O senhor Candinho Rabelo, solteiro, 76 anos, aposentado pelo INSS, voltou a residir em sua cidade natal no interior de Minas há cerca de 2 anos. Ele deixou sua “terrinha”, que hoje tem em torno de 9 mil habitantes, com apenas 20 anos de idade, em busca de melhores condições de vida. Periodicamente voltava lá para visitar toda a família e seus descendentes, no melhor estilo dos mineiros. Com o passar dos tempos quatro dos seus irmãos se casaram e sua irmã mais nova, Dete Rabelo, hoje com 74 anos e solteira, também aposentada pelo INSS, ficou morando com os pais na casa da família e cuidando sempre deles com seu modo intransigente de ser.

Quem primeiro veio a óbito foi a mãe e Dete prosseguiu cuidando do pai, que algum tempo depois também partiu para outro plano. O luto passou e ela continuou morando sozinha na casa da família, onde tudo acontecia conforme o seu querer. Suas manias se acentuaram ao longo de três décadas, nas quais perdeu dois irmãos e viu os sobrinhos crescerem.

Em Belo Horizonte, Candinho seguia no seu baile da vida. Até que perto de completar 74 anos se viu sem emprego e doente. Depois de doze dias de internação, participação efetiva de alguns sobrinhos em sua recuperação e prognóstico de que não poderia mais viver sozinho, só foi possível uma saída. A solução foi voltar para a cidade natal e tentar se reintegrar à família, contando com a irmã, as sobrinhas e um sobrinho.

Passados dois anos morando com a irmã na casa herdada dos pais, agora ele toma uma pequena dose diária de cachaça para bambear os nervos e aguentar o duro convívio marcado pelas manias da “mana”. Candinho Rabelo diz que tem passado por grandes provações, que nos momentos mais conflitantes tem vontade de “voar no pescoço” da irmã, que ele considera louca, e que só vai levando a vida por não ter coragem de se suicidar. Entretanto ele lamenta não ter se preparado para a aposentadoria e a cada dia sente falta dos projetos que não fez para essa fase da vida. Ele chega até a tentar compreender o sistemático e ditatorial jeito de ser da irmã, também idosa como ele, mas o que ele nunca imaginou é que um dia voltariam a morar cotidianamente na mesma casa. E após as raivas de todos os dias acaba por se conformar com o dito popular que diz que “o que não tem remédio, remediado está”.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 18 de junho de 2019   Curtas e curtinhas

Telemarketing perturbador

Mais uma vez a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que regulamenta e fiscaliza o setor, tenta colocar um freio nas invasivas e abusivas práticas do telemarketing. A Anatel determinou que daqui a 30 dias deve ficar pronta a lista “não perturbe”, contendo os números dos telefones que não querem receber este tipo de ligação. Só mesmo conferindo os resultados efetivos dessa medida após o prazo estabelecido, pois fiscalizar o cumprimento dos direitos do consumidor não tem sido o foco da Anatel, apesar de ser uma das suas missões.

Festas juninas

Enquanto as festas juninas estão acontecendo pelo país afora está chegando o feriado de Corpus Christi na próxima quinta-feira, que pode virar uma boa emenda. Quem deve estar adorando tudo isso são os parlamentares, principalmente deputados e senadores, que precisam estar em suas bases no dia de São João, 24 de junho. Afinal de contas teremos eleições municipais no segundo semestre do ano que vem e isso interessa a todos. O parlamento tem seu ritmo e também a cultura de não trabalhar nas semanas que tem algum feriado. A tão decantada renovação ocorrida nas últimas eleições foi muito mais de nomes do que de posturas e atitudes no cotidiano da vida parlamentar.

Greve contra a Reforma da Previdência

Os metroviários de Belo Horizonte aderiram à greve geral contra a Reforma da Previdência Social no dia 14/06 e não acataram a determinação da Justiça do Trabalho para que houvesse uma escala de atendimento mínimo no início da manhã e final da tarde. É interessante observar, que mesmo com a ampla divulgação da adesão dos metroviários à greve em diversas mídias, muitos foram os usuários que se dirigiram às estações do metrô e se disseram surpresos com os portões fechados, alegando desconhecimento do fato. Será que informação demais é contra informação ou está faltando foco às pessoas naquilo que realmente conta para as suas vidas?

Preços dos planos de saúde

Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que o preço dos planos de saúde subiram 382% em 18 anos, mais que o dobro da inflação do setor no período. O aumento ficou muito acima da inflação oficial medida pelo IPCA do IBGE, que foi de 208%, e também mais que o dobro da inflação específica do setor de saúde, que ficou em 180%.

Apesar da Agência Nacional de Saúde Suplementar considerar tecnicamente inadequadas as comparações feitas entre o índice de reajuste dos planos de saúde individuais e índices de preços ao consumidor, o fato é que ninguém melhor que o consumidor desses mesmos planos para dizer o quanto pesam em seu bolso esses aumentos astronômicos, principalmente quando comparados com a perda de seu poder aquisitivo no mesmo período e cujas causas são por demais conhecidas no capitalismo brasileiro. É o que temos.

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O papel do assessor

por Luis Borges 15 de junho de 2019   Gestão em pauta

O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, 8 anos de mandato advindos de duas eleições, fez conferência em São Paulo no dia 30 de maio. Entre os diversos temas abordados, quero destacar aqui como ele concebe o papel da função assessoria nas organizações humanas. Segundo ele:

“Minhas melhores decisões eram quando tinha gente discordando de mim. Para ser um bom líder, você não precisa saber todas as respostas. Basta fazer as perguntas certas. Ter pessoas melhores que você no time. Servir e empoderar os outros”.

Aqui no Brasil que imagens temos de boa parte das pessoas que ocupam essas funções trabalhando com temas amplos e abertos, temáticos ou específicos? Uma imagem bem difundida é a de que o assessor é bem remunerado, tem privilégios, fala muito, é cheio de ideias nem sempre factíveis, mas apresenta poucas coisas estruturadas, consistentes. Isso acabou reforçando muito a ideia de baixa produtividade, que levou muitos deles a serem designados nos ambientes das organizações pelas alcunhas de “aspone” e “asmene” que só querem comer, beber e dormir, se dar bem. Isso se agrava quando o assessor é alguém que já ocupou altos cargos da direção das organizações humanas, às vezes foi ministro ou secretário no poder executivo, parlamentar, diretor de empresa estatal… É claro que casos como esses também são muito encontrados no mundo privado, talvez só em escala menor ou porque a transparência não é obrigatória. Percebo atualmente como choram, reclamam e se vitimizam algumas pessoas que trabalham na função “assessoria”, clamando por mais espaço, aceitação de suas contribuições, reconhecimento e provavelmente sonhando em voltar a ocupar cargos em que serão tomadores de decisão.

Uma das causas geradoras dessa situação é o esquecimento ou desconhecimento do que seja o papel da função assessoria e do assessor. O Dicionário Online de Português define que “assessoria” é:

grupo de indivíduos especializados, instituição, empresa ou departamento que assessora, que presta auxílio a pessoas físicas ou jurídicas. Órgão ou grupo de pessoas responsáveis por assessorar, por oferecer um serviço especializado a um chefe. Empresa, instituição ou entidade especializada que pesquisa e fornece dados ou informações sobre um assunto determinado.

Por outro lado “assessor” é:

Aquele que auxilia, exercendo atividades e/ou cargos com o intuito de ajudar alguém em suas tarefas ou funções, ou substituindo esta pessoa quando ela estiver impedida de exercer seu ofício. Aquele que, sendo especialista em determinado assunto, ajuda uma pessoa, baseando-se na área de seu conhecimento.

Portanto fica claro que o assessor contribui com o seu trabalho para a tomada de decisão de quem conta com os seus serviços. Obviamente que tudo deve ser feito com método, consistência, proposições claras, sem contudo querer só falar em propostas e coisas agradáveis aos ouvidos do tomador de decisões.

Infelizmente não há espaço para o “puxa-saquismo” e para o temor do confronto entre abordagens consistentes que ajudarão na formulação de soluções criativas para os problemas que surgem na gestão de qualquer negócio. Tenho a certeza de que hoje ainda estamos longe da excelência nesta questão, mas deve-se lutar sempre pela melhoria contínua da compreensão dos papéis exercidos pelos participantes desses processos.

Encerrando, quero te, perguntar, caro leitor sobre como tem sido a sua experiência ao trabalhar com a função assessoria, tanto no papel de cliente como no de fornecedor. Aguardo suas contribuições nos comentários do blog.

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Caos iminente

por Convidado 11 de junho de 2019   Convidado

* por Sérgio Marchetti

É voz corrente, quase unanimidade, dizendo que está faltando gentileza no mundo. Talvez a explicação mereça estudo mais profundo para entendermos o porquê de testemunhar atitudes de tantas pessoas grosseiras, mal-educadas, arrogantes que apostam todas as suas fichas no poder que, muitas vezes, foi adquirido por apadrinhamento ou por vias nada convencionais. Lamentavelmente falta mais do que conduta gentil – faltam respeito, educação e honestidade.

Também nas organizações o relacionamento é ruim e a confiança anda em baixa. Porém, em minha humilde visão, o que presumo é que grande parte do nosso passado tenha sido assim. Antes, o que definia o poder era a força física e a hierarquia dos grandes reinos – que também se valiam da força para roubar os mais fracos. Depois, a humanidade se educou e alcançou melhoria expressiva. Mas não durou muito.

Vocês devem estar pensando: mas tanta coisa mudou. Sim, os valores mudaram muito, mas as pessoas continuam se valendo da posição que alcançaram e sentindo o “gosto” de dar ordem – eu mando e você obedece – independentemente de saberem menos do que o outro sobre determinado assunto. O que prevalece é o poder e não a autoridade. Mas felizmente todos sabemos que jabuti não sobe em árvore.

Dessa forma, os feitores pós-modernos defendem, na teoria, o trabalho em equipe e proferem palavras falsas de sentimento de time. Isso mesmo. O que se esquecem é de que as atitudes devem ser fieis ao discurso, pelo simples fato de que as pessoas percebem mais a força das ações do que das palavras.

O filósofo iluminista, Denis Diderot, afirmou que “a prosperidade descobre os vícios, e a adversidade, as virtudes”. Entretanto, em meio a tantos problemas, não estamos conseguindo ver nada muito virtuoso. E “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Ora, meus persistentes leitores, sabemos por diversas pesquisas e variadas fontes que a doença do século já é a depressão e que será ainda mais intensa nos próximos anos. Pudera! O que assistimos é o enfrentamento de pessoas, de mulheres contra homens e vice-versa, onde predomina o jogo de interesses que os tornam demasiadamente incoerentes e agindo contra si.

O que pode salvar o mundo é a união e não a ruptura. O que faz um casal feliz é a soma das diferenças, a intercessão e não a competição. O que faz uma nação ser forte é um trabalho com foco e um povo convergente. Mas há forças veladas e oportunistas que desejam o caos, pois agem na surdina, na confusão e na escuridão.

É tão triste constatar que a insensatez humana chega ao ponto de as pessoas se sentirem mais felizes com a derrota dos rivais do que com a sua própria vitória.

* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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O IBGE divulga no final de cada mês o resultado da Pnad Contínua do trimestre formado pelos três meses anteriores. A que foi divulgada no dia 31 de maio mostrou que, de fevereiro a abril, a taxa de desocupação da população economicamente ativa chegou a 12,5%, o que equivale a 13,2 milhões de pessoas desempregadas, e que as pessoas desalentadas, que desistiram de procurar trabalho, chegaram a 4,9 milhões. Esses números tem se mantido em torno do mesmo patamar desde o último trimestre de 2017 e, até o momento, a economia não dá sinais de recuperação capaz de reverter esse quadro.

Um ponto aqui é verificar ou imaginar como tem sido a estratégia de sobrevivência para quem não está conseguindo trabalhar, ainda mais que, quanto pior a situação, pior mesmo. Será que alguma reserva financeira ou patrimonial já foi usada nesse período recente ou as dívidas aumentaram? Como será que está a capacidade de familiares e amigos para ajudar solidariamente na travessia tão difícil nesse tipo de situação, em todos os seus aspectos? O que esperar das organizações de ajuda humanitária, já que do poder público não há muito do que se obter?

Outro ponto é pensar um pouco nos 92,4 milhões de pessoas que estão trabalhando, segundo a Pnad Continua, número que obviamente também tem se mantido estável após sucessivas quedas, ou seja, caiu para pior. Para esses também é bastante visível que o poder aquisitivo está caindo em função da inflação medida pelo IPCA, que é diferente conforme o perfil familiar, dificuldades nas negociações de reajustes salariais anuais, além de reajuste zero, em geral, para servidores públicos do Poder Executivo da União, estados e municípios, isso para citar apenas algumas causas. Para agravar a situação a energia elétrica aumenta em 6,93%, o plano de saúde suplementar aumenta 21%, a gasolina, o óleo diesel e o gás de cozinha aumentam seus preços em função da cotação internacional do petróleo e da variação do dólar enquanto os alimentos em geral, medicamentos e a prestação de serviços também dão seus pulos, apesar da sazonalidade da oferta e da procura específica de alguns deles. O que é possível fazer diante de tantas restrições e piora de condições, principalmente para quem não quer se endividar com juros tão altos ou mesmo queimar reservas ainda existentes? Provavelmente terá chegado a hora de rever o perfil de consumo elegendo novas prioridades que, no mínimo, abrem mão dos supérfluos e combatem fortemente os desperdícios de qualquer natureza. Ainda é preciso pensar em poupar um certo percentual da renda para que, num futuro não muito distante, essa mesma reserva venha se somar aos proventos recebidos de uma aposentadoria.

O fato é que estamos passando por uma conjuntura em que a estratégia continua sendo de sobrevivência que já vem de um bom tempo atrás e que ainda persistirá por mais um bom tempo, pois os cenários que se desenham não nos permitem enxergar de outra forma. É por isso mesmo que não dá para abrir mão da gestão orçamentária e tomar sempre as medidas necessárias em prol da sobrevivência, por mais difícil e desafiante que seja tudo isso. Haja resiliência!

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do PIB do primeiro trimestre de 2019 mostrando que houve uma queda de 0,2% na comparação com o trimestre anterior. Por outro lado, os dados preliminares do segundo trimestre também não são nada animadores. A economia prossegue estagnada, o desemprego segue altíssimo e sem perspectivas de queda, o consumo das famílias só cai, os investimentos estão longe do necessário e a piora das expectativas em relação ao futuro sinaliza que nova recessão econômica pode estar a caminho. Então dá pra imaginar o que pode estar passando pela cabeça das pessoas ao verificar a distância que existe entre a necessidade de crescimento do PIB e os resultados que estão sendo entregues no momento. Há sinais de que o ano poderá ser perdido e que não é suficiente jogar todas as causas nas costas da não aprovação da Reforma da Previdência Social.

Pensando no que e como fazer para prosseguir diante de tantas dificuldades, alertas e ameaças lembrei-me da obra do poeta Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987) nos versos livres da poesia “José”, publicada em 1942, ano de muitas dificuldades na plenitude do Estado Novo, na ditadura de Getúlio Vargas e na Segunda Guerra Mundial. A seguir leia “José”, ou releia, para quem já leu, enquanto fico na expectativa de que surjam contribuições alentadoras para melhor compreender a nossa existência no momento que estamos passando.

José
Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
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Preocupações não faltam

por Luis Borges 28 de maio de 2019   Pensata

Sabe aquele dia em que você acorda bem cedo e enquanto espera a hora de tomar o café da manhã fica pensando na vida e nas coisas materiais e imateriais inerentes a ela? Pois é, chega ao pensamento uma espécie de clamor para que possamos viver numa sociedade civilizada, marcada pelo respeito mútuo na complexa arte de viver individualmente e coletivamente. O desafio é reconhecer que as coisas fáceis já foram feitas e que para nós só ficaram as difíceis, qualquer que seja a camada social. Mas, em quem acreditar e com quem caminhar se “infeliz a nação que precisa de heróis” (Bertolt Brecht – 1898-1956) e não há lugar para salvadores da pátria? Promessas de campanhas eleitorais, achismos, fake news, impulsos, polarizações e bolhas não são suficientes para negar o conhecimento e tentar revogar a lei da gravidade. Também não dá para dizer que se as coisas não acontecerem conforme foram imaginadas o jeito será fazer as malas e ir para Portugal.

Enquanto o café não é passado outra preocupação entra em cena versando sobre o trabalho para quem o tem e para os milhões de brasileiros que estão na expectativa de encontrá-lo antes que caiam no desalento. Será que daqui a um ano continuarão existindo os postos de trabalho que estão ocupados hoje no setor privado da economia? E se imaginarmos um cargo ou função de confiança, preenchido por recrutamento amplo, em órgãos da União Federal, estados e municípios? Que funções repetitivas já terão sido substituídas pela inteligência artificial, tanto no setor público quanto no privado?

Enquanto o pensamento voa pensando na gente mesmo dá para imaginar a altura que ele alcança quando o foco se volta para os filhos. Surge a preocupação com o filho que está no ensino médio ou num curso de graduação na universidade ou mesmo num mestrado sem bolsa de estudos à espera de alguma luz depois do fim do túnel do mercado de trabalho. Também faz pensar a filha graduada em economia desempregada há 2 anos ou os filhos com mais de 30 anos sem perspectivas de ter seu próprio lugar para morar. Estes ainda querem impor aos pais outros modos de vida, que geram muitos enfrentamentos e exigem muita paciência histórica na gestão dos conflitos gerados. Diante de tudo isso ainda reverbera a frase dizendo ou lembrando que “pai é pai”, “mãe é mãe” e tudo fica anestesiado, deixando as coisas do jeito que estão para depois verificar que soluções poderão ser encontradas. Pode ser inclusive o conformismo trazido por outra frase dizendo que “o que não tem remédio, remediado está”.

Como preocupações não faltam e agora o café já acabou de passar o jeito é dar um tempo para a mente e degustar o saboroso café, cujo dia foi comemorado em 24 de maio. Enquanto o dia for crescendo outros cafezinhos poderão ser degustados, permeados pelas preocupações que nos acompanham.

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