Brincando de atingir meta

por Luis Borges 12 de novembro de 2014   Gestão em pauta

Faltando apenas 50 dias para o encerramento do ano fiscal, o Ministério do Planejamento e Gestão da Presidência da República enviou Projeto de Lei à Câmara dos Deputados para facilitar o atingimento da meta de superavit primário em 2014. Os fundamentos da gestão de negócios nos ensinam que a meta é composta por um objetivo a ser alcançado, que possui um determinado valor e um prazo de tempo para acontecer. A meta deve ser sempre desafiadora, difícil de ser alcançada, mas não impossível. Deve ser acompanhada de um plano de ação, contendo as medidas necessárias para se obter um resultado positivo. Existem também as metas que não desafiam as equipes e são facilmente atingíveis, bem como as metas malucas que de antemão todos já sabem que não serão alcançadas.

Nesse caso do superávit primário, o Poder Executivo Federal preferiu deixar de lado o conceito e buscar na criatividade uma forma de atingir a meta, mudando a regra do jogo durante o jogo. Melhor seria assumir o não atingimento da meta e analisar as suas causas, no lugar de simplesmente alterar as regras no “tapetão” do Congresso Nacional, amplamente dominado pela base aliada. Uma ferramenta simples permitiria analisar sob quais premissas foi feito o planejamento constante da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que foi executado, o nível de resultados positivos ou negativos alcançados e o que ficou pendente. A análise crítica do resultado traria consigo aprendizagem e crescimento, cujos reflexos poderiam ser vistos no orçamento dos próximos anos.

Entretanto o caminho mais curto foi a maquiagem, que também acontece com as pessoas físicas que não têm educação financeira e, portanto, não fazem uma gestão racional de seus orçamentos.

Assim, a meta de 116,1 bilhões de reais de superávit primário, ou seja a diferença entre o que o governo arrecada e o que ele gasta, ficou mais distante com o déficit primário de 20,7 bilhões de reais entre janeiro e setembro deste ano.

Como o conceito de superávit primário também já foi flexibilizado, a LDO desse ano permite que sejam deduzidos do indicador os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações fiscais em até 67 bilhões de reais. Portanto, a nova meta de 2014 passaria a ser de 49,1 bilhões de reais, que também dificilmente será atingida nos três últimos meses do ano. Por isso, o Projeto de Lei permitirá superar os limites de deduções até então vigentes e o poder executivo diz que se comprometerá com o objetivo de alcançar superávit, mas sem definir qual será o valor.

Enfim não existe mais uma meta e o qualquer resultado alcançado será bom. Ou seja, foi mais um ano brincando de atingir metas e exercitando a maquiagem de conceitos, com muita criatividade.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 11 de novembro de 2014   Curtas e curtinhas

Novos sofás – A Câmara dos Deputados vai comprar cem novos sofás por R$ 64,5 mil. Serão 50 sofás de 2 lugares e 50 de 1 lugar. Eles serão usados nas salas de espera e na recepção dos Órgãos administrativos da Casa, Gabinetes das Lideranças e de Deputados. Fico imaginando qual será o critério usado para a distribuição desses sofás, já que conforto é o que todos querem.

A última novidade – A Apple iniciou a pré-venda do Iphone 6 na última sexta (7/11). Quem quiser comprar um, deve se preparar para pagar entre R$ 3.200,00 e R$ 4.300,00. As vendas começam na próxima sexta-feira, dia 14/11. Sua educação financeira te permitirá adquirir o aparelho agora ou você vai deixar para o orçamento do ano que vem?

Abstenção – A julgar pelos números, os brasileiros parecem demonstrar que estão gostando da abstenção. No segundo turno das eleições presidenciais 21,5% dos eleitores deixaram de comparecer às urnas. Já no Exame Nacional do Ensino Médio, o índice chegou a 28,6% dos inscritos, ou seja, algo em torno de 2,5 milhões de candidatos.

Plebiscito ou Referendo? – Pelo visto, nem um nem outro. Até quem propôs o plebiscito inicialmente, já desconversou. Mas, realmente, como esperar que os donos do poder mudem o poder por iniciativa própria, se tudo está tão bom para eles?

Ingressos no futebol – Os ingressos para a disputa dos jogos finais da Copa do Brasil de Futebol entre Cruzeiro e Atlético custarão de 200 a 700 reais. Se compararmos esses valores ao salário mínimo de R$ 724,00 vigente no país, veremos que na hora da onça beber água, o torcedor desembolsará entre 27,6% e 96,6% do mínimo. Isso sem falar no transporte, no feijão tropeiro e na cerveja, essa degustada fora da arena.

Base zero – O Boletim Focus do Banco Central divulgou ontem a projeção de crescimento de 0,20% para o PIB desse ano, conforme pesquisa feita entre analistas do mercado. Faltando 50 dias para o final do ano, se o indicador chegar a zero, não será surpresa diante de tantos sinais.

Registro – O mês de novembro registrou, no dia 7, o nascimento da poeta Cecília Meireles. Foi no Rio de Janeiro, no ano de 1901. Já em 1964, registrou-se sua morte, na mesma cidade, no dia 9. Aos 18 anos, Cecília lançou o livro “Espectros”, o primeiro de sua vasta obra que inclui “Retratos”, “Romanceiro da Inconfidência”, “Pequeno Oratório de Santa Clara” e “Romance de Santa Cecília”.

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O feijão e o sonho

por Convidado 10 de novembro de 2014   Pensata

Por Sérgio Marchetti

Quando era criança li um livro chamado “O feijão e o sonho”, de Orígenes Lessa. Eu já possuía uma queda para a poesia e também para a licenciatura. Mas confesso que aquele romance mexeu comigo profundamente, balançou minhas convicções e me entristeceu. Eu não queria aceitar, porém sabia que havia razão na personagem da esposa do professor. Maria Rosa era racional, prática e com os pés no chão. Já o professor Campos Lara, o marido, amava a literatura, vibrava com suas aulas e vivia mais perto das nuvens.

Havia naquela personagem uma pureza e uma obstinada busca por fazer o melhor por seus alunos. Faria, se pudesse aquele professor, um implante de uma parte de sua memória na cabeça de cada aluno. Com sua conduta irreprovável representava o profissional dedicado, que vestia a camisa e defendia os interesses da organização a que servia. Naquele momento, eu torci para que o sonhador realizasse seus objetivos e que pudesse vencer na vida acreditando em seu sonho. Não aconteceu e me frustrei. Faltou o feijão e o casamento passou a ter problemas. Ainda assim, Campos Lara continuou acreditando que a felicidade estava na realização do sonho, e no amor pelo trabalho que fazia.

Naquele tempo, os valores eram completamente diferentes de hoje. E muita gente era feliz, mesmo que não houvesse muito “feijão”. O sonho valia muito, pois as pessoas eram respeitadas pela honestidade, dignidade e capacidade. E a figura do professor daquela época? Era muito diferente dos dias atuais. Os alunos respeitavam sua autoridade. Hoje, tudo mudou, e não há como viver no presente com os mapas do passado. Contudo, isso não significa que todos os mapas atuais estejam corretos. Um país que não se preocupa com a educação, entre tantas outras coisas básicas, não terá cidadania jamais.

Bem, de lá até os dias de hoje, o tempo passou e o mundo ficou ainda mais prático. Mas não é só o “feijão” que as pessoas desejam. “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. Assim cantaram os Titãs, e sua música retratou uma necessidade de todos. Do passado, vêm experiências, fatos que nos servem como marco, parâmetros e exemplos do que deu certo e também do que não deu. Sem passado não há como saber se evoluímos, pois ele nos fornece dados e parâmetros. O presente vem recheado de transformações e novidades. Somos passageiros de um mundo em movimento frenético de mudanças. “Para o mundo que eu quero descer”, gritaria o maluco beleza, grande Raul Seixas. Mas não há como parar a roda viva e, infelizmente, estamos sem condições de diminuir a velocidade do seu giro.

O atual cenário é marcado pela inversão, destruição e criação de valores num mundo que se tornou um só, graças à evolução da tecnologia. O planeta é único. Povos e culturas, ainda que distintos, se aproximaram. Palavras novas, expressões diferentes, atitudes insólitas surgem e se propagam como a luz pelo mundo afora e, em alguns casos, não temos como identificar de onde surgiram. Termos atuais como TOC, síndromes, aplicativos, combos, confirmam as constantes mudanças de hábitos, de linguagem e descrevem doenças, códigos e estratégias que formam uma nova maneira de viver.

Goleman, um dos psicólogos mais respeitados do mundo, em contrapartida, enfatizou que temos uma geração sem foco, com muitos déficits para tratar. A nomofobia faz parte do pacote, compõe o kit do desenvolvimento. Talvez seja um combo. Mas falando sério, trata-se de desconforto causado pela falta de acesso a aparelhos celulares e outros equipamentos tecnológicos, e surgiu como consequência de um mundo virtual em que pessoas não conseguem ficar desconectadas de seus aparelhos eletrônicos. Muitos não acreditam que estão se alienando, mas a doença tem sintomas como tremor, suor excessivo, falta de ar, vertigem, náuseas, taquicardia, dor de cabeça e, em casos mais extremos, depressão e síndrome do pânico.

Essa é a proposta de vida para um novo tempo, mas, convenhamos, haja “feijão” para surfar nas novas ondas. A vida ficou mais cara, com mais recursos, mais conforto, mais grifes, porém mais vazia e mais cansativa. Possivelmente a expressão “vazia” não seja a mais acertada, já que alguns vão discordar. Talvez pudesse dizer que vivemos no piloto automático e que o tempo ficou escasso para todos, devido justamente ao enorme número de opções que temos. É bem provável que o vazio possa vir da incerteza que o provisório nos trouxe. Os empregos, antes carreiras de trinta anos, hoje duram em torno de três anos ou menos, conforme algumas pesquisas nos informam. O ser humano se tornou imediatista e a impaciência é uma característica do novo cidadão. Quando alguém deixa a bateria do telefone acabar, ouve broncas, reclamações, como se tivesse cometido algum crime. A escravidão em tempos de amor virtual também não é visível, mas aprisiona a humanidade. Hoje, temos muitos feitores artificiais nos controlando durante vinte quatro horas. Basta olhar no saguão de espera dos aeroportos. Pior, quando a comissária, em pleno voo, anuncia que podem ser ligados os aparelhos eletrônicos, mesmo numa viagem de trinta minutos, todos os dependentes virtuais, parecendo ter longo período de abstinência, imediatamente ligam seus aparelhos.

Mas eu falava sobre “O Feijão e o Sonho”? Será que me distrai e perdi o foco? Falava da ideologia do professor e da praticidade de sua esposa. Mas isso já faz tanto tempo. As novas gerações não entenderiam o que se passava na cabeça de Campos Lara. Pensando melhor, creio que entenderiam sim, contudo o veriam como um tolo. Perdão, tolo é palavra do passado, agora o certo é “mané”.

Como vimos, o mundo não mudou – o mundo se transformou. Mas para não perder o foco, quero lembrar que as mulheres, representadas pela Maria Rosa (a personagem de “O Feijão e o Sonho”), já sabiam da importância do “feijão” e já demonstravam uma predileção especial por aquela hortaliça. Prova de que são bem práticas e proativas e, não por acaso, se adaptaram melhor do que os homens ao mundo contemporâneo.

Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui Licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br 

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Vale a leitura

por Luis Borges 9 de novembro de 2014   Vale a leitura

Reúso de esgoto – A seca prolongada no Sudeste brasileiro, que tem se acentuado a cada ano, mostra claramente como as autoridades têm falhado no planejamento e na gestão dos recursos hídricos. O desespero causado pelo desabastecimento e racionamento da água para consumo humano faz com que  surjam diversificadas sugestões para a solução do problema. Agora está em evidência o reúso  da água advinda do tratamento de esgotos, que foi apresentado de maneira simplista pelo governador do estado de São Paulo. Neste artigo Edson Rodrigues mostra que a viabilização dessa proposta não é simples assim, envolve altos investimentos, gestão estratégica e espaço de tempo, enquanto a água está faltando agora. Boa leitura crítica.

Você já se sentiu vampirizado?  – O artigo de Mirian Goldenberg, na Folha, abordou o vampirismo. Segue um extrato:

“Uma jornalista de 37 anos chamou de vampiros aqueles que só se interessam por si mesmos.

“Tenho uma prima que é tão mesquinha que só de sentar perto dela já me sinto péssima. Eu me sinto vampirizada pelo seu olhar invejoso. Nunca ouvi uma só palavra positiva dela. Sempre reclamando, se queixando, falando mal dos outros. Ela é tão desagradável que contagia todo o ambiente com sua energia negativa.”

Você identifica pessoas desse tipo em sua vida pessoal e profissional? É preciso ficar atento, com ou sem figuinhas ou galhinhos de arruda.

Reduzir a maioridade penal não é a solução – O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) está em vigor desde 1990. Os índices de violência de qualquer natureza e a crescente sensação de insegurança  embalam os clamores por mais segurança, ao mesmo tempo em que sugerem a redução da maioridade penal como uma das medidas para a solução do problema. O sociólogo Frederico Marinho, doutor pela UFMG e pela Universidade de Lille (França), discorda dessa medida e sugere o cumprimento do estatuto legal, em vigor há 24 anos. Conheça, observe e analise seus argumentos nessa entrevista concedida ao UFMG Notícias.

Educação só funciona se aluno estiver emocionalmente envolvido – Esse é o título de um artigo de Sabine Righetti, especialista em políticas de educação e ciência, que explica essa visão sobre o assunto. O artigo está no blog Abecedário.

“Pergunta: você consegue citar, num piscar de olhos, um professor ou uma experiência que tenha marcado profundamente a sua experiência na escola? Se não consegue, não se preocupe: você faz parte de um enorme grupo de pessoas que passou por uma escola em que professor, aluno e conteúdo não conseguem se conectar.

O problema é que a educação nesse modelo simplesmente não funciona: vira um processo burocrático, árduo e complicado.”

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Os primeiros enfeites de Natal

por Luis Borges 7 de novembro de 2014   Pensata

Chegaram às casas comerciais os primeiros enfeites para o Natal deste ano, quando faltam menos de 50 dias para a data magna do cristianismo. A primeira sensação que tenho é de que o ano praticamente acabou. Ainda assim, fico me indagando sobre o que ainda é possível fazer diante do clima de festas que só crescerá a cada dia. Penso também naquilo que poderia ter sido feito mas não o foi. Aí a sensação é de perda, mesmo sabendo que algumas metas eram extremamente desafiadoras num ano de Copa, eleições presidenciais, baixo crescimento econômico e inflação dando sinais de vitalidade.

Tenho também a sensação que em breve surgirão os enfeites que embelezarão ambientes públicos das cidades, ainda que as prefeituras estejam chorando a falta de recursos do orçamento para tal fim. Sei também que árvores de natal cheias de bolinhas coloridas, guirlandas, Papai Noel e até presépios chegarão às nossas residências, principalmente no inicio de dezembro. É claro que em muitos lugares tudo chegará na última hora junto com as mensagens impressas ou pelas redes sociais, muitas delas cheias de si mesmas.

árvore de natal pendurada na cúpula das Galeries Lafayette em Paris

Um dos primeiros sinais do Natal, fotografado nas Galeries Lafayette, no fim de outubro deste ano. /Foto: Marina Borges

Mas qual será o significado que o Natal terá para nós neste ano de 2014, após os resultados das urnas no segundo turno das eleições presidenciais? Se tudo começa com a gente, o que efetivamente significará nascer, renascer ou se reinventar com sabedoria numa sociedade que se diz plural e republicana? Outra sensação forte que tenho é de que mais uma vez se travará um embate entre a educação financeira das pessoas e o “consumo, logo existo”. Crédito de todas as modalidades é o que não faltará, inclusive para quem limpou o nome na praça. E não é demais lembrar que o 13º salário injetará R$ 158 bilhões no mercado. Como já é de nossa cultura, presentes serão trocados, inclusive nas modalidades de amigo secreto ou de inimigos ocultos com valores mínimos ou não, previamente estabelecidos.

Muitas pessoas também estarão com a sensação de que não escaparão da confraternização corporativa, mesmo nos ambientes em que não existe clima organizacional para tantos abraços e beijinhos. Mas como são muitas as cobranças para que todos compareçam, talvez seja necessário uma “dublagem” amparada pela frase da sobrevivência a nos dizer que “um pouco de hipocrisia não faz mal a ninguém”.

É, realmente parece que o ano já acabou. Mas ainda dá tempo de se preparar para um Natal que tenha mais significados e consequências para homens e mulheres de boa vontade e de livre arbítrio.

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Por Sérgio Verteiro

No dia 14 de outubro, por volta das 12h40, eu esperava pelo ônibus da linha 9210, no primeiro ponto da Rua Tamoios, esquina com Rua da Bahia, no Centro de Belo Horizonte, que me levaria ao trabalho no bairro de Santa Teresa.  Após esperar por um bom tempo, finalmente o ônibus chegou. Depois que algumas pessoas sinalizaram o desejo de embarque, ele parou no ponto. Até aí tudo bem. O fato é que juntamente com outras pessoas que esperavam para o embarque, uma mãe com um filho cadeirante também aguardava para entrar. A cobradora começou, então, a fazer as manobras com o elevador, para que mãe e filho pudessem entrar no veículo. Porém, a cobradora não conseguia operar o equipamento, que depois de alguns minutos parecia estragado. Durante as manobras e tentativas da profissional de colocar o elevador em operação, que levaram cerca de 10 minutos, o motorista do coletivo nada fazia para ajudar a solucionar o problema. E para indignar ainda mais os usuários que estavam no ponto, aguardando o embarque como também o desembarque daqueles que possuem prioridade, o motorista simplesmente se esqueceu das pessoas.

Motorista ao celular

Motorista ao celular

E se sentindo no direito de falar ao telefone na direção do veículo por mais de 8 minutos, só foi perceber que tinha que abrir a porta após a cobradora avisar que o cadeirante já se encontrava no interior do ônibus. Ele então desligou o celular e abriu a porta. Diante dessa situação, resolvi fazer fotos em forma de protesto, para chamar a atenção das autoridades competentes a fim de combater o descumprimento de determinados procedimentos operacionais em prol de uma mobilidade mais eficiente e segura.

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Sérgio Verteiro, 33 anos, é Gestor de Recursos Humanos.

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Estamos vivendo um longo período de estiagem na região Sudeste e as torneiras secas de nossas residências trazem a tormenta aos nossos pensamentos. Se água é vida, como viver sem ela? Voltaremos a viver os tempos de escassez da água tratada da minha infância em Araxá ou da juventude em Belo Horizonte? Caminhão pipa, caixa d’água com capacidade para 200 litros, plantas secas, banhos rapidíssimos, sorveteria sem fazer sorvete, salão de beleza sem água para lavar cabelos e o restaurante preocupado com o horário do almoço… tudo vem e volta.

A falta d’água unifica o morro e o asfalto enquanto as autoridades negam o desabastecimento e o racionamento, apesar de tão percebidos no cotidiano das pessoas. Os fatos e dados nos mostraram que as sonhadas chuvas não vieram em setembro, nem ao longo de quase todo o mês de outubro, mas o pouco que choveu trouxe algum alívio. Agora, as esperanças ficaram para novembro – que já está em seu 4º dia – dezembro e quem sabe janeiro do ano que vem.

Haja informação, conhecimento e esperança, mas será cada vez mais difícil omitir a falta que o planejamento e a gestão fazem às pessoas que tem a responsabilidade de dar a direção dos rumos da vida da coletividade.

É hora de cantar novamente a música Lata d’água na cabeça com a inesquecível Marlene, uma das rainhas do rádio da década de 50 do século passado.

Lata D'Água
Marchinhas de Carnaval - Composição: Luis Antônio - Jota Jr
Fonte: Letras.mus.br

Lata d'água na cabeça
Lá vai Maria, lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva a criança
Lá vai Maria

Lata d'água na cabeça
Lá vai Maria, lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva a criança
Lá vai Maria

Maria lava roupa lá no alto
Lutando pelo pão de cada dia
Sonhando com a vida do asfalto
Que acaba onde o morro principia
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