montanha de lixo jogada em rua do bairro União

Foto: Sérgio Verteiro

Neste bairro da região nordeste de Belo Horizonte a coleta de lixo domiciliar é às terças, quintas e sábados, que é feita por uma empreiteira da SLU – Superintendência de Limpeza Urbana. Como na maioria dos bairros da cidade, é claro que lá não existe coleta seletiva. O bairro fica próximo à avenida Cristiano Machado, atrás do Minas Shopping, e tem um lixão a céu aberto na encosta de um barranco bem próximo à Leroy Merlin, na esquina das ruas Arthur de Sá e Enoy. A população faz todos os tipos de contribuições para que o volume de bens lá jogados seja cada vez maior, assim como as sobras de alimentos e outros dejetos. Imagine quando chove! Frequentemente ratos, baratas, escorpiões, animais mortos, como gatos e cachorros, fazem parte do cenário. A cada 15 dias, em média quando fica tudo cheio, um caminhão aparece e faz a retirada dos entulhos. Como falta educação e consciência a muita gente, logo após a saída do caminhão começa a formação de um novo monte de lixo . Também pessoas de outros bairros passam em seus veículos e dispensam lá aquilo que não lhes serve ou não cabe em suas casas, até mesmo o lixo que não foi colocado pra fora nos dias e horários que foram definidos para a coleta. É claro que falta isso, falta aquilo mas também falta muita educação e campanhas permanentes de educação sanitária, inclusive para mostrar que não existe processo sem a cooperação de todos os envolvidos. Acredito que esse não é o único lixão da cidade e também não sei se o órgão gestor da limpeza urbana sabe, mas sei que quem não mede não gerencia e que quem não controla também não gerencia. Fico pensando no quanto se fala no belo horizonte e também nas pessoas que vêem esse lixão no seu horizonte.

Montanha de lixo no bairro União, vista de maior distância

Foto: Sérgio Verteiro

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 22 de julho de 2014   Curtas e curtinhas

Mais do mesmo – A Confederação Brasileira de Futebol anunciou que Dunga será o treinador da sua seleção principal em substituição à Felipão. Na prática isso significa mais do mesmo. A gestão continuará sendo pelo comando e não pela liderança. Para quem sonhava com uma revolução, o jeito será esperar pelos resultados a partir da depressão pós Copa.

Royalties – Começam a surgir pessoas que questionam o uso da marca Brasil pela CBF, entidade de direito privado. Ela vende muito bem a sua marca no mercado publicitário e não paga royalties ao povo que habita e constrói o Brasil.

Mini PIB – Segundo Boletim Focus do Banco Central desta segunda feira, a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2014 está em 0,97%. Para quem começou o ano falando em crescimento de 4% e que tudo estava sob controle, o jeito será fazer mais uma autocrítica diante dos sucessivos erros. A gestão estruturada e a disciplina no uso do método fazem muita falta a todos, a começar pelo Governo da União Federal.

Cai cai – No dia 3 de julho caiu o viaduto Batalha dos Guararapes, parte do sistema BRT/Move na Avenida Pedro I em Belo Horizonte. Desde então, outras estruturas tiveram o mesmo destino pelo país. Um viaduto caiu dia 10, na via Anchieta, no município de Cubatão em São Paulo. Na madrugada do dia 19, um prédio de 4 andares, com um andar a mais do que o previsto no projeto e já em fase de acabamento, desabou em Aracaju capital de Sergipe. Ainda no dia 19 em Contagem-MG, uma casa em construção desabou e levou à interdição de outras três. Como sempre são contados mortos e feridos, os responsáveis técnicos legalmente exigidos nem sempre existem e os laudos periciais da Policia Civil serão divulgados em 30 dias. Uma coisa é “tocar obra” e outra bem diferente é gerenciar um empreendimento em todas as suas fases e etapas.

Voto facultativo – As eleições de 05 de outubro foram precedidas pela discussão do financiamento público das campanhas, mas tudo ficou para 2016. Fala-se muito também numa reforma política ampla que, na minha opinião, deveria ser feita por uma Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva. Nela deveria ser muito bem discutido o voto facultativo, que deve ser um direito e não um dever.

Meta de 4,5% – Nos últimos três anos o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE, que é o índice oficial que mede inflação do Brasil, esteve cada vez mais distante da meta de 4,5% ao ano. Agora ele chegou aos 6,52% e, contrariando todos os fundamentos da gestão, não houve nenhuma consequência para a equipe que não conseguiu atingir a meta. Fica parecendo que meta é só para os outros, do mundo privado, e que no mundo público a prioridade é arrecadar mais para gastar mais.

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Aprendendo com as Copas

por Convidado 21 de julho de 2014   Futebol

por Igor Costoli

Depois de 1978, só duas Copas foram para campeões inéditos. Nesses 36 anos, o troféu ficou com os tradicionais Brasil, Itália, Alemanha e Argentina em sete de nove vezes.

O ponto aqui é: camisa pesa mesmo.

Nos últimos 24 anos, o teto da ambição para zebras e novidades costuma ser a fase de quartas. Camarões/90, Romênia/94, Senegal/02, Costa Rica/14. Mas de 1994 a 2010, ao menos uma delas sempre chegava nas semifinais: Bulgária/94, Croácia/98, Turquia/02, Portugal/06. Em 2010, a Espanha fez sua primeira final contra a Holanda, que tinha duas, mas nenhum título.

Depois da Argentina/78, o único campeão jogando em casa foi a França/98. Uma Itália regular, uma Coreia do Sul levemente empurrada no apito, uma Alemanha em processo de renovação e esse Brasil usaram o fator casa para chegarem até as semifinais, mas caíram com justiça diante de equipes mais preparadas.

O ponto até aqui é: camisa pesa e superação tem limites.

Zagallo saiu de coordenador para o cargo de técnico após o tetra em 94. Tinha história, era campeão do Mundo, saberia como ninguém nos levar ao título. Deu no que deu em 98. Parreira assumiu a seleção pós-2002. Tinha história, era campeão do Mundo, saberia como ninguém nos levar ao título. Deu no que deu em 2006. Felipão assumiu após a queda de Mano. Tinha história, era campeão do Mundo, saberia como ninguém nos levar ao título. Deu no que deu.

O ponto agora poderia ser: “a história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa”.

Felipão chegou a dizer o seguinte: “As equipes que estavam aqui eram muito boas, melhores do que a gente podia imaginar”. Há alguns meses o técnico do Vasco deu uma entrevista assim: “O nível das equipes no campeonato carioca está muito alto, você vê pelas dificuldades dos grandes contra os pequenos. Não consigo entender porque o Rio não tem mais times na série B”. Até aqui, o Vasco é apenas o oitavo nessa mesma série B que deveria ter os fortes times do interior do Rio.

O ponto aqui é: meu Deus, Felipão virou o Adilson Batista.

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Vale a leitura

por Luis Borges 19 de julho de 2014   Vale a leitura

Você já viu no seu trabalho 1Este texto fala sobre um tipo comum no mercado de trabalho. E dá uma sugestão para lidar com ele.

aquele que não sabe absolutamente nada ou bem pouco sobre o ofício, mas é um mestre do marketing pessoal e na arte de inflar egos. Sempre é promovido antes ou ganha mais do que você, profissional dedicado. É aquele que na condição de seu superior, espera apenas que você faça o trabalho dele e não ligue em ficar sem nenhum crédito ou incentivo.

Você já viu no seu trabalho 2 – Apesar do incômodo causado pela quantidade desnecessária, os emails não são o principal fator de distração e interrupção no trabalho, segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos. O maior problema está naquele colega tagarela, que não sabe a hora de parar de falar.

Historiador israelense – O historiador Moshe Zimmermann, diretor do centro de história alemã da Universidade Hebraica de Jerusalém, dá sua opinião sobre o atual conflito na região.

Abandonou-se a esperança de uma solução real para o conflito?

A palavra “esperança” é problemática, aqui. A esquerda israelense jamais perdeu a esperança. A direita, porém – e isso inclui o governo – tem, paradoxalmente, antes medo de uma paz duradoura. Pois uma paz significaria Israel abrir mão de grande parte da Cisjordânia, coisa que os nacionalistas e os colonos israelenses querem evitar a qualquer custo.

Lula e FHC – Paulo Nogueira comenta uma recente frase de Lula e dá um conselho: “você não deve ler quem aborrece você”.

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Choveu menos no Sudeste do país neste ano. O nível das águas na represa do sistema Cantareira, que abastece 8,8 milhões de pessoas na grande São Paulo, é o menor de sua história e levou à utilização do volume morto. Apesar das torneiras secas em muitas regiões, o governo do estado de São Paulo nega o racionamento de água e a Sabesp, empresa estadual de saneamento, dá desconto de 30% na conta de quem economizar 20% de água mensalmente. Campinas, Sorocaba e diversas cidades dos seus entornos também apresentam sérias dificuldades para o abastecimento de água. Em Minas Gerais, cidades como Pará de Minas e Pirapora são outros bons exemplos de dificuldades.

Se “é na volta do barco que a gente sente o quanto deixou de cumprir” fica fácil perceber a falta que planejamento e gestão fazem, pois não dá para terceirizar para os céus as causas de tantas dificuldades. No processo de tratamento e distribuição da água, as perdas variam de 30% a 40%. Dentro desse percentual, ainda que consideremos uns 20% como inerentes ao processo, outros 10% a 20% simplesmente são jogados fora sem nenhuma gestão mais estruturada para combater esse desperdício.

Também é preciso fazer um alerta. Em Belo Horizonte, por exemplo, continua sendo rotina ver pessoas lavando passeios com mangueiras, que às vezes ficam esquecidas jorrando litros e litros água. Não há falta ou racionamento aqui, o que mantém muitas pessoas insensíveis à necessidade de economizar. É imperiosa a necessidade de se fazer uma campanha educativa permanente, propondo mudanças de hábitos no consumo. É preciso mostrar cada vez mais que a água é um bem escasso, buscado cada vez mais longe e sempre exigindo tratamento mais complexo para se tornar potável.

Apesar do Brasil possuir 13% da água doce do planeta terra e dos insistentes discursos dizendo que sabendo usar não vai faltar, fica claro que é preciso atitude para a mudança de hábitos e que cada um deve fazer a sua parte para a redução do consumo. Uma meta deve ser estabelecida e desdobrada em diversos níveis, com os respectivos planos de ação propondo as medidas estratégicas necessárias e suficientes para que alcancemos resultados positivos. Mas se tudo começa com a gente, o que já fazemos ou poderemos fazer para contribuir nesse resultado? A prática é um dos critérios da verdade, que ajuda a combater a inércia. O tempo segue seu curso, mas os recursos são finitos e a sustentabilidade continua clamando por mais efetividade.

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A Copa do mundo acabou, mas ainda faltam 80 dias para as eleições de 05 de outubro. A câmara dos 513 deputados federais continua mexendo o doce em Brasília, mas sem conseguir fazer as reuniões do plenário. A movimentação fica com as Comissões e as audiências públicas, em fogo brando, para passar a nós outros a sensação de muito trabalho e poucos deputados na casa. Apresento a seguir alguns projetos que estão, e provavelmente, continuarão em discussão no período.

  • O Projeto de Lei 7486/14, determina que 5% das vagas de estágio em empresas com mais de 100 empregados sejam destinadas a estudantes com mais de 35 anos de idade. A justificativa é que aumentou o número de formandos com mais de 30 anos e que no ensino a distância, boa parte dos formandos está acima dos 40 anos.
  • Uma audiência pública discutiu, na última terça (15/07), uma política nacional para os cuidadores, sejam eles de idosos, portadores de necessidades especiais ou portadores de doenças raras. Umas das premissas do autor do requerimento é que existe uma boa probabilidade de que muitos de nós poderemos ser obrigados a cuidar de alguém no futuro, e quase ninguém esta preparado para isso. A matéria completa está aqui.

Como se vê, esse doce não ficará pronto tão cedo e todo mundo fará a sua cara de paisagem na composição do cenário.

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A saúde na hora da verdade foi o post que publicamos no último dia 8. Quase dez dias depois, o engenheiro personagem do texto já teve alta e termina sua recuperação em casa. Voltamos à história, hoje, com uma contribuição de Vera Cruz Borges e Borges. Ela é artista plástica e acompanhou o marido durante toda a internação, permanecendo com ele no quarto do hospital.

A longa espera…
Esperança? Será?
Parafraseando a canção, “Igualdade, igualdade, abre as asas sobre nós.”
Quando? Onde? Será que teremos igualdade?
Os passos para a sonhada igualdade (ilusão), assim nos foram ensinados e assim decoramos.
1º – Estudar e estudar, para abrir os horizontes para o futuro.
2º Ter uma profissão / trabalho, ser honesto e cumpridor dos seus deveres, que não são poucos.
3º, 4º e adiante… Reconhecer o próximo como a ti mesmo.
Mas aqui tudo se complica. Você vê, mas quase sempre não é visto.
Explico. Ao precisar de atendimento médico-hospitalar, você verá seus ideais e tudo aquilo que te ensinaram – respeito, esperança, igualdade – rolar morros abaixo. 
Você pensa “pago um plano de saúde, acho um ótimo plano”. Você paga caro por ele. O plano atende ao mais rigoroso padrão Fifa, pois é o mesmo da aeronave que transportou o “cai cai” Neymar, a marca verde e branca foi exaustivamente mostrada pelas câmeras de TV.
Então o pobre mortal pensa “bacana, sou atendido pelo padrão Fifa“. Sonha, sonha, mas não sai do pesadelo. 
Você que é o acompanhante/responsável pelo paciente, questiona os funcionários que fazem 12×36 horas sobre quem é atendido na ala mais nova. Eles riem, explicam que só planos Bradesco, Cemig… Atônito, você descobre que não é mais padrão Fifa. Que contribui muito para ser, mas que não é. 
O hospital é respeitado, sua equipe médica é considerada referência em algumas áreas, é dirigido por uma Congregação Religiosa. As freiras te laçam para oferecer a comunhão diária (ou saber instrução, nível social, crença, já nem sei o que mais). Mas purificar quem? O paciente, que tem um diagnóstico e mais 14 dias de luta pela frente contra uma colônia de bactérias, ou a consciência administrativa delas?
No turbilhão você ainda batalha, sonha, reza, na vã esperança de trocarem de quarto. Você já nem sonha mais com o padrão Fifa, pode ser só um padrão dos sonhos, quarto com sol, com janelas para ventilar o ambiente. Padrão de sonhos, que é de igualdade, onde você pelo menos vê o sol e sente o calor do mesmo.
 

Por Vera Cruz Borges e Borges

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