Mapa mostra focos de incêndio no país / Agosto 2024 / Crédito: NASA

Caminhando nesse final de inverno para o início da primavera que precederá o verão, fico com a sensação que tudo já é verão há um bom tempo. Isso só reforça minha certeza de que o clima mudou para pior e tudo só tende a piorar se nada for feito de mais expressivo para frear as emissões de gases causadores do crescimento do Efeito Estufa.

Até isso é uma mera constatação, pois na prática o que temos é muito desconforto diante de tantas ondas de calor, cada vez mais frequentes e em intervalos menores.

O Brasil em chamas marcou o mês de agosto e prosseguirá firme e crescente em setembro, enquanto ficaremos esperando as chuvas para o final do mês ou no início de outubro na região metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo.

A estratégia continua sendo de sobrevivência diante da umidade relativa do ar ficando abaixo de 20% à tarde. Haja sistema respiratório para enfrentar isso.

Será que teremos água suficiente para abastecer a região até o início do período chuvoso? E qual será o impacto na agricultura e pecuária? De qualquer maneira, a conta de energia elétrica para os consumidores residenciais já tem a bandeira vermelha garantida pelo Operador Nacional do Sistema elétrico – ONS. Na prática temos mais queima de combustíveis com o acionamento das usinas termelétricas, o que também contribuirá para o crescimento do Efeito Estufa.

Mesmo as pessoas mais resignadas devem estar preocupadas com tantas queimadas e suas causas, com os biomas destruídos, prejuízos com as próximas safras de arroz, cana de açúcar, café, soja, hortifrutigranjeiros… inflação futura, taxa básica de juros e crescimento econômico.

Será que as metas definidas pela Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas serão atingidas nos prazos estabelecidos? Ao longo desse ano, cada mês que passou foi o mais quente de todos os tempos e, nesse momento, agosto é o campeão. Será que setembro vai supera-lo?

Fico também pensando na distância que ainda existe atualmente entre as intenções e os gestos diante de tantas necessidades urgentes para obtenção de um clima favorável à vida. Do jeito que as coisas estão indo vai ficando cada vez mais próximo o Ponto de Não Retorno, ou seja, “termo usado em ecologia e mudanças climáticas para descrever situações em que um ecossistema atinge um limite crítico e as perturbações causadas são tão severas que não é mais possível alcançar as condições necessárias para a sua recuperação”. Precisamos pensar e agir em relação aos Biomas da Amazônia, Pantanal do Mato Grosso, Cerrado do Brasil Central, Mata Atlântica, os Pampas Gaúchos …

E agora? O que e como fazer?

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 4 de setembro de 2024   Curtas e curtinhas

Aumento de 12% no preço de um plano de saúde

Um engenheiro associado a uma entidade representante de sua categoria profissional recebeu um comunicado da administradora do plano de saúde coletivo do qual participa via associação.

O comunicado informa que “após um cuidadoso processo de negociação entre a administradora e a operadora do plano de saúde ficou definido o índice de reajuste anual do seu plano utilizado. Em setembro, será aplicado o índice de 12% sobre sua mensalidade atual. É importante que você saiba que a aplicação desse índice é necessária para garantir a sustentabilidade e qualidade dos serviços, considerando custos médicos, avanços tecnológicos e investimentos em infraestrutura. Como sua administradora, buscamos pelo menor impacto financeiro possível, pois sabemos que o reajuste pode prejudicar seu orçamento”.

Vale lembrar que a inflação dos últimos 12 meses medida pelo IPCA do IBGE foi de 4,5% e que são pouquíssimas as categorias profissionais que conseguem uma reposição das perdas inflacionárias em seus salários acima desse índice. A cada ano o orçamento familiar vai ficando mais apertado e quando não houver mais espaço para o plano de saúde a solução obrigatória será dada pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Quem ainda não esta inscrito, deve dar um jeito de se inscrever o quanto antes.

E viva o SUS!

O preço das coisas no Mineirão e no Aeroporto de Confins

Um casal de advogados foi assistir com um sobrinho ao jogo do Galo contra o Fluminense, no Mineirão, na noite do sábado, 24 de agosto. Ao contabilizar os gastos que tiveram no evento, além do ingresso, ficaram pensativos diante do valor despendido. Eles pagaram R$ 60,00 pelo estacionamento do automóvel, R$ 38,00 por balde de pipoca de tamanho grande, R$20,00 por unidade de feijão tropeiro, R$ 10,00 pelo copo de cerveja de 350 ml, R$ 7,50 pela água mineral de 500 ml e R$ 8,00 pelo refrigerante de 350 ml.

Ao final do evento os três gastaram R$ 450,00 e o Galo perdeu de 2 x 0.

Sair do estacionamento de veículos exigiu paciência e ainda bem que o ingresso foi cortesia de um grande amigo atleticano.

Na segunda-feira, 26/08, duas tias levaram o sobrinho ao Aeroporto de Confins onde ele embarcou para a cidade de São Paulo. A despedida foi marcada por um cafezinho numa das lanchonetes do local. O preço do café coado foi de R$17,10 enquanto o do pão de queijo ficou em R$ 9,80 e o da água mineral em R$ 8,60. A conta fechou em R$106,50.

É o que temos para o momento nesse mercado que se autorregula. Paga quem quer e pode, ou então decide aumentar as dívidas no cartão de crédito, por exemplo.

Tabela do Imposto de Renda ficará congelada em 2025

O Ministério da Fazenda enviou ao Congresso Nacional a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias para a elaboração do orçamento da União de 2025.

Entre as diversas premissas, destacam-se o déficit zero das contas públicas, R$ 39 bilhões para Emendas Parlamentares, reajustes salariais para as categorias dos servidores públicos do Poder Executivo que fizeram greve ao longo do ano (até agosto) e salário mínimo de R$ 1.509,00 mensais.

A defasada Tabela do Imposto de Renda permanecerá congelada em 2025, se não houver questionamentos dos parlamentares, o que é o mais provável, em nome do equilíbrio das contas públicas e do Arcabouço Fiscal em vigor. Assim, sobrará apenas o ano de 2026 para que o Presidente da República cumpra a sua promessa de campanha eleitoral de isentar do Imposto de Renda os ganhos de até R$ 5 mil reais mensais.

Entre perdas e perdas o poder aquisitivo só se reduz e ainda teremos a discussão da Reforma da Renda para completar a Reforma Tributaria.

A conferir!

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 31 de agosto de 2024   Curtas e curtinhas

As pesquisas eleitorais e a abstenção

Os institutos de pesquisas fazem seus levantamentos sobre as disputas eleitorais, no caso agora para prefeitos, principalmente, e buscam retratar o momento de cada candidato naquele instante, levando em conta parâmetros científicos tais como tamanho da amostra, margem de erro, intervalo de confiança, resposta estimulada e espontânea…

Como o voto no Brasil é obrigatório para quem tem de 18 a 70 anos, e é optativo para os cidadãos acima de 70 anos e os que estão entre 16 a 18 anos, os institutos de pesquisas deveriam começar seu trabalho perguntando se o eleitor pretende votar na próxima eleição. Em caso afirmativo, é só fazer as demais perguntas, indo até votos brancos, nulos ou não sabe.

Vale lembrar que as abstenções têm crescido nos últimos anos. Em 2018 a abstenção foi de 20,3%, em 2020 chegou a 23,14 nas Eleições Municipais e em 2022 ficou em 20,95% nas Eleições Presidenciais.

A melhoria contínua deve ser uma busca permanente!

A longevidade é real

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou em 22/08 mais observações e análises sobre as faixas etárias pesquisadas pelo Censo de 2022.

A fecundidade caiu para 1,57 filhos por mulher e era de 2,32 no senso de 2000. A expectativa de vida ao nascer ficou em 76,4 anos – era 71,1 em 2000 – e estima-se que será de 83,9 anos em 2070.

Os números mostraram que a faixa de 0 a 14 anos corresponde a 20,1% da população e a de 15 a 24 anos é de 14,8%. A faixa de 25 a 39 anos equivale a 23,3% e a de 40 a 59 anos, a maior de todas, registrou 26,2%. Os idosos, aqueles que têm 60 anos ou mais, já correspondem a 15,6% e superam a faixa dos que têm de 15 a 24 anos.

As projeções do IBGE mostram que em 2046 os idosos serão 28% da população e chegarão a 37,8% em 2070 tornando-se os mais numerosos da população.

Vale lembrar também a projeção da população em 220 milhões em 2042,que a partir dai começará a decrescer para chegar a 199 milhões em 2070.

Fica gritante a necessidade de um reposicionamento estratégico das políticas públicas diante do aumento da longevidade, que demanda mais qualidade de vida com renda adequada. Só fazer reforma da previdência social, cada vez mais arrochando os benefícios dos segurados, só vai piorar a situação.

Um seguro para cobrir as catástrofes climáticas

A Confederação Nacional das Seguradoras – CNSeg está propondo a criação de um seguro para cobrir perdas advindas das catástrofes decorrentes das mudanças do clima, ou seja, os eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes e intensos.

A proposta sugere que seja cobrado, através de Lei Federal, R$ 2,00 mensais na conta de cada telefone celular pós-pago, que majoritariamente pertence a população de média e alta renda. Os pré-pagos ficariam de fora para não penalizar ainda mais a população de baixa renda, segundo a proposta em articulação.

Outra hipótese seria a cobrança dos mesmos R$ 2,00 nas contas mensais de energia elétrica, mas a objeção é que a população de baixa renda seria prejudicada.

Será que o Congresso Nacional vai aprovar essa taxa? O que está sendo feito efetivamente com os planos de ação para se atingir as metas do acordo do clima, visando reduzir as emissões dos gases do Efeito Estufa em 53% até 2030?

A conferir.

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Faltam 45 dias para as Eleições Municipais de 6 de outubro. O calendário eleitoral estabelece que o período iniciado em 16 de agosto é para se fazer a campanha de candidatos a prefeitos e vereadores conforme as regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE.

Como vivemos numa democracia representativa, é fundamental que conheçamos as propostas de quem se dispõe a nos representar nos Poderes Executivo e Legislativo do município em que vivemos. A escolha precisa ser consciente. Afinal de contas, muitos são os problemas municipais em diferentes graus de complexidade, a começar pelos mais crônicos e antigos, à espera de soluções de qualidade e preços adequados perante os recursos finitos existentes.

Nesse sentido espero que os candidatos se posicionem e tenham propostas sobre os temas abordados logo adiante. Não dá para cumprir o mandato numa Câmara de Vereadores só propondo nomes para logradouros públicos, apresentando moções de congratulações ou de pesar, conceder títulos de cidadania honorária, deixar de fiscalizar o Poder Executivo Municipal e só aparecer para os eleitores a cada 4 anos no período eleitoral.

O primeiro grande problema, cada vez mais crônico e que nos desafia permanentemente, é a mobilidade urbana. Como exercer diariamente o direito constitucional de ir e vir com o transporte coletivo por ônibus na cidade de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, por exemplo? E o metrô, táxi, transporte por aplicativos, veículos de carga e individuais, além das motocicletas no trânsito que circulam em vias públicas às vezes mal conservadas, notoriamente esburacadas, e mal sinalizadas? Até para andar à pé é difícil devido aos obstáculos colocados nas calçadas, também mal conservadas, das vias púbicas, a começar pelas mesas e cadeiras nas portas de bares e restaurantes.

Como melhorar continuamente na cidade a trilogia básica formada por educação, saúde e segurança pública a partir das garantias orçamentárias obrigatórias?

O que e como fazer para tirar da invisibilidade as pessoas em situação de rua, hoje estimados em 13 mil?

Outro problema é a gestão da limpeza urbana, pois a cidade se encontra suja, com baixo índice de coleta seletiva de lixo domiciliar e sem a presença de campanhas educativas voltadas para os cidadãos.

Outra dimensão deve ser dada à gestão dos resíduos sólidos, tendo em vista a reciclagem de materiais com foco nas pessoas que trabalham nas diversas etapas da atividade.

Qual é a proposta de uma destinação adequada para a área desapropriada a mais de 10 anos no bairro São Gabriel para a construção da nova rodoviária? E para o desativado aeroporto do bairro Carlos Prates?

Como você se posiciona em relação a obrigatoriedade da retomada do Orçamento Participativo?

Que melhorias implementar no sistema viário da cidade, a começar pelo Anel Rodoviário e grandes corredores do tráfego?

O clima já mudou e exige um reposicionamento estratégico diante dos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos.

Como encarar os problemas da Lagoa da Pampulha, dos parques e qual é o posicionamento em relação ao Código de Posturas Municipais, a Lei de Uso e Ocupação do Solo, a Lei do Silêncio e a atualização do Mapa Acústico em um município cada vez mais barulhento? Que melhorias propor para a gestão da prefeitura com uma estrutura organizacional contendo 10 administrações regionais com orçamento próprio? Nesse caso, seria criada a Administração Regional Centro, desmembrada da Zona Sul?

Por último, vale pensar na comunicação transparente do prefeito e vereadores com os cidadãos que eles estarão representando nos Poderes Executivo e Legislativo do município.

Será que são muitas as minhas expectativas? O que você acha, caro leitor?

Luis Borges

Luis Borges

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Qual é o seu papel?

por Convidado 14 de agosto de 2024   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Tem dias que parecem noites. Já ouviram esta expressão, atentos leitores? Filósofos antigos, com destaque para Heráclito (500 a.C. – 450 a.C.), diziam que o mundo é algo mutante e que tudo muda o tempo todo. Não há como discordar do grande pensador, haja vista os cenários atuais que registram, todos os dias, um palco de mudanças e transformações como nunca antes visto na história deste país, digo, mundo (frase profunda). Desde que o mundo é mundo, somos sistêmicos. Sim, somos parte de um sistema, um fragmento perante o cosmos, e somos, nós mesmos, um corpo, cujo sistema biológico nos permite viver. Diante da óbvia constatação, começamos a entender que, embora sejamos quase insignificantes, podemos fazer a diferença por intermédio de nossas atitudes perante o mundo. E aí, quem sabe, o dia deixe de parecer noite.

A ruptura de um sistema, sem medir as consequências, é como, por estética, retirar uma coluna de uma construção, sem saber que todo o prédio irá ruir. Quando era criança (lá em Barbacena, claro), brincávamos com aquele jogo de varetas que é um bom exemplo do sistema. Caso tirássemos a vareta errada, todas as outras cairiam. Na sociedade formada por castas e células, algumas pessoas ignoram as leis, a ordem e o sistema, e se colocam num patamar elevado, assistindo a vida de camarote e usufruindo de prazeres que matariam Aristipo (435 a. C – 356 a.C.), filósofo grego, de inveja e, Zeus, o deus mitológico, de raiva, por se igualarem a ele. E quantos desses pseudos-deuses chegaram ao Olimpo à custa do sacrifício de outros tantos?

A própria neurociência, tão em voga, traz a máxima da neuroplasticidade, ou seja, nenhuma ação no corpo humano ocorre de maneira isolada. Um órgão com uma doença afeta e é afetado por outros órgãos. E o mundo?

No universo, quando as regras são quebradas e as leis infringidas, seja na sociedade ou na própria vida, o sistema sofre uma interrupção, uma pane e afeta um todo. Quando duas pessoas dormem juntas e uma puxa o cobertor, a outra parte fica descoberta. O sistema verdadeiro exige parceria, empatia, divisão, compreensão, conscientização, compaixão, sabedoria, solidariedade e responsabilidade, entre outros atributos.

Quando a floresta queima no Brasil, o mundo todo é afetado. Quando pessoas sem escrúpulos governam, todo sistema é afetado. Quando a ganância e o ódio transformam tantas pessoas em sociopatas, toda a sociedade é afetada.

Convido-os para pensar sistemicamente.

 

*Sérgio Marchetti é consultor organizacional, palestrante e Educador. International Certification ISOR em Holomentoring, Coaching & Advice (coaching pessoal, carreira, oratória e mentoria). Atuou como Professor de pós-graduação e MBA em instituições como Fundação Getúlio Vargas, Fundação Dom Cabral, Rehagro e Fatec Comércio, entre outras. É pós-graduado em Administração de Recursos Humanos e em Educação Tecnológica. Trinta anos de experiência em trabalhos realizados no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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Faltam apenas 60 dias para as Eleições Municipais de 6 de outubro. O calendário eleitoral sinaliza o início da campanha eleitoral oficial. Os meios de divulgação para propostas de soluções dos problemas que incomodam os habitantes são os mais diversos, mas inegavelmente as redes sociais serão muito usadas.

Mas qual o conteúdo que balizará essas propostas na corrida pelo voto em busca da vitória para o Poder Executivo e o Poder Legislativo?

Prestarei bastante atenção nas propostas dos candidatos que se posicionarem por uma Zeladoria Municipal ativa para manter e melhorar continuamente as condições de se viver adequadamente no espaço do Município com o devido respeito à cidadania.

Nesse sentido sugiro que uma cidade do porte de Belo Horizonte possa ter a Prefeitura dividida em 10 Administrações Regionais, com a separação da Região Central da Zona Sul e em cada uma delas existindo uma zeladoria para atuar no melhor estilo do Ver e Agir para resolver os problemas que surgem cotidianamente. Os fatos e dados registrados poderão mostrar que um problema simples que não é resolvido logo tende a se tornar crônico, de solução cada vez mais cara e de consequências ruins para a população.

Observando e analisando os bairros da Zona Leste da cidade, por exemplo, ficam evidentes quantos problemas poderiam ser evitados com um sistema de gestão ágil e focado no bem-estar das pessoas. A maior parte dos pequenos problemas poderia ser resolvida em até 48 horas. É claro que problemas de médio e grande porte ficarão por conta da grande estrutura da Prefeitura e acompanhados de perto pela administração regional, tudo devidamente registrado desde o início da reclamação e atualizado diariamente no Portal da Transparência, até a entrega do serviço, conforme os prazos estabelecidos.

Percebo que ganharíamos muito em qualidade de vida se um buraco que surge no meio de uma rua fosse logo obturado (tampado) assim que a reclamação chegasse à zeladoria ou que uma calçada estragada fosse consertada pelo proprietário do imóvel assim que ele fosse notificado.

Podemos também registrar uma reclamação imediatamente após o início da formação de um bota-fora de resíduos em uma calçada qualquer, a presença de semáforos estragados, barulhos além dos limites da lei do silêncio, veículos abandonados nas ruas como se o espaço fosse uma garagem, lâmpadas queimadas no sistema de iluminação pública, falta de sinalização nas vias públicas, inclusive placas de identificação do logradouro, instalação de mesas e cadeiras nas calçadas em frente a bares e restaurantes, reservas de vagas para estacionamento de veículos em frente a academias, poda de arvores, falta de capina, varrição e assim por diante.

Vale lembrar que é preciso estar atento e reclamar imediatamente diante do surgimento de problemas nas redes de abastecimento de água, esgotos sanitários, águas pluviais – principalmente as entupidas-, energia elétrica, telefonia e gás canalizado. Para que o sistema de zeladoria municipal funcione bem é fundamental a participação de todos os envolvidos, que vai desde a gestão do Executivo Municipal, fiscalização da Câmara de Vereadores e a participação ativa da população com reclamações e sugestões para não cair na inércia.

Afinal de contas, nós vivemos nos municípios e devemos atuar sempre pela melhoria das condições de vida para todos os cidadãos.

Luis Borges

Luis Borges

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Quando as contas não fecham

por Luis Borges 29 de julho de 2024   Pensata

Estão em evidência nos meios de comunicação social as notícias sobre o déficit das contas públicas federais contidas na Lei Orçamentária Anual – LOA – para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Entre as premissas orçamentárias estão as expectativas para a arrecadação e para as despesas, crescimento da economia… Como existe a frustração de receitas e crescimento das despesas além do esperado, o que se vê nesse momento é uma verdadeira caça aos culpados pelos resultados (entregas) ruins. Vale lembrar que o Arcabouço Fiscal vigente prevê déficit de R$ 28 bilhões e agora, para se manter nele, foi necessário bloquear R$ 11 bilhões no orçamento e contingenciar outros R$ 4 bilhões, que poderão voltar à execução orçamentária se a arrecadação aumentar.

Nesse momento, tudo está focado nos gastos do Regime Geral da Previdência Social – RGPS – gerenciado pelo INSS, e pelo Benefício de Prestação Continuada – BPC, pago aos idosos carentes a partir dos 65 anos de idade, ou seja, um benefício social.

A observação e análise desse fenômeno se mostra muito simplista, pois deixa de lado fundamentos básicos da gestão de qualquer negócio, a começar por Processo – conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos – e por Problema – resultado indesejável de um processo. Para resolvê-lo é preciso agir no combate às causas que o geraram, a começar pelas fundamentais.

Também é importante lembrar que Sistema é um conjunto de partes interligadas, que são compostas por inúmeros processos. É preciso fazer uma análise de todo o sistema com o desdobramento dos gastos, tantos os obrigatórios quanto os não-obrigatórios, até as unidades gerenciais básicas onde eles acontecem. É importante verificar inclusive a efetividade da gestão para combater os desperdícios, as mordomias, os penduricalhos na carreira dos servidores militares e das castas civis.

Além disso, não dá para ficar de fora a enorme dívida pública que não aparece no déficit primário e é rolada permanentemente com o pagamento de juros indexados à taxa básica Selic do Banco Central do Brasil.

Urge fazer a Reforma Administrativa Federal em plena Era Digital e com a Inteligência Artificial, englobando os Três Poderes, a começar pela quantidade de Deputados e Senadores, viagens individuais e de grupos nos aviões da FAB, Emendas Parlamentares Impositivas, inclusive as Emendas via pix, diretamente para os numerosos municípios, um teto salarial para os servidores com responsabilidade fiscal, a não aceitação de obras paralisadas empacando o dinheiro publico, o fim dos fundos eleitorais e partidários…

O que não dá para aceitar é mirar na Previdência Social, atacar o ganho real do salário mínimo e chorar os benefícios sociais que mitigam efeitos da alta concentração de renda e combatem a insegurança alimentar severa na base da pirâmide social.

Enquanto isso, já vai crescendo a falação daqueles que veem numa nova Reforma da Previdência Social do setor privado a panaceia para todos os males, como sempre olhando uma pequena parte e não o todo, a maior parte.

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