Fé cega, faca amolada?

por Luis Borges 16 de setembro de 2018   Música na conjuntura

Faltando 21 dias para a realização do primeiro turno das eleições em 7 de outubro a conjuntura prossegue dinâmica conforme sua própria natureza, mas indelevelmente marcada por muitas expectativas e incertezas. Fatos, factóides e notícias falsas nas mais diversas mídias surgem de todas as maneiras e de todos os lados. Se é feio perder uma eleição e com ela o projeto de poder, o “vale tudo” também entra em cena. Até a faca e sua aplicação geraram expectativas de alavancagem de melhores resultados eleitorais.

Mas independente das crenças, da fé em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa, devemos nos lembrar que vivemos numa sociedade que se diz civilizada, democrática e republicana. Se 13 são os candidatos à Presidência da República – que serão acompanhados pelas abstenções, votos nulos e brancos – fará parte do jogo saber perder com ou sem alianças partidárias.

Se olharmos apenas de 2012 para cá veremos quanto cresceu a desigualdade social num país já tão desigual, mesmo com o clamor das difusas e intensas manifestações de 2013. Também é marcante e lamentável a incapacidade de saber perder, demonstrada pelo candidato que ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 2014. Da insatisfação veio a intolerância, que levou à raiva e ao ódio para marcar e demarcar as pessoas e grupos polarizados. E também o sentimento de anomia daqueles que não se sentem representados pelos polos formados.

No fundo no fundo, quanto pior, pior mesmo. É só verificar os resultados da recessão econômica, do impeachment presidencial e de como chegaremos ao final de 2018.

Como cantar também pode nos trazer recordações de todos os tipos, me lembrei que em abril de 2016 postei aqui minhas percepções sobre a conjuntura da época conectadas à música Viramundo, de Gilberto Gil. Agora nessa conjuntura de faca e facada para quem quer provar do seu próprio veneno, e cada qual defende o seu qual ancorado por suas crenças, me lembrei da música “Fé cega, faca amolada”, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, composta em 1975, portanto há 43 anos. Aqui pode ser ouvida na voz do próprio Milton Nascimento acompanhado de Beto Guedes.

Lembremos das mudanças pelas quais a sociedade já passou. Destaco o contínuo aumento do fluxo de informações, que aumentam os conhecimentos necessários para que as pessoas e a sociedade tomem suas decisões. Se não der para minhas ideias prevalecerem não vou sofrer, mas vou continuar lutando democrática e civilizadamente para construir a sua hegemonia de maneira realística e esperançosa, mas sem deixar que as expectativas sejam maiores que a realidade.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 12 de setembro de 2018   Curtas e curtinhas

Incêndio no Museu Nacional

Depois do caos instalado após o incêndio que consumiu algo em torno de 90% do acervo do Museu Nacional, quais serão os próximos passos? Assumir os erros e omissões das dezenas de órgãos de diferentes instâncias e níveis hierárquicos envolvidos com a gestão do patrimônio histórico ou melhorar a gestão para remover as causas que levaram ao resultado indesejável que surpreendeu a todos? Vale também, dentre tantos casos que estão vindo à tona, conhecer e agir sobre os riscos que envolvem a segurança da cidade histórica de Ouro Preto(MG) que é patrimônio da humanidade, ou saber como estão as mesmas condições de segurança do museu Dona Beija em Araxá(MG), simplesmente interditado há quase 6 anos após um início de incêndio que quase consumiu os aposentos da bela dama.

Se exemplos não faltam, será que o país conseguirá despiorar o seu desempenho nesse quesito? Será que os programas dos candidatos à Presidência da República ou governadores dos estados fazem alusão explícita a esse problema brasileiro?

I.R. continuará sem correção

O Projeto de Lei Orçamentária Anual que o Ministério do Planejamento enviou ao Congresso Nacional não prevê correção para a tabela do Imposto de Renda retido na fonte no ano de 2019. Aliás, a correção integral deixou de ser feita desde 2016 e, se somarmos o que não foi corrigido em anos anteriores, veremos que as perdas para a inflação chegarão a quase 96% em dezembro próximo. Essa é uma boa maneira de aumentar impostos sem assumir explicitamente que isso está sendo feito. E tudo tem ficado por isso mesmo. Assim só fica isento do imposto de renda na fonte apenas quem tem renda líquida até R$1.903,98. É o que ainda temos para hoje.

Alienação eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral informou que 147,3 milhões de eleitores estão aptos a votar nas eleições de 7 de outubro. Lembrando que para quem tem idade entre 16 e 18 anos ou acima de 70 o voto é opcional. Mas quantos serão os eleitores que se absterão de comparecer às urnas, mesmo sendo o voto obrigatório para quem tem entre 18 e 70 anos, e quantos votarão nulo ou branco? Essas três variáveis formam a taxa de alienação eleitoral, cuja projeção sinaliza que ela continuará crescendo como vem ocorrendo desde as eleições de 1994. Uma das causas é o aumento da descrença dos eleitores com os políticos e seus partidos. A conferir.

Fraudes e desperdícios em planos de saúde

Um estudo feito pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar estima que, em 2017, as fraudes e desperdícios corresponderam a R$27,8 bilhões, ou seja 19,1% dos R$145,4 bilhões de despesas assistenciais feitas pelos planos de saúde.

As estimativas do estudo mostram que de 12% a 18% das contas hospitalares apresentam itens indevidos e que de 25% a 40% dos exames laboratoriais são desnecessários. O estudo também mostra que, no caso do setor privado, as práticas abusivas envolvem a falta de necessidade ou o excesso de determinados tratamentos, exames e procedimentos, além de fraudes na comercialização de medicamentos e dispositivos médicos entre outros.

É obvio que o maior ônus de tudo isso sobra para os contratantes dos planos de saúde empresariais ou individuais que, ano após ano, são obrigados a arcar com aumentos que chegam a superar os 20% mesmo diante da inflação anual medida pelo IPCA registrar índices de 6,29% em 2016 e 2,95% em 2017, ano usado como referência para o estudo do IESS.

Altos índices de desemprego e perda de poder aquisitivo obrigam os clientes a abandonar os planos de saúde conforme mostram os números da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Bom para as clínicas populares, que continuam a crescer.

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Nós, mineiros

por Convidado 9 de setembro de 2018   Convidado

* por Sérgio Marchetti

Para quem viaja por este Brasil afora ser mineiro é quase uma marca. Basta chegar a algum lugar e já tem um engraçadinho falando “uai”, “sô”, “trem” e outras palavrinhas mais. Pior ainda é quando imitam nosso sotaque. Aí sim, chega a doer, pois quando nos imitam vejo e me sinto como a imagem de Mazzaropi em sua personagem “Jeca Tatu”, criado pelo grande Monteiro Lobato em sua obra “Urupês”. O que muita gente não sabe é que o escritor retratou o homem da zona rural paulista. Mas, ao que parece, o rótulo de capiau é de “nóis meso”. Será por quê? “Vê se tem base uma coisdessa”? “Fiquemo quetinho”, sentado no “noscanto”, “intirtido” com “noscoisinha”, “comeno” um queijinho sem “mexê” com ninguém. E os “escurmungado” debochando de “nóis”?. Ara! O minero come “queto”, “enconomiza” umas letra e “pãe” “n” e diminutivo adonde num tem precisão. Troca o “l” pelo “r” para ficar mais “carmo”. “Arreda” tudo, e ainda “garra” no trânsito e no trabalho. Além disso, quando nos cumprimentamos com um “- como vai?” o mineirinho da gema responde; “- tô correndo atrás”.

Por isso tem tanto poema de mineiro. “Povinho veiaco, mais é carinhoso e anda em riba do muro só pra num contrariá os outros.”

Como escreveu Batista Queiroz:

“Ser mineiro

É fingir que não sabe aquilo que sabe.

É falar pouco e escutar muito.

É passar por bobo e ser inteligente.

É vender queijos e possuir bancos…”

O danado é desconfiado, leva tempo para tomar uma decisão. Não compra lançamento pois espera para ver se vai dar certo. Acha os consultores empresariais enganadores e gosta de fazer curso em São Paulo.

Para vocês terem ideia, caro leitores, certa vez lancei dois cursos de oratória quase que simultaneamente: um em Belo Horizonte e outro em São Paulo. O curso de Belo Horizonte teve em torno de 15 matriculados. Já o da capital paulista mais que o dobro. Mas não foi só isso que me chamou a atenção. No curso paulista havia oito belo-horizontinos. Não é curioso? Sabem o que me responderam quando indaguei o porquê de optarem por realizar o curso fora? Disseram que curso de São Paulo é melhor do que o de Minas Gerais. Êta povinho custoso!

Outra característica – essa reclamada por colegas de outros estados – está nos taxistas da nossa capital que, categoricamente, não ligam o ar-condicionado sem que se peça. Sobre o trânsito, dizem que nós mineiros somos competitivos e que não deixamos os automóveis de terceiros trocarem de pista. Nas rodovias o mineiro acelera seu carro para dificultar ou impedir que o outro o ultrapasse.

Mas há esperança para nós. Em meu trabalho como personal consultant (consultor, orientador individual e personalizado em oratória, comunicação e carreira), que realizo há vinte anos, vejo que os mineiros estão saindo da toca e procurando orientação, haja vista o crescimento desse trabalho. Concluo que, se deu certo em Minas, definitivamente o coach e o mentor vieram para ficar.

Lembro a todos que sou mineiro, mas tenho repetido em todas as oportunidades que, neste novo mundo em transformação, não há tempo para desconfiarmos ou para pensarmos muito. Tudo acontece com uma rapidez jamais testemunhada por nós. Não podemos mais ser reativos. Temos que antecipar, inovar e sair na frente.

Acreditam?

* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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A crise política, econômica e social pela qual está passando a Venezuela colocou em evidência na mídia a cidade de Pacaraima, que fica no norte do estado de Roraima, na divisa com o país vizinho. É por lá que os Venezuelanos estão entrando no Brasil em busca da sobrevivência, de um abrigo que não existe para todos, do combate à fome e da perspectiva de um recomeço em outros lugares pelo Brasil afora. É claro que diante da quantidade de imigrantes chegando – já seriam mais de 30 mil na capital, Boa Vista, segundo a prefeitura municipal – tornou-se inevitável o conflito com brasileiros, como o que aconteceu há três semanas em Pacaraima. E olha que a cidade é apenas um ponto de entrada e de passagem até que se chegue o momento de rumar para Boa Vista e de lá para onde for possível ficar. Vale lembrar, segundo estimativas do IBGE em 2018, que o estado de Roraima tem população de 522.636 habitantes, enquanto Pacaraima tem 12.375 habitantes e Boa Vista 375.374. A energia elétrica usada no estado é comprada da Venezuela, a quem a Eletronorte deve atualmente U$30 milhões pelo fornecimento.

O estopim para confrontos com os venezuelanos pode vir do furto de um bem, como um aparelho de telefone celular, até o roubo em uma casa ou estabelecimento comercial, por exemplo. Há registros de casos de imigrantes que preferiram retornar à Venezuela. Sobreviver é preciso, custe o que custar e das mais variadas formas.

Mapa de parte do Brasil com a cidade de Pacaraima destacada em vermelho. | Fonte: Google Maps

Enquanto isso o finado governo Temer continua batendo cabeças em busca do que fazer com a fronteira diante das razões humanitárias e dos acordos internacionais que abordam o assunto. Nesse instante prevalece a decisão de manter as fronteiras abertas e de direcionar os venezuelanos que estão em abrigos ou vias públicas de Boa Vista para diversos municípios ao longo do país.

Nesse contexto fico imaginando como muitos de nós se comportariam caso morassem em cidades como Pacaraima e Boa Vista. Penso também nas atitudes que seriam tomadas em função da espiritualidade, religiosidade e generosidade por quem prega o sempre falado “coloque-se no lugar do outro”, mesmo na plenitude da luta de classes do regime capitalista.

Fico imaginando também se muitos de nós estivéssemos no papel de refugiados que comportamento teríamos diante de uma situação pessoal e familiar nunca imaginada antes? Isso porque é mais fácil imaginar que as coisas só acontecem com os outros e nunca com a gente. Dá até para lembrar como ficamos perplexos diante de mais de 7 mil pessoas, segundo a prefeitura de Belo Horizonte, sobrevivendo nas vias públicas em frente a edifícios residenciais, comerciais ou simplesmente acampadas em praças ou debaixo de viadutos. Lembro-me também que o Brasil recebeu imigrantes do Haiti, da Síria… Agora uma queda de braços está se dando na Nicarágua, país da América Central que é logo ali, onde uma das causas do impasse foi a proposta de reforma da previdência social, que já foi retirada da pauta pelo Presidente da República cuja renúncia é pedida por parte da população.

Será que estamos realmente preparados para colocar em prática diversas ações por razões humanitárias, logo nós que somos tão preocupados com a ordem, a segurança pessoal, a familiar e do patrimônio?  Em tempos de escassez e de outras configurações para atenuar as muitas desigualdades e os chamamentos para trabalhos voluntários, como ficaria o “farinha pouca meu pirão primeiro”? Será que o baile seguirá com a mesma valsa?

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Estamos chegando aos momentos finais de agosto, o mês do mau agouro e das ventanias do inverno, estação do ano que sinaliza a proximidade de seu fim.  Vivendo e também sobrevivendo em meio a tantas preocupações e expectativas de soluções rápidas para tantos problemas prioritários que acabamos ficando com a sensação que o dia foi curto e que não deu para fazer quase nada. Prisioneiros também de nós mesmos, em nossa baixa capacidade de desparametrizar as coisas da cultura e do sistema político que se aguça nas incertezas eleitorais. Fica o desafio de encontrar pequenas válvulas de escape para aliviar tensões inerentes às lutas travadas. Afinal de contas, se tudo começa com a gente, como não nos dar por vencidos se não estivermos bem com a gente mesmo, por mais doído que seja ficar bem diante de tantos enfrentamentos? Que tal perceber o pôr do sol, pelo menos como um lenitivo para quem não trabalha num ambiente totalmente fechado na hora do crepúsculo? Também porque não dar uma quebrada no ritmo olhando e enxergando a natureza que insiste em resistir apesar, por exemplo, da Amazônia em seu crescente desmatamento?

Pôr do sol em Capinópolis

Esta bela foto do pôr do sol na cidade de Capinópolis (MG), me foi enviada por Dorinha Silva. Os últimos raios solares banham de luz o ipê de folhas e flores caídas no chão. Também vale contemplar as fotografias de Sérgio Verteiro, registrando as azaleias e camarás que despertaram seus olhares, respectivamente nas ruas Hermílio Alves e Mármore no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte.

Foto: Sérgio Verteiro

Tudo pode parecer tão pouco, mas é também da soma infinita de infinitésimos que se constróem possibilidades de mudanças, que podem começar de maneira simples a partir de nós mesmos.

Foto: Sérgio Verteiro

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Ouço algumas pessoas a bradar de vez em quando que “o passado a gente esquece”. Mas como esquecer ou apagar a História que registra a trajetória de uma nação ou mesmo da humanidade? É por isso que insisto sempre que olhar para o passado nos ajuda a conhecer melhor os acontecimentos que nos trouxeram até o presente momento para melhor compreendê-lo e também para nos ajudar a projetar o que o futuro poderá vir a ser.

Nesse sentido é importante conhecer um pouco mais a trajetória de Getúlio Dornelles Vargas na política partidária brasileira. Trajetória que se encerrou com o seu suicídio em 24 de agosto de 1954, com a conhecida carta que diz “saio da vida para entrar na história”. Uma forma de conhecer melhor sua biografia é ler o artigo de Mayra Poubel publicado no Info Escola. Reproduzo a seguir parte dele, que aborda a atuação política de Getúlio Vargas de 1928 a 1954.

“Tornou-se presidente do estado do Rio Grande do Sul em 1928, assumindo o governo com o objetivo pacificador da política estadual. Porém a sucessão de Washington Luís se deu em meio de discordâncias entre as lideranças estaduais de São Paulo e Minas Gerais sobre as eleições federais. O presidente paulista não queria realizar a alternância com um candidato mineiro, insistindo em um candidato paulista. Com isso, a oposição viu em Getúlio Vargas uma alternativa. De um lado estava a candidatura oficial a cargo do paulista Júlio Prestes. Do outro lado a figura de Getúlio Vargas como representante da Aliança Liberal que contava com membros gaúchos, mineiros além do apoio da Paraíba, de dissidências estaduais e do movimento tenentista. Como vice de Vargas, João Pessoa.

Das eleições de março de 1930, Júlio Prestes saiu vitorioso. Porém setores mais radicais da Aliança alegaram fraudes nas eleições não reconhecendo o resultado como legítimo e iniciando a organização de um levante que desembocou na Revolução de 1930. Se de início alguns setores estavam hesitantes, o assassinato de João Pessoa ocorrido em julho serviu como combustível para àqueles que queriam derrubar o governo. Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas torna-se chefe do Governo Provisório após a vitória da oposição.

Em 1932 eclodiu em São Paulo a chamada Revolução Constitucionalista que exigia a elaboração de uma nova constituição, demanda que só foi resolvida em 1934 com a promulgação de uma nova Constituição. Após a Constituição, Vargas foi submetido a eleições indiretas que deveriam por fim ao período do “governo provisório”. Ele conseguiu se eleger com 175 votos enquanto seu antigo aliado Borges de Medeiros conseguiu 59.

Alegando ameaças de um pretenso plano comunista no Brasil chamado de Plano Cohen, em 1937 Getúlio fechou o Congresso Nacional – marco que estabelece o início do período do Estado Novo, que se estendeu até o ano de 1945. Foi um período ditatorial em que entrou em vigência uma nova Constituição que estabeleceu, entre outras coisas, a dissolução dos partidos políticos.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a vitória dos países democráticos, havia uma pressão de redemocratização na política brasileira, porém Getúlio Vargas alegava que o movimento “queremista” era uma prova da vontade do povo que ele continuasse no poder. Isto não aconteceu e Vargas foi deposto pelos militares.

Após ser deposto, Vargas chegou a participar da Constituinte de 1946 (sendo eleito pelos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo), porém após vários constrangimentos no parlamento feito por opositores, regressou a sua cidade natal, fixando-se na Fazenda de Itu em um exilio voluntário. Esse afastamento acabou quando nas eleições presidenciais de 1950 Vargas foi eleito com 48.7% dos votos.

Durante todos os anos desse novo governo (1951-1954), Getúlio enfrentou uma forte campanha oposicionista liderada pela União Democrática Nacional (UDN). Em agosto de 1954 um atentado contra o líder oposicionista Carlos Lacerda agravou ainda mais a instabilidade política e as pressões sobre Vargas que não suportando a forte campanha oposicionista que atacava seu legado político além de ataques pessoais, suicidou-se em 24 de agosto de 1954. A sua morte causou reação popular que culpabilizou todos que atacavam Getúlio”.

Quais aspectos mais te chamaram a atenção?

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Vale a leitura

por Luis Borges 24 de agosto de 2018   Vale a leitura

Produtividade do trabalho em casa

Nestes tempos tão bicudos, em que mais de 13 milhões de brasileiros estão explicitamente desempregados e a economia brasileira despiora a passos de tartaruga, só aumenta o desafio das pessoas na busca pela sobrevivência. Fazer determinados trabalhos dentro da própria casa pode ser uma opção em função de oportunidades surgidas. Mas como fazer para manter uma boa produtividade no ambiente francamente favorável à dispersão? É o que mostra o artigo Trabalha de casa? Confira dez dicas para melhorar sua produtividade.

“As redes sociais são grandes vilãs para a concentração no trabalho. Uma dica para fugir desse perigo é desligar todas as notificações do celular e do computador. Assim, o profissional não ficará sempre parando pára ver quem está chamando. Outra dica é trabalhar com poucas abas abertas nos navegadores de internet para que a tentação não seja tão forte”.

Preparação para a fase idosa da vida

A reforma da previdência social deverá voltar à pauta nacional no próximo ano. Independente do que vai resultar da discussão, o fato é que 22 milhões de brasileiros recebem um salário mínimo mensal de proventos da aposentadoria pelo INSS e que o teto máximo para se aposentar é o inatingível R$5.645,81. Buscar uma forma de complementar esses rendimentos deve povoar a cabeça de muita gente que se preocupa com a sobrevivência na fase idosa da vida. Mas como conseguir isso num país tão desigual, principalmente para quem não trabalha no Poder Judiciário ou no Legislativo? O artigo Envelhecer exige reinvenção de papéis e preparo desde cedo, de autoria de Renato Bernhoeft que foi publicado no Valor Econômico, aborda aspectos da questão que são mais voltados para a classe média.

“Está muito claro que iniciar um preparo na área de educação financeira, acompanhado de ações de caráter previdenciário, são temas que devem envolver não apenas os indivíduos, mas toda sua estrutura familiar. Pesquisa mundial da gestora financeira americana Legg Mason, que incluiu o Brasil, demonstrou que os brasileiros ainda poupam muito pouco quando consideram as necessidades de reserva financeira para a aposentadoria”.

Ostentação até na morte

“Da vida nada se leva” ou “a urna mortuária não tem gavetas” são duas frases muito citadas em nossa cultura popular ao se referir ao último momento do nosso curso de vida. Mas muitas são as pessoas adeptas a alguns tipos e graus de ostentação. No mercado da morte floresce um pequeno nicho voltado para quem, de maneira planejada, quer fazer de seu próprio funeral um grande e inesquecível evento para marcar indelevelmente a sua saída da cena da vida. O tema é abordado por Olivia Carville no artigo Funerais dão a bilionários última chance de ostentar riqueza publicado pelo portal UOL.

“Para muitos ricos e poderosos, os funerais estão se tornando a última oportunidade de ostentar uma riqueza imensa, em concorrência com casamentos e aniversários como rito de passagem digno de uma pequena fortuna. Eles estão escolhendo ser enterrados em caixões banhados em ouro de US$60.000 e levados por carruagens funerárias puxadas por cavalos ou carros funerários da Rolls Royce. Alguns até pagam passagens de avião para amigos e familiares irem a funerais em locais exóticos”.

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