Os efeitos da crise econômica geralmente chegam por último aos níveis de emprego e, nesse sentido, as projeções indicam que o desemprego ainda crescerá mais até o final deste ano. No segundo trimestre de 2015, a PNAD Contínua do IBGE mostrou que a taxa de desocupação chegou a 8,3%. A população desocupada ficou em 8,4 milhões de pessoas, o que indica subida de 5,3% em relação ao primeiro trimestre de 2015 e de 23,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A pesquisa completa está aqui.

desemprego competitividade trabalho

Fonte da imagem: EBC

Proponho uma reflexão sem dor para pessoas que estão empregadas e também para as que ficaram desempregadas recentemente. É sobre o nível de capacitação de cada uma para competir, tanto na manutenção do seu atual posto de trabalho quanto para buscar uma nova oportunidade no mercado de com escassez de oportunidades.

Em função de minhas atividades profissionais tenho encontrado diversos casos denotando que muitas pessoas não se preocupam com a atualização pela educação continuada. No entanto, elas sempre desejam valorização profissional, reconhecimento e segurança no emprego, mesmo vivendo na plenitude da zona de conforto. Estou usando a palavra emprego por ser a mais utilizada entre nós, mas o correto é se falar em trabalho.

Outra situação interessante foi o caso de uma pessoa que não percebeu os rumos declinantes da empresa onde trabalhava e sempre fugia das atividades que exigissem qualquer dispêndio tempo fora do horário de trabalho. Nesse caso a pessoa foi demitida num facão inicial que eliminou 15% dos empregados contratados.

Como muitas pessoas tendem a achar que as coisas só acontecem com os outros, de vez em quando é um bom e saudável exercício se colocar no lugar dos outros. Basta deixar de lado a arrogância e a autossuficiência para simular como ficaria o seu caso na pior hipótese, no caso, o desemprego. Todos sabem o quanto é difícil suportar emocionalmente, e também financeiramente, uma situação de desemprego por um tempo mínimo que seja. E se ele durar um ano, por exemplo? Portanto é saudável uma autoavaliação nesse momento, tanto para enxergar forças e fraquezas quanto para definir foco, metas e ações para os próximos tempos.

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Paradoxos

por Convidado 31 de agosto de 2015   Convidado

por Benício Rocha*

A chuva mais rala do que a cabeleira do meu pai insistia em cair, como os sonhos dele.

Isso era mais um paradoxo em sua vida, pois se de um lado as plantas agradeciam, e ele dependia delas para viver, do outro a estrada tornava impraticável a distribuição e a venda delas.

Mas, para ele, a vida era mesmo um paradoxo. A bela idade sobre os ombros, tão desejada e defendida ao longo dos anos com uma alimentação ajuizada, noites bem dormidas e vida com muitos movimentos ao ar livre, trazia em si a lembrança, diariamente, às vezes através de pequenas dores, às vezes através de exames laboratoriais feitos lá na cidade e interpretados pelo médico sempre sorridente e condescendente. Era a certeza de que o fim se aproximava, inexoravelmente.

E seus poucos cabelos se eriçavam ao olhar aquela estrada lamacenta rodeada por uma vegetação sorridentemente verde…

Vista aérea de viagem entre Araxá e Belo Horizonte. / Foto: Marina Borges

Vista aérea de viagem entre Araxá e Belo Horizonte. / Foto: Marina Borges

O longo caminho o trouxera ao nunca querido e sempre sonhado tempo dos poucos sonhos e muitas apreensões, das despedidas diárias e da lembrança de que o verde passa rápido e tudo fica seco, sem vida. E tudo se transforma em parte da história, que é eterna.

A vida do meu pai foi longa e rápida, seus ensinamentos curtos e eternos.

Ao longe ainda posso ver um Jeep, café-com-leite, pequenino, lutando e sendo vencido pela estrada gigantesca e lamacenta.

Combate entre a morte e a vida.

*Benício Rocha é caratinguense ausente e saudoso, mineiro da gema, amante da boa prosa, sócio da MGerais Seguros, aprendiz de servo do Senhor.

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Sempre o jeitinho brasileiro

Se por um lado o jeitinho brasileiro é criticado e demonizado, por outro ele também pode ser considerado estratégico e, portanto, muito valioso. Um posicionamento equilibrado entre uma forma e outra é sempre um grande desafio, tanto para quem precisa “se virar” em busca da sobrevivência imediata quanto para quem defende o trabalho sistêmico e metódico.

O jeitinho brasileiro foi tema de uma palestra a empresários associados à Câmara de Comércio França Brasil, em São Paulo. O palestrante, o francês Pierre Fayard, foi entrevistado pela Folha. Segue um trecho da matéria:

o jeitinho se caracteriza por uma mistura de capacidade de achar solução para qualquer problema sem desistir facilmente, cordialidade e uma certa amoralidade.

“Na cultura do jeitinho, a cabeça está aberta a qualquer possibilidade, regular ou não. Vai dar certo e, se não der, ainda não chegou ao fim”,  disse, ecoando o escritor Fernando Sabino (1923-2004).

Após a leitura como você avalia a sua postura diante do jeitinho brasileiro ou da aplicação de um método para se chegar à solução de um problema bom ou ruim?

Vamos conversar sobre empreendedorismo?

Do ensino infantil ao nível superior, faz parte da tradição e da cultura brasileira formar os alunos para o trabalho em grandes empresas ou órgãos públicos. Os atrativos como boa remuneração, benefícios, plano de carreira, estabilidade e aposentadoria são partes do discurso permanente. Pouco se mostra que a maior parte das oportunidades de trabalho são geradas pelas micro ou pequenas empresas.

Já sonhar em ter o seu próprio negócio, inovar, empreender e enfrentar a dor e a delícia desse desafio é algo mais raro ainda. Neste artigo publicado no blog 360 meridianos, a jornalista Natália Becattini mostra a sua experiência no processo de empreender e ter o seu próprio negócio com todos os riscos da vida.

Não é raro ouvirmos conselhos desmotivantes e assustados quando anunciamos que vamos empreender. Se você disser que quer empreender no campo criativo, então, as reações que você recebe são quase as mesmas que receberia se estivesse anunciando um velório. Nossa cultura tem medo exagerado dos riscos. As pessoas valorizam muito a estabilidade, a segurança e a garantia de futuro. Querem eliminar, desesperadas, as incertezas. Mas o risco é inerente à vida.

O todo e a parte

Conhecer, entender e praticar um conceito é um desafio que começa pela compreensão do seu fundamento. Se pegarmos como exemplo o caso da palavra processo, deveríamos saber que essa palavra se refere a um conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos, e que tem início, meio e fim.

Desde cedo deveríamos ter a oportunidade de praticar integralmente um processo sempre que ele depender só de nós. Caso contrário, correremos o risco de prosseguir pela vida afora fazendo apenas uma parte e empurrando para os outros as demais ações que também deveriam ser feitas por nós. Neste artigo a educadora Rosely Sayão aborda o assunto com muita clareza.

Estamos criando uma geração que não se dá conta de que precisa assumir o processo como um todo, ou que toma a parte pelo todo. Volto ao exemplo da agenda, porque quase todos nós a usamos. De que adianta anotar os compromissos se não os verificamos depois? De nada, não é? Pois assim tem sido com os mais novos.

Boa leitura!

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 27 de agosto de 2015   Curtas e curtinhas

Economia de água com baixa pressão na rede

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que deixou de produzir, em julho, 19,5 mil litros de água por segundo na comparação com fevereiro de 2014, mês tido como início da crise hídrica. Desse total, 10,6 mil litros por segundo se devem à redução da pressão e a manobras na rede de distribuição de água que provocam cortes no fornecimento. Outros 2,4 mil litros por segundo se devem à redução do volume vendido no atacado para sistemas autônomos municipais. A economia de água feita pela população até aumentou no mês, mas é visível que a causa que mais contribuiu para o resultado está ligada à redução da pressão na rede, que respondeu por 54,4% do valor alcançado.

O período seco prossegue e a nossa estação de inverno só terminará em 22 de setembro. Dá para imaginar o risco que se corre.

Como diz a Copasa, "se não economizar, pode faltar".

Como diz a Copasa, “para não faltar, cada gota conta”.

Aumentam os gastos com publicidade

Enquanto a popularidade do Governo Federal está em baixa, seus gastos com publicidade estão em alta. No primeiro semestre de 2015 foram R$276,2 milhões, dos quais R$75,2 milhões foram dispendidos pela Presidência da República, que lidera esse ranking desde o ano passado. Quase todo o recurso gasto foi com a publicidade institucional, algo em torno de R$70,3 milhões, usados para a divulgação de informações sobre atos, obras e programas governamentais. Já com a publicidade de utilidade pública, que é informativa e orientativa, foram gastos R$400,8 mil.

Bem que o marqueteiro da presidência poderia ter status de Ministério já que, pelo visto, para quem tem 39, uma pasta a mais para premiar o vendedor de peixe aumentaria apenas um pouquinho os já altos gastos do país.

Fúria arrecadadora

Se o Governo Federal não consegue reduzir seus gastos sempre crescentes, uma das saídas mais tentadoras é sempre aumentar os impostos e tributos. A nova quimera em estudos é a taxação do aluguel informal de imóveis, cômodos, ou apenas uma cama ou um sofá para se passar a noite. Os estudos estão sendo feitos inicialmente pela Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), vinculada ao Ministério do Turismo, e brevemente as propostas serão discutidas com os Ministérios da Fazenda, Justiça e Relações Exteriores. A justificativa do governo para a nova arrecadação está ligada à regulamentação do setor e à segurança do consumidor dessa modalidade de serviços.

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Este 25 de agosto marca os 54 anos da renúncia de Jânio Quadros ao cargo de Presidente da República, ocorrida em 1961 após quase sete meses de exercício do mandato. Jânio foi eleito em 03 de outubro de 1960, com 48,27% dos votos válidos, e teve no combate à corrupção um dos mais destacados pontos do seu programa de governo. Em sua carta renúncia ele afirmou:

“Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive, do exterior”.

vassourinha jânio quadros

Retrato de Jânio Quadros. Fonte: Arquivo Nacional.

A situação vivida hoje pelo Brasil, mais de meio século depois, mostra que a corrupção continua fortemente impregnada na cultura brasileira, cada vez mais ousada e confiante na certeza da impunidade e também da imunidade. Combatê-la tornou-se uma obrigação e uma questão de sobrevivência para a nação, principalmente após cada revelação das diversas etapas da Operação Lava Jato, mostrando como o sistema é integrado.

Vale a pena ouvir de novo a música Varre, varre, vassourinha, de autoria de Maugeri Neto, que foi muito cantada durante a campanha de Jânio Quadros. Aliás, a vassourinha também foi usada como broche nas roupas de muitos de seus eleitores.

Varre, varre, vassourinha...
Fonte: Letras.mus.br 

Varre, varre, varre, varre vassourinha!
Varre, varre a bandalheira!
Que o povo já 'tá cansado
De sofrer dessa maneira
Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!
Jânio Quadros é a certeza de um Brasil, moralizado!
Alerta, meu irmão!
Vassoura, conterrâneo!
Vamos vencer com Jânio!
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O rádio prossegue firme

por Luis Borges 20 de agosto de 2015   Pensata

Ouço rádio desde os tempos de menino na minha cidade natal, Araxá (MG), capital secreta do mundo. Ao lado de minha mãe, tornei-me um ouvinte atento da ZY-4, Rádio Imbiara, com sua programação de música, esporte e notícia. Com o passar do tempo fui cursar o ensino médio em Uberaba e lá ouvia a Rádio 7 Colinas. Em 1973 cheguei a Belo Horizonte. Passei a ouvir músicas na Rádio Mineira, esporte e notícias nas rádios Guarani e Itatiaia. E assim cheguei aos dias de hoje, acompanhando os avanços da tecnologia da comunicação.

De vez em quando surge alguém dizendo que o rádio não vai resistir ao avanço das mídias digitais, mas o mero achismo ainda não prevaleceu e o rádio também pode ser ouvido pela internet. Como um dos fundamentos da gestão nos ensina que devemos trabalhar com fatos e dados para melhor compreendermos os fenômenos e os processos que os geram, fiquei feliz ao encontrar uma recente pesquisa do Ibope Mídia. Ela mostra que o rádio prossegue firme e com bastante força entre os meios de comunicação no país. Vou citar aqui alguns fatos e dados que, observados e analisados, podem comprovar a minha percepção.

O Ibope ouviu 41 mil pessoas em 13 capitais brasileiras e aproximadamente 90% delas afirmaram que ouvem emissoras de rádio. Em Belo Horizonte o número de ouvintes chegou a 94%, enquanto nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília ficou em 88% dos entrevistados.

A pesquisa mostrou também que 53% dos ouvintes são mulheres, 47% são homens e que eles passam 3h50 por dia ligados nas ondas do rádio.

Outro aspecto interessante é o fato de que as pessoas afirmaram que ouvem rádio ao mesmo tempo em que fazem outras atividades. Nesse sentido 21% afirmaram entrar na internet simultaneamente, 17% também se ligam na televisão e 14% leem jornais e revistas.

Rádios portáteis, rádios relógios e outros aparelhos comuns são os escolhidos por 60% dos ouvintes. Outros 24% sintonizam as estações de sua preferência no automóvel e 16% via aparelhos de telefone celular.

Finalmente em termos dos conteúdo da programação, 65% focam em notícias e prestação de serviços, 47% em música, 19% em temas religiosos e 18% em esportes.

Eu também prossigo ouvindo em torno de 4 horas de rádio por dia, com a predominância de música e jornalismo. E, quando nada, os minutos finais dos jogos do América Futebol Clube narrados por Ênio Lima, pela Rádio Itatiaia.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 18 de agosto de 2015   Curtas e curtinhas

Chá de panela

Renovar é preciso, mesmo em tempos de ajuste fiscal e queda na arrecadação de impostos. É o que dá para inferir do orçamento da Câmara dos Deputados, que vai gastar R$953.500,00 na compra de móveis e eletrodomésticos. Eles se destinam aos apartamentos funcionais, onde residem Deputados Federais em exercício efetivo da função, e à própria sede do Poder Legislativo. O empenho de valor mais alto foi de R$571.000,00 para a compra de móveis para sala de jantar, sendo 144 mesas de 6 lugares, 144 armários para apoio de serviços, 720 cadeiras sem apoio de braço e 144 cadeiras com apoio de braço.

Também foram empenhados recursos para a aquisição de 72 refrigeradores, 96 fogões de 5 bocas, 72 depuradores de ar para fogões de 5 ou 6 bocas, 25 cafeteiras elétricas com capacidade para 5 litros, 40 unidades de frigobar branco, 22 ventiladores de coluna e 96 máquinas de lavar roupa.

Já que o gasto não pode ser adiado para outro momento mais favorável ao país, o jeito é esperar que os novos bens contribuam para o aumento da produtividade dos Deputados Federais.

Intercâmbio para idosos

O envelhecimento ativo e feliz já conta com mais um produto para quem tem 60 anos ou mais, aqueles considerados idosos segundo a legislação brasileira. Trata-se do intercâmbio, originalmente voltado para adolescentes e jovens adultos, que nos últimos anos tem crescido muito entre os idosos. Aprender uma língua estrangeira ou mesmo se aperfeiçoar passou a ser uma opção às viagens meramente turísticas. Isso já acontecia na Europa, principalmente na Alemanha e nos países escandinavos. Saiba mais aqui.

Combate à evasão escolar

Finalmente o Ministério da Educação despertou para o combate à evasão escolar no Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que só no ano passado teve quase 1 milhão de alunos abandonando seus cursos. Uma medida obrigatória a partir de agora é o registro mensal da frequência dos alunos, a ser feito pela instituição de ensino em um sistema online. Com isso, os recursos só serão repassados para pagar as mensalidades dos alunos frequentes. Até então o MEC liberava os recursos simplesmente em função do número de alunos matriculados. Pelo visto deve aumentar a luta das instituições para manter os alunos em sala de aula. O que será que elas usarão como qualidade atrativa para reter os alunos? Por outro lado, o ajuste fiscal das contas públicas está obrigando o próprio governo a rever seus processos e a fazer boas descobertas de fontes de desperdícios.

Protestos de títulos em alta

O Instituto de Estudos de Protestos de Títulos do Brasil informou que a quantidade de dívidas protestadas nos cartórios da cidade de São Paulo cresceu 76% em julho quando se faz uma comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês de junho desse ano, a alta foi de 24,3%.

Segundo o Instituto, foram registrados 111,4 mil documentos para protestos, entre os quais estão cheques, promissárias e duplicatas.

A travessia não está nada fácil e não dá sinais de quando terminará. Haja realismo e esperança!

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