São vinte dias passados da nova estação, que começa a se parecer um pouco mais com outros outonos. Há quem goste de enfatizar as manhãs outonais e se encantar com as cores de abril. Para quem preferir cantar as cores, uma boa lembrança é a música Roxinha, de Zeca Baleiro. Letra retirada do site Vagalume.

Roxinha

Tem gente que me chama de roxinha
Tem gente que me chama de galega
Galega roxinha
O que é que eu sou
O que é que eu sou, sei lá

Tem gente que me chama de neguinha
Tem gente que me chama de minha branca
Minha branca neguinha
O que é que eu sou
O que é que eu sou, sei lá

Tem gente que me chama de parda
Tem gente que me chama de crioula
Tem gente que me chama pela cor
A minha alma tem mais de mil cores, meu amor
Tem gente que me chama de morena
Tem gente que me chama de escura
Mistura e maravilha
Meu pai e minha filha
São como eu, mestiços, sim senhor
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1963 – Alfred Hitchcock lança o filme “Os Pássaros” nos Estados Unidos.

1968 – O estudante secundarista paraense Édson Luís de Lima Souto, 16 anos, morreu durante confronto de estudantes com a policia no restaurante Calabouço, no Centro do Rio de Janeiro.

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Parece pouco, mas já é outono

por Luis Borges 27 de março de 2014   Pensata

Ao longo dos sete primeiros dias da estação ouvi diversas saudações à chegada do Outono austral, que faz a transição entre o calor do verão e o frio do inverno.

Entendo que uma das causas de tanta expectativa está na grande seca trazida pelo veranico de janeiro e fevereiro. “Que calor!” foi a expressão do verão, servindo para reclamações por noites mal dormidas e também para justificar a procura por ventiladores, refrigeradores e afins.

Aliás, umidificadores de ar, aparelhos de ar condicionado e congêneres se tornaram ainda mais presentes nas casas e locais de trabalho, estimulando indústria e comércio, que colocaram no mercado dezenas de seus equipamentos geradores de conforto térmico.

O início do Outono trouxe muito calor, queda de temperatura no fim de semana e agora já se vive a expectativa de chuvas para os próximos dias. Mas ainda é cedo para sonhar com a estação de temperaturas amenas e frescor no ar de anos atrás. Penso que, de repente, poderemos ter mais calor, ventos, ainda alguma chuva e até frio, além do tempo seco e nevoeiros.

Embora pareça mais do mesmo, não devemos nos esquecer do preço do aquecimento global, que já estamos pagando. Preço este que enseja reflexões e denuncia nossa brutal indiferença ao assunto, confirmada pelas nossas poucas ações.

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Vale a leitura

por Luis Borges 23 de março de 2014   Vale a leitura

PEC das Domésticas – Quase um ano depois da nova lei, uma pesquisa da UFMG mostra que o aumento da renda e a valorização desses profissionais têm impactos significativos na economia, como o aumento da produção e venda de produtos como geladeiras, fogões e televisões.

Criando os filhos – Até quando os pais devem ou podem interferir na vida dos filhos, resolvendo problemas, por exemplo? A psicóloga e colunista da Folha, Rosely Sayão, fez uma análise interessante neste texto.

 

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A enchente das goiabas

por Luis Borges 19 de março de 2014   Pensata

Faz parte da cultura brasileira, no dia de São José, esperar pela enchente das goiabas. O dia 19 de março traz a última esperança de chuva, com “as águas de março fechando o verão”. 
 
Os primeiros 70 dias deste ano eleitoral foram de brava seca. As autoridades governamentais, em suas diversas instâncias e responsabilidades, falaram muito na falta que São Pedro faz ao “não autorizar” o regime abundante de chuvas de outrora. 
 
Arrisco dizer que autoridades sonharam com a marchinha de carnaval, desejando tornar verdade o “tomara que chova três dias sem parar”. 
 
Só se esqueceram de que um país depende muito mais de planejamento sério e efetivo do que do regime de chuvas, das lamentações e das desculpas. 
 
A falta de gestão, com métodos para atingir resultados positivos, e a nomeação de gestores que não sabem gerenciar e não lideram suas equipes só agravam a situação. Os sinais de cansaço da sociedade não tem sido suficientes para o reposicionamento estratégico, nesse país dito republicano que tem eleições de dois em dois anos.
 
O caso da reserva da Cantareira, em São Paulo, que tem em torno de 15% de sua capacidade de água para abastecer parte da população da capital e da região metropolitana, é um exemplo da falta de gestão. Some-se a ele o sistema de geração de energia hidrelétrica. Segundo o Operador Nacional do Sistema, os reservatórios das regiões sudeste e centro-oeste operavam com 35% da capacidade, no sul 39%.
 
No capitalismo sem riscos em que vivemos, o governo de São Paulo autoriza obras na Cantareira, para usar o “volume morto” e garantir água até depois das eleições. Mais uma vez a União vai postergar a conta da energia elétrica, agora para o ano pós-eleitoral. A utilização das térmicas é plena, sem transparência e repassa o prejuízo aos contribuintes, que injetam dinheiro no Tesouro Nacional e são clientes das distribuidoras de energia. 
 
Fica cada vez mais claro que a redução das tarifas de energia elétrica, anunciada e alardeada em 2013, se aproxima de uma propaganda enganosa, feita mais por necessidade política que lastreada em conhecimento e planejamento. 
 
A politica está presente em tudo. Mas o mas o conflito faz parte da solução, que pressupõe o diálogo entre as partes que se dizem republicanas. 
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