Vale a leitura

por Luis Borges 17 de março de 2015   Vale a leitura

Água na fervura, por favor – Ações advindas de decisões impulsivas caminham na contramão da estratégia. Por outro lado, quem não tem estratégia está condenado à morte no curto, médio ou longo prazo. A situação vivida pela República Federativa do Brasil no presente momento caracteriza-se pela crise política e econômica. Persiste uma polarização entre as coligações partidárias que disputaram o segundo turno das eleições presidenciais em outubro/14. Os perdedores demonstram não ter se conformado com a derrota por uma margem relativamente pequena e parece que ainda continuam disputando as eleições. Os vencedores têm dificuldades para se entender dentro da própria base aliada, tanto na gestão para enfrentar e solucionar os grandes problemas quanto para aprovar medidas no Congresso Nacional. Tudo isso em meio às revelações das tenebrosas transações do mundo da corrupção. A temperatura aumenta e o tiroteio se intensifica. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Rogério Gentile pede água na fervura para se tentar soluções para o conflito instalado.

Esqueceremos Fukushima? – A Segunda Guerra Mundial terminou após a detonação das bombas atômicas que arrasaram as cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão. Apesar do estigma criado em torno da energia nuclear, cresceu a sua utilização para fins pacíficos como, por exemplo, a geração de energia elétrica. Mas as questões ligadas à segurança das instalações nucleares sempre foram motivo de preocupação permanente. Ao se completar 4 anos do terremoto e tsunami que atingiram a usina nuclear de Fukushima, o jornalista Chico Whitaker faz um pungente relato da situação vigente em 11 de março de 2015.

Sabendo-se que milhares de pessoas tiveram que abandonar para sempre suas casas, em oito localidades em torno da usina, e vivem até hoje em alojamentos provisórios por conta da ajuda que o governo está obrigado a lhes dar, entende-se porque entre os antigos moradores de somente uma dessas localidades, Tomioka, a 10 km da usina, tenham ocorrido quase 200 suicídios, número 10 vezes superior ao número dos que nela morreram com o tsunami…

Por que bebemos até morrer? – No último dia 9 o Brasil se despediu da cantora e folclorista Inezita Barroso, de 90 anos de idade, que imortalizou com sua voz a música Marvada Pinga. Ela cantava:

“Com a marvada pinga. É que eu me atrapaio. Eu entro na venda e já dou meu taio. Pego no copo e dali nun saio. Ali memo eu bebo. Ali memo eu caio. Só pra carregar é que eu dô trabaio. Oi lá.”

Pouco tempo antes, nos chocamos com o caso do estudante do 4º ano de Engenharia Elétrica da Unesp de Bauru, SP, que morreu aos 23 anos de idade após participar de uma festa e beber muito. Outros três foram internados em decorrência de coma alcoólico.

Por que se bebe tanto? Por que os estudantes universitários também bebem muito? Quais são as consequências desse tipo de atitude? São perguntas que a autora do blog Abecedário tenta responder neste texto. Um estudo feito nos EUA com 17,5 mil estudantes de 140 campi traça paralelos entre o hábito de beber exageradamente por farra e a possibilidade de adotar hábitos autodestrutivos ou se envolver em problemas.

  Comentários
 

A queda de braço que vem sendo travada, no plano federal, entre o Poder Executivo e o Legislativo sobre o índice de correção da tabela do imposto de renda nos leva a refletir sobre alguns conceitos.

Tudo se passa a partir de uma falsa premissa que considera o salário sendo uma renda. Se olharmos o significado da origem e do conceito de salário, veremos que a palavra deriva do mundo árabe onde trocava-se o trabalho diário por sal, daí salário. E mais, quem trabalha e recebe em troca um determinado valor por sua força de trabalho só recebe enquanto dura o contrato. Se cessa o trabalho, também cessa o salário recebido.

Já o conceito de renda implica em valorização dos investimentos feitos em ativos como, por exemplo, caderneta de poupança, fundos de renda fixa, imóveis e ações de empresas. É sobre essa diferença que o Estado deveria cobrar um percentual, a título de imposto, para ajudar na prestação de serviços de qualidade à sociedade.

observacao_e_analise_se_voce_pensa_que_salario_e_renda

Como a profundidade das discussões muitas vezes se assemelha à de um pires, vamos aqui comentar apenas alguns fatos e dados que abusam de nossa inteligência.

O Poder Executivo insiste em usar a meta de 4,5% de inflação anual para corrigir a tabela do imposto de renda, apesar desse percentual não ser atingido pelo Banco Central desde agosto de 2010, quando o mandato do ex-presidente Lula caminhava para o fim.

Nesse sentido, podemos observar que, em fevereiro/15, a inflação anualizada chegou a 7,70% e que pelas projeções do Boletim Focus do Banco Central ela caminha para ultrapassar os 8% no ano em curso. A proposta negociada entre o Ministro da Fazenda e alguns líderes do Senado para a correção escalonada da tabela “despiora” um pouco as perdas, mas ainda teremos uma situação em que algumas faixas perdem mais que outras.

Melhor seria que o Poder Executivo e seus Ministérios da Fazenda e do Planejamento assumissem que o que está sendo feito, na prática, é mais um aumento de carga tributária, como vem ocorrendo ao longo dos últimos anos. Aliás, os números mostram – e eles sabem – que é de quase 70% a defasagem na correção da tabela.

Prosseguindo no abuso da nossa inteligência, houve declarações de que 16 milhões de pessoas sairão ganhando em função das novas regras, publicadas em medida provisória. Bastava deixar-se de lado a contabilidade criativa e o uso equivocado de conceitos para reconhecermos que apenas se perderá menos diante da fúria arrecadadora do Estado.

Duro também é perceber a arrogância e a burrice estratégica do Poder Executivo, que contava com a subserviente aprovação automática pelo Poder Legislativo do veto presidencial à correção da tabela. Como sempre, o obsessivo desejo de arrumar mais R$ 7 bilhões para o ajuste fiscal. Se tudo correr bem para o presidencialismo de cooperação e não de coalizão, como dizem muitos, ainda sobrará R$ 1 bilhão para ser arrecadado com essa tentativa.

Como também espero que um dia “essa terra ainda vai cumprir seu ideal” embalo essa esperança me lembrando de que os participantes da Inconfidência Mineira lutavam pela revogação do quinto do ouro, ou seja, 20% de impostos sobre o que foi produzido, e que a sociedade brasileira de hoje já é obrigada a destinar quase 40% do que ganha em salário e renda para o pagamento de impostos. E as perdas vão apenas se consolidando.

  Comentários
 

Curtas e curtinhas

por Luis Borges 11 de março de 2015   Curtas e curtinhas

Desacelerado – A segunda fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) teve início em 2011 e mostra claros sinais de desaceleração após 4 anos. Um exemplo é a meta de construir 5772 creches e pré-escolas, cujo resultado no período foi de apenas 786 unidades, ou seja, 13,6% do almejado. Outro exemplo é meta de construir 14425 Unidades Básicas de Saúde. Até agora foram 3.332 unidades concluídas, que equivalem a 23,1% da meta. Quais são as causas de tamanha diferença? Metas malucas, baixa capacidade de gestão de empreendimentos, orçamento criativo ou contingenciamento de recursos financeiros? Ou todos eles juntos?

Feito em casa – O panelaço da noite do domingo 08/03, durante o pronunciamento da Presidente da República, mostrou uma tecnologia nova e confortável ao ser feito em casa. Ele deixou os manifestantes mais à vontade e longe de algum risco que poderia surgir nas ruas. Quem gosta de conhecer as melhores práticas em suas buscas por referências bem que poderia conhecer o padrão dos panelaços que são feitos em ruas e praças de cidades Argentinas, a começar por Buenos Aires. Quem sabe não viria daí uma boa contribuição para a melhoria contínua desse processo?

Queda – Nesses tempos de muita expectativa na política, na economia e de alta volatilidade no mercado, o dólar teve ligeira queda ontem e fechou cotado a R$ 3,104. Enquanto isso a bolsa de valores continuou em queda e caminhando para o seu costumeiro “andar de banda” fechando o dia a 48.293 pontos. E assim o tempo vai passando e a gente vai levando. Até quando?

Saúde mental – A medicalização é uma realidade na vida dos brasileiros e a indústria farmacêutica também conta com isso para atingir as suas metas de lucratividade. Enquanto a população perde poder aquisitivo com a alta inflacionária, o Ministério da Saúde está incluindo no Sistema Único de Saúde os medicamentos Clozapina, Lamotrigina, Olanzapina, Quetiapina e Risperidona, usados no tratamento do transtorno bipolar. Essa doença acomete 2 milhões de brasileiros, ou seja, 1% da população. Agora o desafio continua sendo conseguir uma consulta médica em curto espaço de tempo, ainda que ela dure apenas cinco minutos e neles esteja incluído a emissão da bendita receita médica. Haja paciência e persistência, afinal de contas a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, segundo a Constituição Brasileira de 1988.

  Comentários
 

Lixo sem cidadania

por Luis Borges 10 de março de 2015   A vida em fotografias

O Observação & Análise mostrou em julho, setembro e dezembro do ano passado um pujante lixão que se integrou à paisagem da Rua Arthur de Sá esquina de Rua Enoy, próximo ao Minas Shopping, no bairro União, em Belo Horizonte. Ele é apenas uma pequena amostra dessa modalidade usada pelas pessoas para se livrar do lixo em diversas regiões da cidade. Basta um olhar atento para você confirmar o que estou dizendo.

Como existe um forte discurso a favor da cidadania em nossa sociedade civil, é importante lembrar que o seu exercício pressupõe direitos e deveres políticos e sociais. As fotografias deste post mostram que a cidadania continua no lixo, pois os procedimentos padrão para a coleta do lixo domiciliar não dão ao cidadão o direito de jogar ali, na rua, os seus resíduos. É seu dever destiná-los adequadamente nos dias definidos para a coleta.

Visto que ainda falta muita educação e disciplina para fazer o que é certo desde a primeira vez, é mais fácil cada um se safar como pode do lixo que sobrou em casa depois do prazo. Isso vale também para fazer do lixão um bota fora de camas, sofás, fogões, geladeiras, tanquinhos, armários e até dos entulhos da construção civil.

Fotos: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

Veja na sequência como cresce esse lixão, que leva em torno de 15 dias para se saturar e, logo após, receber o caminhão a serviço da SLU para fazer o “limpão”. Nesse caso do bairro União, o lixão ja existe há pelo menos 8 anos. É o que nos contou um cidadão que mora no bairro ao longo desse tempo e que quando lá chegou já encontrou a rua com essa função.

Fotos: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

A Superintendência de Limpeza Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte não tem feito campanhas educativas para esclarecer a população como proceder em relação ao lixo. Ela apenas recolhe tudo o que está no lixão sempre que ele fica saturado e realimenta a postura da população para continuar usando esse caminho mais fácil.

observacao_analise_lixo_sem_cidadania

Dia 6 de março, chegou a hora da limpeza… / Foto: Sérgio Verteiro

Um dos fundamentos do Programa 5S nos ensina que lugar limpo não é o que mais se varre, mas o que menos se suja. Como se vê pela prática cotidiana das pessoas que contribuem para a formação desse lixão, ainda estamos muito longe de fazer o que o fundamento preconiza. Mas essa é, também, uma das muitas caras da nossa sociedade.

  Comentários
 

A revolução dos bichos

por Convidado 9 de março de 2015   Convidado

por Sérgio Marchetti

Hoje, após ouvir o noticiário matinal, senti uma enorme revolta e uma tristeza imensa com os rumos de nosso maltratado Brasil. Falaram, os jornalistas, de assassinatos, corrupção, impunidade… Reflitam: nesse momento os governantes nos devem satisfação sobre suas falcatruas e omissões, sobre o quadro vergonhoso e lastimável pintado com as tintas da desonestidade, do descaramento, da advocacia somente em causa própria… Até perdi o fôlego, desculpem-me. Mas diante de tanto absurdo, esses devedores, com ficha imunda, nos impõem aumentos de taxas e de impostos, para pagar os seus próprios desvios. Tudo aqui no Brasil é inusitado – mandam nele um ex-presidente, uma presidente e trinta e nove ministros. Estão lá porque nós pagamos com suor e, literalmente, com muito sangue, o salário e todos os auxílios que se dispuseram a ter direito.

Não por acaso, lembrei-me, agora, de um filme – Gladiador. Nele o que move e dá força aos escravizados é o orgulho e a honra. Mas aqui, no gigante adormecido em berço esplêndido, pelos fatos, quem governa tem força, porém, lhes falta honra. Mas nós, os explorados, devemos continuar sendo honrados. Não podemos permitir que nos roubem também a dignidade.

observacao_analise_revolucao_bichos_2

Capa de uma das edições do livro “A Revolução dos Bichos” / Fonte da imagem – Sagas Brasil 

Falei de filme e, agora, bateu-me à porta da mente a lembrança de um livro, A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Faz tempo que o li, mas queria o autor, em sua essência, demonstrar a decepção com a Revolução Soviética e, até mesmo, com o socialismo que ele próprio defendia. Há, naqueles escritos, uma filosofia que gostaria de compartilhar com os leitores. Passados tantos anos que fiz a leitura, ficou-me o registro de que a história se passa na zona rural e, como em muitas fazendas, os proprietários possuíam vacas, cavalos, galinhas, ovelhas e outros animais domésticos. Um dia aqueles animais se reuniram e, comandados por um porco, chegaram à conclusão de que estavam sendo explorados pelos seus donos. As galinhas achavam um absurdo doarem seus ovos e ainda serem abatidas para alimentar os moradores da fazenda. O cavalo e o burro, da mesma forma, se sentiam escravizados num serviço pesado. As ovelhas doavam o leite e a lã. As vacas… talvez tossissem. O que tenho certeza é que o lucro era apenas dos donos da fazenda. “A colheita é comum, mas o capinar é sozinho” (Guimarães Rosa). Uns trabalhavam e outros ganhavam. Surgiu então a ideia da mudança. Os animais tomaram a fazenda.

Logo no início do novo regime, o porco líder, muito falante e, parecendo ser verdadeiro, prometeu o fim dos abusos e da exploração dos animais trabalhadores. Dizia que haveria justiça e vida nova para todos. Mas não houve nada disso. O porco ficou deslumbrado com o poder e não cumpriu as promessas, sendo incoerente com tudo que pregou. Foi corrompido. Rodeou-se de outros animais, concedendo-lhes vantagens nada honestas e, para decepção de tantos seguidores, seus gastos, abusos e desvios foram infinitamente superiores aos de seus antigos donos.

Compreendo perfeitamente a decepção de Orwell. E acredito que muitos leitores compreendam-no também.

Bem, depois destas reflexões, preciso recuperar as boas energias. E, para não ter que sofrer assistindo a outro noticiário, vou me distrair com um filme bem antigo e leve… Ali Babá e os Quarenta Ladrões.

Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui Licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br .

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 8 de março de 2015   Vale a leitura

Dívidas pessoais atrasadas – O nome sujo na praça é uma realidade crescente para muita gente.  Apesar da crise econômica, dos juros altos e do desemprego que já começa a aumentar, as causas fundamentais dessa situação são bem claras. Falta planejamento, sobra impulso na tomada de decisão e sobra coragem para se endividar em níveis muito além da verdadeira capacidade financeira. Uma pesquisa do SPC Brasil feita em conjunto com o portal Meu Bolso Feliz mostra diversos ângulos da realidade vivida por pessoas endividadas. Vale a pena ler e refletir – você está nessa situação? Como sair dela?

Em média, o consumidor brasileiro inadimplente está com o nome sujo há aproximadamente dois anos, deve para 3,7 diferentes empresas, adquiriu essas dívidas por meio do cartão de crédito e de lojas e tem um débito total de R$ 21.676,00 junto às empresas credoras – já embutidas as multas e as taxas cobradas pelo atraso. Esse valor corresponde a 768% da renda familiar mensal de um consumidor entrevistado na pesquisa, de R$ 2.822,00.

Escassez de água – Estamos caminhando para o final do verão e o racionamento da água para o consumo humano ganha força no horizonte próximo. Na volta do barco já sentimos o desespero de muitos daqueles que, irresponsavelmente, não fizeram o dever de casa. Na prática tenta-se mascarar a falta do planejamento para os tempos de escassez da água com a tentação de propor obras faraônicas, que exigem altos valores de investimentos de recursos financeiros também escassos. É emblemático o caso do Sistema Cantareira que abastece 6 milhões de pessoas na grande São Paulo. Leia neste artigo do jornalista Afonso Capelas Jr, publicado pelo Diário do Centro do Mundo, um alerta sobre a adoção de tecnologias pouco apropriadas para resolver o problema e um clamor pela proteção do entorno das nascentes e das florestas nativas, bem como a intensificação do reflorestamento de áreas já degradadas.

Bagunça na sala de aula – Um aluno com 16 anos de idade agrediu a diretora de sua escola, em Belo Horizonte, porque ficou irritado com a convocação de sua mãe para tratar de seu comportamento em sala de aula. O fato nos remete a questionamentos – o que e como fazer diante da bagunça e da indisciplina em sala de aula? Segundo texto da jornalista Sabine Righetti, especialista em educação e ciência, um professor no Brasil ao ministrar 4 horas de aula por dia perde 48 minutos para conter a bagunça em sala. E tem mais. Na medida em que a idade do aluno aumenta, a situação só piora. Leia aqui o texto completo, publicado no Blog Abecedário. E fique com a reflexão proposta pela autora: “já conseguimos até calcular o tempo de conteúdo perdido em sala de aula. Ótimo. Mas o que estamos fazendo para lidar com essa questão?”

Irritação criativa – Apesar da insistência do governo federal em não admitir os erros do primeiro mandato da Presidente da República, o fato é que a economia brasileira está se aprofundando em sua crise. O ajuste fiscal passou a ser buscado de diversas maneiras, visando com tentativas e erros políticos recolocar a economia no seu prumo. A conjuntura é delicada, conjuntura de juros e inflação em alta; credibilidade e crescimento em baixa. Em artigo publicado na Folha de São Paulo, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central durante o governo Lula, apresenta suas proposições para enfrentar os grandes problemas do momento.

“É uma necessidade premente não só olhar para todos os problemas que estão aí, mas começar a dirigir toda essa energia e toda essa irritação nacional para a construção de um país mais eficiente, produtivo e capaz de oferecer um alto padrão de vida à população”.

  Comentários
 

Curtas e curtinhas

por Luis Borges 5 de março de 2015   Curtas e curtinhas

Dólar comercial – A moeda americana fechou a quarta-feira cotada a R$2,98. Os analistas trabalhavam com a projeção de R$ 3,00 apenas em 2016. A crise na economia está acelerando tudo. É bom lembrar que os empresários sempre reivindicaram um câmbio mais favorável às suas exportações juntamente com juros baixos e desoneração da folha salarial. Entretanto não fazem o dever de casa para “despiorar” a gestão e aumentar a produtividade.

BRT / Move – Cinco pessoas morreram em acidentes envolvendo o BRT/Move só nos últimos 20 dias. E olha que, no discurso, a segurança de pessoas e bens é uma prioridade. Se projetarmos linearmente esse número para um ano, poderíamos chegar a 91 mortos. Isso sem falar em outras perdas decorrentes desses mesmos acidentes. Se nada for feito pelos envolvidos na questão o cenário será muito sombrio.

observacao_e_analise_curtas_curtinhas_move

Ônibus do Move parado na Av. Cristiano Machado./ Foto: Sérgio Verteiro

Empregados domésticos – Neste mês de março completam-se dois anos que a Presidente da República anunciou em grande estilo a Emenda Constitucional garantindo diversos direitos aos empregados domésticos. Dentre eles destacam-se a jornada de 44 horas semanais de trabalho, o direito ao recebimento do FGTS, o recebimento de horas-extras e o recebimento do seguro desemprego. Entretanto a regulamentação desses direitos continua parada no Congresso Nacional.

Vendas em queda – Segundo o Minaspetro, Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais, já existem postos de combustíveis em Belo Horizonte apresentando queda de até 40% nas vendas após o último aumento de preços. Encontrar um litro de gasolina a R$3,109 já não é tarefa fácil. Você continua mantendo o mesmo nível de consumo anterior ou já começou a se defender e a reprogramar seus gastos diante da perda de poder aquisitivo?

Los hermanos – A inflação da Argentina ficou em torno de 40% no acumulado dos últimos 12 meses e a da Venezuela bateu em 70%. Por aqui já estamos chegando a 8% com promessas de atingir a meta de 4,5% em 2017. Quão mais pobres chegaremos lá?

  Comentários