Vale a leitura

por Luis Borges 23 de maio de 2014   Vale a leitura

O gato está subindo no telhado – A partir das mostras de desconfiança internacionais na capacidade do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro sediarem as Olimpíadas de 2016, Clóvis Rossi analisa a imagem brasileira no exterior.

É possível, mas falta vontade política – Ainda sobre os jogos Rio 2016, a opinião de um respeitado biólogo sobre a despoluição da Baía da Guanabara.

HomossexualidadesEduardo Costa fala do lançamento do livro da psiquiatra e psicanalista Gilda Paoliello, que aborda uma perspectiva histórica da homossexualidade, e faz alguns comentários sobre o tema.

Não seja paternalista! – Alfredo Assumpção faz um alerta aos chefes e líderes, argumentando contra o paternalismo em relação aos funcionários e liderados. Leia o artigo completo aqui.

O paternalismo pode ser encontrado em qualquer tipo de empresa, não importa seu tamanho. Basta ter um líder que, na preocupação de fazer com que tudo aconteça da forma mais correta possível, acompanha o passo a passo do liderado, impedindo que a pessoa erre. A pessoa, como nunca erra, porque tem um paizão do lado cuidando para que não erre, desacostuma-se a aprender com erros e acaba ficando inutilizada para resolver todos seus demais problemas corriqueiros durante a vida. No dia que sair da tutela deste chefe protetor se sentirá perdida.

Só mães nas reuniões – As mães são mais presentes que os pais nas reuniões escolares, mesmo quando pai e mãe trabalham fora. Segundo coordenadores de escolas ouvidos pelo blog Abecedário, a presença dos homens tem aumentado nos últimos dez anos, mas ainda é baixa. O texto relembra algo básico mas esquecido – quanto mais a família participar da rotina escolar dos filhos, melhor será o rendimento deles. E você? Tem participado ativamente da rotina escolar do seu filho?

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Um ano se passou após as manifestações de diversos segmentos e camadas da sociedade brasileira ocorridas por ocasião da Copa das Confederações. Os sinais de insatisfação das pessoas com seus representantes e com as estruturas que lhes dão suporte ficaram claros. Ainda assim, a maioria deles não captou plenamente a mensagem. E também não se preocuparam em buscar soluções concretas para os problemas, mesmo que implementadas num determinado espaço de tempo definido de maneira negociada em função de recursos, prioridades e correlação de forças.

Ficaram imagens e percepções da horizontalidade dos movimentos, mesmo com o assembleísmo de alguns, lideranças difusas, negação à participação de partidos políticos e também a presença de pessoas que não quiseram mostrar a cara. Também ficaram a violência, os confrontos com a polícia, alguns momentos de contemplação da polícia, as quebradeiras e os incêndios.

Faltando 21 dias para o início dos jogos da Copa, os movimentos sociais, as diversas categorias de profissionais em greve e as pessoas atingidas diretamente pelos preparativos para o evento já entraram em campo para fazer valer suas reivindicações, há pelo menos duas semanas.

Ainda que muita gente não volte às ruas, pelo temor da violência dos mais exaltados que quebram e incendeiam bens públicos ou privados, o que fica para ser melhor percebido é a intensidade de cada evento ao longo do país. As manifestações serão mais percebidas pela qualidade política das reivindicações ou pela quantidade de pessoas nos movimentos? O jeito será observar e analisar o processo durante o seu desenrolar. Os fatos e dados vão gerar informações que poderão ser transformadas em conhecimento para orientar a tomada de decisões que nortearão os rumos da sociedade nos seus níveis de convivência. Caminhemos.

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O BRT/Move é o assunto da semana em Belo Horizonte, após a entrada em operação do Corredor Antônio Carlos e da Estação Pampulha. 

Aproveitamos para recordar algumas promessas do ano de 2009, todas publicadas no portal da Bhtrans. No link também é possível ver as outras vezes que o termo “BRT” aparece no site da empresa e relembrar outros pontos implantação do sistema na cidade.

09/09 – BH não vai parar
Presidente da BHTRANS afirma que o trânsito da capital não vai ficar engessado dentro de alguns anos como indicam alguns estudos e diz que várias ações estão encaminhadas para que a cidade corrija problemas históricos. 
20/09 – Soluções de mobilidade são debatidas em seminário da PBH
Prefeito assina convênio de cooperação com instituto que desenvolve projetos em vários países para solucionar problemas de mobilidade. 
 
01/10 – Curitiba inspira projeto de transporte para jogos
Capital paranaense inaugura 6º corredor expresso e chega a 81 quilômetros de vias exclusivas para ônibus.
 
01/10 – BHTRANS aponta soluções para o transporte público em Congresso
Investimentos em mobilidade urbana, com Transporte Rápido por Ônibus, prepara capital mineira para Copa de 2014.
O presidente da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS), Ramon Victor Cesar, ao participar do 17° Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito que termina nesta sexta-feira (2 de outubro) em Curitiba (PR), afirmou que Belo Horizonte está se preparando para a Copa do Mundo de 2014 e um dos principais projetos de mobilidade urbana para a realização do evento, o BRT (Bus Rapid Transit), o Transporte Rápido por Ônibus da avenida Antônio Carlos, deverá ter concluída sua fase de licitação em outubro próximo e ser concluído em nove meses, tendo início de implantação ainda no segundo semestre de 2010.
 
14/10 – Implantação do Bus Rapid Transit (BRT) e Anel Rodoviário definidos como prioridades
Viurbs é apresentado ao conselho de desenvolvimento metropolitano com impacto sobre 54% do tráfego de BH. 

O programa de Reestruturação Viária e Urbana de Belo Horizonte (Viurbs/Corta Caminho), que visa melhorar o sistema de vias da cidade por meio de um conjunto de propostas que prevê 148 intervenções para criar alternativas transversais de trânsito de uma região a outra, des­con­gestionando o hipercentro da capital foi apresentado à  reunião do Conselho Metropolitano da Região Metropolitana realizada na sede da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Políticas Urbanas.
 
20/11 – PAC vai liberar R$ 700 mi para destravar o trânsito de BH 
Governo Federal cria linha de crédito para financiar obras de mobilidade; capital mineira vai implantar corredores rápidos de ônibus. 
 
16/12 – BH vai receber R$ 1 bilhão para investir em obras de mobilidade
Articulação de recursos junto ao Governo Federal foi tratada em reunião em Brasília. 

Os projetos em mobilidade urbana de Belo Horizonte ganham impulso com a articulação de recursos da ordem de R$ 1 bilhão entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades. Os empreendimentos a serem financiados têm previsão de serem finalizados até o final de 2012.
 
22/12 – PBH a um passo da contratação de recursos para a Copa 2014
Valor será aplicado no sistema Bus Rapid Transit que transporta maior número de passageiros e com mais rapidez. 

A Câmara Municipal aprovou, em primeiro turno, com 31 votos a favor e uma abstenção, o Projeto de Lei 853/09, que autoriza o Executivo a contratar empréstimo de RS 1,6 bilhão para o início, no ano que vem, de obras de mobilidade urbana.
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Estamos caminhando para o terço final do outono e já registramos alguns dias de temperaturas mais baixas em Belo Horizonte. No mais frio deles, a mínima na madrugada foi de 10°C e a máxima da tarde não passou de 23°C. Outras frentes frias poderão surgir segundo os institutos de meteorologia. O frio faz pensar em quem não tem um lugar para se abrigar. Observando e analisando os dados do terceiro Censo de População de Rua de BH, realizado em 27 de novembro de 2013, cujos resultados foram divulgados pela Prefeitura em 30 de abril de 2014, alguns aspectos me chamaram mais fortemente a atenção.

Pessoa dorme dentro de agência bancária

Morando na rua, invisível para muita gente. Agência na Av. Avenida Alvares Cabral próximo à rua Curitiba. Foto: Sérgio Verteiro

Um deles foi o dado de que 1.827 pessoas estão vivendo nas ruas da cidade, significando um aumento de 52% em relação aos números apurados em 2006. Se olharmos para a linha do tempo, lá se vão sete anos. A região Centro-Sul tem 44% dessa população em seu território.

Vê-se também que 47% desses moradores dormem nos albergues municipais. Os outros  53% pernoitam nas ruas, como zumbis ou invisíveis para muita gente. Entre esses que ficam nas ruas, 34% não concordam com os regimentos internos dos albergues.

Outro aspecto que também chama muito a atenção é o envelhecimento dessa população. No primeiro Censo realizado em 1998, muitos jovens estavam nas ruas e a média de idade era de 30 anos. Já o atual Censo apresentou média de 51 anos de idade, provavelmente denotando alguma atuação para retirar os mais jovens das ruas.

Merece também um realce a afirmação de 94% dos entrevistados, quem mantém a esperança de sair das ruas via trabalho.

Fico na expectativa de que as informações obtidas sejam transformadas em conhecimento e que contribuam para as decisões que nortearão as políticas sociais do município e sem muita demora, pois, quanto pior, pior mesmo.

A Casa – Vinícius de Moraes

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O artigo 40 da Constituição Brasileira garante aos servidores ocupantes de cargos efetivos na União, Estados, Distrito Federal e Municípios, aí incluídas suas autarquias e fundações, o direito à aposentadoria integral em caso de invalidez permanente causada por acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável.

A Proposta de Emenda à Constituição – PEC 170/12, de autoria da deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), propõe que todo e qualquer tipo de causa da invalidez, também fora do ambiente de trabalho, garanta os proventos integrais. Isso é o que finalmente foi aprovado pela Comissão Especial que analisou a proposta, após dois anos de sua chegada à Câmara dos Deputados.

Se esse é o ritmo da casa, é possível inferir que a regulamentação da PEC das Domésticas ainda pode demorar mais um pouco em tempos de Copa do Mundo e campanha eleitoral presidencial.

Imagine como seria isso para ser aplicado no mundo do trabalho privado submetido ao regime geral da Previdência Social. Além das imensas dificuldades com as comprovações exigidas pelas perícias médicas, não dá para nos esquecermos que o teto máximo da aposentadoria pelo INSS é de R$4.390,24 ante R$ 29.462,25 no setor público.  Muita gente vai alegar que o déficit da Previdência não comporta e que todos os benefícios devem ser proporcionais aos períodos de contribuição para o sistema.

As diferenças e as distâncias entre os serviços públicos e o mundo privado regido pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, só se acentuam, inclusive na quantidade de pessoas que trabalham no setor privado da economia formal.

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Poupança – A captação da poupança neste ano foi bem inferior à de 2013. Nesta coluna você lê uma boa análise sobre as possíveis causas para isso.

Copa da exceção – Um seminário na UFMG discutiu, na semana passada, as mudanças na legislação brasileira por causa da Copa do Mundo. O site da Universidade publicou uma entrevista com o professor Andityas Soares de Moura Costa Matos, que traz novos pontos de vista sobre o evento a partir da legislação.

Um Estado supostamente democrático abriga um evento com a finalidade clara de angariar lucros para uma entidade privada e seus parceiros comerciais sob o simbolismo de que o Brasil é o país do futebol. Para tanto são tomadas várias medidas que vulneram o ordenamento jurídico brasileiro. Esse é o movimento da exceção, com a suspensão da legalidade em função dos interesses econômicos. Por exemplo: a Lei Geral da Copa suspende normas que protegem o idoso, a criança e o adolescente. E revoga a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios da Copa.

A invasão dos idosos – O especialista José Pastore analisou dados da revista “The Economist” que apontam que os idosos em países desenvolvidos estão ficando mais tempo no mercado de trabalho, são mais produtivos e fazem mais poupança que os mais jovens. No Brasil, no entanto, a situação é diversa. Leia aqui.

A lição é essa. Do bom ensino de hoje nascerá a esperança de contarmos com idosos qualificados e produtivos que, por volta de 2040, somarão mais de um terço da população brasileira. Do contrário, veremos mantido o lamentável e indesejável contraste do quadro atual.

Medo da tortura policial – Em pesquisa da Anistia Internacional, quando perguntados se estariam seguros ao serem detidos, 80% dos brasileiros ouvidos pela ONG discordaram fortemente. É quase o dobro da média mundial, que fica em 44%. Leia uma análise sobre o assunto aqui.

Ney Matogrosso 1 – Paulo Nogueira analisa a entrevista de Ney Matogrosso à televisão portuguesa.

Ney Matogrosso 2 – Uma segunda análise, agora de Alex Antunes, sobre o caso Ney Matogrosso. Dessa vez relembrando o passado no Secos & Molhados.

A transa de Dilma e Ney continua não rolando. Os comunas velhos continuam burros. O PT, que já foi uma novidade, simplesmente “escorregou” para o lugar dos partidos comunistas estalinistas e autoritários, herdando a sua insensibilidade social. Pior. Hoje é o governo Dilma, e não os generais da ditadura, que quer tirar uma casquinha oportunista do futebol e da copa. E que covardemente só dá satisfações ao Brasil mais moralista e atrasado. Back to 73: a revolução de costumes e liberdades individuais de Ney continua sendo a minha.

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Faltando 28 dias para o início da Copa do Mundo de futebol, fico a indagar sobre as expectativas que ainda tenho e a refletir sobre as percepções que já tive. As expectativas são poucas e as percepções crescem a cada dia.

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e órgãos congêneres estão produzindo informações, sempre em nome da segurança pública e do Estado. Independente disso, há um previsível recrudescimento das manifestações de insatisfação entre as pessoas. A impaciência vai ficando visível nas reivindicações, nas lutas, nas chamas, nos bloqueios de vias, nas greves anunciadas ou em andamento. E geram decisões espetaculares, como a Justiça proibir a greve da Polícia Federal durante a Copa.

No capitalismo sem riscos, que mesmo assim se pauta pela lei da oferta e da procura, espero que as tarifas das diárias dos hotéis desinflem bastante, para que as suas instalações não fiquem “micadas” com taxas de ocupação de 60% a 70% . Também é possível esperar mais afagos das companhias aéreas quando começarem a cair mais acentuadamente algumas reservas especulativas das agências de viagens. O próximo feirão de fim de semana se aproxima.

Dentre as muitas percepções, destaco inicialmente o custo da Copa. Foi vendida aos brasileiros a previsão de 3 bilhões, hoje já está na faixa de 25 a 33 bilhões, de acordo com a fonte escolhida. A distância entre a intenção e o gesto está de 8 a 11 vezes maior em relação ao previsto no começo. Mas eu já sei que “país rico é país sem pobreza”.

Outra percepção é a grande incapacidade do Governo Federal de conviver com problemas e de assumi-los, principalmente num ano eleitoral e com meta de reeleger a atual presidente. Como sugerido pelo presidente da Infraero, o jeito foi tapear, mesmo sabendo que basta um olhar ou um ouvido “plugado” em qualquer mídia para descobrir a farsa. Apesar de todo o escondidinho, não foi nem é possível encobrir tudo, de todo mundo, o tempo todo. Já se sabe, e foi até assumido pelo governo, que a cobertura do Itaquerão, em SP, não ficará pronta até a abertura do evento, para desespero da FIFA. Também ja está assumido que 30% do empreendimento do aeroporto de Confins em Belo Horizonte ficará para depois.

Outra percepção é a de que um planejamento mais estratégico e menos politiqueiro teria resultado numa Copa em oito praças no lugar de doze, com a abertura e o encerramento do evento no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Enfim, o presidente que trouxe a Copa do Mundo para o Brasil achou, dentro do melhor achismo, que o amor dos brasileiros pelo futebol seria suficiente para resolver todos os problemas. Nem mesmo a gestão pela exceção, como foi o caso do Regime Diferenciado de Contratação, que flexibilizou a Lei 8.666, das licitações, foi suficiente para garantir o cumprimento de prazos.

Como faz falta a gestão estruturada dos negócios. E como fazem falta liderança, foco e energia.

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