De tempos em tempos abordamos aqui no Observação & Análise as condições das calçadas pelas quais caminhamos nas ruas, avenidas e praças de Belo Horizonte. Dois exemplos sobre as calçadas de Santa Tereza podem ser lidos nesses posts de março e julho de 2016.

O problema, no entanto, não é só de Belo Horizonte. Quem for à cidade de São Paulo, hoje com 12 milhões de habitantes segundo o IBGE, e passar pelas calçadas da Rua Haddock Lobo no Jardim Paulista, a alguns quarteirões da Avenida Paulista, verá que nada é muito diferente do que temos por aqui.

Rua Haddock Lobo, em São Paulo. | Foto: Marina Borges

O ambiente não é nada amigável, tanto para os que estão na plenitude quanto para os que possuem deficiências físicas com variados graus de limitação. Na foto acima dá pra ver alguns dos obstáculos: a calçada é larga, mas não o suficiente para abrigar mesas e cadeiras dos bares, canteiros para as árvores e pessoas que aguardam sua vez nos estabelecimentos. As mesas nas calçadas, inclusive, são constantes na região e nem sempre estão posicionadas adequadamente. Muitas vezes estão na mesma linha do canteiro das árvores, deixando pouquíssimo espaço para os pedestres.

Calçadas na Rua Augusta, em SP. | Foto: Marina Borges

Andando um pouco mais pelo bairro, chegamos à rua Augusta. As duas fotos acima mostram um segundo tipo de problema, a falta de conservação. São buracos, pisos quebrados, desníveis que atrapalham bastante a mobilidade e contribuem para gerar acidentes. Como se pode ver nas fotografias deste post, todas do dia 8 de janeiro deste ano, não temos nada a dever aos paulistanos no quesito obstáculos à mobilidade.

Todo cidadão tem o direito de ir e vir garantido pela Constituição Brasileira. Mas nossas observações e análises nos levam a pensar em como e em quais condições esse direito pode ser exercido nos mais diferentes locais. O que esperar das prefeituras municipais, dos próprios cidadãos e do Ministério Público que zela pelo cumprimento das leis em todo o país? A realidade continua a nos mostrar o quanto estamos longe do ideal sempre sonhado.

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Já estamos no verão, a crise brasileira continua firme à espera de saídas. Pelo menos está chegando o Natal, que contribui para intensificar a movimentação à medida em que se aproxima o dia da comemoração do nascimento do menino Jesus.

Entre os diversos símbolos usados nesta época do ano vou realçar a marcante presença dos presépios, que reproduzem o ambiente em que ocorreu o nascimento.

Presépio do Lar Santa Terezinha, em Araxá (MG)| Foto: Elayne Pedrosa.

Criado por São Francisco de Assis em 1223, o presépio resiste e persiste diante das mais diversas inovações que sacudiram o mundo de lá para cá. Continua firme a trazer significados e ressignificados para todos aqueles que o contemplam.

Presépio na Igreja de Santa Tereza e Santa Terezinha, em Belo Horizonte. | Foto: Flávia Pereira

Presépio da Capela de Nossa Senhora das Graças, em Belo Horizonte. | Foto: Flávia Pereira

Por isso, sugiro a quem consegue fazer uma boa gestão do tempo que coloque em suas prioridades dessa época um momento para estar diante de um presépio. Nas fotografias desse post é possível contemplar alguns exemplos dessa arte.

Na Igreja de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, em Belo Horizonte. | Foto: Sérgio Verteiro

Presépio na Capela de Nossa Senhora das Mercês, em Ribeirão das Neves (MG) | Foto: Sérgio Verteiro

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A emancipação política de Araxá, minha querida cidade natal, se deu há 151 anos, em 19 de dezembro de 1865, durante o reinado do Imperador Dom Pedro II.

Nas comemorações deste ano quero chamar a atenção para um aspecto que tem merecido pouca atenção dos governantes, das organizações da sociedade civil, das empresas e dos próprios moradores da cidade. Trata-se do cuidado e da responsabilidade com o patrimônio histórico que todos devem ter, cada um no seu nível de atuação. Preservar o patrimônio histórico significa a possibilidade de se manter viva para as atuais e futuras gerações aspectos importantes de uma determinada época da cultura araxaense.

O fechamento da bicentenária igreja de São Sebastião, em setembro último, é apenas mais um sinal pouco percebido, mas que precisa passar do sussurro para um grande e permanente grito mobilizador. Essa igreja é de 1804 e foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) em 1979, mas isso não é suficiente para mantê-la viva.

Igreja de São Sebastião. | Foto: Elayne Pedrosa

Também não dá para esquecer que o Museu Dona Beja está interditado há quatro anos depois de um princípio de incêndio que quase consumiu os aposentos da bela dama. O museu também é tombado pelo IPHAN e começou a funcionar como tal em 1965 por ocasião das comemorações do centenário da cidade.

Museu Dona Beja. | Foto: Elayne Pedrosa

A seguir estão postadas fotografias feitas ontem pela designer araxaense Elayne Pedrosa mostrando como estão o Museu Memorial Araxá, a Fundação Cultural Calmon Barreto e o prédio que abrigou no século passado a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores. Aliás, um pouco abaixo desse prédio encontra-se cercado por tapumes o antigo casarão onde funcionou durante décadas a pensão Tormin, da Praça Coronel Adolfo.

Memorial de Araxá | Foto: Elayne Pedrosa

 

Fundação Cultural Calmon Barreto | Foto: Elayne Pedrosa

 

Antiga sede da Câmara. | Foto: Elayne Pedrosa

Como fazer para garantir a preservação desses e de diversos outros patrimônios públicos ou privados da cidade? Esse é um desafio para toda a comunidade e suas lideranças que não pode ficar sem respostas indefinidamente. Só tombar os imóveis e isentá-los de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) é muito pouco.

Eu sei que muitas pessoas poderão dizer que o país está em crise, mas isso não deve ser motivo para justificar a inércia, pois enfrentar dificuldades faz parte da gestão de qualquer processo. Se nada acontecer, daqui alguns anos talvez não seja mais possível registrar em fotografias o mesmo patrimônio que existe hoje. Depende também de nós a preservação da memória da cidade.

Feliz aniversário Araxá, capital secreta do mundo e cidade eterna como Roma!

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A imagem acima retrata as manifestações de desapego que se renovam no dia-a-dia da Rua Nefelina, no bairro de Santa Tereza (Belo Horizonte). É um verdadeiro bota-fora, que recebe um pouco de tudo, de agulha a avião sem combustível, passando por guarda-roupas, televisor, colchão, sacos de lixo e outras coisas mais.

Como acontecia na rua Enoy, no bairro União, essa “central do desapego” de Santa Tereza também é endêmica. A foto que abre esse post foi tirada no dia 5 de dezembro. No finalzinho da tarde do dia 6 a SLU retirou todo o material do local. De pouco adiantou. Bastou esvaziar para que hoje, dia 7/12, por volta das 12h30, novos desapegos estivessem no local.

Como resolver esse problema? Um caminho pode surgir da colaboração entre a Superintendência de Administração da Regional Leste da Prefeitura, a SLU, a Associação dos Moradores do Bairro e os próprios moradores individualmente para buscar soluções consistentes para esse problema crônico.

O importante é que ela venha rapidamente pois, como mostra a foto a seguir, o lixo oriundo dos sacos rasgados caminha para os bueiros, o que impede o escoamento adequado da água durante as chuvas. Sem contar os potenciais criadouros do mosquito da dengue e outras ameaças à saúde pública. Tudo isso a poucos metros da Praça Duque de Caxias, cartão postal do bairro.

Depende de nós também!

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Adeus à sibipiruna

por Luis Borges 15 de novembro de 2016   A vida em fotografias

Em fevereiro deste ano o Observação & Análise convidava seus leitores a contemplar a beleza da sibipiruna no pátio da Escola Estadual José Bonifácio, no bairro de Santa Tereza, em BH. Segue a foto para relembrar:

Sibipiruna em Santa Tereza. | Foto: Sérgio Verteiro

Sibipiruna em Santa Tereza. | Foto: Sérgio Verteiro

Em outubro alguns moradores da vizinhança e pessoas que circulam com maior frequência pela Rua Hermilo Alves notaram um vazio na paisagem – a árvore tinha sido removida.

Vista interna da Escola Estadual José Bonifácio. | Foto: Sérgio Verteiro

Vista interna da Escola Estadual José Bonifácio. | Foto: Sérgio Verteiro

Quem foi perguntar à direção da escola a razão soube que a árvore, de 70 anos de idade, tinha raízes com a profundidade de oito metros, com desenvolvimentos laterais na direção do prédio da escola e rumo ao muro da divisa com a rua, com iminente ameaça de queda. A análise do problema foi feita pela equipe técnica específica da Prefeitura de Belo Horizonte e o parecer técnico foi pela remoção imediata da árvore. Por outro lado, a direção da escola se comprometeu a plantar outras árvores no local até fevereiro do próximo ano, sendo o manacá, árvore de menor porte, o preferido para ocupar o espaço.

tronco_sibipiruna

Tronco da sibipiruna. | Foto: Sérgio Verteiro

Até que tudo aconteça e as novas árvores atinjam um porte adequado, as pessoas da vizinhança, professores, alunos e funcionários da escola vão conviver com a paisagem registrada nas fotos deste post.

Se nascer, crescer e morrer faz parte do ciclo, agora viveremos o tempo do renascimento da paisagem que perdemos, mas que voltará de uma outra forma, talvez mais adequada às condições de contorno daquele espaço. Mas que a sombra e a beleza da sibipiruna nos fazem falta, disso não tenho dúvidas.

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Nesse início de Primavera a natureza está brindando os moradores e visitantes do bairro de Santa Tereza com roseiras em flor na Praça Duque de Caxias, como você verá nas fotos deste post.

Rosa no canteiro da praça Duque de Caxias. | Foto: Sérgio Verteiro

Rosa no canteiro da praça Duque de Caxias. | Foto: Sérgio Verteiro

Elas são resultado de trabalho e engajamento da comunidade do bairro. O canteiro fica em frente à Igreja de Santa Tereza e Santa Terezinha. A última, como explica esta matéria do portal Santa Tereza Tem, é conhecida como “Santa das rosas”, pois carrega um ramalhete das flores nas mãos. O canteiro foi adotado por Eliza Peixoto e Lívia Ladeira, que plantaram mudas doadas por elas, por outros moradores do bairro e pela igreja. A ação faz parte do projeto “Mãos à Praça”, que você pode conhecer melhor clicando no link no nome do projeto.

Foto: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

Essas roseiras foram plantadas em dezembro do ano passado e passaram dez meses sob cuidados intensos e vigilância contra vandalismo e depredação. Agora as 33 mudas já começam a mostrar seus agradecimentos.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Esse é um bom exemplo de que só reclamar não basta, é preciso agir. Você já pensou, por exemplo, na possibilidade de aderir ao “Mãos à Praça” ou a outros projetos semelhantes no seu bairro?

A prática continua sendo um dos critérios da verdade, principalmente se queremos cada vez mais reduzir a diferença entre a intenção e o gesto.

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O por do Sol em Araxá

por Luis Borges 19 de setembro de 2016   A vida em fotografias

Araxá significa na língua indígena “um lugar onde primeiro se avista o Sol”. Além de belos nasceres do astro, também é possível admirar belos poentes na cidade.

Foto: Vanderlei Pereira da Silva

Foto: Vanderlei Pereira da Silva

As fotos deste post são registros dos instantes finais do Sol poente na sexta-feira 09 de setembro em Araxá, quando o Inverno já caminhava para o fim. As imagens foram feitas do terraço de um prédio no centro da cidade.

Foto: Vanderlei Pereira da Silva

Foto: Vanderlei Pereira da Silva

Com qual frequência você consegue dar uma paradinha no ritmo intenso de sua vida para contemplar um pôr do Sol na cidade em que você mora ou visita?

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Canteiro no Jardin Villemin, em Paris. | Foto: Marina Borges

Canteiro no Jardin Villemin, em Paris. | Foto: Marina Borges

No hemisfério Norte agora é verão. Os visitantes e moradores da região que tiverem olhar atento podem ver a exuberância das flores nos jardins públicos e privados, que vieram muito bem preparadas pela primavera.

Hortênsias em jardim francês. | Foto: Morgana Tournier

Hortênsias em jardim francês. | Foto: Morgana Tournier

A contemplação dessa beleza harmoniosa pode ajudar a manter o alento e a reunir as forças dos realistas esperançosos na superação dos atos de terror e da sensação de insegurança que atinge vários países.

Ponte florida sobre canal de Amsterdam. | Foto: Marina Borges

Ponte florida sobre canal de Amsterdam. | Foto: Marina Borges

As fotografias deste post, feitas na França e na Holanda, são exemplos do que merece ser contemplado.

Hortênsias na Square Boucicaut em Paris. | Foto: Marina Borges

Hortênsias na Square Boucicaut em Paris. | Foto: Marina Borges

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Buraco em calçada da rua Salinas, em Santa Tereza. | Foto: Sérgio Verteiro

Buraco em calçada da rua Salinas, em Santa Tereza. | Foto: Sérgio Verteiro

O estado de conservação de muitas calçadas no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, continua lamentável. O Observação e Análise apontou, em março, a má conservação de alguns locais. Agora chama a atenção a quantidade considerável de buracos nas calçadas. Alguns deles aparecem no meio do passeio, como no caso da foto acima. Há ainda os buracos que parecem renascidos. São aqueles que voltam após remendo mal-feito na calçada. Outros tantos parecem ser a antiga morada de árvores que foram removidas, como se vê na foto abaixo.

Buraco de árvore na Rua Mármore. | Foto: Sérgio Verteiro

Buraco de árvore na Rua Mármore. | Foto: Sérgio Verteiro

Os riscos de queda para as pessoas de todas as idades são muito grandes, notadamente para os idosos e os deficientes físicos de qualquer natureza. A física nos ensina que é livre a queda dos corpos e só quem cai no buraco ou no desnível da calçada é que sabe a dor que sente e o risco da extensão das lesões adquiridas.

Buraco ao lado de ponto de ônibus na rua Mármore. Um perigo para os apressados ou desavisados. | Foto: Sérgio Verteiro

Buraco ao lado de ponto de ônibus na rua Mármore. Um perigo para os apressados ou desavisados. | Foto: Sérgio Verteiro

Há solução?

Ver o buraco e agir poderia ajudar muito na solução de problemas causados pela falta de manutenção. Proprietários dos imóveis – públicos e privados – têm sob sua responsabilidade a manutenção desses locais. Essa manutenção, por sua vez, deveria ser cobrada pela Superintendência de Administração Regional Leste da Prefeitura de Belo Horizonte, que faz a gestão do bairro. E, é claro, todos aqueles que usam as vias de Santa Tereza também devem mostrar o problema, reivindicar e cobrar uma solução, até que tudo fique em condições plenamente adequadas para o uso.

Afinal de contas, se tudo começa com a gente, devemos também começar a lutar a partir de nossa rua, de nosso bairro, de nossa cidade…

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O Observação & Análise abordou em diversas ocasiões o lixão que se formou e se integrou à paisagem do Bairro União, em Belo Horizonte (leia o histórico aqui). Um morador da região afirma que ele ficou ali por pelo menos dez anos, mais especificamente na Rua Arthur de Sá esquina de Rua Enoy, atrás do Minas Shopping, que fica na avenida Cristiano Machado.

Fotos: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

Conforme foi mostrado, o ciclo do lixão tem a duração de aproximadamente 15 dias. As contribuições de natureza diversificada chegam e se acumulam, até o dia em que tudo é retirado pelo caminhão da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) da capital mineira.

Fotos: Sérgio Verteiro

Fotos: Sérgio Verteiro

Agora um fato novo esta chamando a atenção de alguns moradores da região. À limpeza feita na segunda quinzena de Maio, seguiu-se uma intervenção da Prefeitura Municipal visando modificar e requalificar aquele espaço público urbano. Por mais incrível que possa parecer – mesmo que ainda não tenham sido concluídas as obras do empreendimento – o fato é que já se passou praticamente um mês, tempo suficiente para se cumprir dois ciclos plenos de formação do lixão, e até agora o local segue praticamente sem novas contribuições.

Foto: Sérgio Verteiro

Local em junho de 2016, totalmente limpo. | Foto: Sérgio Verteiro

As fotografias recentes deste post foram feitas na sexta-feira passada, dia 17/06, e mostram que o espaço do antigo lixão continua sem receber lixo. Espero que todas as partes envolvidas no processo de preservação do local mantenham-se no firmes propósito de defendê-lo, não permitindo qualquer tipo de retrocesso advindo de pessoas físicas, empresas, comunidades ou órgãos públicos.

Que o lixão permaneça desaparecido para sempre!

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