Logo na primeira comissão em que passou, o projeto do deputado mineiro Antônio Roberto (PV), que proíbe a cobrança de comissão de corretagem, foi rejeitado. O objetivo do deputado com a proposição é proteger os consumidores de uma prática que ele considera lesiva, principalmente no mercado imobiliário, segundo uma matéria do site da Câmara dos Deputados.

Não é o entendimento do deputado relator na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, onde o projeto foi rejeitado na reunião do dia 30/4. O relator, deputado Guilherme Campos (PSD-SP), entende que a corretagem é uma atividade regulamentada e legítima. Segundo ele, nada obriga o consumidor a comprar nessa modalidade. O projeto ainda vai passar por outras comissões e a tramitação pode ser acompanhada aqui.

Ao ler o projeto, penso na qualidade dos textos apresentados na Câmara dos Deputados. O deputado autor do projeto redigiu apenas três artigos, pequenos, focando em um ângulo da questão. Em síntese, olhou uma parte e se esqueceu do todo. No afã de proteger os consumidores de uma modalidade de venda, o deputado se esqueceu de citar outras formas de comercialização de um empreendimento imobiliário.

É muito comum que uma incorporadora venda imóveis com equipe própria, ou que coloque-os à venda por meio de uma imobiliária, que cobra comissão de corretagem em torno de 5%, incluída no valor total do imóvel.

O texto também sequer pensa na proteção dos consumidores diante das cobranças vorazes de despesas de cartório, como escritura, registro e emolumentos diversos, sempre reajustados e garantidos por lei.

Isso sem mencionar o imposto municipal, o ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis. Em BH, o imposto aumentaria para 3% do valor do imóvel nesse mês de maio, mas foi suspenso pela justiça. Também se somam os custos de financiamento do imóvel.

Quanto mais complexa a sociedade, mais acentuada a importância das relações amparadas pelo mundo jurídico. Uma lei mal feita só incrementa a judicialização das relações. Por fim, também é claro que o lobby, de todas as partes interessadas no assunto, deve estar presente nas tramas e trâmites da casa elaboradora das leis.

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Como está a linha de cumprimento da sua meta passados mais de 120 dias do ano? O “ano novo, vida nova” nos estimula a fazer muitas promessas de mudanças e cartas de intenções. Na euforia da virada prometemos, mas nos esquecemos de pensar em como vamos cumprir, mesmo quem transita no mundo da gestão de negócios.

Gestão, aliás, é algo de que todos precisam, mas nem sempre sabem. É necessária para as pessoas no plano individual, nas organizações humanas em que atuam e na sociedade da qual fazem parte.

A promessa de ano novo é um objetivo, um alvo a ser atingido. Quando ganha um valor e um prazo, torna-se uma meta. Atingir essa meta é um desafio bem grande, mas possível de ser vencido. É por isso que toda meta precisa ser acompanhada de um plano de ação, detalhando as alternativas estratégicas necessárias para colocar o gerenciamento em movimento, rumo ao resultado esperando.

A linha da meta nos mostra, graficamente, o quanto se avançou em um determinado espaço de tempo na direção do resultado, em função das etapas do processo que deveriam estar cumpridas.

É pensando nisso e analisando diante do dinamismo da gestão estruturada, que sempre nos exige posicionamentos e reposicionamentos, que sugiro uma reflexão sobre os resultados que você já alcançou até hoje, dia 4 de maio, passados mais de 120 dias do ano de 2014.

Analise passado, presente e futuro, para verificar o que foi planejado, o que já foi executado e os respectivos resultados, além do que está pendente e quais serão os resultados.

Sem acompanhar o cumprimento das metas, corremos o risco de ser como Carolina, que ficou na janela, guardando tanta dor em seus olhos fundos, enquanto o tempo passou, como cantou Chico Buarque em sua música.

Ouça aqui: Carolina – Chico Buarque.

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Feudos – Os que chegam ao poder acostumam-se a ele. PT, PSDB, não importa o partido. Conquistado um cargo, a luta é para mantê-lo. Uma boa análise está nesta coluna de Fernando Canzian.

Política no Brasil é um meio de vida para milhões de pessoas. É um projeto de ascensão social às custas da sociedade. Quem detém esse poder se agarra a ele como pode.

Trabalho – A reflexão sobre o poder e suas relações com as centrais sindicais é o ponto de partida para o texto de Eduardo Costa, que relembra a correlação entre trabalho, educação financeira e sucesso, profissional e pessoal.

No mundo do sindicato, a situação é muito parecida com o sistema de governança – quem entra, encontra tantas facilidades para gerir a sobrevivência no cargo que só mesmo por muita incompetência abre espaço para novidades.

Ranking – Universidades brasileiras perderam posições no ranking das melhores instituições mundiais de até 50 anos de idade. Leia no blog Abecedário uma explicação para isso.

Legalize – O deputado Jean Wyllys deixa claro seu ponto de vista no primeiro parágrafo.

Legalizar a cannabis e acabar com a guerra às drogas não é somente uma questão de liberdades individuais. É também uma questão de segurança pública e de direitos humanos.

No artigo ele pormenoriza a legalidade do uso de álcool e tabaco e seus efeitos na saúde pública, comparando-os aos da maconha. Também analisa a violência, mortes, população carcerária para defender sua ideia. Ele é autor de um projeto de lei sobre o assunto, que propõe anistia em alguns casos. Leia aqui.

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Fóruns, seminários, palestras discutem a mobilidade urbana, também presente nas propagandas oficiais e revistas, especializadas ou não. O termo fica “zumbindo” nas nossas cabeças.

BRT Move, monotrilho, trem metropolitano, anel rodoviário, BR-381, metrô (ou trem de superfície, no caso de BH) são temas e preocupações recorrentes quando se fala da logística para levar as pessoas de um lugar ao outro.

É preciso observar com mais atenção as condições em que acontecem esses deslocamentos.

Trem lotado visto da plataforma de embarque
Qual deve ser o nível de conforto aceitável e compatível com a dignidade humana?
Metrô lotado, foto dentro do vagão
Fotos: Sérgio Verteiro

O metrô de BH é o mesmo há muitos anos. Mesmas composições, mesmos horários. No último dia 22 um trem acoplado começou a circular, mas faz apenas duas viagens por dia. Só ganham volume, ao longo dos anos, as promessas de ampliação não cumpridas, a quantidade de passageiros, que cresceu mais de 13% só no ano passado, e o preço das passagens.

Nos horários de pico os vagões estão entupidos. Não dá nem pra comparar a latas de sardinhas, pois os peixes parecem mais confortáveis em suas embalagens. A lotação facilita o “encoxamento”, intencional ou não, e piora as condições de segurança.

Nessa altura, será que ainda encontraremos quem fale em legado da Copa diante da realidade, mostrada em fatos, fotos e dados?

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1851 – Primeira viagem experimental com uma locomotiva elétrica. O teste aconteceu na cidade de Washington, Estados Unidos.

1870 – Nascimento de Osório Duque Estrada, autor da letra do Hino Nacional Brasileiro e também poeta, crítico, professor, ensaísta e teatrólogo.

1938 – Getúlio Vargas cria o Conselho Nacional do Petróleo, considerado precursor da Petrobras, para que o governo pudesse controlar o produto.

1964 – Foram emancipados três municípios mineiros – Ipatinga, João Monlevade e Timóteo.

1970 – Forças norte-americanas e sul-vietnamitas entram no Camboja em perseguição aos vietcongs durante a Guerra do Vietnã.

1991 – Morre Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha, cantor e compositor brasileiro.

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No dia 25 de abril completaram-se 40 anos da Revolução dos Cravos em Portugal. O embaixador de Portugal no Brasil deu entrevista à Agência Brasil, que está no link acima, explicando que a revolução significa liberdade para os portugueses.

“Portugal está em festa porque o 25 de abril restituiu a liberdade: de pensar, de escrever, de se reunir e poder se manifestar”.

Francisco Ribeiro Telles – Embaixador de Portugal no Brasil

Liberdade que, na época, faltava a nós, brasileiros. A revolução foi assunto da coluna de Pasquale Cipro Neto, publicada na Folha de S. Paulo da última quinta-feira. Leitura indicadíssima, que pode ser feita neste link.  O professor relembra a importância do repertório, do conhecimento, para entender o mundo. E cita uma música de Chico Buarque que fala da revolução portuguesa, Tanto Mar. Na coluna, Pasquale destrincha a letra, as metáforas e as relações entre as situações brasileiras e portuguesas naquele ano. Segue um trechinho:

A estrofe da canção que mais relaciona a situação vivida por Portugal naquele abril de 1974 com a situação do Brasil no mesmo período é esta: “Sei que há léguas a nos separar / Tanto mar, tanto mar / Sei também quanto é preciso, pá / Navegar, navegar”. Antes que alguém pergunte, “pá” é um vocativo tipicamente português, algo como o nosso “rapaz”, “cara” ou algo equivalente. A origem provável desse “pá” é a redução de “rapaz”.

É forte o valor metafórico das expressões “léguas a nos separar” e “tanto mar”. Literalmente, o Brasil e Portugal são, sim, separados por muitas léguas de mar, mas o mar de que fala o grande Mestre é outro. Na letra de Chico Buarque, o mar que separava o Brasil de Portugal era simbólico: lá, as águas da liberdade, do fim da tirania; cá, as águas da opressão, da barbárie.

Assim como vale a leitura da coluna, vale também ouvir a bela música. Ouça clicando no link abaixo.

Tanto Mar – Chico Buarque

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Vale a leitura

por Luis Borges 25 de abril de 2014   Vale a leitura

Tiradentes – O professor Luiz Carlos Villalta traçou um perfil de Joaquim José da Silva Xavier, publicado no dia 21 de abril.

Tiradentes tinha fortuna equiparável ao do magistrado Tomás Antônio Gonzaga e pertencia a uma família importante da região do Vale do Rio das Mortes. Jamais se colocou a favor da abolição da escravidão, como bradam algumas lideranças políticas mineiras e magistrados pátrios da atualidade, para escárnio dos historiadores e frenesi nos embates políticos.

Mecânico x Engenheiro – Na hora de escolher uma profissão, você encorajaria seu filho a se tornar mecânico de automóveis ou engenheiro mecânico? Neste artigo excelente, Sabine Righetti levanta a discussão, comparando Brasil e Alemanha. Aproveite o acesso e navegue pelos textos antigos do blog, que trazem boas discussões.

Nem todo mundo tem aptidão para a universidade e, pior, muita gente pode estar deixando para trás aptidões preciosas –como a mecânica– para entrar em uma sala de aula em busca de melhores salários.

Tubulações velhas – Em meio ao problema da falta de água em São Paulo, o Estadão revela que as tubulações velhas da Sabesp causaram perda de 31,2% de toda a água produzida no caminho entre a estação de tratamento e a casa dos consumidores. Isso representa quase todo o “volume útil” do sistema Cantareira cheio. A matéria completa está aqui.

Como não pagar IPVA – A receita é simples. Use transportes como carro de boi, bicicleta, helicóptero, jatinho e iate. A explicação está na coluna de Vladimir Safatle.

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