Está tudo misturado

por Luis Borges 8 de dezembro de 2014   A vida em fotografias

A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), órgão da Prefeitura de Belo Horizonte, constatou que, em geral, os moradores da cidade não separam corretamente os resíduos sólidos recicláveis que descartam nos Locais de Entrega Voluntária (LEVs). A informação é do jornal Estado de Minas, que publicou matéria no fim de novembro. Os usuários dos LEVs também criam uma espécie de “puxadinho” pra descartar lixo orgânico.

Hoje, em BH, existem 87 LEVs, com estruturas para receber separadamente papelão, plástico, metal e vidro. A coleta seletiva porta-a-porta é feita em apenas 34 bairros. Já a taxa anual de limpeza urbana é cobrada de todos, sem distinção, através da guia do IPTU.

É interessante notar que a SLU divulgou que está fazendo estudos para que os LEVs tenham apenas 2 compartimentos, sendo um para vidro e outro para os demais materiais. Também está sendo estudada a possibilidade de se fazer um recipiente para receber o lixo orgânico. Tudo isso poderá vigorar a partir de 2015 e a premissa básica do estudo da SLU é de que “já que a população descarta tudo misturado mesmo, o jeito é adequar a instalação para receber a mistura”.

amontoado de lixo, descartes de construção, na rua Enoy, bairro União

Lixão na rua Enoy, em foto de dezembro de 2014. / Foto: Sérgio Verteiro

Como se vê, parece que não estão pensando em nenhuma ação educativa para mostrar a maneira correta de como utilizar melhor as instalações atuais. Se temos a crença de que a educação é a base de tudo, melhor seria persistir com muita paciência nessa trajetória no lugar de se conformar com uma solução simplista, com grandes chances de ineficiência.

Aqui cabe lembrar outro exemplo da falta de educação da população e da falta campanhas educativas. A foto acima foi tirada no início de dezembro, na esquina das ruas Arthur de Sá e Enoy, no bairro União. É um pujante lixão a céu aberto. Mostramos o mesmo local aqui no blog, em julho e em setembro, sempre cheio de lixo. Periodicamente a SLU limpa o local, mas a população rapidamente deposita suas “contribuições”, transformando o local novamente em lixão. Como se vê, não basta aceitar a situação e limpar o local periodicamente. A forma de encarar o problema deve ser outra. Senão corremos o risco de ter lixões onde hoje estão os LEVs.

Caminhão depositando lixo no lixão clandestino no bairro União

Outro ângulo do lixão. / Foto: Sérgio Verteiro

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