A imagem acima retrata as manifestações de desapego que se renovam no dia-a-dia da Rua Nefelina, no bairro de Santa Tereza (Belo Horizonte). É um verdadeiro bota-fora, que recebe um pouco de tudo, de agulha a avião sem combustível, passando por guarda-roupas, televisor, colchão, sacos de lixo e outras coisas mais.

Como acontecia na rua Enoy, no bairro União, essa “central do desapego” de Santa Tereza também é endêmica. A foto que abre esse post foi tirada no dia 5 de dezembro. No finalzinho da tarde do dia 6 a SLU retirou todo o material do local. De pouco adiantou. Bastou esvaziar para que hoje, dia 7/12, por volta das 12h30, novos desapegos estivessem no local.

Como resolver esse problema? Um caminho pode surgir da colaboração entre a Superintendência de Administração da Regional Leste da Prefeitura, a SLU, a Associação dos Moradores do Bairro e os próprios moradores individualmente para buscar soluções consistentes para esse problema crônico.

O importante é que ela venha rapidamente pois, como mostra a foto a seguir, o lixo oriundo dos sacos rasgados caminha para os bueiros, o que impede o escoamento adequado da água durante as chuvas. Sem contar os potenciais criadouros do mosquito da dengue e outras ameaças à saúde pública. Tudo isso a poucos metros da Praça Duque de Caxias, cartão postal do bairro.

Depende de nós também!

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O Observação & Análise abordou em diversas ocasiões o lixão que se formou e se integrou à paisagem do Bairro União, em Belo Horizonte (leia o histórico aqui). Um morador da região afirma que ele ficou ali por pelo menos dez anos, mais especificamente na Rua Arthur de Sá esquina de Rua Enoy, atrás do Minas Shopping, que fica na avenida Cristiano Machado.

Fotos: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

Conforme foi mostrado, o ciclo do lixão tem a duração de aproximadamente 15 dias. As contribuições de natureza diversificada chegam e se acumulam, até o dia em que tudo é retirado pelo caminhão da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) da capital mineira.

Fotos: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

Agora um fato novo esta chamando a atenção de alguns moradores da região. À limpeza feita na segunda quinzena de Maio, seguiu-se uma intervenção da Prefeitura Municipal visando modificar e requalificar aquele espaço público urbano. Por mais incrível que possa parecer – mesmo que ainda não tenham sido concluídas as obras do empreendimento – o fato é que já se passou praticamente um mês, tempo suficiente para se cumprir dois ciclos plenos de formação do lixão, e até agora o local segue praticamente sem novas contribuições.

Foto: Sérgio Verteiro

Local em junho de 2016, totalmente limpo. | Foto: Sérgio Verteiro

As fotografias recentes deste post foram feitas na sexta-feira passada, dia 17/06, e mostram que o espaço do antigo lixão continua sem receber lixo. Espero que todas as partes envolvidas no processo de preservação do local mantenham-se no firmes propósito de defendê-lo, não permitindo qualquer tipo de retrocesso advindo de pessoas físicas, empresas, comunidades ou órgãos públicos.

Que o lixão permaneça desaparecido para sempre!

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Lixo sem cidadania

por Luis Borges 10 de março de 2015   A vida em fotografias

O Observação & Análise mostrou em julho, setembro e dezembro do ano passado um pujante lixão que se integrou à paisagem da Rua Arthur de Sá esquina de Rua Enoy, próximo ao Minas Shopping, no bairro União, em Belo Horizonte. Ele é apenas uma pequena amostra dessa modalidade usada pelas pessoas para se livrar do lixo em diversas regiões da cidade. Basta um olhar atento para você confirmar o que estou dizendo.

Como existe um forte discurso a favor da cidadania em nossa sociedade civil, é importante lembrar que o seu exercício pressupõe direitos e deveres políticos e sociais. As fotografias deste post mostram que a cidadania continua no lixo, pois os procedimentos padrão para a coleta do lixo domiciliar não dão ao cidadão o direito de jogar ali, na rua, os seus resíduos. É seu dever destiná-los adequadamente nos dias definidos para a coleta.

Visto que ainda falta muita educação e disciplina para fazer o que é certo desde a primeira vez, é mais fácil cada um se safar como pode do lixo que sobrou em casa depois do prazo. Isso vale também para fazer do lixão um bota fora de camas, sofás, fogões, geladeiras, tanquinhos, armários e até dos entulhos da construção civil.

Fotos: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

Veja na sequência como cresce esse lixão, que leva em torno de 15 dias para se saturar e, logo após, receber o caminhão a serviço da SLU para fazer o “limpão”. Nesse caso do bairro União, o lixão ja existe há pelo menos 8 anos. É o que nos contou um cidadão que mora no bairro ao longo desse tempo e que quando lá chegou já encontrou a rua com essa função.

Fotos: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

A Superintendência de Limpeza Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte não tem feito campanhas educativas para esclarecer a população como proceder em relação ao lixo. Ela apenas recolhe tudo o que está no lixão sempre que ele fica saturado e realimenta a postura da população para continuar usando esse caminho mais fácil.

observacao_analise_lixo_sem_cidadania

Dia 6 de março, chegou a hora da limpeza… / Foto: Sérgio Verteiro

Um dos fundamentos do Programa 5S nos ensina que lugar limpo não é o que mais se varre, mas o que menos se suja. Como se vê pela prática cotidiana das pessoas que contribuem para a formação desse lixão, ainda estamos muito longe de fazer o que o fundamento preconiza. Mas essa é, também, uma das muitas caras da nossa sociedade.

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Está tudo misturado

por Luis Borges 8 de dezembro de 2014   A vida em fotografias

A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), órgão da Prefeitura de Belo Horizonte, constatou que, em geral, os moradores da cidade não separam corretamente os resíduos sólidos recicláveis que descartam nos Locais de Entrega Voluntária (LEVs). A informação é do jornal Estado de Minas, que publicou matéria no fim de novembro. Os usuários dos LEVs também criam uma espécie de “puxadinho” pra descartar lixo orgânico.

Hoje, em BH, existem 87 LEVs, com estruturas para receber separadamente papelão, plástico, metal e vidro. A coleta seletiva porta-a-porta é feita em apenas 34 bairros. Já a taxa anual de limpeza urbana é cobrada de todos, sem distinção, através da guia do IPTU.

É interessante notar que a SLU divulgou que está fazendo estudos para que os LEVs tenham apenas 2 compartimentos, sendo um para vidro e outro para os demais materiais. Também está sendo estudada a possibilidade de se fazer um recipiente para receber o lixo orgânico. Tudo isso poderá vigorar a partir de 2015 e a premissa básica do estudo da SLU é de que “já que a população descarta tudo misturado mesmo, o jeito é adequar a instalação para receber a mistura”.

amontoado de lixo, descartes de construção, na rua Enoy, bairro União

Lixão na rua Enoy, em foto de dezembro de 2014. / Foto: Sérgio Verteiro

Como se vê, parece que não estão pensando em nenhuma ação educativa para mostrar a maneira correta de como utilizar melhor as instalações atuais. Se temos a crença de que a educação é a base de tudo, melhor seria persistir com muita paciência nessa trajetória no lugar de se conformar com uma solução simplista, com grandes chances de ineficiência.

Aqui cabe lembrar outro exemplo da falta de educação da população e da falta campanhas educativas. A foto acima foi tirada no início de dezembro, na esquina das ruas Arthur de Sá e Enoy, no bairro União. É um pujante lixão a céu aberto. Mostramos o mesmo local aqui no blog, em julho e em setembro, sempre cheio de lixo. Periodicamente a SLU limpa o local, mas a população rapidamente deposita suas “contribuições”, transformando o local novamente em lixão. Como se vê, não basta aceitar a situação e limpar o local periodicamente. A forma de encarar o problema deve ser outra. Senão corremos o risco de ter lixões onde hoje estão os LEVs.

Caminhão depositando lixo no lixão clandestino no bairro União

Outro ângulo do lixão. / Foto: Sérgio Verteiro

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montanha de lixo jogada em rua do bairro União

Foto: Sérgio Verteiro

Neste bairro da região nordeste de Belo Horizonte a coleta de lixo domiciliar é às terças, quintas e sábados, que é feita por uma empreiteira da SLU – Superintendência de Limpeza Urbana. Como na maioria dos bairros da cidade, é claro que lá não existe coleta seletiva. O bairro fica próximo à avenida Cristiano Machado, atrás do Minas Shopping, e tem um lixão a céu aberto na encosta de um barranco bem próximo à Leroy Merlin, na esquina das ruas Arthur de Sá e Enoy. A população faz todos os tipos de contribuições para que o volume de bens lá jogados seja cada vez maior, assim como as sobras de alimentos e outros dejetos. Imagine quando chove! Frequentemente ratos, baratas, escorpiões, animais mortos, como gatos e cachorros, fazem parte do cenário. A cada 15 dias, em média quando fica tudo cheio, um caminhão aparece e faz a retirada dos entulhos. Como falta educação e consciência a muita gente, logo após a saída do caminhão começa a formação de um novo monte de lixo . Também pessoas de outros bairros passam em seus veículos e dispensam lá aquilo que não lhes serve ou não cabe em suas casas, até mesmo o lixo que não foi colocado pra fora nos dias e horários que foram definidos para a coleta. É claro que falta isso, falta aquilo mas também falta muita educação e campanhas permanentes de educação sanitária, inclusive para mostrar que não existe processo sem a cooperação de todos os envolvidos. Acredito que esse não é o único lixão da cidade e também não sei se o órgão gestor da limpeza urbana sabe, mas sei que quem não mede não gerencia e que quem não controla também não gerencia. Fico pensando no quanto se fala no belo horizonte e também nas pessoas que vêem esse lixão no seu horizonte.

Montanha de lixo no bairro União, vista de maior distância

Foto: Sérgio Verteiro

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