Informação demais ou de menos

por Luis Borges 20 de maio de 2016   Pensata

O metrô, ou trem de superfície, que liga as cidades de Belo Horizonte e Contagem, em Minas Gerais, amanheceu fechado na segunda-feira 16 de maio devido à greve dos metroviários, em campanha salarial. A possibilidade de se concretizar essa forma de luta dos trabalhadores começou a ser veiculada por alguns órgãos de imprensa em meados da semana anterior. No vaivém das negociações, a empresa que gerencia o metrô propôs um índice de reajuste salarial que repunha apenas metade da inflação do período em questão. Diante do impasse, já no sábado os metroviários deixaram claro que não trabalhariam na segunda-feira, o que foi divulgado pela imprensa durante todo o fim de semana.

No entanto, muitos usuários do metrô só ficaram sabendo da greve na própria segunda-feira, ao chegar às estações de embarque. Fiquei sabendo do caso de um assistente administrativo que, entrando na estação por volta das 8h40, exclamou surpreso diante do cenário que ninguém de sua rede havia comentado nada sobre o evento. E ainda arrematou dizendo que participa de 20 grupos de WhatsApp e que ninguém foi capaz de postar nada para alertar sobre a greve. Concluiu dizendo que todos os grupos estavam bem movimentados com outros temas de naturezas diversas.

Fiquei pensando sobre a era em que vivemos, na qual muito se fala sobre a importância da informação. Mas qual informação, em que quantidade e com qual nível de qualidade? Como também já se fala nessa mesma era, que informação demais é contraproducente, o que pensar da informação de menos? O caso narrado me traz o beneficio da dúvida e um questionamento sobre o foco das comunicações entre as pessoas, notadamente as conversas digitais. A sensação é de que pode estar havendo muita conversa inútil, muitas informações triviais e, de repente, informações vitais vão ficando à margem. É uma questão de dosagem, como no caso de um medicamento em que o excesso pode virar um veneno. Será que isso está acontecendo só com os outros ou também se aplica a nós, que estamos sem tempo nessa correria doida de cada dia?

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