A data de 30 de outubro é destinada à comemoração do dia do Design de interiores. Os profissionais dessa área lutam pela difusão do conhecimento sobre o seu trabalho e os importantes resultados que ele pode gerar para as pessoas em seus ambientes residenciais, de trabalho e lazer.

Nesse sentido é interessante conhecer a história dessa atividade conforme artigo publicado no portaleducacao.com.br. Leia aqui.

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O desnecessário horário de verão

por Luis Borges 21 de outubro de 2014   Pensata

Já estamos em pleno horário de verão, que nessa edição terá 126 dias de duração e só acabará em 21 de fevereiro do ano que vem, por causa do Carnaval. Tudo isso na forma da lei, por meio de decreto de 1931 que impunha o horário em todo o território nacional. Após idas o horário de verão segue ininterrupto desde 1985, para aplicação nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

Conheço pouca gente que gosta dele. Mas independente de se gostar ou não, eu não vejo argumentos lastreados em fatos, dados e conhecimentos técnicos específicos que justifiquem a sua adoção. O argumento mais difundido e repetido exaustivamente pela mídia é que se evitaria um apagão no horário de pico da demanda no início da noite e que nesse horário se reduziria a demanda por energia elétrica em 4,5%. Além disso, repete-se também que a economia de energia global no período varia de 0,4% a 0,5%, que é ínfima diante de tantas variáveis envolvidas nesse cálculo e que são pouco explicitadas. Entretanto não existe transparência sobre o método usado para se chegar a esses números que, aliás, contrastam com outras informações do site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Lá está dito que o período de pico por demanda de energia se dá no início da primavera.

Por outro lado, é importante lembrar que, no verão, os dias têm um período maior de insolação e que muitas vezes o uso de refrigeradores no período da tarde aumenta a demanda por energia. Quem quiser verificar os horários dos apagões durante os últimos 5 anos, verá que eles não escolhem necessariamente uma hora para acontecer, inclusive no verão. E é claro que as causas também são várias e vão muito além de um prosaico aumento momentâneo de demanda. Se no período atual estamos enfrentando uma longa estiagem e o ONS informa que os reservatórios estão nos mais baixos níveis históricos, por que não rever de maneira efetiva a matriz energética brasileira e estudar melhor a eficiência energética? Você já imaginou a energia solar sendo usada em larga escala para aquecer a água, se houver, dos chuveiros de nossas residências? Isso também ajudaria a derrubar ainda mais o argumento do ONS sobre a probabilidade de apagão elétrico no início da noite por excesso de demanda.

Também os impactos no organismo humano devido à mudança no fuso horário deveriam ser melhor estudados e mais difundidos entre as pessoas. Dormir mais tarde, ter insônia, acordar mais cedo e ter sonolência ao longo do dia são alguns dos fatos mais citados e reclamados e que devem trazer impactos no bem estar e na produtividade das pessoas. Mas, como é cada vez mais típico da cultura brasileira, as coisas são impostas na arrogância e na superficialidade. O horário de verão continua sendo desnecessário e fico na esperança de que os três projetos que tramitam na Câmara dos Deputados propondo o seu fim consigam quórum para aprovação, um dia. Antes tarde que muito tarde.

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Outra vez, é dia do professor

por Luis Borges 15 de outubro de 2014   Pensata

Considero este 15 de outubro, Dia do Professor, como dia do ano em que devemos aproveitar a oportunidade de homenagear e reconhecer os mestres que cumprem a missão de educar, ensinar e aprender em nosso país sempre necessitado de contínuas transformações. Podemos nos lembrar de quem nos ensinou as primeiras letras e os primeiros algarismos, daqueles que nos orientaram, influenciando nossos rumos, ou dos que foram homenageados em nossas formaturas, inclusive como paraninfos ou patronos. Aqui também é permitida a lembrança daqueles que só cumpriram “a tabela do campeonato” ou mesmo aqueles poucos que nos marcaram indelevelmente por suas posturas equivocadas.

Por ter feito desta função uma opção profissional em minha vida, inclusive acompanhada da devida vocação, sei qual é o tamanho da dor e da delícia de trabalhar nesse segmento. Entendo perfeitamente que o desafio é muito grande, e que ainda não estão disponíveis todas as condições para vencê-lo plenamente em todos os níveis, exigências e necessidades. Mas tenho a crença de que a educação é a base de tudo e de que não existe substituto para o conhecimento na solução dos problemas, bons ou ruins, que a era da incerteza nos traz cotidianamente. Por isso será sempre essencial se trabalhar com os fundamentos, demonstrar sua aplicação e mostrar a efetividade dos resultados, de preferência sem dogmatismos e instigando a curiosidade, a observação e a criatividade. É muito pouco ser uma mera estação repetidora.

Minha reflexão deste ano diz respeito ao clamor nacional por mais recursos para a educação, que deverão se refletir em melhores condições de ensino, profissionalização da carreira docente e valorização profissional com a devida atualização permanente do conhecimento do professor. Nesse caminhar muitas lutas, embates, medição de forças – inclusive com greves – acontecerão. Mas nada justificará o descompromisso, o fazer de qualquer jeito, o simplesmente cumprir burocraticamente os dias letivos previstos ou o não, principalmente para quem defende e almeja o profissionalismo do professor. Entre o pessimismo chato de quem só quer lamentar, chorar e reclamar ou o otimismo irreal de quem pensa que um dia tudo vai melhorar mesmo na inércia, reitero meu reconhecimento por aqueles que constroem, melhoram e inovam nos processos de trabalho, guiados pela esperança realista e pragmática.

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Nos últimos três anos acompanhei de longe uma “mocica” que sonhou quase que diariamente com o dia em que completaria 18 anos de idade e passaria a ter diversos direitos previstos em lei. Sua mãe sempre ouviu suas palavras, sem se esquecer de lhe dizer que, a partir daí, os anos de vida passariam muito mais rapidamente e que dias viriam em que ela diria sentir saudades desses tempos em que sonhou tanto.

Contrastando com esse fato, passei a refletir sobre as pessoas que, como eu, estão chegando aos 60 anos de idade ou já passaram desse número limite. Isso reverberou mais em minha cabeça e em diversas mídias em primeiro de outubro, Dia Internacional do Idoso, data que tenta chamar a atenção para esse ciclo da vida.

Aqui é bom lembrar que a legislação brasileira estabelece, no Estatuto do Idoso, uma série de conceitos, definições e direitos que deveriam existir plenamente a partir do 60º aniversário de nascimento das pessoas. Nesse aspecto, relembro que um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada propõe que a idade limite para início da vida idosa passe a ser 65 anos. Em sentido semelhante, tramita há alguns anos no Congresso Nacional um Projeto de Emenda à Constituição que propõe passar de 70 para 75 anos a idade limite para a aposentadoria compulsória no serviço público. A razão mais segura para tudo isso é o expressivo aumento da expectativa de vida dos brasileiros, que já chega à média dos 75 anos, sendo que para as mulheres já passa de 78. Nesse sentido, vale lembrar também que 10,4 milhões de eleitores têm idade superior a 70 anos e que, para eles, o voto é um direito e não uma obrigação.

Se planejar é pensar antes, alguns aspectos quase que formam uma pauta a nos cobrar um posicionamento para esses tempos, que a cada dia se tornam mais próximos. É claro que os cenários que se desenham são projeções difíceis de se acertar, mas devemos tentar pelo menos nos aproximar ou errar menos. É por isso que podemos pensar em cenários otimistas, pessimistas ou mais prováveis, mesmo sabendo que tudo depende de muitas variáveis. Algumas delas só dependem de nós, e outras, uma grande parte, nós não controlamos. Essas ficam nas mãos dos governos, dos mercados e até da inércia dos políticos que emanam da democracia representativa.

Na minha pauta, veio a preocupação com a queda do poder aquisitivo do aposentado, principalmente com inflação cada vez mais longe da meta de 4,5% ao ano e sabedor de que o custo de vida do idoso é muito impactado pelo preço de planos de saúde, medicamentos e consultas particulares. Pautei também o desejo de ter uma boa qualidade de vida nesses tempos de ócio criativo, com dignidade, mesmo consciente dos limites físicos que vão surgindo para o corpo humano. Aqui registro a preocupação com a mobilidade de pernas e braços, o metabolismo, a pressão arterial, os órgãos do sentido e os estragos causados por uma bala, perdida ou não.

Avançando na pauta pensei no convívio familiar – esposa, filhos, parentes, amigos, enfim, pessoas que, em diferentes graus, fazem parte do cotidiano. Com quantos e com quais prosseguiremos, por exemplo, nos próximos 15 anos? Aí o tempo fechou e minha pauta foi interrompida, na certeza de que ela é muito longa mas terá de ser enfrentada com sabedoria, conservação de energia e gestão da ansiedade no exercício da paciência e da persistência.

E você, caro leitor, tem pensado também nesses temas e em outros conexos? Aguardo suas reflexões nos comentários.

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2013 – Morreu aos 78 anos, no Rio de Janeiro, a cantora e atriz Norma Bengell. Considerada uma das musas do Cinema Novo, participou do filme “O Pagador de Promessas”. Em 1962, tornou-se a primeira atriz brasileira a apresentar-se em uma cena de nu frontal, no filme “Os Cafajestes”.

1999 – O poeta e diplomata João Cabral de Melo Neto morreu, no Rio de Janeiro, aos 79 anos. Escreveu “Morte e vida Severina”, “Museu de Pedra”, “O engenheiro” e outras 15 obras.

João Cabral de Melo Neto / Fonte: Wikipedia

1989 – Em Leipzig, Alemanha Oriental, 70 mil protestantes exigiram a legalização de grupos de oposição e reformas democráticas.

1980 – O Papa João Paulo II recebeu o Dalai Lama em uma audiência privada no Vaticano.

1967 –  Um dia depois de ser capturado, foi executado na Bolívia, aos 39 anos, o médico, escritor, jornalista, fotógrafo e guerrilheiro argentino Ernesto Guevara de la Serna, ou simplesmente Che Guevara para os revolucionários que inspirou, principalmente na América Latina .

Ao lado dos irmãos Fidel e Raul Castro, participou ativamente da Revolução Cubana. Esteve no Brasil em 1961, quando foi condecorado pelo presidente Jânio Quadros. “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás” é sua frase mais reproduzida nas camisetas que são estampadas com seu rosto. O dia de sua captura na Bolívia inspirou a criação do nome do Movimento Revolucionário 08 de outubro, MR-8, organização política de esquerda que combateu a Ditadura Militar no final do século passado.

Che Guevara / Fonte: Wikipedia (foto de Alberto Korda)

1958 – Morreu aos 82 anos o Papa Pio XII. Seu papado durou 19 anos e 7 meses. Ele foi o 261º Papa da história da Igreja Católica.

1945 – Nasceu em Montevidéu o cantor Taiguara, um dos mais censurados durante a Ditadura Militar Brasileira. Entre suas músicas podemos destacar “Hoje”, “Universo do teu corpo”, “Piano e viola”, “Amanda”, “Tributo a Jacob do Bandolim”.

1940 – Nasceu em Liverpool, na Inglaterra, John Winston Ono Lennon, músico, guitarrista, cantor, compositor, escritor  e ativista britânico. John Lennon ganhou notoriedade mundial como um dos fundadores do grupo de rock britânico The Beatles.

1893 – Nasceu Mário de Andrade, escritor e um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo em 1922.

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A democracia representativa leva os brasileiros obrigatoriamente às urnas de dois em dois anos. De vereador a Presidente da República, todos passam pelo voto digitado e confirmado na urna eletrônica.

No dia do pleito, em torno dos locais de votação, os “boqueiros” fazem um intenso trabalho de boca-de-urna, tentando influenciar principalmente os indecisos e os que sequer escolheram candidatos. Assim como permanece a cultura da propaganda de última hora, permanece o hábito de jogar no chão o material publicitário recebido, a começar pelos famosos santinhos.

santinhos espalhados na rua e na calçada

Dia de eleição no bairro de Santa Teresa / Foto: Gustavo Borges

Não foi à toa que a cidade de Belo Horizonte registrou doze acidentes nas eleições do dia 05 de outubro, de pessoas que escorregaram ao pisar nos benditos santinhos espalhados pelo chão. Algumas das consequências foram braço quebrado, traumatismo craniano, torção de tornozelo e pé quebrado.

santinhos jogados na rua

Em outro local de votação, no bairro União, muito material de divulgação jogado nas ruas. / Foto: Sérgio Verteiro

As fotografias deste post foram feitas nos bairros de Santa Teresa e União. Elas são uma pequena amostra da capacidade que alguns eleitores têm para sujar plenamente as vias cidade, estimulados pelos candidatos. No total, foram recolhidas mais de 139 toneladas de lixo eleitoral em Belo Horizonte, segundo balanço da SLU.

Os papéis se acumulam entre a rua e a calçada, chegando também aos bueiros. / Foto: Gustavo Borges

Os papéis se acumulam entre a rua e a calçada, chegando também aos bueiros. / Foto: Gustavo Borges

Um dos valores que aprendemos em casa e na escola é que “lugar de lixo é no lixo”. O programa 5S, implantado e implementado no Brasil de maneira mais sistemática desde 1990, vai além. Ele ensina que “lugar limpo não é o que mais se varre, mas o que menos se suja”.

santinhos espalhados na calçada

Outro flagrante no bairro União / Foto: Sérgio Verteiro

Após 25 anos de 5S no Brasil – e mais tempo ainda de eleições democráticas – continua desafiadora a prática do senso da autodisciplina, essencial para o cumprimento dos padrões estabelecidos. Fica o desafio para 2016. Menos sujeira, mais autodisciplina.

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Após as eleições que definiram os 513 deputados federais que comporão a Câmara dos Deputados a partir de janeiro de 2015, fica a expectativa de que se produza alguma coisa até o final desse ano.

Também não é para menos. Em nome da campanha eleitoral só houve dois dias de votação em plenário na primeira semana dos meses de agosto e setembro, no sugestivo “esforço concentrado”.

Se medirmos a produtividade dos deputados na legislatura 2011-2014, veremos que apenas 30 projetos de autoria dos próprios deputados viraram leis. Esses projetos foram apresentados por apenas 26 parlamentares, ou seja, 5% do total de membros do plenário.

Se a comparação de produtividade for feita com a legislatura anterior, 2007-2010, verifica-se quase uma “queda livre” na produção. No período anterior, 70 deputados tiveram projetos próprios aprovados. Na legislatura que finda em 2014, foi mais fácil e cômodo emendar os 146 projetos do Executivo, que se tornaram leis.

Como não existe uma cobrança mais acentuada pela produtividade, o que nos passa a sensação de descompromisso, e os benefícios decorrentes do poder são muitos, fica fácil entender porque 6100 pessoas se candidataram a uma das 513 vagas, das quais 53 são para a bancada de Minas Gerais.

Quem tiver curiosidade de verificar o planejamento dos trabalhos das comissões e sessões plenárias desta semana pós eleições encontrará o mesmo do mesmo. A pauta do plenário, trancada pela Medida Provisória que reestrutura as carreiras da Policia Federal, aguarda quórum para prosseguir. Talvez, por não exigir quórum, será mais fácil inaugurar as rampas de acesso ao plenário Ulysses Guimarães cujas obras foram concluídas e visam melhorar a acessibilidade.

Quem sabe também a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apura as denúncias de corrupção na Petrobrás conseguirá quórum para ouvir a contadora do doleiro que também negociou delação premiada. Também a Comissão do Orçamento tentará aprovar emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015, enquanto a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar tentará analisar os casos de dois deputados acusados de infringir regras da casa. Mas tudo isso, sempre se houver quórum, na certeza de que a semana termina no mais tardar na quinta-feira e de que muitos projetos, relevantes ou não, continuarão parados aguardando as negociações do Colégio de Líderes.

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