A viagem que virou uma saga

por Luis Borges 5 de setembro de 2023   Pensata

Segundo o dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa, Saga é uma sequência de acontecimentos fecunda em incidentes, conforme um dos seus verbetes. Foi o que aconteceu com um mineiro de 64 anos, residente em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, que possui uma propriedade rural de grande porte no Sul do Estado de Goiás. O seu negócio é a soja, destinada à exportação. Tudo é feito em conformidade com a sustentabilidade ambiental.

A cada 30 dias, o proprietário vai à sede do seu empreendimento onde permanece em torno de 7 dias verificando a conformidade da gestão dos processos operacionais, o andamento das metas e as ações corretivas que se fizerem necessárias. Ele faz também contatos com fornecedores, clientes e outros proprietários de empreendimentos na região.

Desde que entrou nesse negócio, tem sido bem complicada a logística para ir até a propriedade e retornar a Nova Lima. Exemplificam bem isso os acontecimentos da visita ocorrida em meados do mês de julho.

Tudo começou na ida de Belo Horizonte para Goiânia, quando foi marcado um voo para as 17h30. Ele saiu de casa em Nova Lima um pouco antes das 15h, com a meta de chegar ao aeroporto de Confins com 1h15 de antecedência em relação à decolagem da aeronave. Afinal de contas, a empresa aérea só recebe as malas para quem paga pelo despacho de bagagem até 60 minutos antes da hora marcada para o início da viagem. Entretanto, foi surpreendido no guichê ao ser informado do cancelamento do seu voo e a sua inclusão no próximo, previsto para 21h50. Um detalhe: a passagem de ida, com o despacho de uma mala custando R$ 1.800,00 e a de volta, 10 dias depois, ao preço de R$ 1.300,00.

Quando o avião pousou em Goiânia no meio da pista do aeroporto, bem distante do local clássico de desembarque, quase todos os passageiros se levantaram para sair rapidamente da aeronave. Imediatamente, o comandante solicitou pelo alto-falante que todos os passageiros deveriam ficar sentados em seus lugares. Isso porque agentes da Polícia Federal entrariam na aeronave para identificar dois passageiros que estavam sendo procurados. Os nomes foram anunciados no autofalante com o pedido para que se apresentassem espontaneamente. Como ninguém se manifestou, dois agentes começaram a verificar o documento de identidade de todos que estavam a bordo, até que na 8ª fila uma passageira se identificou e já ficou detida.

Os passageiros que não faziam parte do alvo da operação começaram a desembarcar enquanto os agentes avançavam pela aeronave até encontrar o outro procurado.

Após chegar no saguão do aeroporto, poucos minutos antes da meia-noite, o fazendeiro foi buscar o veículo reservado na locadora e teve mais uma pedra inesperada no caminhar do dia. A sua reserva havia caído no sistema e não havia disponibilidade do modelo de veículo de sua preferência. O jeito foi pegar e aceitar o que tinha lá e partir imediatamente para o sul de Goiás e chegar ao município onde fica sua propriedade por volta das 5 horas da madrugada. Foi a conta de se preparar para o primeiro compromisso de sua jornada marcada às 9h daquela manhã.

Como podemos ver, essa viagem tornou-se uma saga mesmo com todo o planejamento. O que prevalece é o desrespeito ao cliente da empresa aérea que, além de cobrar altos preços, ainda não cumpre do que foi combinado com os passageiros, a começar pelo cancelamento de um voo, por exemplo.

E você, caro leitor, já passou por perrengues desse tipo? Reclama ou fica por isso mesmo?

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 28 de agosto de 2023   Curtas e curtinhas

Mais vagas para cursos de medicina

A Secretaria de Educação Superior – Sesu, do Ministério da Educação – MEC, enviou ofício circular às universidades federais pedindo que elas avaliem com urgência a ampliação do número de vagas ofertadas e a abertura de novos cursos de medicina.

A medida foi criticada pela Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades – Abrafi, uma das principais entidades de representação do ensino superior privado.

A avaliação é de que o Governo Federal vai inviabilizar a abertura de novas vagas em instituições pagas.

É o capitalismo sem riscos, buscando garantir uma reserva de mercado ao se sentir ameaçado diante da possibilidade do aumento de vagas no ensino público gratuito.

Aguardemos o desfecho do caso.

Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO 2024 

O Poder Legislativo da União Federal, Estados e Municípios precisa aprovar até 31 de agosto de cada ano a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO enviada pelo Poder Executivo com os parâmetros para a elaboração do orçamento do ano seguinte.

Em Araxá, por exemplo, a Câmara Municipal fez uma reunião extraordinária no dia 21 de agosto e aprovou a LDO (Projeto de Lei 46/2023), que prevê uma arrecadação de R$ 792 milhões para o Município em 2024. Vale lembrar que em 2023 a arrecadação esperada é de R$ 720 milhões.

Pelo visto, está difícil de se alcançar essa meta, mas é preciso conhecer as causas fundamentais desta dificuldade.

Agora é aguardar o projeto da Lei Orçamentária Anual de 2024, a ser enviado pelo Poder Executivo.

Os imóveis do patrimônio da União Federal

O Governo Federal e o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Administração – Consad estão lançando a Rede Nacional de Patrimônio Público na expectativa de melhorar a gestão dos imóveis que pertencem a União, Estados e Municípios.

Fala-se, atualmente, que a União possui mais de 700 mil imóveis, dos quais 10 mil estão desocupados, sem manutenção adequada e correndo risco permanente de invasão.

Segundo dados do Tribunal de Contas da União – TCU, os gastos anuais com aluguéis no âmbito da estrutura dos órgãos da administração Federal são de R$ 1,6 bilhão e mais R$ 180 milhões são despendidos com o pagamento de taxas de condomínio.

Ainda segundo o TCU, o valor total dos bens imóveis em poder da União é de R$ 1,36 trilhão e chama atenção a depreciação desses bens, que está em R$ 18 bilhões por ano.

O equilíbrio das contas públicas é um desafio permanente

O Arcabouço Fiscal foi aprovado pelo Congresso Nacional para substituir o teto de gastos. Agora, a discussão da Reforma Tributária prossegue no Senado, mas o grande desafio para os gestores públicos continua sendo a gestão do que se arrecada e do que se gasta. Nesse momento, não dá para aumentar a já alta carga tributária e a economia ainda está longe de um crescimento pujante diante das necessidades do país.

Olhando para a arrecadação de Estados e Municípios, é possível verificar que nem tudo são flores. Cerca de 51% dos municípios mineiros afirmaram que estão com a arrecadação de janeiro a julho desse ano menor que o projetado no oçamento. O Estado de Minas Gerais arrecadou no mesmo período R$ 63,964 bilhões ante R$ 68,090 bilhões em igual período do ano passado em valores nominais. Já o município de Araxá, por exemplo, recebeu pela transferência de sua participação no ICMS, IPI e IPVA R$ 142,564 milhões nos 7 meses desse ano ante R$ 173,853 milhões em igual período do ano passado.

Aguardemos para ver como os gestores públicos farão para fechar o ano. Qual será a diferença entre o orçado e o realizado?

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Lutar por uma moradia digna, dela cuidar e buscar a melhoria contínua do “nosso cantinho” faz parte, ou deveria fazer, de nossos sonhos, propósitos, objetivos e metas. Atingir uma meta estabelecida de maneira fundamentada, sem delírios, é sempre um grande desafio, porém possível de ser alcançada.

Nesse sentido, vejamos o caso de um casal de operadores do mercado financeiro que vive junto há 15 anos. Ao longo desse período eles residiram num apartamento com área de 100 m² no último andar de um edifício de três andares (4 unidades por andar) num bairro da zona sul de Belo Horizonte. O detalhe é que o acesso aos apartamentos só é feito por escadas e nem todos eles têm direito a uma vaga de garagem, inclusive o deles.

Após 5 anos morando no local, o casal começou a sentir o desafio de subir e descer escadas todos os dias, quase sempre carregando alguma coisa, além de uma bolsa ou um dispositivo tecnológico. Eles já estavam na metade da faixa dos 50 anos de idade e já pensando sobre como fazer diante do avanço dos anos num futuro cada dia mais próximo.

Então estabeleceram a meta e as medidas de um plano de ação para viabilizar um apartamento com elevadores de acesso e tendo duas vagas de garagem num horizonte de 10 anos.

A meta foi atingida no final do ano passado, numa operação que envolveu a venda do imóvel em que moravam e que deveria ser entregue ao comprador no fim de março deste ano.

Como o apartamento adquirido foi construído há mais tempo, tornou-se necessário fazer uma reforma abrangendo uma nova configuração do espaço existente, mudança dos pisos, alterações no sistema hidráulico-sanitário, instalação de ar condicionado nas salas, quartos e escritório, bem como uma pintura geral, troca na pedraria da cozinha e banheiros, além de substituição da fiação elétrica.

O planejamento feito previa a contratação de um profissional da arquitetura para fazer um projeto com as modificações desejadas e outro da engenharia civil para a implementação. Coube a ele contratar a mão de obra necessária e comprar os materiais e insumos utilizados.

A partir daí começaram os problemas de cada dia. O profissional de arquitetura não entregou o projeto no prazo estabelecido e sempre tinha uma justificativa para o atraso, inclusive falta de tempo devido à carga horária na empresa em que é empregado. Na prática, o projeto era apenas um “bico” para ele, ainda mais que recebeu adiantadamente parte dos honorários ao fazer um contrato verbal com os seus clientes.

O jeito foi começar a obra no início de fevereiro com a previsão de conclusão no fim de abril, ou seja, em três meses.

Na linha do “cada dia com sua agonia” aconteceu um pouco de tudo, a começar pela mão de obra, geralmente precisando de mais capacitação técnica e desistindo do trabalho diante de qualquer pequeno conflito ou contrariedade. Problemas também com a assiduidade e pontualidade das pessoas, desperdício de materiais e insumos por incapacidade técnica ou meros descuidos, pouco zelo com a limpeza de ferramentas, utensílios e do próprio local de trabalho…

Resumindo a história, a obra atrasou em dois meses, com o custo ficando 40% acima do previsto, o projetista entregou o projeto com um atraso de um mês e erro na medição do espaço para a máquina de lavar roupa, pois não considerou a altura dos pés do equipamento.

A perfuração de uma tubulação de água num dos banheiros causou vazamento no andar de baixo durante todo um final de semana, o que obviamente, gerou conflitos com os moradores atingidos.

Exaustos, desgastados e morando a dois meses num apart hotel e com os móveis e utensílios guardados num depósito, o casal decidiu paralisar a obra deixando para fazer depois uma série de acabamentos, inclusive a instalação de armários.

Finalmente eles conseguiram se mudar no último fim de semana de junho para usufruir da meta atingida, ou seja, morar num edifício com 2 elevadores e 2 vagas de garagem. Mas já tiveram que corrigir alguns defeitos nesse quase um mês e meio morando no “novo cantinho”.

Você já passou por algo semelhante ao reformar sua moradia?
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por Sérgio Marchetti*

Conforme descrevi outro dia (falando do Clube Atlético Mineiro — que não melhorou nada), há muitos anos os especialistas em administração de empresas e gurus de destaque mundial vêm fazendo uma analogia entre equipes de futebol, vôlei, basquete com as equipes de uma empresa. A palavra time encontrou guarida nas organizações e na filosofia de trabalho de muitas delas que, estando voltadas para resultados coletivos, consolidaram missão, visão, valores, metas e objetivos. De fato, um time de futebol, por exemplo, conta com a participação de todos os membros da equipe. Por outro lado, se as empresas adotaram a estratégia dos times ou do esporte, os times viraram empresa e se estruturaram como tal. Mas a lucratividade se sobrepõe às vitórias e conquistas.

Destacamos semelhanças e diferenças que ambas as organizações podem utilizar para atingir seus objetivos. Detalhes como possuir publicidade, trabalhar adesão de clientes e associados, contratar profissionais de ponta, realizar treinamentos etc. são pontos comuns em todas as organizações. As diferenças também são muitas: salários, prêmios, fama, não punição pelos erros cometidos durante o trabalho (jogo). Essas são prerrogativas exclusivas aos profissionais do esporte. Também não inventaram nada que faça uma jogada brilhante ser repetida e padronizada. São como ondas, acontecem sempre de forma diferente (“a vida vem em ondas…”). Prova disso é a oscilação de um time de futebol que num dia realiza um jogo brilhante e no outro fracassa de forma humilhante (só para rimar). Mas o líder pode ajudar a fazer com que o índice de erros seja menor. Pode haver regularidade, sim. Na empresa mais desenvolvida, quando um profissional erra duas vezes, seu líder procura saber a causa e busca solução. A causa pode estar ligada à problemas pessoais ou técnicos. No primeiro caso, oferecem ajuda psicológica ou sugerem que a procure fora da empresa. No caso de ser problema técnico, treina-se, substitui-se.

No futebol, parece que errar foi institucionalizado como normal. Perder com placar dilatado também. Um goleiro que não sabe chutar, e que a metade de seus lançamentos feitos com os pés vão para fora do campo, não deveria ter tantas bolas atrasadas, pois esse é um ponto fraco e fatalmente poderá acarretar em erro. Talvez o treinador não veja que isso acontece. Deve ser míope. Mas o treinador ignora falhas grosseiras e repetidas a cada partida.  Na empresa, ou se corrige ou substitui o profissional ou o líder. Algumas demissões sempre acontecem. Os erros não ficam impunes. No futebol, quase sempre buscam um culpado – o técnico “paga o pato”.  Às vezes merecidamente, pois tem aqueles que não aceitam críticas, ironizam, não alteram sua estratégia, não treinam seu goleiro (mesmo que esteja falhando bastante) não treinam os demais jogadores que erram 30 passes durante o jogo. Também não reconhecem seus erros, não se incomodam de ser “saco de pancada”, e por vezes são premiados pela diretoria com a renovação de seu contrato. Isso tudo com direito a aumento do salário. Viram, leitores, como a empresa do esporte é diferente das demais. Na empresa você pergunta: – o que ganhamos este ano? – Nada? Então algo terá que ser mudado. No futebol fazemos a mesma pergunta: – o que ganharam este ano? – A Copa Brasil? – Não. – O campeonato Nacional? – Não. Mas, ironicamente, ainda assim, alguns treinadores, quando questionados parecem ter visto outros jogos e com a “cara mais lavada” consideram o resultado como ótimo. E, para amenizar as perdas, ainda conjugam o verbo competir e o colocam como a ação mais importante.

Competir é preciso, ganhar não é preciso.

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 12 de julho de 2023   Curtas e curtinhas

Câmara Municipal de Contagem rejeitou aumento salarial de 60% para vereadores

A Câmara Municipal de Contagem rejeitou por unanimidade na terça-feira, 11 de julho, um aumento salarial de 60% para os vereadores da próxima legislatura, período de 2025 a 2028.

O projeto havia sido aprovado em primeiro turno por 19 dos 21 vereadores, em rápida tramitação. Entretanto, recebeu duras críticas da população da cidade, inconformada com o aumento de 60% no valor dos salários, que passariam de R$ 13,5 mil para R$ 22 mil mensais.

Como estamos a menos de 15 meses das eleições de 2024, os vereadores não tiveram outra alternativa a não ser a rejeição da proposta anterior num recuo rápido para tentar uma sobrevida política.

É importante lembrar que, no final do ano passado, a Câmara aprovou o aumento de mais 4 vagas para a próxima legislatura, o que elevará para 25 o número de vereadores na Casa, que recebe 4,5% do orçamento municipal para bancar seu funcionamento.

Supermercados querem a antecipação da vigência da Reforma Tributária

A Associação Brasileira de Supermercados – Abras vai apresentar ao Ministério da Fazenda uma proposta de antecipação da vigência da Reforma Tributária, ou seja, querem encurtar os prazos previstos até 2033.

Aprovada na semana passada em dois turnos pela Câmara dos Deputados, a reforma ainda precisa ser votada pelo Senado Federal a partir de agosto e muitos temas ainda dependerão da aprovação através de projetos de lei. Mesmo assim, ainda falta discutir e aprovar a reforma do imposto sobre a renda e o patrimônio.

Pelo que se vê, ainda vai passar muita água debaixo da ponte, pois também já se fala em fatiar a proposta para revisão no Senado, a casa revisora de leis. Quanto às liberações das emendas parlamentares, basta lembrar que isso é um pré-requisito para que as coisas caminhem.

O fim das praças de pedágio em rodovias está próximo

O Ministério dos Transportes informou que a implementação do Trânsito Livre (Free Flow) como exigência nas rodovias concedidas no Brasil deve dobrar o uso de tags (etiquetas) automáticas em veículos nos próximos dois anos.

Já a Associação das Empresas de Pagamento Automático – Abepam afirma que atualmente existem 12 milhões de motoristas usando algum meio de pagamento por tags. Esse número cresceu 50% desde março de 2020.

A maior facilidade para o pagamento dos pedágios, com os lançamentos diretos num cartão de crédito e desobrigando o condutor de parar o veículo, não deve nos impedir de lembrar que esse é mais um custo, além do IPVA, para se ter uma rodovia em boas condições de uso.

A entrega de cargas via modal aéreo

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil – Anac, a Azul Cargo, empresa de logística da Azul – Linhas Aéreas Brasileiras – concentrou 34% do mercado de entregas aéreas de cargas e correios no período de janeiro a maio desse ano. A empresa atende 5 mil cidades, quase 90% dos municípios do país, e possui 300 lojas abertas. A meta é encerrar o ano com 45 novas lojas em operação.

Em seguida vem a Latam Cargo, que consegue cobrir quase 3.500 cidades, e a Gollog, que atinge a 4.100 cidades.

Haja querosene de aviação para ser queimado enquanto falamos em sustentabilidade ambiental e energia limpa.

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 23 de maio de 2023   Curtas e curtinhas

Unimed-Rio é líder no Índice Geral de Reclamações da ANS 

A Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS divulgou a lista dos planos de saúde pior avaliados em seu Índice Geral de Reclamações – IGR do mês de abril/2023. A Unimed-Rio, cooperativa de trabalho médico, lidera o ranking pelo sexto mês consecutivo. Em 2º lugar está a Associação de Beneficência e Filantropia São Cristovão, em 3º a Notre Dame Intermédica e em 4º o Bradesco Saúde. Esses dois últimos possuem o dobro de clientes da Unimed-Rio.

Enquanto as reclamações não param de chegar a ANS, os clientes prosseguem inquietos na expectativa do aumento dos preços dos planos de saúde, previsto para ser divulgado em junho. Quantos e quais mesmo assim prosseguirão diante da crescente perda do poder aquisitivo?

Viva o SUS!

Como ficarão os preços da gasolina, óleo diesel e gás de cozinha a partir de junho? 

A Petrobras modificou a sua política de preços dos combustíveis, no início da segunda quinzena de maio, e eles começaram a cair um pouco. Por outro lado, a partir de junho será concluída a reoneração com o acréscimo da segunda metade do ICMS, que voltou a ser cobrado a partir de março pelos estados. Em julho, será retomada a cobrança do PIS/Cofins, que é um tributo Federal. Vale lembrar, ano passado houve deflação nos meses de julho, agosto e setembro após a desoneração dos impostos no período eleitoral. As projeções do Boletim Focus do Banco Central mostram que a inflação medida pelo IPCA do IBGE ficará em torno de 6% nesse ano, bem distante da meta de 3,25%.

Subsídio municipal para o transporte coletivo por ônibus em Belo Horizonte  

Desde o dia 23 de abril está em vigor o aumento de 33% nos preços das passagens para o transporte coletivo por ônibus em Belo Horizonte. A passagem mais usada passou de R$4,50 para R$6,00, enquanto o sindicato das empresas concessionárias dos serviços queriam R$6,90. Após muitas discussões entre a Prefeitura Municipal, a Câmara de Vereadores e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte – SetraBH, chegou-se a uma proposta de subsídios municipais no valor de R$ 512 milhões na reunião no dia 18 de maio, para que voltem a vigorar os preços anteriores.

Durante as negociações os empresários do setor propuseram que o subsídio fosse de R$ 740 milhões. Esse valor foi descartado pela Prefeitura e Câmara de Vereadores por falta de comprovação de sua necessidade. Para terem direito ao subsídio, as empresas concessionárias deveram atender aos requisitos de manutenção, limpeza e funcionamento do ar condicionado dentre outros, além de aumento de 10% na quilometragem rodada e colocar em operação 420 novos ônibus.

Enquanto a tramitação dessa proposta prossegue na Câmara de vereadores, a população continua padecendo com os novos preços que entraram em vigor há 1 mês. Cada dia com a sua agonia!

Câmara de Belo Horizonte terá mais 2 vereadores 

A população de Belo Horizonte elegerá, em outubro de 2024, mais 2 vereadores para a Câmara Municipal, que assim passará a ter 43 membros. O aumento foi aprovado por 40 dos atuais 41 vereadores – o presidente da Câmara não votou. Em função do que determina a lei, os municípios com população entre 2,4 e 3 milhões de habitantes podem ter no máximo 43 vereadores e, como atualmente Belo Horizonte tem 2,55 milhões, ficou óbvia a opção dos Edis pelo número máximo permitido.

O salário pago aos vereadores tem o nome de subsídio, conforme definido pela Constituição Federal.  O subsídio pago ao vereador é definido ao final de cada legislatura, com efeito para os quatro anos subsequentes. Na atual legislatura os vereadores recebem um subsídio mensal de R$ 18.402,02. Aos 41 vereadores é facultado contratar até 15 assessores parlamentares para apoio ao desenvolvimento de atividades institucionais e de mandato, além de um atendente parlamentar, um auxiliar legislativo e um chefe de gabinete parlamentar, totalizando, no máximo, 18 servidores contratados em cada gabinete.

Como se vê, poderemos ter até 38 novas ocupações diretas no mercado de trabalho, todas em prol da representação do povo de Belo Horizonte. Recursos financeiros ainda não faltam!

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 22 de fevereiro de 2023   Curtas e curtinhas

Depois do Carnaval

A marcha da quarta-feira de cinzas, música de Carlos Lyra e Vinicius de Morais feita em 1963 e cantada por Toquinho, sinalizava o fim do Carnaval até algum tempo atrás. Ela se inicia dizendo que “Acabou nosso carnaval/ Ninguém ouve cantar canções/ Ninguém passa mais/ Brincando feliz/ E nos corações/ Saudades e cinzas/ Foi o que restou”.

Hoje, na era dos blocos e bloquinhos de rua, o pós-carnaval só termina no domingo, 26 de fevereiro, em muitas cidades como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de janeiro.

De qualquer maneira, vale a pena lembrar que já se passaram dois meses do ano e temos propósitos, objetivos e metas que movimentarão nossos planos de ação nos próximos meses, ou mesmo que prosseguirão ao longo do ano que vem.

As greves no metrô de Belo Horizonte

Os metroviários de BH são contra a privatização do metrô, leiloado pelo Governo Federal no dia 22 de dezembro. Uma reivindicação básica é a manutenção da estabilidade no emprego para os 1.600 metroviários e que deve constar em documento assinado pelo novo proprietário.

Nos últimos 12 meses os metroviários fizeram 4 greves. A primeira teve início em março do ano passado, durou 40 dias e foi a mais longa. Depois vieram as greves de setembro e dezembro, sendo que esta durou 8 dias e só foi suspensa após o dia do leilão de privatização.

Agora, a greve mais recente teve início na quarta-feira 15 de fevereiro, ainda no pré-carnaval.

Enquanto isso, 200 mil passageiros deixam de usar o metrô diariamente e as 19 estações estão bem trancadas. É o que temos para comprometer ainda mais a mobilidade urbana.

Reforma tributária

Há muito tempo se fala em reforma tributária no Brasil, mas entra governo, sai governo e nada segue em frente. No Congresso Nacional existe uma proposta tramitando no Senado que propõe juntar 9 tributos em 1 e outra proposta na Câmara dos Deputados buscando transformar 5 tributos também em apenas 1. Todo mundo fala em simplificar a cobrança, em aprovar primeiro a tributação sobre o consumo e no segundo tempo mexer na carga tributária sobre a renda. Será que mexerão com os dividendos e heranças dos super-ricos? Atualmente, a altíssima carga tributária brasileira consome 35% do produto interno bruto (PIB).

Tenho preocupações sobre o futuro dos municípios – onde moram os cidadãos – em relação à cobrança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN, caso ele fique fora do controle dos prefeitos no momento da arrecadação.

Espero também que haja uma redução da carga tributária. Muita água ainda vai correr debaixo da ponte numa verdadeira alquimia para atender a todos os interesses que estarão em jogo.

Aumento na captação da previdência privada

A Federação Nacional de Previdência Privada e Vida – Fenaprevi informou que a captação de recursos em previdência privada chegou a R$ 156 bilhões em 2022. O crescimento foi de 11% comparado ao ano de 2021.

O levantamento mostra que quase 11 milhões de pessoas possuem algum plano de previdência no Brasil e o total de ativos do setor fica em R$ 1,2 trilhão. São cerca de 13,8 milhões de planos comercializados e 65 mil (5%) estão em fase de recebimento de benefícios.

Os dados mostram que 61% dos planos contratados são VGBL (vida gerador de benefício livre), enquanto 21% são PGBL (plano gerador de benefício livre) e 18% são os tradicionais de risco.

Na captação bruta, os prêmios no VGBL corresponderam a R$ 140 bilhões (90% do total em 2022), seguidos por PGBL com R$ 12,7 bilhões e planos tradicionais com R$ 3,2 bilhões.

É óbvio que quem puder deve se preocupar em fazer algum tipo de investimento para complementar a aposentadoria pelo INSS.

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Fevereiro está na passarela

por Luis Borges 8 de fevereiro de 2023   Pensata

O tempo prossegue passando inexoravelmente, sem piedade e sem escapatória. Pensando nisso constatei que a virada do ano foi outro dia mesmo, porém já se passaram 40 dias de muitos acontecimentos no novo ano. Vou citar aqui algumas coisas que chamaram minha atenção nesse período, além de expectativas esperançosas e realistas que tenho para esse novo tempo que segue avançando.

De cara, foi marcante a posse do novo Presidente da República, democraticamente eleito, com todo o simbolismo trazido pelas pessoas que subiram com ele a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília, no dia 1º de janeiro.

Depois, vieram os inaceitáveis atos terroristas perpetrados por golpistas contra a Democracia Constitucional Brasileira, com a invasão às sedes dos Três Poderes, também em Brasília, no dia 8 de janeiro. Os atos tem que ter consequências.

Continuando a olhar para o tempo que passa, vale lembrar que quem está com fome tem pressa, que uma meta prioritária é a de Fome Zero e que é preciso ter uma data para acontecer. Caso contrário, se tornará apenas um objetivo cheio de boas intensões. Por isso mesmo é que fico na expectativa de que já esteja sendo feito um potente plano de ação, contendo as medidas estratégicas, necessárias e suficientes para o atingimento dessa desafiadora meta.

Tratamento semelhante deve ser dado ao Desmatamento Zero e às condições de vida dos povos indígenas, a começar pelos Índios Yanomâmis que estão em degradantes condições de vidas e com suas terras invadidas pelos mineradores.

Por outro lado, em Belo Horizonte, e não só aqui, o momento é de pré-carnaval, oficialmente iniciado em 4 de fevereiro, para tudo se acabar no pós-carnaval, em 26 do mesmo mês.

Como o tempo não para enquanto escrevo, fico também com a certeza que logo chegaremos aos 100 dias do atual Governo Federal, em 10 de Abril. Isso já depois do Carnaval, Semana Santa e a Páscoa com seu significado de passagem, digamos, para os novos propósitos de melhorias das condições de vida.

Passado esse tempo, dá para imaginar que a equipe de Governo estará alinhada na frente ampla negociada segundo o principio de que a politica é a arte do diálogo e do possível, tudo em nome da governabilidade.

É claro, que o Presidente, líder e comunicador, fale apenas o necessário. A hora é de focar no trabalho com método e não já começar a falar em reeleição.

Tenho uma expectativa realista de que passados 100 dias tenham sido entregues à Nação o salário mínimo de R$ 1.320,00 ao lado da correção da tabela do Imposto de Renda na fonte com a isenção até ganhos mensais de R$5.000,00 – existe um balão de ensaio para que seja 2 salários mínimos.

Também espero pela retomada do programa Minha Casa Minha Vida, com a volta da faixa 1 para atender a quem mais precisa da moradia e tem a menor renda.

Para encerrar essa pequena amostra de expectativas e percepções, registro o fato de ter sido criado o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Porém, é preciso lembrar que o modelo de gestão só será implementado se o Presidente da República liderar o processo e cobrar de todas as instâncias governamentais a entrega de resultados com método. Esse deverá ser um caminho sem volta, pois gestão é o que todos precisam, embora nem todos ainda saibam que precisam.

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 1 de fevereiro de 2023   Curtas e curtinhas

Prédio do BNDES não terá elevador exclusivo para a diretoria

Após ter seu nome aprovado para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, o economista Aloizio Mercadante Oliva (PT –SP) se reuniu com a Associação dos Funcionários do Banco. Ele comunicou que em sua gestão não haverá mais o elevador exclusivo para diretores, superintendentes e convidados, ao contrário do que ocorreu no mandato anterior. Agora o elevador também poderá ser usado pelos funcionários idosos, gestantes, pessoas com deficiência e imunossuprimidos.

Tudo será pelo social? E o elevador de serviços?

Aumento das alíquotas de ICMS sobre medicamentos

No final do ano de 2022, 12 Estados da federação aumentaram as alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS de diversos produtos, inclusive medicamentos, para compensar a redução dos tributos sobre combustíveis, energia, transportes e telecomunicações feita no ano passado pelo Governo Federal. As novas alíquotas variam de 19% a 22% e tem previsão de vigorar a partir de fevereiro de 2023. Além disso, em março ocorrerá o aumento anual dos medicamentos, baseado na inflação especifica do setor farmacêutico, que acaba sendo sempre superior ao IPCA do IBGE, que registra a inflação média do país. A cadeia produtiva da Indústria Farmacêutica está questionando esse aumento do ICMS e fala até em desabastecimento de certos medicamentos enquanto tenta negociar com as Secretarias Estaduais da Fazenda.

Ainda vale lembrar a constituição brasileira, ao dizer que “a saúde é um direito de todos e um dever do Estado”. É o que temos para hoje!

Após reforma da previdência, aposentadorias demoram mais

Um estudo feito pelo então Ministério do Trabalho e Previdência Social mostrou que, de 2019 a 2021, o tempo médio para a aposentadoria de um trabalhador aumentou em 2,8 anos. O tempo adicional foi de 3,5 anos para os homens e de 2 anos para as mulheres. O objetivo do estudo foi buscar uma estimativa dos primeiros efeitos da reforma da previdência social sobre a idade média para a aposentadoria dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social -INSS, variável considerada fundamental para a maior sustentabilidade do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

Segundo os estudos, a idade média das aposentadorias dos homens passou de 58,7 para 62,2 anos e das mulheres de 57,3 para 59,3 anos. A meta da reforma é que a idade mínima para a aposentadoria dos homens seja de 65 anos e a das mulheres 62 anos.

Vamos ver quanto tempo passará até surgir um novo discurso falando da necessidade de se fazer outra reforma no Regime Geral de Previdência Social.

Aumenta o número de brasileiros em frente às telas

Uma pesquisa coordenada pelo professor Rafael Moreira Claro, do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG, revelou dados importantes sobre o aumento do tempo gasto pelas pessoas diante das telas de lazer.

Segundo o professor, entre os anos de 2016 a 2021, “os moradores das capitais brasileiras aumentaram o tempo gasto no lazer em celular, computador ou tablet (grupo chamado CCT) de 1,7 para 2 horas por dia. O tempo médio à frente de uma tela de TV, por sua vez, oscilou minimamente no período — de 2,3 para 2,2 horas por dia.

Também chamou a atenção dos pesquisadores o aumento da proporção de adultos que gastam três ou mais horas por dia em CCT: de 19,9% para 25,5%. Os pesquisadores destacam que essa tendência é observada em todos os grupos sociodemográficos, principalmente entre os mais jovens (18 a 34 anos), mulheres e pessoas com 9 a 11 anos de estudo”.

Essas conclusões podem inspirar uma mudança de hábitos perante o sedentarismo?

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Em 1924, teve início nos Estados Unidos da América a Black Friday, na última sexta-feira de novembro. O objetivo principal é o giro do estoque existente no comércio com descontos bem atrativos para, na sequência, se focar nas vendas para o Natal, cada dia mais próximo.

A ideia foi transplantada para o Brasil em 2010, inicialmente online, e a cada ano vai se consolidando como uma das grandes datas do comércio, como já ocorre com a Páscoa, dia das Mães, dos Pais, das Crianças, dos Namorados e do Natal.

Em muitos casos, a Black Friday acaba sendo antecipada ou estendida por alguns dias ou semanas conforme a estratégia de cada negócio.

Por aqui, ela também está muito associada à ideia de que existe fraude na medida em que, muitas das vezes, os preços vigentes anteriormente são aumentados para que em seguida possam ser dados os reluzentes descontos. Já ficou famosa a frase “comprar pela metade do dobro”. Provavelmente, vários de nós teremos um ou mais casos para contar sobre algumas ocorrências boas ou ruins no contexto da Black Friday.

Um caso que fiquei sabendo nesse ano foi o de uma senhora cinquentenária que comprou uma escova secadora de cabelos, que fazia parte de sua lista de desejos há algum tempo. O pedido de compra foi feito diretamente no site de vendas de uma indústria que fica no Estado do Paraná.

Ela preencheu todas as condições exigidas, considerou o preço e frete compatíveis na relação benefício e custo, bem como cabíveis em seu orçamento. O boleto foi emitido por um banco privado e pago imediatamente numa agencia lotérica. Assim, a empresa confirmou a aceitação do pedido de compra e ratificou a venda à cliente. Vale lembrar que o boleto foi pago na sexta-feira, 18 de novembro, portanto uma semana antes da data convencionada para Black Friday.

Na terça, dia 22, o valor do boleto foi creditado na conta da compradora numa agência da Caixa, que não era vinculada diretamente à lotérica. A gerente da agência tentou entender a causa do estorno do boleto, mas não percebeu nenhuma irregularidade. A compradora entrou no site de vendas da indústria e recebeu a informação de que sua compra foi cancelada. Logo em seguida ela reapresentou o pedido de compra e recebeu uma resposta dizendo que não seria possível o atendimento devido à falta de estoque.

Só aí ficou claro porque o valor do boleto foi creditado na conta da compradora. A indústria aceitou uma quantidade de pedidos superior ao estoque que tinha disponível. Pelo visto, o controle do estoque errou, e muito. A solução foi cancelar uma certa quantidade de pedidos sem abrir o jogo para assumir a grotesca falha. Deixou que cada cliente descobrisse a seu tempo que o desejo de comprar uma escova secadora daquela indústria naquela promoção ficou inviável. Enquanto isso, vigora no país o código de defesa do consumidor e a imagem da Black Friday recebe mais um arranhão.

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