Acertar é humano e possível

por Luis Borges 18 de setembro de 2015   Gestão em pauta

A cultura brasileira está fortemente impregnada pela afirmação de que errar é humano. Ela acaba sendo um lenitivo para as pessoas que admitem ter cometido um erro e que se auto-absolvem quando tocam no assunto. A expressão está se ampliando, e muitos já dizem que errar é humano e permanecer no erro é burrice.

No entanto, persistem muitos casos em que as pessoas não admitem que erram e reafirmam, com muita convicção e arrogância, que estão no caminho certo. Elas não dão o braço a torcer, consciente ou inconscientemente, mas primam pela teimosia aliada a uma boa dose de autismo. Só depois de muito apanhar com o próprio erro é que, às vezes, passam a ensaiar uma forma de admitir que, de repente, algo não saiu conforme o imaginado ou que algum detalhe importante não foi percebido como deveria ter sido. Seja lá como for, o fato é que os erros sempre têm consequências e, em muitos casos, é necessário conviver com os seus resultados ruins.

Você já imaginou outra lógica para abordar o assunto? Podemos partir da premissa de que acertar é humano e que, por isso, é possível e preciso fazer o certo desde a primeira vez. Poderíamos também pensar numa salvaguarda, reforçando que acertar é humano, mas às vezes os humanos erram e até reconhecem isso. Um pouco de humildade ajuda na percepção de limitações e imperfeições.

Tomando como referência o dicionário inFormal, a palavra certo indica exatidão. Entre seus sinônimos são citadas as palavras correto, exato, preciso, verdadeiro e apropriado.

Sendo assim quais seriam as condições necessárias para se fazer algo certo desde a primeira vez? Eu digo que é preciso ter método e conhecê-lo bem para poder aplicá-lo na solução de um problema em função do seu tamanho e natureza. Portanto é preciso conhecer e reconhecer que o problema existe e que pode ser demonstrado através de fatos e dados. Aqui não pode existir espaço para o achismo e nem para os desejos de que a realidade seja moldada em função de meras necessidades de um projeto de poder, seja ele individual ou de grupos. É preciso ter foco, disciplina e muita transpiração, com alguma inspiração. Assim, da observação dos fenômenos e da análise dos processos virão as informações que se transformarão em conhecimentos, necessários para se encontrar o que é certo desde a primeira vez. E assim a credibilidade e a confiança contribuirão para um ambiente melhor e mais sustentável.

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