Vale a leitura

por Luis Borges 5 de setembro de 2015   Vale a leitura

Vida tranquila no interior de Minas

Conheço algumas pessoas que vieram do interior do estado para morar em Belo Horizonte e que sonham com o dia em que poderão voltar para a sua terra natal. Lá estão suas raízes, muitas lembranças da vida vivida com familiares e amigos, toda a tranquilidade de antigamente, embora hoje as coisas já tenham se modificado bastante em relação às de outrora.

De qualquer maneira essa vontade é real às vezes existe também nos descendentes dessas pessoas que, quando nada, querem ir ao interior buscar novas energias. Lívia Aguiar conta aqui o que a levou a Santo Antônio do Amparo, berço de sua família paterna.

Casa bem cuidada: o piso no lugar, morcegos devidamente expulsos dos cômodos, fogão, geladeira, tudo funcionando bem. Só alguns móveis insistem em alimentar os cupins… Quintal grande, cheio de árvores frutíferas: mexerica, limão capeta, laranja serra-d’água, lima, jabuticaba, manga, pinha, nêspera. Cheio de passarinhos também. Os meus preferidos são os bem-te-vis, sempre cantando alto no começo da manhã e no fim da tarde. Depois de tanta socialização e intensidade no México, essa tranquilidade era tudo que eu estava procurando.

Dá para imaginar algo semelhante em cidades como Araxá, Bambuí, Caratinga, Barbacena, Caratinga, Caxambu ou Patos de Minas?

Jovem de cabeça velha

O posicionamento de muitos jovens perante diversos temas que estão na pauta da sociedade brasileira chega a nos assustar. Muitas vezes se manifestam cheios de aparência, vazios de conteúdo, mas plenamente conservadores e pouco contributivos para um avanço da sociedade e que respeite a todos em suas necessidades e especificidades. Às vezes impulsivos outras vezes voláteis e geralmente com o individualismo cristalizado, eles denotam baixa percepção dos outros e buscam fazer o mínimo para se manter estagnados no seu jeito de ser.

É sobre o jeito de ser dessa moçada nova, conservadora em seus atos que reforçam o status quo, que escreve Leonardo Sakamoto em seu artigo Nada é pior do que se deparar com um jovem de cabeça velha.

Um jovem de cabeça velha é aquele que acha legal contestar tudo o que veio antes, ignorando a História. Dessa forma, acha que está sendo a última cocada do tabuleiro do vanguardismo quando, em verdade, mergulha de cabeça na piscina sem água do reacionarismo.

Aumento de impostos sobre heranças

Um sonho bom de ser sonhado, e que preferencialmente um dia se torne realidade, movimenta o horizonte de muitos possíveis herdeiros. Independente do tamanho e de onde virá a herança dentro das regras da legislação vigente, um fato relevante do momento é a discussão do aumento da taxação sobre heranças e doações. A fúria arrecadadora dos estados e da União enxerga como ótima oportunidade a elevação dos tributos dessa área, que hoje variam de 4% a 8%, para 20%. De quebra, a União passaria a ter uma parte desse imposto, que hoje só vai para os estados. Aumentar impostos é um caminho mais fácil do que cortar gastos desnecessários, principalmente com as boquinhas.

O artigo Arrecadação sobre doações e heranças dispara em São Paulo mostra que muitas pessoas estão se antecipando à possíveis alterações da Lei e fazendo hoje as transferências de heranças que teoricamente se dariam num futuro mais longínquo. Ainda segundo a reportagem, o imposto brasileiro é um dos menores do mundo. Nos Estados Unidos pode chegar a 40% e, na França, a 60% do valor recebido.

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