Curtas e curtinhas

por Luis Borges 3 de junho de 2014   Curtas e curtinhas

Greve à vista – Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Ouro Preto estão em greve desde março, antes mesmo do início do 1º semestre letivo de 2014, que ocorreu no dia 19. Nesta semana deve sair uma decisão do corpo docente sobre a adesão à greve nacional da categoria. Agora que a vida acadêmica parecia estar perto de se regularizar depois da greve de 2012, surge esta ameaça que pode jogar o segundo semestre para bem mais longe.

Cancelado – No sábado 31 de maio a Azul Linhas Aéreas cancelou o único voo semanal da empresa entre o aeroporto da Pampulha (Belo Horizonte) e Araxá, segundo noticiou-se na imprensa. A causa foi um problema de manutenção. Uma peça da aeronave apresentou defeito e não havia sobressalente para ser usada em tempo hábil, segundo apuraram alguns passageiros.

Agências de viagem foram informadas de que, a partir de 04 de agosto, haverá um voo saindo de Confins às 08h15, de segunda a sábado, com 72 lugares disponíveis. Esse voo será BH-Uberaba-Araxá, onde pousará às 10h30.  O avião retorna às 11h, saindo de Araxá para pouso às 12h em Confins. Depois dos procedimentos de desembarque e tendo a sorte de um trânsito fluente, será possível chegar ao centro de BH por volta das 13h. Só aguardando para conferir.

Custo – O Supremo Tribunal Federal custa R$ 1,5 milhão por dia aos cofres públicos. O orçamento da Corte em 2014 é de R$ 564,1 milhões, dos quais R$ 209,3 milhões já foram gastos. Em abril, a mais alta corte da justiça brasileira contava com 1.683 servidores, informou ontem a ONG Contas Abertas.

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Na semana passada três projetos que tramitam no Senado da República chamaram minha atenção, pelos passos que conseguiram dar. Um deles já fez 15 anos de casa. Os três, se aprovados, terão em comum o impactante aumento dos dispêndios financeiros pelo Tesouro Nacional, de maneira geral, ou diretamente pelo contribuinte. O fato é que todos eles contribuirão muito para o aumento do custo Brasil.

O primeiro foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais por 10 votos a 9. Ele dá aos beneficiários do programa Bolsa Família o direito de permanecer recebendo o valor por mais seis meses, mesmo que ultrapassa após uma reavaliação. O orçamento do Programa Bolsa Família para 2014 é de R$ 25 bilhões, para atender 14 milhões de famílias. O projeto seguiu para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), para decisão terminativa.

Já a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 63/2013 foi discutida na Comissão de Constituição e Justiça. Ela determina um pagamento de adicional a magistrados e membros do Ministério Público. A proposta é que eles recebam adicional por tempo de serviço de 5% do salário a cada 5 anos trabalhados, chegando ao máximo de 35%. Se aprovada, a proposta elevará a remuneração a um patamar acima do atual teto do funcionalismo federal, de R$29.462,25. E, claro, na sequência de uma aprovação virão diversas categorias exigindo o reconhecimento de um novo teto, além do efeito cascata, fazendo o desdobramento nos diversos níveis e instâncias do poder judiciário.

Por fim, a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária aprovou um substitutivo para projetos de lei que alteram a Lei Geral do Cooperativismo. Esses são os projetos citados no início do texto que tramitam na casa há 15 anos. O substitutivo, agora, será enviado para análise da Comissão de Assuntos Econômicos. O documento propõe que o sistema cooperativista seja representado em âmbito nacional pela OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), que já figura na lei atual, e pela Unicopas (União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias), que é a novidade da lei proposta. Todas as cooperativas brasileiras serão obrigadas a se filiar a uma das duas instituições e pagar anualmente a contribuição cooperativa no valor de 0,2% do capital integralizado e dos fundos existentes no ano anterior.

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Vale a leitura

por Luis Borges 30 de maio de 2014   Vale a leitura

Saúde mental e sexualidade – Uma tese de doutorado defendida na UFMG se debruça sobre um dos tabus relacionados a pessoas portadoras de transtornos mentais. A pesquisadora Marina Celly Martins Ribeiro de Souza partiu da constatação de que infecções sexualmente transmissíveis são muito diagnosticadas entre essas pessoas, o que alerta que elas têm vida sexual ativa. A partir disso, pesquisou como os profissionais de saúde lidam com esse tema e cuidam desse grupo. Leia mais aqui.

Palestras vazias – Você já passou por isso, pelo menos uma vez: assistiu a uma palestra e saiu de lá com a sensação de perda de tempo. Há várias razões para isso mas, neste artigo publicado na Folha, Adriana Gomes analisa o comportamento dos palestrantes e o uso excessivo de vocabulário “da moda” como “sustentável”, “transformador”, “liderança”. Como diz ela, palavras bonitas, mas muitas vezes sem sentido. 

Uma fala entremeada com essa avalanche de vocabulário “modístico” e desconectada da realidade gera muito mais descrédito do que o efeito esperado por quem está proferindo: o entusiasmo e a motivação da plateia.

Calvário – Se contar, todo mundo acredita, infelizmente. Para entrar com o pedido de seguro desemprego uma pessoa foi duas vezes ao local indicado, não conseguiu. Vai ter que ir ao local pela terceira vez. Leia o relato na coluna de Eduardo Costa.

Não é chantagem, é oportunidade – Neste mês de greves e protestos diários de diversas categorias profissionais em busca de melhores salários e condições de trabalho, Leonardo Sakamoto analisa como elas aproveitam a oportunidade. Para ele, escolher esse momento não é oportunismo. Relembrando a greve dos garis do Rio durante o Carnaval, o autor reflete:

Qual outro período sua existência poderia ser melhor notada do que naquele em que mais se precisa deles? Deixar o protesto para quando o impacto for menor seria demonstrar uma falta de capacidade crônica de ler a conjuntura, para dizer o mínimo. 

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Renovação x Legado

por Luis Borges 29 de maio de 2014   Pensata

Por Igor Costoli

Comparando as últimas copas, chama a atenção um aspecto negativo no modo como encaramos resultados: política de terra arrasada e a falta de planejamento para longo prazo.

Após o fracasso do Brasil em 2006, Dunga entrou com ordens de renovar a seleção. Cumpriu parcialmente. Se por um lado barrou medalhões sem espírito de grupo, por outro montou uma seleção envelhecida. Apenas Ramires tinha menos de 23 anos na Copa da África. Para efeito de comparação, a Alemanha levou 9 atletas nessa faixa, a Argentina levou 7 e a Espanha foi com 6.

Também chama a atenção que, em 2014, pela primeira vez em 20 anos, o Brasil vai à Copa sem nenhum campeão Mundial no elenco. O time de 2010 tinha Gilberto Silva, Lúcio, Kleberson e Kaká, vitoriosos de 2002.

Com experiência em Mundiais, retornam Júlio César, Daniel Alves, Maicon, Ramires e Thiago Silva, em sua maioria reservas do grupo de Dunga. A eles soma-se Fred, reserva na Alemanha em 2006.

É verdade que o Brasil revela muitos jogadores, e talvez por isso tantas apostas se percam. Mas as mudanças drásticas dizem muito sobre como agimos em caso de derrota. Basta comparar com outras grandes seleções, em que muitos nomes se repetem há três Mundiais ou mais. É o caso do goleiro Buffon, que esteve no grupo italiano que foi à Copa de 1998, na França, e vem ao Brasil para seu quinto Mundial. 

E isso tudo, é garantia de quê? Bem, esse é o interessante do futebol: garantia de nada. O Brasil recente com maior número de ex-campeões convocados foi justamente 2006, com dez atletas. E o último a ir para uma Copa sem campeões levantou o caneco em 1994, sob o comando de Parreira.

Seleção campeã de 1994

Seleção campeã de 1994
Fonte: site Storie di Calcio

Igor Costoli é jornalista e radialista de formação e atleticano de coração. É produtor e apresentador do Programa Invasões Bárbaras; na Rádio UFMG Educativa.  

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Quatro anos depois

por Luis Borges 28 de maio de 2014   Pensata

por Igor Costoli

Na última segunda começou a apresentação dos jogadores brasileiros para o Mundial. Duas semanas antes, quando saiu a lista dos convocados, não havia surpresas. Felipão é, em grande medida, previsível. Não havia polêmicas quanto aos últimos nomes, nem os que ficaram de fora mereceram longo debate.

Coube então, ao brasileiro, se divertir. Nas redes sociais, muitos recordaram da capa de julho de 2010 da revista Placar, que apostava em Pato e Ganso para a Copa de 2014. Muitas outras revistas e analistas da época iam pelo mesmo caminho, sempre tendo nos dois a referência de futuro para a seleção.

Capa da Placar - Julho de 2010

Capa da Placar – Julho de 2010

E o que aconteceu, quatro anos depois?

A primeira observação é que se repetiu um fenômeno curioso. Das revelações surgidas na base santista em 2002, todos apostavam em Diego, meio campo criativo, como jogador mais maduro, e que com certeza estaria pronto para a Copa seguinte. Jamais foi a um Mundial, ao contrário de seu companheiro Robinho, que esteve em dois.

O caso se repetiu nesses quatro anos. Quando se imaginava Ganso como o grande maestro do Brasil em 2014, eis que a maior esperança hoje reside, na verdade, em seu companheiro menos prestigiado de 2010, Neymar.

Sobre Alexandre Pato, nada melhor que as palavras de Tostão: “um jogador que é, sem nunca ter sido”. Apesar do começo meteórico e da venda ao Milan antes dos 18 anos, o atleta nunca jogou à altura da expectativa que criara.

Em comum, é verdade, registre-se que Ganso e Pato conviveram com lesões nesses últimos quatro anos. Mas não se pode dizer que seu desempenho saudável os credenciava a esperar algo na convocação.

Mas os dois foram os únicos a ficar pelo caminho? Não: a seleção olímpica, cujo objetivo principal era formar a base renovada para esta Copa, falhou como projeto. À exceção de Neymar e Oscar, todos os outros jogadores da campanha de prata com Mano Menezes estão fora, incluindo Lucas e Leandro Damião. Talvez haja algo mais a se observar no trabalho feito até aqui.

A segunda parte do texto será publicada amanhã.

Igor Costoli é jornalista e radialista de formação e atleticano de coração. É produtor e apresentador do Programa Invasões Bárbaras; na Rádio UFMG Educativa.  

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Um amigo foi indicado para um cargo de chefia. Um parente comprou um apartamento novo. O colega de trabalho vai pra Europa. O que esses três casos têm em comum? Provavelmente você vai ouvir um “ah, mas fulano merece!” quando comentar com outra pessoa.

Ivan Lins e Paulo César Pinheiro são autores da música A gente merece ser feliz, muito adequada para esses casos. Abaixo, você pode ouvi-la na interpretação de Lins. Vale a pena voltar à canção nesse tempo de plena eferverscência de manifestações, protestos e greves, embalados pelas vésperas da Copa do Mundo. Como se sabe, “o melhor da festa é esperar por ela”.

Com os versos na cabeça, penso: o que sonhar? O que fazer? O que criar em nosso país de alta entropia, que quer ser feliz com justiça e paz? Temos líderes, pessoas da vanguarda, que apresentem as capacidades de saber ouvir e saber falar? São perguntas para este ano eleitoral, com inflação em alta e perda de poder aquisitivo.

Disseram Ivan e Paulo na música:

“Que apesar de tanta mágoa
Vale a pena toda luta
Para ser feliz.”

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Cerejeira florida

Cerejeira florida

A beleza das cerejeiras em flor não é vista apenas no Japão, mas também nos quintais franceses. Agora a primavera caminha para seu final no hemisfério Norte e mostra belezas como essas, na região da Savoie, no sudeste da França. Abaixo, você verá uma singela cesta de coloridos ovos de galinhas. Alguns diriam galinhas felizes, criadas soltas no quintal. Tudo vem desse espaço de uma residência da região, onde a simplicidade convive de maneira natural com a vida. Como as coisas simples são as mais difíceis de se atingir, não é demais lembrarmos que provavelmente muitas crianças, de lá ou do Brasil, não conhecem ao vivo uma galinha ou um galo da família dos galináceos.

Cesta de ovos

Cesta de ovos

Já que estamos falando da França, vale lembrar que o país tem uma população de pouco mais de 65 milhões de habitantes de acordo com o Censo de 2010. O índice de desenvolvimento humano (IDH) está em 0,893. É um país de 543.965 km² e PIB per capita de US$ 35.048.

É comum ouvir dizer que a França é do tamanho de Minas Gerais, o que é correto. Minas é um pouquinho maior, com 586.522,122 km². Nossa população é bem menor, são 20,5 milhões de habitantes, com IDH 0,713 e PIB per capita de US$8.077,22 levando em conta a cotação do dia 23/05/2014.

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