BRT Move e mobilidade urbana
Já são dez meses de operação do Sistema de Transporte Rápido por Ônibus de BH, o Move. Seu objetivo principal e óbvio é a melhoria da mobilidade para seus usuários. Os investimentos da Prefeitura de BH no sistema já passam de R$ 1 bilhão, sendo a maior parte financiada pela Caixa Econômica Federal.
Nesse período o sistema enfrentou diversos problemas. Eles vão desde a queda do Viaduto Batalha dos Guararapes até as pouco amigáveis estações, como as dos bairros São Gabriel e Pampulha. Aqui no Observação & Análise apontamos falhas em pelo menos duas ocasiões. Em agosto, falamos das portas das estações, que nunca fecham, e da ausência de ar condicionado numa viagem durante uma noite de sábado. No mesmo mês, mostramos o desnível entre o ônibus e a plataforma de embarque e desembarque.
É urgente uma avaliação da efetividade do sistema, feita em cima dos fatos e dos dados coletados. Cabe à BHTrans mostrar – de forma transparente e de fácil compreensão para todos os interessados – o que foi planejado, o que foi executado, os resultados positivos e negativos alcançados, o que está pendente e quais serão os próximos passos para a conclusão do processo.
Outro ponto importante é clarear o que será feito no local onde ficava o viaduto que caiu. Será feita uma trincheira? Também é preciso resolver definitivamente a acessibilidade e apresentar o plano geral de manutenção.
Nessa avaliação, espero que seja feita uma análise crítica da avenida Vilarinho, em Venda Nova, onde o BRT circula em faixa exclusiva. O estado de conservação dela é assustador se levarmos em conta o pouco tempo de uso, como mostram as fotografias deste post.
Consultei, informalmente, um engenheiro especialista em sistemas viários. Numa análise rápida, ele afirmou que a pista no local deveria ter sido feita em concreto, por ser exclusiva para os ônibus. O engenheiro avalia que o asfalto ali implantado é naturalmente mais flexível, o que facilita a penetração de líquidos pelas pequenas fissuras que os conduzem até a sub-base, tornando mais fácil a formação de “rodeiros” devido à passagem sistemática dos pneus no mesmo lugar da pista mais maleável. Na prática o caminho fica bem marcado, como no clássico “caminho da roça”.
Espero que a avaliação do BRT seja feita logo, dando voz a todas as partes interessadas e impactadas por esse sistema de transporte, e os resultados divulgados. Quem sabe, assim, o Move poderá cumprir plenamente o seu propósito.
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