A vida é hoje

por Convidado 26 de março de 2024   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Recentemente estive em Capitólio. Foi uma viagem a passeio, com um casal de amigos, que contribuiu para que fosse ainda mais prazerosa a nossa estada. Hotel excelente, passeios de barco num lago muito lindo, cerveja gelada, boa comida, paisagem sensacional (mesmo tendo sido palco daquela tragédia que vitimou tantas pessoas).  

Eu poderia até plagiar Vinícius de Moraes: “Um velho calção de banho/ Um dia pra vadiar/ O lago** que não tem tamanho/ E um arco-íris no ar (…)”.

A quebra da rotina é um momento, principalmente num passeio agradável, de recarga de energia e de saúde, uma ruptura, ainda que momentânea, com os problemas do dia a dia. É necessário fazer isso para reconectar consigo mesmo. Necessitamos de um boot e até de hard reset para limpar nosso aparelho chamado cérebro. Traduzindo, com o boot nos desligamos temporariamente para reiniciarmos melhor e, se pudermos, aproveitar para fazer um heard reset que será ainda mais intenso e poderá apagar muitas memórias que não agregam nada à nossa programação de vida.  

E, convenhamos, leitores de boa-fé, conforme já relatei recentemente, está difícil ver a beleza em tanta fealdade. Nestes dois meses de 2024, temos testemunhado recordes de tudo que é ruim. Para lembrar de alguns fatos: latrocínios, furtos e feminicídios, cada dia mais perto de nós. Segundo o portal Globo de Notícias, em 2023 a morte de Yanomamis ultrapassou os números anteriores. Vivemos epidemias (por exemplo, a dengue — 1.079 óbitos até dezembro de 2023 e 513 em 2024), a Covid-19 matou quase 15.000 pessoas no ano passado (com 182% de aumento de casos, só na baixada santista).  

E, justamente por essas razões, é que se torna necessária uma reação que nos tire da estagnação. Então, minha proposta é para que quebremos o estado de inércia e busquemos o novo.  

Leitores que compartilham com minha ideia sabem que, em muitas situações, para se obter uma resposta sobre um enigma é necessário sair da zona de conforto, distanciar-se, para ver o que a pessoa estando perto não vê.  A constatação também tem um sentido psicológico: enquanto estiver nervosa a pessoa não conseguirá ver a realidade do fato.  Saia de circulação, deixe passar a emoção e tudo, aos poucos, começará a ficar nítido. 

Então viajemos… pelas cidades de outros países, pelo interior do Brasil ou pelas páginas de um bom livro, ouvindo músicas que nos permitam flutuar e nos ausentar. Mas, o apelo é para que estejamos vivos. É para que você não deixe para o futuro aquilo que deseja hoje. No futuro, caso você ainda exista, talvez não queira mais aquela aventura, nem andar naquela bicicleta, tampouco fazer uma viagem. E, pior, nem tenha saúde para realizar certos passeios. E, só para lembrar, não sabemos o número da senha e nem os critérios de chamada. Apenas podemos dizer que a vida é hoje. 

 

*Sérgio Marchetti é consultor organizacional, palestrante e Educador. International Certification ISOR em Holomentoring, Coaching & Advice (coaching pessoal, carreira, oratória e mentoria). Atuou como Professor de pós-graduação e MBA em instituições como Fundação Getúlio Vargas, Fundação Dom Cabral, Rehagro e Fatec Comércio, entre outras. É pós-graduado em Administração de Recursos Humanos e em Educação Tecnológica. Trinta anos de experiência em trabalhos realizados no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

** O texto original é no mar

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“Deus está morto”

por Convidado 28 de fevereiro de 2024   Convidado

por Sérgio Marchetti*

“É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer” (V.de Moraes)

Desculpe-me, leitor mais otimista. E, creia, também tenho esperança de um mundo melhor. Porém, conforme já me manifestei, ultimamente tenho sonhado que os humanos estão perdendo a sua essência ou o amor ao próximo. Confesso que tenho andado muito descrente da boa-fé das pessoas. Calma, leitor! Não estou generalizando. Entretanto, somente com o intuito de exemplificar, você há de convir que, nos tempos atuais, a desonestidade deixou de ser um empecilho para a ascensão social. E, pior do que constatar essa verdade, é saber que a ignomínia, antes motivo de vergonha, de degradação social, hoje, é omitida ou até admirada como virtude, dependendo dos interesses e do caráter de quem a avalia.

“[…]o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (Rui Barbosa)

Desde criança abomino a mentira, a falsidade. Mas o verbo enganar tem sido o mais conjugado. Depois dele o verbo perseguir. Porém, o que mais me incomoda são os oportunistas, os “vira-folhas”, os que mentem descaradamente ao exaltarem qualidades pessoais de terceiros que, em seu âmago (se âmago eles têm), não as reconhecem. Aqueles, prezado leitor, prestam um desserviço à pátria e, pior, cometem o crime de ludibriar seu interlocutor e sua audiência.

Mas o grande pensador, Heráclito (540 a.C.-470 a.C.): dizia: “Nada é permanente, exceto a mudança”.  Então, “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”. A meu ver, estamos vivendo um processo mundial. Sendo otimista, imagino que estejamos vivenciando a metamorfose da lagarta para borboleta. E há sempre dor na evolução. Contudo, o esforço seria premiado. Neste caso a esperança se iluminaria: “[…] o mundo voltou a começar” (Guimarães Rosa). Que assim seja!

Por outro lado, na outra face da moeda, a do pessimista, podemos utilizar o pensamento de Parmênides (530 a.C.-460 a.C.), que afirma que, ao contrário das prerrogativas de Heráclito, o movimento e a transformação são apenas ilusórios. Assim, tudo é imóvel e imutável, tudo permanece.

Deixando a profundidade filosófica de lado, acredito que há coisas permanentes, embora o mundo esteja em constante movimento. E, para alcançarmos um estágio melhor, o primeiro passo deve ser dado por nós.  Não espere, leitor, pelo salvador da pátria. Não me iludo, mas sei que posso fazer a minha parte. E você, que lê esta malfadada prosa, também pode contribuir. Não haverá o mal se o bem prevalecer. Não havendo receptador, muitos ladrões perecerão. Não haverá tráfico de drogas se não houver quem as compre. Não haverá político desonesto eleito se nós não votarmos nele. Não haverá uma emissora ou um profissional espalhando inverdades se ninguém sintonizar em seu canal.

É chegada a hora de fazer a mea-culpa.  A natureza não se desequilibrou sozinha. Foi o homem quem fez isso. E tudo nos remete a Nietzsche, o filósofo alemão, que afirmou: “Deus está morto”.  Mas não o Deus que conhecemos. Na verdade, significou a morte da metafísica que é, por assim dizer, a área que estuda a natureza, a razão, o ser humano, a realidade suprassensível (que não pode ser percebida pelos sentidos), mas que, menos do que nos dias atuais, sofreu com o descaso pela vida humana, com a quebra de padrões, da ética e com o desprezo de valores maiores.

A vida, assim como a moeda, tem dois lados muito bem definidos.  A escolha é nossa.

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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O que cantaria Gonzaguinha?

por Convidado 24 de janeiro de 2024   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Enfim, sobrevivemos. Atravessamos o portal de 2024. Estamos novamente diante de um novo começo. E, por pior que estejamos, ainda somos vitoriosos por estarmos vivos e termos a oportunidade de tentar fazer um futuro melhor. O ano é novo, mas embora recomecemos, os problemas são velhos. No Brasil, a “pizza” continua. Mortes de mulheres (5º lugar do mundo em feminicídio), estupros, ações do crime organizado, tráfico de drogas e de armas em alta (bem mais organizado e sintonizado do que os governantes). Nem carece de ressaltar o crescente número de assaltos, mas vale lembrar que os gastos públicos fazem inveja a qualquer marajá.

Infelizmente, assistimos de forma reiterada a concessão de direitos e regalias a criminosos com inúmeros processos e passagens pela polícia. E o que deveria causar espanto, é recebido por parte da mídia como fato tão natural que nem merece maiores comentários. De repente, recordo uma brincadeira de infância: esconde-esconde (a gente fecha os olhos e deixa o ladrão se esconder). A polícia leva anos estudando, analisando e gastando dinheiro para conseguir prender um criminoso, um chefe do tráfico. Aí, no Natal, (festa religiosa e de família), marginais, com homicídios em sua extensa folha corrida, são liberados para passarem uma data tão importante com seus entes queridos. Mas muitos deles não retornam. Então a polícia recomeça a busca. Sinceramente, caros leitores, que regalia é essa? Que brincadeira é essa?

“Que país é esse? Nas favelas, no senado/ sujeira pra todo lado/ ninguém respeita a constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação” (R.R.)

Otimismo é uma qualidade e uma característica saudável do ser humano. Mas autoengano chega a ser uma doença psicológica, um processo de mentir para si mesmo para não “dar o braço a torcer” e para negar a realidade. Mas bandidos perigosos estão livres nas ruas, roubando e matando pessoas honestas. O número de roubos e furtos de veículos nos primeiros oito meses de 2023, somente na Região Metropolitana de São Paulo, apresentou alta de 28% na comparação com igual período de 2022. A maior parte das ocorrências (61%) foi registrada na capital paulista. É o que aponta o levantamento da empresa de rastreamento veicular Ituran. A cidade de São Paulo registrou 229.639 furtos entre janeiro e novembro de 2023, uma média de 28,6 furtos por hora na capital. Em comparação ao mesmo período de 2022, houve aumento de 7% nesse tipo de crime — 15.219 ocorrências a mais do que no ano anterior. E o número de roubos registrados na região da Rua 25 de Março e Praça da Sé, no centro de São Paulo, atingiu o maior patamar da série histórica em 2023, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP). Entre janeiro e outubro desse ano, a SSP contabilizou 3.772 registros desse tipo de crime. É o maior patamar desde 2001, quando começaram a ser contabilizados os dados de violência da série histórica pela Secretaria.

Em Belo Horizonte, furtos, roubos e arrombamentos tiveram um aumento de 306 registros em 2023.

Mas isso não importa. O que é relevante é que em janeiro os governos passem a sacolinha. E as dívidas recomeçam…  A semelhança com a tributação na Inglaterra medieval — que era o sistema de arrecadar dinheiro para despesas reais e governamentais — é mera coincidência.

Você deve notar que não tem mais tutu/ E dizer que não está preocupado/ Você deve lutar pela xepa da feira/ E dizer que está recompensado/ Você deve estampar sempre um ar de alegria/ E dizer: tudo tem melhorado/ Você deve rezar pelo bem do patrão/ E esquecer que está desempregado/ Você merece, você merece…” (Gonzaguinha)

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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Boa viagem, cidadão

por Convidado 7 de dezembro de 2023   Convidado

por Sérgio Marchetti*

No momento em que escrevo esta pensata, pode estar acontecendo, aqui perto, algum acidente ou, supostamente, mais de um. Nesta semana, na rodovia Fernão Dias, na Serra do Igarapé, mais um caminhão causou a morte de seis pessoas. Dizer que foi um caminhão é pura força de expressão. Porque na realidade o causador é o motorista. Vejam, atentos leitores, que no local da tragédia há uma obra com parada obrigatória, sinalização e inclusive com boneco inflável, mas, ainda assim, nada foi suficiente para conter um caminhão de minério, desgovernado, com pneus carecas e, entre outras prováveis irregularidades, com defeito no tacógrafo.

Não é uma cena bonita de ser ver: quatro pessoas da mesma família massacradas numa rodovia, além de dois passageiros de outro veículo. Entre os mortos, uma adolescente de 14 anos. Mas, independentemente da idade, todos são seres humanos que ainda tinham muito o que fazer. Provavelmente alimentavam sonhos, se preparavam para um Natal em família e, possivelmente, nutriam aquela esperança — que nos é peculiar — de dispor de um ano melhor. Mas não terão. Tampouco seus parentes mais próximos poderão comemorar a vida na passagem de ano, pois a lembrança dos ausentes, ironicamente, será a maior presença.

Minha tristeza e indignação nascem de minha experiência nas estradas. Viajei muito a trabalho e a passeio, e ainda viajo bastante. Na estrada para Barbacena, itinerário que percorro com frequência, o risco de ser atropelado por um caminhão de minério é iminente. Não sei quantas vezes tive o para-brisa quebrado. Alguns motoristas colaboram. Trafegam com responsabilidade e cumprem as leis determinadas, entretanto, outros condutores fazem loucuras nas estradas. E loucura ou infração não é privilégio somente de quem dirige um caminhão. Ultimamente, ultrapassar pela direita e até pelo acostamento tem sido uma alternativa frequente de pessoas mal-educadas, irresponsáveis, grossas e que se acham espertas por furarem filas, quando deveriam ter vergonha de demonstrar sua deselegância e imprudência. E quase tudo isso acontece no trecho entre a Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete. Coincidentemente, as insanidades ocorrem na extensão daqueles 99 km em que os morros foram subtraídos e transformados em cargas de minério. E a passagem por Congonhas? Uma afronta ao viajante — que nunca foi respeitado como cidadão. Um absurdo pagar pedágio e enfrentar o congestionamento e as paradas na estrada, pelo fato de ter duas pontes jurássicas que afunilam a passagem dos veículos. Sim, leitores, costumamos percorrer em 30 a 40 minutos o que seria realizado em apenas cinco.

Não vou falar das emendas e irregularidades do asfalto. Mas omitir os buracos, mesmo depois de cair neles, é impossível. Ah! Como ia me esquecendo… tem muitos radares para “ajudar” aos motoristas. Claro que alguns costumam ficar escondidos; são móveis, mas sempre com a boníssima intenção de salvar vidas. Tem gente que acha que é apenas para arrecadar. Mas julgo ser uma maldade pensar assim de um país cujas autoridades só pensam no bem-estar de seu povo.

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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O voo do ascensorista

por Convidado 31 de outubro de 2023   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Há alguns meses, tive o privilégio de adquirir um livro numa manhã de autógrafos bastante concorrida. Mas, obviamente, que a euforia e a fila se deveram ao merecido prestígio do autor, o jornalista Eduardo Costa.

Ao chegar ao lado do escritor, depois de ter sido ultrapassado por algumas pessoas que não respeitaram a antiga, tradicional e democrática fila, tive o prazer de ver a figura carismática de nosso jornalista distribuindo autógrafos com a mesma simpatia com que nos recebe na Rádio.

Com o livro autografado na mão, a próxima etapa seria a leitura. E aí entra a parte que mais gosto. E não foi menos prazerosa do que supunha. Desde o início, já me prendeu a atenção porque a narrativa (no sentido literário), foi escrita pelas tintas da alma, numa transparência que me remeteu à Inácia de Carvalho, local onde morava nosso escritor. E, foi com felicidade que identifiquei coisas comuns entre a minha vida e a daquele que era “… apenas um rapaz latino-americano. Sem dinheiro no banco, sem parentes importantes. E vindo do interior…”

Logo nas primeiras páginas, falou das lembranças mais remotas, a mudança para capital e as dificuldades advindas de uma certa pureza que o interior tinge em nossas faces. Verdade! E, ainda que saiamos de lá, o interior nunca sai de nós. Carregamos na alma um carimbo patrimonial de “nascidos no interior”. E o fato só me enche de orgulho.

Mas, continuando a saga do menino que, assim como meu pai, trabalhou no Banco Real, percebe-se que seu destino era a reportagem, pois o perfil ousado se sobrepunha à timidez e falava mais alto, buscando oportunidades e vendo bem mais à frente do que a maioria das pessoas. Obstinado, venceu o câncer e não foi por acaso, caros leitores, que Eduardo Costa foi à Cuba, Londres, Frankfurt, China, viajou na comitiva do Papa João Paulo II e, na Índia, em frente ao Taj Mahal, tirou a foto junto com a comitiva do Presidente Lula em 2003. Depois, veio a Record e, recentemente, a Bandeirantes.

As aventuras e os “micos” foram registrados com muita graça, e nos servem para lembrar os nossos apertos em nossas peripécias pela vida, principalmente quando saímos do Brasil. Mas fazer o lavabo de bidê foi o máximo!

O livro é uma lição de vida. Constato que a trajetória de um repórter é muito emocionante, excitante, mas excessivamente perigosa, se estiver fazendo cobertura numa guerra ou se disser verdades sobre certas autoridades e figuras que estão num patamar acima das leis e da Constituição Brasileira.

O fato é que o menino ascensorista continua abrindo portas, levando pessoas a novos lugares. Com seu jeito mineiro, e com a honestidade aprendida com o pai, vai subindo andar por andar, vendo de onde veio e para aonde vai, sabendo que o mais importante não é a altura que galgou, mas sim a construção de um caminho que o fez chegar aonde chegou.

E o ascensorista criou asas e voou.

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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por Sérgio Marchetti*

Desde criança eu gostava de ouvir histórias. O momento melhor das minhas aulas no grupo escolar era no final, quando a professora (que não era tia) arrematava com uma história.

Confesso que viajava pelos castelos dos príncipes, pela torre de Rapunzel, entre as árvores da floresta dos sete anões, no encontro com um gato de botas, além de ouvir um minúsculo ser do tamanho de um polegar.

Daquela época até hoje, os livros ocuparam papel importante na minha vida e na minha estante. Mas, lamentavelmente, assim como milhares de outras coisas que marcaram a vida de milhões de pessoas, tiveram sua pena de morte decretada. E nesse movimento, incontáveis ambientes, culturas, etc  foram vítimas das mudanças e dos aprimoramentos do mundo contemporâneo.

O que me conforta, é saber que minha geração ainda poderá contar com a leitura de livros que, mesmo sendo técnicos, foram escritos por um ser pensante que traz em seu âmago alguma forma de emoção.

Saibam, caríssimos leitores deste Blog, que a Inteligência Artificial escreve textos sensacionais em tempo recorde. E que a previsão de muitos estudiosos da tecnologia se cumpriu, apesar de tantos críticos terem dito que jamais ocorreria. E, nessa esteira rolante, não sei dizer, sinceramente, se seremos substituídos por ferramentas tecnológicas com bilhões de palavras e formações de frases. Tenho plena convicção de que a concorrência é desleal. Agora, os chatbots são os protagonistas da peça. São softwares que se comunicam e interagem com usuários por meio de mensagens automatizadas. Isso, a todo momento e sem necessidade de qualquer ajuda humana.

Utilizando a linguagem policial, a tecnologia está adentrando em nossas casas e fazendo evadir tudo que, até hoje, era uma rotina e um estilo de vida. Neste contexto, o que prevalece é a mudança e Heráclito (500 a.C. – 450 a.C.) confirma sua tese:  “Tudo muda o tempo todo, e o fluxo perpétuo (movimento constante) é a principal característica da natureza”.  Só não imaginava que as transformações seriam muito mais avassaladoras do que poderia prever.

Enfim, estamos diante de um novo mundo, totalmente diferente do que já se viu em toda a história deste planeta. “E nada do que foi será/ de novo do jeito que já foi um dia…”

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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Mother of Mine

por Convidado 11 de setembro de 2023   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Nesses últimos dias, a vida me surpreendeu negativamente. Eu acreditei, leitores de boa-fé que, com o passar dos anos, os desafios que a existência nos reserva fossem diminuindo. E, pela lógica, já tendo certo acúmulo de experiência, realizações, “uma certa idade”, as cargas mais pesadas seriam atribuídas aos mais jovens.

Mas estava enganado. Primeiro, porque a vida não tem lógica alguma. E, depois, pelo fato de que, quanto mais vivemos, mais caras ficam as cobranças. E a que chegou para mim é impagável. Tive que encarar o antagonismo de “conviver com a morte”. A história começa, lamentavelmente, com o fato de minha querida mãe ter ido se encontrar com meu pai. Sim, após alguns dias de agonia, ela partiu. E, embora bastante idosa, a dor da separação é muito forte. A ruptura causada pela partida daquela pessoa que nos guardou no ventre, nos remete a um novo corte do cordão umbilical. A vida nos bate na face, nos enche o peito de angústia e reafirma nossa fragilidade. Outra vez, me vem à mente a pergunta de Hamlet na peça intitulada a Tragédia de Hamlet: “ser ou não ser, eis a questão”. E, o não ser, que levou meu pai há um ano, não satisfeito, veio buscar minha mãe. Tanta doçura tinha em sua maneira de ser que, quando eu era criança, estudando inglês (que não aprendi direito), ouvi uma música linda que se chamava Mother of Mine, de Jimmy Osmond, e dediquei a ela porque a melodia traduzia a delicadeza, meiguice e suavidade de minha querida Dona Iris, cujo nome representa, não por acaso, “mensageira dos deuses”.

Confesso, leitores mais sensíveis, que jamais consegui sentir em meu íntimo que havia feito tudo que minha mãe merecia. Sempre me vem aquela vozinha no ouvido dizendo que ainda poderia ter feito mais. O mesmo sinto por meu pai. Mas minha gratidão por tê-los tido como pais não cabe em mim.

E o grande desafio, que citei inicialmente, veio me testar justo no dia em que estava agendada uma palestra para 150 pessoas (empresários do comércio). Imaginaram? Foi isso mesmo. De um lado uma palestra com interações bem-humoradas e de outro um velório de uma pessoa tão especial, e em cidades diferentes.

Sabia que não teria condições psicológicas para realizar um trabalho que atendesse às expectativas mínimas. Faltaria alegria, energia, entusiasmo e equilíbrio emocional. Era quase início de noite, e a palestra seria às 9h da manhã seguinte. Como cancelar? Mas, caso conseguisse ter forças para realizá-la, não daria tempo de comparecer ao sepultamento. O que fazer? E os organizadores? O público? Como ficariam todos?

Não me perguntem como foi que decidi. Apenas saibam que algo maior do que eu é que me deu forças. Fiz cortes nos assuntos e diminuí para uma hora o tempo da apresentação (seriam duas horas). Tomei chás, suco de maracujá, quase não dormi, porém compareci ao evento. Cumpri meu papel e tive a certeza de que minha mãe, que sempre soube de minha dificuldade — por ter muita compaixão pelos outros (puxei dela) — se orgulharia de mim.

Foi difícil, mas consegui. A superação foi muito além do que supunha. Óbvio que não tive a energia e os insights que obteria normalmente. Confesso que não me lembro de tudo que fiz naquele evento. Mas saí daquele lugar com a alma lavada e, alguns minutos depois, com os olhos também, porque iria encarar uma das cenas mais tristes no teatro da minha vida. Um drama que acontece todos os dias, mas, quando nos acomete, a naturalidade deixa de existir. E assim, como cantava o grande Gonzaguinha, “um homem também chora…” e “Guerreiros são pessoas/ São fortes, São frágeis/ Guerreiros são meninos/ No fundo do peito”.

Desta forma, mantendo uma força que não tenho, mesmo com o coração dilacerado, me despedi da mulher que me deu a vida, pedindo a Deus que a recebesse de braços abertos, a amparasse e, a protegesse, assim como fez com todos que, nesta vida, se aproximaram dela.

Até um dia, mother sweet mother of mine.

Mother Of Mine

Jimmy Osmond

 

Mother Of Mine

Mother of mine you gave to me,

All of my life to do as i please,

I own everything i have to you,

Mother sweet mother of mine.

 

Mother of mine when i was young

You showed me the right way

Things should be done,

Without your love where would i be,

Mother sweet mother of mine.

 

Mother you gave me happiness,

Much more than words can say,

I pray the lord that he may bless you,

Every night and every day.

 

Mother of mine now i am grown

And i can walk straight all on my own,

I’d like to give you what you gave to me,

Mother sweet mother of mine.

 

Mother Of Mine (Tradução)

Minha mãe você me tem dado,

Tudo que eu faço na vida é para teu prazer

Eu possuo todas as coisas porque tenho você

Mãe, minha doce mãezinha.

 

Minha mãe quando eu era jovem

Você me mostrou o caminho certo

Coisas que deveriam ser feitas,

Sem seu amor onde estaria eu,

Mãe, minha doce mãezinha.

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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por Sérgio Marchetti*

Conforme descrevi outro dia (falando do Clube Atlético Mineiro — que não melhorou nada), há muitos anos os especialistas em administração de empresas e gurus de destaque mundial vêm fazendo uma analogia entre equipes de futebol, vôlei, basquete com as equipes de uma empresa. A palavra time encontrou guarida nas organizações e na filosofia de trabalho de muitas delas que, estando voltadas para resultados coletivos, consolidaram missão, visão, valores, metas e objetivos. De fato, um time de futebol, por exemplo, conta com a participação de todos os membros da equipe. Por outro lado, se as empresas adotaram a estratégia dos times ou do esporte, os times viraram empresa e se estruturaram como tal. Mas a lucratividade se sobrepõe às vitórias e conquistas.

Destacamos semelhanças e diferenças que ambas as organizações podem utilizar para atingir seus objetivos. Detalhes como possuir publicidade, trabalhar adesão de clientes e associados, contratar profissionais de ponta, realizar treinamentos etc. são pontos comuns em todas as organizações. As diferenças também são muitas: salários, prêmios, fama, não punição pelos erros cometidos durante o trabalho (jogo). Essas são prerrogativas exclusivas aos profissionais do esporte. Também não inventaram nada que faça uma jogada brilhante ser repetida e padronizada. São como ondas, acontecem sempre de forma diferente (“a vida vem em ondas…”). Prova disso é a oscilação de um time de futebol que num dia realiza um jogo brilhante e no outro fracassa de forma humilhante (só para rimar). Mas o líder pode ajudar a fazer com que o índice de erros seja menor. Pode haver regularidade, sim. Na empresa mais desenvolvida, quando um profissional erra duas vezes, seu líder procura saber a causa e busca solução. A causa pode estar ligada à problemas pessoais ou técnicos. No primeiro caso, oferecem ajuda psicológica ou sugerem que a procure fora da empresa. No caso de ser problema técnico, treina-se, substitui-se.

No futebol, parece que errar foi institucionalizado como normal. Perder com placar dilatado também. Um goleiro que não sabe chutar, e que a metade de seus lançamentos feitos com os pés vão para fora do campo, não deveria ter tantas bolas atrasadas, pois esse é um ponto fraco e fatalmente poderá acarretar em erro. Talvez o treinador não veja que isso acontece. Deve ser míope. Mas o treinador ignora falhas grosseiras e repetidas a cada partida.  Na empresa, ou se corrige ou substitui o profissional ou o líder. Algumas demissões sempre acontecem. Os erros não ficam impunes. No futebol, quase sempre buscam um culpado – o técnico “paga o pato”.  Às vezes merecidamente, pois tem aqueles que não aceitam críticas, ironizam, não alteram sua estratégia, não treinam seu goleiro (mesmo que esteja falhando bastante) não treinam os demais jogadores que erram 30 passes durante o jogo. Também não reconhecem seus erros, não se incomodam de ser “saco de pancada”, e por vezes são premiados pela diretoria com a renovação de seu contrato. Isso tudo com direito a aumento do salário. Viram, leitores, como a empresa do esporte é diferente das demais. Na empresa você pergunta: – o que ganhamos este ano? – Nada? Então algo terá que ser mudado. No futebol fazemos a mesma pergunta: – o que ganharam este ano? – A Copa Brasil? – Não. – O campeonato Nacional? – Não. Mas, ironicamente, ainda assim, alguns treinadores, quando questionados parecem ter visto outros jogos e com a “cara mais lavada” consideram o resultado como ótimo. E, para amenizar as perdas, ainda conjugam o verbo competir e o colocam como a ação mais importante.

Competir é preciso, ganhar não é preciso.

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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Não descartem seus talentos

por Convidado 5 de julho de 2023   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Como muitas pessoas já sabem, a visão sistêmica nos possibilita enxergar o todo. Ou seja, é a capacidade de identificar os processos, a ligação e sintonia entre eles, seus responsáveis e o funcionamento da engrenagem na realização dos trabalhos. Isso é o que faz uma organização atingir seus objetivos. Hoje, a significativa melhoria de padrões de qualidade se deve ao domínio dessa visão e de seus processos. Fatores como controle das atividades, pouquíssima aceitação de erros, análise de falhas, apontamento da incidência e reincidência do erro, indicadores, retenção de talentos, treinamento, desenvolvimento e trabalho de equipe é que fazem a diferença entre obter êxito ou fracassar.

Já falei a respeito desse tema, inclusive estabelecendo um paralelo entre empresas e times de futebol que, atualmente, são associações ou clubes-empresa. E, falando nisso, cadê o Galo que iria ser um dos grandes clubes do mundo? Não há de ser grande apresentando um futebol medíocre como tem feito nos últimos meses. Em várias partidas, inclusive recentemente contra o América, além de ter sido inferior em todos os números do scout e do excessivo erro de passes, a defesa não ganhou uma disputa no alto. Não é maneira de falar, leitores torcedores, são indicadores de que em alguns jogos, aponta-se que 100% das bolas foram ganhas pelos adversários. É possível isso?

Diante de tal constatação, devemos buscar as causas do problema. Mas, assim como na doença, somente se obterá resultado satisfatório se o paciente reconhecer que tem a enfermidade. Após conscientização e aceitação vem a análise. E, no Atlético, especificamente, desde que o Allan se contundiu, o time teve queda considerável de rendimento. Mas, “talvez por ignorância ou maldade das pior furaram os olhos do…”  Galo para ele assim jogar pior. E cederam o referido jogador ao Flamengo para reforçar o adversário. E, com uma generosidade típica de um filantropo, o “Galão da massa” abriu mão de conquistar títulos, reforçando equipes como Vasco, Fluminense, Bragantino e outros.  “O amor é lindo”.

Sei que há justificativas para os descartes de profissionais. A situação financeira é a mais forte delas. Então faltou planejamento, porque há dois anos ouvimos que seria um time do mundo.  De qual mundo? Do quarto mundo?

O que concluímos é que houve mudança de objetivo e, por estar tão clara a dificuldade do Clube, sugerimos, aqui nestas poucas linhas, que façam uma reflexão sobre o “que” desejam conquistar e “quando”. Entretanto, não devem se esquecer de colocar o “como fazer” para chegar lá. E, considerando que os clubes se transformaram em empresas, a razão deve prevalecer sobre a emoção, mas é essencial que saibam os pontos fortes para conservá-los e potencializá-los, analisar as necessidades de melhorias urgentes e não urgentes e, imediatamente, buscarem correção para minimizar os fracassos. E, assim como na empresa, carecem de treinar o básico (dar passe, jogar para frente, saltar melhor do que o adversário, etc).

Seguindo as orientações do famoso gestor Dave Ulrich, uma organização deve trabalhar na melhoria de seus talentos.  E, talento, segundo o estudioso, pode ser entendido em três palavras: competência (conhecimento, habilidade e atitude), comprometimento e contribuição.

Vamos “pra cima”, Galo!

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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A linguagem, o ovo e o caos

por Convidado 6 de junho de 2023   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Outro dia, escrevi sobre a deficiência da nossa querida Língua Portuguesa. E sei que algumas pessoas disseram que falar certo é antiquado e nos torna pedantes.

Dias depois, numa aula, mencionei que estamos diante do caos, pois fomos surpreendidos por um furacão e, após sua passagem, tudo ficou invertido. Agora, o errado é que é o certo, inclusive na linguagem. Mas fui logo questionado por um aluno. Não perdi tempo. Prontamente, lancei mão da pesquisa no smartphone (significados.com.br) e li para ele: “caos significa desordem, confusão e tudo aquilo que está em desequilíbrio”. “Caos, na mitologia grega, seria o deus primordial do universo, de acordo com a narrativa do poeta grego Hesíodo. Interpretado como ‘vazio’ ou o ar que preenchia o espaço entre a terra e o Éter (céu superior)…”

O aluno, já angustiado com a demora de um minuto para explicar o caos, me interrompeu e disse que a Amazônia seria, então, um exemplo de caos, pois a cada dia identifica-se um vazio maior causado pelo desmatamento. E acrescentou que os governantes ficaram em silêncio diante dos índices de devastação da floresta que, em março deste ano, registraram o triplo da área do mesmo mês em 2022. Foram quase mil campos de futebol de vegetação nativa destruídos por dia.  Nesse fato estão presentes a desordem, o desequilíbrio, a hipocrisia e representa o caos.

Deixando a floresta de lado, e voltando à linguagem, outro aluno me disse que eu tinha razão, pois que o caos também se instaurou na comunicação. As palavras se desgastaram porque os atos são desproporcionais aos seus significados. E, desta vez, fui eu quem solicitou que exemplificasse.

— Claro, disse ele: — em todos os conceitos, a palavra democracia significa “garantia de liberdade individual; liberdade de opinião e expressão; liberdade de eleger seus representantes, independentemente do regime político (presidencialista, parlamentarista, etc.)”.  Essa é a nossa realidade?

—Infelizmente, entre a Constituição Federal e as ações das autoridades há uma lacuna maior do que a devastação da Amazônia — finalizei.

Mas, caros leitores, para fugir da polêmica, e exemplificar minha tese, quero lembra-lhes do ovo de Colombo. Ele também deu um “Tomé” no povo. Creio que todos conheçam sua história. Rapidamente: o rei daquela época ofereceu uma quantia significativa para quem conseguisse pôr o ovo em pé. Nenhum candidato havia conseguido, até que chegou a vez de Colombo. Aquele, velhaco e experiente, bateu o ovo na mesa, quebrou a ponta e o deixou de pé. Muitos participantes reclamaram, mas Colombo levou o prêmio.

Ainda sobre o ovo (o da galinha), há pouco tempo não podia ser consumido mais de duas vezes por semana, pois faria aumentar o colesterol. Agora, tem atleta comendo dez ovos por dia porque faz bem para a saúde. Vocês devem estar se perguntando o que tem a ver o ovo com as calças, digo com o tema?

Estou apenas querendo fazer uma analogia entre o uso do ovo e da palavra democracia. É que as coisas mudam de acordo coma interpretação, conveniência e os interesses escusos de alguns. Inclusive e, lamentavelmente, da mídia. E isso sim pode ser o caos.

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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