São cada vez mais frequentes nos meios de comunicação as notícias que relatam desabamentos e incêndios em casas, edifícios, museus, hospitais, estádios, casas de diversão… Também são frequentes os relatos sobre veículos automotores parados com algum tipo de defeito em ruas, avenidas, praças, muitas das quais fazem parte de grandes corredores de sistemas viários urbanos, bem como nas rodovias de pistas simples, duplas e até triplas, algumas com acostamentos e pistas marginais enquanto outras nem acostamento possuem. De qualquer maneira o veículo parado devido a algum defeito ou até mesmo pegando fogo é sempre um transtorno para todo mundo que busca e precisa de mobilidade.
Obviamente que essas notícias tem seu prazo de validade na mídia e vão rapidamente sendo substituídas por novos acontecimentos que passam a ser prioritários para a divulgação em função do grau de novidade que trazem.
Quando alguém para tudo para tentar compreender quais são as causas desse tipo de problema cada vez mais repetitivo perceberá através de fatos e dados que uma delas é a falta de manutenção desses ativos. Podemos imaginar também a quantidade de problemas causados pela falta de manutenção nas residências, escolas e pequenas empresas, em vilas e bairros que não aparecem com destaque na mídia, e quando muito apenas viram registros nas estatísticas do Corpo de Bombeiros, SAMU, ou pronto-socorro de algum hospital.
Mas o que e como fazer para ajudar a resolver esse problema crônico no médio e longo prazos? Inicialmente é preciso educar e treinar as pessoas para mostrar a essencialidade da manutenção em todos os sistemas, processos e atividades que envolvem e comprometem a vida humana e dos demais componentes do ecossistema. Torna-se extremamente necessário que todos tenham uma atitude perante a manutenção, cada qual no âmbito da autoridade e responsabilidade que tem em relação ao que precisa estar sempre disponível para o uso e, portanto, cumprir plenamente a sua função. Aqui podemos dizer que se tudo começa com a gente, um bom exemplo pode ser dado pela manutenção da nossa própria saúde, expressa pela manutenção do corpo humano que visa mantê-lo na plenitude de suas condições funcionais. Podemos inclusive lembrar que a manutenção em geral pode ser corretiva, preventiva ou preditiva, mas na nossa cultura ainda há um predomínio da manutenção corretiva, que entra em ação só após a manifestação de falhas, defeitos ou quebras. Isso contrasta com o sempre repetido dito popular que prevenir é melhor que remediar, mas há distância entre o que se diz e o que se pratica.
O que nos resta, caro leitor, é avaliar qual tem sido a nossa atitude perante a manutenção em todos os aspectos em que estamos envolvidos no nosso cotidiano. Será que estamos encarando de frente as soluções que o problema exige ou simplesmente ficamos negando, ignorando ou dando desculpas para fugir dele? Quando o edifício cair, a igreja pegar fogo ou o automóvel quebrar no meio da estrada só será possível constatar as consequências da omissão e da falta de comprometimento com a vida nossa e a dos outros.