguinte, demonstrando uma grande pressa para resolver a questão e contrastando com a vagareza que acomete a análise e votação de outros inúmeros projetos.

Diante da repercussão negativa que o PL causou em algumas das partes interessadas, o Presidente da Câmara retirou-o da pauta e anunciou a realização de uma audiência pública para ouvir as opiniões de todos os interessados. De repente a aprovação que estava sendo feita “a toque de caixa” ganhou um atraso e deu espaço a um lampejo com áreas de democracia participativa, claro que a contragosto de muitos e como saída honrosa para outros diante da pressão de quem é contra a medida.

O Sindicato dos Empregados do Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SEC) é favorável ao fechamento dos supermercados aos domingos para que os trabalhadores possam ter descanso nesse dia. Já a Associação Mineira dos Supermercados (AMIS) é contra, argumentando que 80% dos supermercados abrem aos domingos, sendo que esse dia fica entre o segundo e o terceiro de maior movimento na semana. A AMIS ainda sinaliza com a possibilidade de demissões de empregados caso a medida seja aprovada.

Enquanto isso muitos clientes se dizem assustados com a proposta por só terem o domingo para fazerem as suas compras. Também existem aqueles que concordam com a medida e perguntam por qual razão o fechamento aos domingos não se estende a outros segmentos do comércio.

Vamos aguardar e participar dessa discussão para ver no que vai dar a votação final dos representantes do povo, muitos dos quais almejam a reeleição no pleito de outubro próximo.

Enquanto nos lembramos dos candidatos em quem votamos nas eleições anteriores e do nível de resultados alcançados durante o mandato dos eleitos, que tal ouvir o Samba dos trabalhadores na voz de Martinho da Vila, interpretando letra de Darcy da Mangueira?

Samba do Trabalhador
Fonte: Letras.mus.br 

Na segunda-feira eu não vou trabalhar
É, é, é a
Na terça-feira não vou pra poder descansar
É, é, é a
Na quarta preciso me recuperar
É, é, é a
Na quinta eu acordo meio-dia, não dá
É, é, é a
Na sexta viajo pra veranear
É, é, é a
No sábado vou pra mangueira sambar
É, é, é a
Domingo é descanso e eu não vou mesmo lá
É, é, é a
Mas todo fim de mês chego devagar
É, é, é a
Porque é pagamento eu não posso faltar
É, é, é a

E quando chega o fim do ano
Vou minhas férias buscar
E quero o décimo-terceiro
Pro natal incrementar
Na segunda-feira não vou trabalhar
É, é, é a
É, é, é a

Eu não sei por quê tenho que trabalhar
Se tem gente ganhando de papo pro ar
Eu não vou, eu não vou
Eu não vou trabalhar
Eu só vou, eu só vou
Se o salário aumentar
É, é, é a
É, é, é a

A minha formação não é de marajá
Minha mãe me ensinou foi colher e plantar
Eu não vou, eu não vou
Eu não vou trabalhar
Eu só vou, eu só vou
Se o salário aumentar
É, é, é a
É, é, é a

Tô cansado...
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Olhar, mirar, observar e analisar podem muito nos ajudar a perceber detalhes que a correria doida do cotidiano nem sempre permite registrar. Embora não tenha números posso dizer que tem aumentado a frequência com que recebo informações dando conta da existência de prédios, casas ou lotes abandonados e de obra públicas inacabadas.

Torres Gêmeas | Foto: Sérgio Verteiro

Torres Gêmeas | Foto: Sérgio Verteiro

Nesses locais, acaba sendo inevitável o acúmulo de lixo, água empoçada em alguns tipos de recipientes, crescimento do mato, todos potencializando condições para a proliferação do mosquito transmissor de doenças como a dengue, antiga “quebra ossos”, a Zika e o Chikungunya.

Terreno onde seria construída a Nova Rodoviária de BH | Foto: Sérgio Verteiro

Terreno onde seria construída a Nova Rodoviária de BH | Foto: Sérgio Verteiro

Mesmo se abstrairmos do desperdício dos escassos recursos públicos ou privados, das condições da segurança de pessoas que moram ou passam nas proximidades e do visual desconfortável, não dá para ignorar essa realidade incômoda. Só para ilustrar a situação, estão apresentadas neste post as fotografias das inacabadas “Torres Gêmeas” do bairro de Santa Tereza, que ficam na divisa com o bairro de Santa Efigênia nas proximidades da ponte do Perrela, e o matagal no terreno onde estão previstas as obras da futura Estação Rodoviária de Belo Horizonte, no bairro São Gabriel.

Você percebe situações semelhantes no bairro em que mora ou nos trajetos que faz pela cidade? Compartilhe nos comentários.

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