Pampulha em evidência

por Luis Borges 7 de maio de 2014   Pensata

É praticamente diário na mídia de BH ver matérias sobre a Lagoa da Pampulha e seus arredores. São quase certeza de repercussão intensa.

Vamos partir do Mineirão. Um dos subtemas mais queridos é a reforma do estádio, transformado em arena. Me lembro que foi comemorado o fato de que o orçamento projetado para o empreendimento ter ficado próximo do realizado, segundo o Governo de Minas, que saudou efusivamente o feito. Ora, quem trabalha com um sistema estruturado de gestão de negócios sabe que isso não passa de uma obrigação.

Atravessando a avenida, chegamos ao Mineirinho. Nesse caso, a mídia trata da Feira de Artesanato que acontece no local, que foi desalojada recentemente. Descendo um pouco mais chegamos à Lagoa, que foi parte de dezenas de promessas de despoluição. Mas, até agora, o que vemos é que ainda há problemas com os esgotos vindo de Contagem e o mal cheiro que sai da água. O desassoreamento é um desafio, primeiro os resíduos foram para Santa Luzia, agora estão sendo depositados às margens do espelho d’água. Recentemente apareceu um novo problema, o risco da febre maculosa, com carrapatos e capivaras. O parque ganhou placas alertando para o problema.

A avenida Otacílio Negrão de Lima é local de caminhada, passagem e notícia por conta de acidentes, como este em que um carro capotou. Segundo o Detran-MG, há média de 112 acidentes por ano no local. O convívio é conflituoso entre ciclistas e veículos, são 7km de ciclovia e cerca de 18km de avenida.

Surgiu na Câmara Municipal a proposta de lei para fechar parte da pista da avenida aos domingos e feriados, para que as pessoas usufruam do local para seu lazer em perfeitas condições de segurança. Mesmo sem lei que determine, esse tipo de fechamento já acontece na cidade desde 2009 segundo o site da Prefeitura, na mesma avenida inclusive. De qualquer forma, o presidente da Câmara já solicitou audiência pública para discutir os impactos da medida. Deve ser na segunda quinzena de maio.

Fiquei a imaginar como ficaria a orla com a ampliação de tal medida. Pensei também nas causas de acidentes e na ciclovia, de traçado questionado na audiência pública de 29/04/2014 ocorrida na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Afinal de contas o espaço é o mesmo, mas a quantidade de automóveis, motocicletas e bicicletas cresceu exponencialmente nos últimos anos. Se uma das causas é o modelo de desenvolvimento brasileiro, focado na indústria automobilística que se beneficiou recentemente de redução do IPI e do crédito fácil, outra seria a indisciplina e imprudência de uma parte das pessoas. Basta observar e analisar certas atitudes, que evidenciam a falta de limites, a falta de noção do espaço do outro e o excesso de ansiedade. Isso para não entrar no mérito do tipo de substâncias, lícitas ou ilícitas, que se usa por aí, muito menos no mérito da dose.

Não sei se haverá defesa do fechamento total da pista, logo de cara, mas creio que, de qualquer maneira, nunca devemos nos esquecer de que tudo começa com a gente.

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