A expressão “pedalada fiscal” continua em grande evidência no embate que se trava pelo poder político no Brasil. Segundo a Wikipédia, “pedalada fiscal”:

é um termo que se refere a operações orçamentárias realizadas pelo Tesouro Nacional não previstas na legislação, que consistem em atrasar o repasse de verba a bancos públicos e privados com a intenção de aliviar a situação fiscal do governo em um determinado mês ou ano, apresentando melhores indicadores econômicos ao mercado financeiro e aos especialistas em contas públicas.

Isto ocorre porque, apesar de o gasto social ter efetivamente ocorrido, ele ainda não saiu das contas do Governo Federal, quando o mesmo divulga seu balanço anual. Assim, este artifício pode ser usado para aumentar o superávit primário (economia feita para pagar os juros da divida pública) ou impedir um déficit primário maior (quando as despesas são maiores que as receitas).

Ainda segundo a mesma fonte:

Orçamento é a parte de um plano financeiro estratégico que compreende a previsão de receitas e despesas futuras para a administração de determinado exercício (período de tempo). Aplica-se tanto ao setor governamental quanto ao privado, pessoa jurídica ou física.

Para quem trabalha com a gestão estruturada dos negócios de um governo, uma empresa, uma família ou um indivíduo, por exemplo, o planejamento orçamentário deve ser feito a partir de algumas premissas que estarão presentes no período em que ele ocorrerá. Entre elas podemos citar, a título de exemplo, o crescimento da economia, o nível de emprego, o índice de inflação, as variações do câmbio, o aumento da carga tributária, as prioridades para os investimentos públicos ou potenciais reformas que surgirão na política, na Previdência Social, nas leis trabalhistas ou na representação sindical. Quanto mais informações e conhecimento mais chances se terá de surgir algo mais realista e factível num horizonte de curto prazo (um ano). É claro que o orçamento não pode ser uma mera peça de ficção e deve ser gerenciado com disciplina, foco e responsabilidade. Ele é algo para valer e não pode ser modificado sem justificativas muito relevantes.

Diante de tudo o que estamos passando nesse momento fico imaginando especificamente como anda o orçamento das famílias e dos indivíduos em função dos fatos e dados que vão sendo divulgados cotidianamente. Será que a prática das pedaladas já se incorporou à cultura das pessoas, principalmente diante da necessidade da sobrevivência e gastos acima do que se ganha?

A julgar pelos dados divulgados pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas a situação que já não era boa só tem piorado. Segundo esses órgãos, no mês de março de 2016 a quantidade de brasileiros com dívidas em atraso chegou a 58,7 milhões de pessoas. Estima-se que 4,2 milhões dos novos devedores passaram a fazer parte da lista de janeiro de 2015 até março de 2016.

Verifica-se que é grande o desafio para que também as famílias e indivíduos alcancem um maior equilíbrio entre o que se ganha, o que se gasta ou até mesmo o que se poupa diante da pouca educação financeira, do consumo compulsivo, da perda do poder aquisitivo em função da inflação, juros altos e da recessão econômica. Aliás, ela já fez 10,4 milhões de desempregados conforme a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE relativa ao trimestre dezembro/15, janeiro e fevereiro/16.

Como se vê a reinvenção dos modos de vida torna-se cada vez mais uma necessidade. Um bom começo poderia ser pelo conhecimento efetivo e detalhado de todas as receitas e despesas mensais devidamente registradas numa simples planilha em meio físico ou eletrônico se este for o seu caso. Mas de repente isso se aplica apenas aos outros e não a você.

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Em quem acreditar?

por Luis Borges 27 de abril de 2016   Música na conjuntura

Mais uma vez o Brasil teve a oportunidade de conhecer a sua própria cara. Foi a partir das declarações de voto dos deputados federais na sessão da Câmara no domingo, 17 de abril, que decidiu pela aceitação do impedimento da Presidente da República. Eles foram eleitos para representar o povo segundo os parâmetros da democracia representativa. É o que temos para hoje. Agora o processo prossegue sua tramitação no Senado Federal, composto por 81 parlamentares que representam os 26 estados e o Distrito Federal. Eles também foram eleitos pelo povo e demonstram ser mais do mesmo dentro da democracia representativa.

A sensação que fica é a de que a maioria absoluta deles continua longe dos problemas do Brasil real e vivem num mundo em que cada um procura garantir o que é melhor para suas famílias e suas capitanias hereditárias. As difusas, mas intensas mensagens passadas nas manifestações populares de 2013, sem a presença dos partidos políticos, ainda não foram percebidas. Operações da Polícia Federal, como a Lava Jato, a Acrônimo e a Zelotes, são uma pequena amostra do apodrecimento do sistema político brasileiro.

O que fazer e como fazer sem lideranças que tenham credibilidade e com os anseios de quem almeja uma democracia participativa? Em quem acreditar e como manter a esperança ativa, realista e com alguns graus de utopia em prol de uma sociedade mais civilizada pelo diálogo e com menor desigualdade? Para buscar inspiração para responder essa pergunta nos faz bem ouvir Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha (1945-1991), em sua música Acredito na rapaziada. Afinal de contas quem canta traz um motivo.

Acredito Na Rapaziada
Fonte: Letras.mus.br

Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada

Aquele que sabe que é negro
o coro da gente
E segura a batida da vida o ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco de um jogo tão duro
E apesar dos pesares ainda se orgulha de ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim, pede uma cerva gelada
E agita na mesa logo uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira suada da luta e faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí...

Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou á luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada

Aquele que sabe que é negro
o coro da gente
E segura a batida da vida o ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco de um jogo tão duro
E apesar dos pesares ainda se orgulha de ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim, pede uma cerva gelada
E agita na mesa logo uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira suada da luta e faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí...

Eu acredito é na rapaziada
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Vale a leitura

por Luis Borges 26 de abril de 2016   Vale a leitura

Deficiências que limitam e impactam vidas

No curso da vida podem surgir doenças que geram limites físicos e restrições às pessoas e suas famílias. Uma situação mais desafiante ainda acontece quando já se nasce com um problema genético, que nem sempre é percebido ou diagnosticado rapidamente. Como é a vida dos pais que precisam lidar com os problemas de seus filhos, advindos de síndromes muitas vezes pouco conhecidas e divulgadas? É o que aborda o artigo ‘É como ganhar na loteria ao contrário’: pais compartilham experiência de ter filhos diagnosticados com doenças raras, escrito por Rafael Barifouse e publicado pela BBC Brasil.

O diagnóstico é, de fato, um momento impactante, capaz de despertar tristeza, medo, revolta ou uma mistura de todos estes sentimentos. Mas pode gerar um inesperado alívio em quem se pergunta: “O que há de errado com meu filho?.

Esse momento também costuma trazer consigo a perspectiva de uma dura rotina, marcada por internações, exames, tratamentos, cirurgias e mais exames, e de variadas doses de abnegação para amenizar os impactos dessa condição sobre a criança.

Ao mesmo tempo, descortina-se um novo cotidiano em que pequenas conquistas tornam-se grandes vitórias, de momentos corriqueiramente especiais, da descoberta de uma força interior e de uma nova forma de enxergar o mundo. Um processo que pode, inclusive, dar um novo significado à vida.

Insegurança no contrato de trabalho

O aprofundamento da atual recessão econômica acentua a instabilidade e a insegurança dos contratos de trabalho. A carga está mais pesada no setor privado mas também atinge o setor público, que demite terceirizados, começa a atrasar salários e a redimensionar o seu quadro, com redução daqueles contratados através do recrutamento amplo. Mesmo em momentos difíceis é necessário analisar criticamente o planejamento da carreira profissional que trouxe cada um até os dias de hoje e verificar se existe a necessidade e a vontade de um reposicionamento diante da insegurança e turbulência reinantes. Esse é o propósito do artigo Você acha que está seguro porque tem emprego com carteira? Melhor repensar, de Daniela do Lago, que foi publicado no portal UOL.

Essa é a sua oportunidade de acordar e tomar as rédeas de sua carreira. Não acho, nem prego, que o empreendedorismo seja o ideal para todo mundo. Cada um precisa encontrar o seu próprio caminho profissional. O objetivo deste artigo é alertar para a realidade do trabalho.

Todos os dias encontro muitos profissionais que estão pautando suas escolhas em expectativas irreais e, por isso, não alcançam sucesso em suas carreiras. Vejo pessoas reclamando de suas empresas, não tendo nenhum momento de alegria e, por isso, precisam de um alerta, desse despertar.

Crianças, intolerância e ódio

As posturas dos adultos que não conseguem conviver com pessoas que possuem opiniões diferentes das suas também se reproduzem entre as crianças. Afinal de contas, elas miram-se nos exemplos que têm dentro de suas próprias casas. Como ajudá-las a se posicionar para melhor conviver com as diferenças e ter uma postura mais fundamentada e tolerante para conviver numa sociedade civilizada? Nesse sentido é muito interessante a entrevista concedida à BBC Brasil pela psicanalista, doutora em psicologia e educação Ilana Katz, publicada sob o título ‘Politização’ da infância? Acirramento chega ao playground e causa preocupação.

BBC Brasil – Como o clima de acirramento político está afetando as crianças?
Ilana Katz – As crianças são muito porosas e elas certamente estão sendo afetadas por esse clima de ódio. É algo muito impressionante, e perigoso. Minha percepção é a de que estamos ensinando nossas crianças a odiar e a ver o diferente como inimigo. Essa é a cara do nosso tempo.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 25 de abril de 2016   Curtas e curtinhas

Preços variados – Uma família composta por 4 pessoas viajou de Belo horizonte para Araxá no último final de semana. O automóvel usado foi abastecido três vezes no trajeto de ida e volta. No início da viagem o abastecimento foi feito em Belo Horizonte, num posto que fica no início da Via Expressa Leste-Oeste, onde a gasolina comum tinha o preço de R$3,433 por litro. O segundo abastecimento aconteceu em Araxá a R$3,989 por litro, enquanto o terceiro abastecimento se deu na volta, num posto da BR-262 no município de Florestal, com o litro a R$3,599. Como se vê não dá para desconhecer a variação de preços na fase de orçamento do planejamento de uma viagem. E para isso a autodisciplina é fundamental.

Evasão escolar – Um importante indicador usado na gestão do desempenho das escolas é a evasão de alunos de um determinado curso ao longo de sua duração. Dados da agência oficial Eurostat mostram que, em 2014, a Espanha teve o maior índice de evasão escolar da União Europeia entre jovens, quando atingiu a marca de 21,9%. Em seguida vieram Malta, com 20,3%, Romênia (18,1%) e Portugal (17,4%). Lá como cá o problema é desafiante e prossegue aguardando uma solução consistente.

Reposição de perdas salariais – O DIEESE divulgou o balanço das negociações dos reajustes salariais em 2015, apurado por meio do SAS (Sistema de Acompanhamento de Salários). O levantamento analisou os índices de 708 unidades de negociação da indústria, comércio e serviços em quase todo o território nacional. A análise dos dados mostrou que 52% dos reajustes salariais apresentaram ganhos, ficando acima da inflação medida pelo INPC. Já 30% dos salários tiveram reajustes no exato valor do índice e 18% tiveram perdas, ao serem reajustados por um valor abaixo do índice. O aumento real médio no ano foi de 0,23%. O estudo revela também que uma das principais características das negociações salariais de 2015 foi o aumento do percentual de reajustes salariais feitos com base na variação do INPC ou abaixo dela. Desde 2004 não se observava reajustes tão desfavoráveis aos trabalhadores. Naquele ano, 19% das negociações foram feitas com percentual de reajuste abaixo do INPC, 26% igual ao índice e 55% acima dele. A variação real média em 2004 foi de 0,61% acima da variação do INPC. Como se vê os tempos ficaram mais bicudos e a economia brasileira ficou 3,8% menor no ano passado quando comparada com 2014.

Folgão dos Deputados Federais – Após a vitória do “sim” na sessão da Câmara dos Deputados que deu continuidade ao processo de impeachment da Presidente da República, os deputados federais ouviram do Presidente da casa uma informação relevante. Em função do esforço concentrado da semana e que já se prolongava até quase meia-noite daquele dia, decidiu-se que não haveria sessões deliberativas na segunda, terça e quarta-feira da semana passada. Como na quinta-feira foi feriado e os deputados federais já não trabalham mesmo às sextas e segundas-feiras, dá para concluir que aqueles que retornarem ao trabalho amanhã, terça-feira, terão usufruído de um folgão de 8 dias. Observando e analisando o calendário deste ano e decorridos quase 4 meses dá para lembrar que os parlamentares voltaram das férias em 2 de fevereiro. Logo em seguida tiveram o recesso do período de Carnaval, que se iniciou em 5 de fevereiro, e depois o recesso da Semana Santa, a partir de 18 de março. Produtividade, banco de horas, atingimento de metas… são só para nós que pagamos a remuneração deles através dos impostos, taxas e contribuições entregues aos cofres públicos.

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Aluga-se este imóvel

por Luis Borges 20 de abril de 2016   Pensata

A quantidade de placas informando que “aluga-se este imóvel” ou simplesmente “aluga-se” está aumentando cada vez mais perante os olhos das pessoas mais observadoras e atentas à cena urbana. Os fatos e dados oriundos do mercado de locação de imóveis residenciais e comerciais mostram com clareza como as condições do jogo mudaram para os inquilinos/clientes e proprietários/fornecedores. A recessão econômica, o desemprego aberto e a enorme perda do poder aquisitivo em função do aumento da inflação são algumas das causas que tornaram a conjuntura bastante favorável aos clientes. Agora eles estão em posição de vantagem nas negociações para renovar um contrato de aluguel ou para celebrar um primeiro contrato.

O maior temor para um proprietário de imóvel é vê-lo desocupado. Com isso vem uma queda ou frustração de receita, acompanhada do pagamento de despesas com IPTU, seguro, taxa de condomínio e até mesmo de água/coleta de esgotos e energia elétrica nos casos em que não são desligadas. Dá para imaginar o drama que uma família que conta com o dinheiro vindo do aluguel de um ou mais imóveis para se somar ao salário do trabalho ou aos proventos de uma aposentadoria.

Encontrar quem queira pagar para pegar as chaves não está fácil... | Foto: Marina Borges

Encontrar quem queira pagar para pegar as chaves não está fácil… | Foto: Marina Borges

A não correção do valor do aluguel pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado, medido pela Fundação Getúlio Vargas) é uma prática que está se generalizando e, em muitos casos, tem sido acompanhada por reduções do valor nominal de 5% a 10%. No caso específico do aluguel de salas desocupadas no Centro de Belo Horizonte existem ofertas em que, nos 3 primeiros meses, o locador paga apenas as taxas de IPTU e condomínio. Nesse tipo de imóvel a demora para encontrar um novo inquilino pode chegar facilmente até 1 ano.

O fato relevante é que a maioria dos proprietários de imóveis tem agido com sabedoria para se reposicionar perante as novas condições do mercado e demonstra seguir o dito popular segundo o qual “é melhor ter um pássaro na mão do que dois voando”.

É claro que, de vez em quando, se ouve relatos de casos em que a ausência de inteligência estratégica prevaleceu e o resultado inevitável foi imóvel vazio e perda de renda. Se “a cada qual com o seu qual”,  a cada um também cabe responder pela suas escolhas.

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Paulo Vanzolini

por Luis Borges 18 de abril de 2016   A história registrou

A história registra, na segunda quinzena de Abril, o nascimento e a morte do médico, zoólogo e compositor Paulo Emilio Vanzolini. O verbete em sua homenagem na Wikipédia aponta que Vanzolini nasceu em São Paulo no dia 25 de abril de 1924. Faleceu na mesma cidade, em 28 de abril de 2013, três dias após completar 89 anos de idade. Foi diretor do museu de zoologia da Universidade de São Paulo e um dos idealizadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp.

Entre suas composições mais famosas estão Ronda, Volta por cima e Boca da noite. Aliás, a música Volta por cima teve enorme sucesso em 1963 na voz do cantor Noite Ilustrada, e contém os inesquecíveis versos “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. A letra completa segue abaixo:

Volta Por Cima
Fonte: Letras.mus.br

Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher
Venha lhe dar a mão
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima
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Enchendo a caçamba

por Luis Borges 15 de abril de 2016   A vida em fotografias

As caçambas usadas na coleta de entulhos da construção civil ou para o lixo domiciliar são encontráveis por toda Belo Horizonte, inclusive, é claro, no bairro de Santa Tereza. Em geral, as locações são feitas por três dias úteis consecutivos e na Zona Leste da cidade os preços são, em média, de R$180,00 para entulhos e R$250,00 para lixo.

Mas o que quero realçar neste texto é a rapidez com que uma caçamba é enchida. Não necessariamente pelo conteúdo de quem a contratou, mas pelas contribuições expressivas de vizinhos e não vizinhos. Se quem fez a locação não ficar esperto, poderá até ter dificuldades para colocar o seu próprio entulho ou lixo.

Fotos; Sérgio Verteiro

Fotos; Sérgio Verteiro

As fotografias acima mostram a riqueza das contribuições feitas numa rua de apenas um quarteirão no bairro de Santa Tereza. O locatário planejou o uso de duas caçambas, que seriam enchidas com entulhos de construção civil num prazo máximo de quatro dias e com sobra de espaço em função da quantidade de entulhos que seriam descartados. Entretanto o seu coeficiente de segurança não foi suficiente devido à quantidade e variedade de itens não previstos no planejamento que foram literalmente jogados na caçamba. O jeito foi contratar uma terceira unidade, que lá permaneceu por mais um dia. O gasto com o aluguel da caçamba orçado em R$360,00 acabou saindo por R$540,00. Observe com atenção nas fotografias que a primeira caçamba estava apenas começando a receber os entulhos, previstos devido à demolição de paredes e remoção de terra, e já tinha recebido uma pia e dois vasos sanitários de procedência desconhecida.

Como se vê, cada um se livra do que é indesejável em sua própria casa dando um “jeitinho”: colocando rápida e sorrateiramente na porta do outro, o que acaba se tornando o primeiro nível do bota fora. E já que é o outro que está pagando, melhor ainda!

Quem não quer ou não pode pagar um caçamba para fazer seus pequenos descartes pode procurar, em Belo Horizonte, as URPVs (Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes) da SLU. São locais que recebem terra, entulho, pneus entre outros itens até o limite de um metro cúbico por viagem. Mais informações aqui.

Ah! O caminho a ser percorrido é muito longo, exige muita força e paciência histórica de quem acredita que “essa terra ainda vai cumprir seu ideal”.

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