Por mais que se tente ficar indiferente diante dos acontecimentos da conjuntura política e econômica não dá para deixar de ser atingido pelas suas radiações. A histeria, a intolerância e o ódio denunciam a falta de civilização presente em diversas circunstâncias.

Também só falar e repetir insistentemente os mesmos argumentos, com a postura de proprietário da verdade, tornou-se muito cansativo para quem tem que ouvir isso tudo, principalmente se for uma pessoa educada, que sabe ouvir e também falar, mas de maneira educada e agradável.

Às vezes seria o caso de termos nervos de aço para suportar tantas incertezas trazidas pelos problemas crônicos que se arrastam sem perspectivas de soluções. Bambear os nervos também acaba sendo uma necessidade diante das tensões geradas pelas incertezas. É claro que o mercado tem muitas ofertas, a preços variáveis e sempre à disposição de quem optar por elas.

Também existem saídas mais simples e com possibilidades de custos bem menores. Imagine a possibilidade de aliviar suas tensões cultivando ou apreciando as flores de um jardim no outono, como as que estão postadas a seguir. Poderia ser uma boa quebrada para mudar um pouco a mesmice da cansativa e extenuante pauta política.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

A foto acima mostra a “ave do paraíso”, “flor da rainha” ou “estrelítzia”, nomes populares da Strelitzia reginae. Sua forma lembra, par alguns, a de uma ave em pleno vôo.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

“Bico de papagaio” é o nome popular da flor acima, muito usada em arranjos natalinos. Ela, no entanto, floresce o ano todo e, tendo espaço, se torna um arbusto. No inverno, caem as folhas e aparecem as flores de vermelho intenso e amarelo vibrante no interior. Seu nome científico é Euphorbia pulcherrima.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Acima está a flor “suspiro”, também conhecida como “crista de galo”. Ela tem uma textura aveludada e floresce o ano todo. Sua flor, que existe nas cores vermelha e amarela, pode produzir milhares de sementes. Nome científico: Celósia cristata.

Fica a sugestão: para aliviar as tensões, admire os belos jardins de outono.

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Olhar, mirar, observar e analisar podem muito nos ajudar a perceber detalhes que a correria doida do cotidiano nem sempre permite registrar. Embora não tenha números posso dizer que tem aumentado a frequência com que recebo informações dando conta da existência de prédios, casas ou lotes abandonados e de obra públicas inacabadas.

Torres Gêmeas | Foto: Sérgio Verteiro

Torres Gêmeas | Foto: Sérgio Verteiro

Nesses locais, acaba sendo inevitável o acúmulo de lixo, água empoçada em alguns tipos de recipientes, crescimento do mato, todos potencializando condições para a proliferação do mosquito transmissor de doenças como a dengue, antiga “quebra ossos”, a Zika e o Chikungunya.

Terreno onde seria construída a Nova Rodoviária de BH | Foto: Sérgio Verteiro

Terreno onde seria construída a Nova Rodoviária de BH | Foto: Sérgio Verteiro

Mesmo se abstrairmos do desperdício dos escassos recursos públicos ou privados, das condições da segurança de pessoas que moram ou passam nas proximidades e do visual desconfortável, não dá para ignorar essa realidade incômoda. Só para ilustrar a situação, estão apresentadas neste post as fotografias das inacabadas “Torres Gêmeas” do bairro de Santa Tereza, que ficam na divisa com o bairro de Santa Efigênia nas proximidades da ponte do Perrela, e o matagal no terreno onde estão previstas as obras da futura Estação Rodoviária de Belo Horizonte, no bairro São Gabriel.

Você percebe situações semelhantes no bairro em que mora ou nos trajetos que faz pela cidade? Compartilhe nos comentários.

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Enchendo a caçamba

por Luis Borges 15 de abril de 2016   A vida em fotografias

As caçambas usadas na coleta de entulhos da construção civil ou para o lixo domiciliar são encontráveis por toda Belo Horizonte, inclusive, é claro, no bairro de Santa Tereza. Em geral, as locações são feitas por três dias úteis consecutivos e na Zona Leste da cidade os preços são, em média, de R$180,00 para entulhos e R$250,00 para lixo.

Mas o que quero realçar neste texto é a rapidez com que uma caçamba é enchida. Não necessariamente pelo conteúdo de quem a contratou, mas pelas contribuições expressivas de vizinhos e não vizinhos. Se quem fez a locação não ficar esperto, poderá até ter dificuldades para colocar o seu próprio entulho ou lixo.

Fotos; Sérgio Verteiro

Fotos; Sérgio Verteiro

As fotografias acima mostram a riqueza das contribuições feitas numa rua de apenas um quarteirão no bairro de Santa Tereza. O locatário planejou o uso de duas caçambas, que seriam enchidas com entulhos de construção civil num prazo máximo de quatro dias e com sobra de espaço em função da quantidade de entulhos que seriam descartados. Entretanto o seu coeficiente de segurança não foi suficiente devido à quantidade e variedade de itens não previstos no planejamento que foram literalmente jogados na caçamba. O jeito foi contratar uma terceira unidade, que lá permaneceu por mais um dia. O gasto com o aluguel da caçamba orçado em R$360,00 acabou saindo por R$540,00. Observe com atenção nas fotografias que a primeira caçamba estava apenas começando a receber os entulhos, previstos devido à demolição de paredes e remoção de terra, e já tinha recebido uma pia e dois vasos sanitários de procedência desconhecida.

Como se vê, cada um se livra do que é indesejável em sua própria casa dando um “jeitinho”: colocando rápida e sorrateiramente na porta do outro, o que acaba se tornando o primeiro nível do bota fora. E já que é o outro que está pagando, melhor ainda!

Quem não quer ou não pode pagar um caçamba para fazer seus pequenos descartes pode procurar, em Belo Horizonte, as URPVs (Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes) da SLU. São locais que recebem terra, entulho, pneus entre outros itens até o limite de um metro cúbico por viagem. Mais informações aqui.

Ah! O caminho a ser percorrido é muito longo, exige muita força e paciência histórica de quem acredita que “essa terra ainda vai cumprir seu ideal”.

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Há calçadas em Santa Tereza que não são amigáveis para os pedestres. Ali estão buracos, desníveis, capim alto. Em algumas situações os dois coabitam – mato que esconde buracos. As fotografias deste post foram feitas no fim da semana passada.

calçadas com mato na rua ângelo rabelo

Calçadas com mato na rua Ângelo Rabelo. | Foto: Sérgio Verteiro

Esses obstáculos são mais problemáticos para pessoas idosas ou para pessoas com deficiência visual ou motora por exemplo. Ainda que acompanhados, terão dificuldades em suas trajetórias. Guardadas as devidas proporções podemos até pensar numa corrida de obstáculos do atletismo, apesar do decantado direito constitucional de ir e vir.

calçadas com buracos

Calçadas esburacadas na Rua Mármore. | Foto: Sérgio Verteiro

Vale frisar que essa situação não é exclusiva das calçadas mostradas aqui e nem apenas do bairro de Santa Tereza. Basta dar uma volta pelas ruas do bairro e da cidade e olhar com um pouco mais de atenção.

A reflexão que faço nessa hora é sobre as causas dessas situações e de quem é a responsabilidade para resolver os problemas ocasionados. Qual é a parte que cabe aos proprietários dos imóveis ou à Superintendência de Administração Regional da Prefeitura Municipal?

Como sou um esperançoso ativo, continuarei lutando pela melhoria das condições de vida no bairro com as crenças de que nada é tão bom que não possa ser melhorado e que tudo começa com a gente.

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Veículos abandonados na Rua Tenente Durval, em Santa Tereza / Foto: Sérgio Verteiro

Veículos abandonados na Rua Tenente Durval, em Santa Tereza / Foto: Sérgio Verteiro

São poucas as diferenças entre as fotos acima, que mostram os mesmos veículos abandonados na rua Tenente Durval em Santa Tereza, Belo Horizonte. Em uma há mais folhas, em outra há mais poeira sobre o carro. Passou-se quase um ano de uma foto para a outra e lá estão eles, carro e caminhão, ocupando as mesmas vagas. Se ano passado, quando o blog publicou esta reportagem, dizia-se que estavam lá há mais de um ano, agora já são mais de dois aniversários.

O carro está sendo vandalizado./ Foto: Sérgio Verteiro

O carro está sendo vandalizado./ Foto: Sérgio Verteiro

Algumas afirmações sobre nossas leis fazem parte da cultura brasileira. Uma bem comum diz que existem as leis que “pegam” e as que “não pegam”. Isso para não falar na pouca fiscalização, que só ajuda a cultivar a certeza da impunidade e o pouco caso com o bem comum.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Será que essa percepção já pode ser aplicada aos veículos automotores abandonados nas ruas de Belo Horizonte? Já se passaram mais de 90 dias da entrada em vigor da legislação municipal que determina a remoção de veículos que estejam abandonados em vias públicas há mais de dez dias. A Lei 10.885/15 foi sancionada em 30 de novembro do ano passado. Aliás, a Superintendência de Limpeza Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte, que passou a ter a atribuição de executar tal serviço, está diante de um grande desafio. Na data da publicação da lei estimava-se em 350 o número de veículos automotores, em diversos estados de precariedade, ainda abandonados nas ruas da cidade. Dois deles continuam firmes na Rua Tenente Durval, no bairro de Santa Tereza, conforme mostram as fotografias desse post.

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Contemplando a sibipiruna

por Luis Borges 16 de fevereiro de 2016   A vida em fotografias

Sibipiruna em Santa Tereza. | Foto: Sérgio Verteiro

Sibipiruna em Santa Tereza. | Foto: Sérgio Verteiro

Que tal, em algum momento do dia, abrir mão da sua pauta de preocupações, prioridades, metas a caminho do atingimento e contemplar mais detidamente a beleza da vistosa sibipiruna? Essa árvore tem altura variando de 6 a 18 metros e copa arredondada, cujo diâmetro pode chegar a 6 metros. Nativa do Brasil e presente em diversos estados do país, ela pode também ser facilmente encontrada em muitos bairros de Belo Horizonte, presença marcante na arborização da cidade.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Nas fotos que ilustram esse post você vê a bela sibipiruna que habita o pátio da Escola Estadual José Bonifácio, localizada à Rua Hermilo Alves esquina de Rua Cristal, em Santa Tereza. A escola teve sua construção iniciada em 1926 e foi inaugurada em 1930, sendo parte importante da história ao longo de 86 anos de atividade.

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Presépios de Minas

por Luis Borges 25 de dezembro de 2015   A vida em fotografias

O presépio é um dos símbolos do Natal e, em sua montagem, representa-se uma gruta, um estábulo ou algum tipo de estrebaria. O menino Jesus nasceu num lugar como esse que, segundo a crença cristã, foi o local possível encontrado por Maria e José para que o menino Jesus viesse à luz.

Presépio no Lar Santa Terezinha, em Araxá. | Foto: Elayne Pedrosa

Presépio no Lar Santa Terezinha, em Araxá. | Foto: Elayne Pedrosa

Essa singela representação nos remete à humildade e à simplicidade presentes naquele grandioso momento. No ano de 1223, portanto há 792 anos, São Francisco de Assis criou o presépio, representação do nascimento de Jesus com imagens de Maria, José, os três reis magos, alguns animais e a estrela guia. Desde então a tradição perdura. Hoje outros símbolos da data se juntaram a ela, como a árvore enfeitada, o Papai Noel, a ceia, as músicas natalinas e os presentes.

Presépio  na Praça da Liberdade, em BH. | Foto: Sérgio Verteiro

Presépio na Praça da Liberdade, em BH. | Foto: Sérgio Verteiro

Olhando ao seu redor nessa data festiva, sei que você encontrou e contemplou lindos presépios contemporâneos, que lembraram o significado da data de hoje. Acrescento algumas contribuições nas fotografias desde post.

Presépio no Parque Municipal de Belo Horizonte. | Foto: Sérgio Verteiro

Presépio no Parque Municipal de Belo Horizonte. | Foto: Sérgio Verteiro

No Parque Municipal de Belo Horizonte, há uma exposição de presépios que pode ser apreciada até o fim de dezembro.

Quantos outros presépios você conseguirá perceber? Boas descobertas!

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A falação quase que permanente em torno da crise política, econômica, social e ética às vezes nos leva à exaustão. O “trem” está feio. A falta de líderes com a capacidade e a vontade de construir uma saída honrosa para este momento da nação faz com que a gente se sinta sem representação. E nos perguntamos – até onde vai isso tudo? O poder a qualquer custo é o que parece mais interessar a quem o disputa.

Ainda assim, precisamos espairecer. Buscar um pouco de oxigênio e juntar forças para prosseguir lutando, na esperança de que, de alguma forma, dias melhores virão num determinado horizonte de tempo.

Flamboyant na Rua Aquiles Lobo, bairro Floresta (BH) / Foto: Sérgio Verteiro

Flamboyant na Rua Aquiles Lobo, bairro Floresta (BH) / Foto: Sérgio Verteiro

Xô crise! Xô pessimismo! Xô depressão! Precisamos olhar, descobrir e perceber que ainda existem, sim, muitas coisas belas ao nosso redor.

Flamboyant na Av. Raja Gabaglia, BH. / Foto: Gisele Magela

Flamboyant na Av. Raja Gabaglia, BH. / Foto: Gisele Magela

Um bom exemplo está nas flores dos flamboyants, surgidas nesta primavera, que já caminha para o fim. Nas fotos deste post é possível ver árvores que vivem em diversos pontos da cidade.

Dentro do Cemitério da Paz na Av. Carlos Luz, em BH. / Foto: Sérgio Verteiro

Dentro do Cemitério da Paz na Av. Carlos Luz, em BH. / Foto: Sérgio Verteiro

Ainda dá tempo de descobrir algo semelhante bem próximo de você. Basta procurar e querer enxergar.

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bananeira ponto ônibus

Bananeiras dividem espaço com um ponto de ônibus. / Foto: Sérgio Verteiro.

A rua Dores do Indaiá, no bairro de Santa Tereza, guarda uma surpresa para os mais observadores. Um dos pontos de ônibus da rua é marcado não só pela placa indicativa, mas também pelas três bonitas bananeiras que compartilham o espaço.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Elas ficam no meio do quarteirão da rua, logo antes da esquina com a Rua Paraisópolis. Na foto acima, é possível perceber que um cacho de bananas está em crescimento. Na primeira foto do post, uma placa escondidinha diz “Favor não jogar lixo no canteiro”.

Árvores em Belo Horizonte

Estima-se hoje que BH tenha 485 mil árvores, das quais 8 mil seriam ipês. Um inventário das árvores da cidade está sendo feito há alguns anos e, no final do mês passado, o Secretário do Meio Ambiente disse que a primeira etapa será concluída em fevereiro de 2016, abrangendo 300 mil árvores. O levantamento foi feito nas vias públicas e na parte da frente de terrenos que possuem árvores visíveis quando olhadas da calçada. Não fazem parte do inventário as árvores dos 75 parques municipais nem dos fundos dos terrenos. Outro contrato está sendo negociado para a segunda etapa para conclusão dos trabalhos.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Voltando às bananeiras de Santa Tereza, será que o inventário vai informar a quantidade de árvores frutíferas espalhadas pela cidade?

E fica a sugestão: que tal observar melhor as árvores da cidade e seus detalhes, a começar pela nossa rua e pelas demais vias públicas de nosso bairro?

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A morte e seus custos

por Luis Borges 3 de novembro de 2015   A vida em fotografias

Cemitério do Bonfim./ Foto: Sérgio Verteiro

Ontem, 2 de novembro, foi Dia de Finados. É um feriado nacional, no qual muitas pessoas se lembram daqueles que já finaram, fechando a última etapa do processo de vida. Em função da crença religiosa de cada um pode-se discutir a ressurreição da carne, a reencarnação do espírito ou o simples fim da matéria, entre outras possibilidades que possam ser levantadas.

Para além do luto e da saudade, a morte traz consigo situações muito reais a serem encaradas, que distam das emoções – e se relacionam aos custos.

Cemitério da Paz. / Foto: Sérgio Verteiro

Cemitério da Paz. / Foto: Sérgio Verteiro

Morte em cifrões

O jornal Hoje em Dia publicou recentemente esta notícia na qual explicava os planos da Prefeitura de Belo Horizonte para transferir a administração dos cemitérios municipais à iniciativa privada. A ideia seria uma PPP, que também permitiria aumentar os preços hoje cobrados – um sepultamento, hoje, custa pouco mais de 180 reais.

Parece mesquinho associar morte e custos. Mas, como tudo no mundo, o dinheiro está incluído também nesse momento. Numa olhada rápida no site Mercado Mineiro, que divulgou preços e variações dos serviços funerários, pode-se chegar à conclusão de que é preciso planejamento financeiro em vida para lidar com a morte. Planejamento que deve ser feito à luz do direito do consumidor, como lembra Maria Inês Dolci neste texto de alerta.

Cemitério do Bonfim./ Foto: Sérgio Verteiro

Cemitério do Bonfim./ Foto: Sérgio Verteiro

Sempre nos lembramos de nossos entes queridos, que partiram nos deixando dor e luto, que já viraram saudades. Fica a reflexão sobre mais esse lado da morte, que também evitamos, inclusive em relação à nossa própria passagem.

Cemitério da Paz./ Foto: Sérgio Verteiro.

Cemitério da Paz./ Foto: Sérgio Verteiro.

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