Na entrada do metrô, várias catracas em linha. Mas poucas estão livres para a entrada dos passageiros. Grades ou portas de ferro impedem a passagem na Estação Minas Shopping do metrô de Belo Horizonte.

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Foto: Sérgio Verteiro

A fotografia acima foi tirada ontem, dia 29/1, por volta das 13h na estação citada. Note que a grade fecha uma entrada de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, além de algumas catracas comuns.

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Foto: Sérgio Verteiro

Em outro momento, na noite do dia 23/1, sexta-feira passada, a porta de metal estava fechada, bloqueando catracas e também uma das entradas para cadeirantes. Apenas as passagens para usuários de cartões de transporte estavam funcionando plenamente.

São duas situações semelhantes em curto espaço de tempo, o que nos faz pensar se há defeito e portas sem manutenção ou se é apenas uma diretriz de diminuir a quantidade de catracas para os usuários.

Mobilidade e acessibilidade são palavras que estão sempre na ordem do dia. São termos de profundo impacto no sagrado direito de ir e vir das pessoas. A expectativa que temos é a de encontrar sempre instalações, equipamentos e ambientes amigáveis para todos os que deles necessitam, independente da existência ou não de limites físicos individuais. O pouco caso, o descuido ou a negligência muito nos assustam. Haja paciência e persistência!

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A Via 710 ligará a avenida dos Andradas, na região leste de Belo Horizonte, à avenida Cristiano Machado, na região nordeste. Sua extensão será de 4 km e o término da obras estava previsto, inicialmente, para antes da Copa do Mundo, em 2014. O que não aconteceu.

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Foto: Sérgio Verteiro

Em nome da mobilidade urbana, a obra será ligação direta entre as duas regiões, passando pelos bairros  Instituto Agronômico, Horto, Dom Joaquim e União. Dificuldades na desapropriação de imóveis e remoção de famílias que estão em áreas invadidas são algumas das causas alegadas pela Prefeitura para os atrasos na construção. Segundo uma matéria do Jornal Estado de Minas publicada à época, a licitação da obra foi homologada pela Prefeitura em 29 de julho de 2014. A partir da emissão da ordem de serviços, o empreendimento teria a duração de 18 meses com investimentos de R$ 145 milhões. No site da Prefeitura, explica-se que a diretriz para a criação da via tem mais de 30 anos.

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Foto: Sérgio Verteiro

Nas fotografias deste post estão locais por onde passará a Via 710. Todos no bairro União, próximos ao Minas Shopping.

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Foto: Sérgio Verteiro 

Quem passa ao lado, na av. Cristiano Machado, poderia imaginar esse cenário próximo, a poucos metros da pista de rolamento?

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 28 de janeiro de 2015   Curtas e curtinhas

Ações da Copasa – Por volta das 14h30 de ontem as ações da Copasa MG ON estavam cotadas a R$ 16,14 na Bolsa de Valores, chegando aos R$17,40 às 17h. Em 29/12/14 a cotação da mesma ação era de R$ 24,86 e, em 2013, ela chegou a valer R$ 44,00. A Copasa chegou à Bolsa de Valores em 2006, lançando suas ações a R$ 17,00. Como se vê, não é só o nível dos reservatórios que está baixo nesse início de ano. Em tempo, você pode acompanhar as mudanças nos reservatórios neste link.

Carnaval de Sabará – A Prefeitura de Sabará cancelou o “chuveirão” do seu carnaval desse ano, evento que há 20 anos refresca os foliões na praça Santa Rita, localizada no centro histórico da cidade. O jeito será torcer para que chova 4 dias sem parar.

Vidas secas – Diante da seca do Sudeste, que tal ler ou reler o livro “Vidas Secas”, escrito por Graciliano Ramos? Lançado em 1938, ele retrata o flagelo da seca no Nordeste, além do coronelismo e da exploração humana.

Educação financeira – Os juros do cheque especial passaram de 200% ao ano em 2014. Os do crédito rotativo do cartão de crédito beiraram os 300%. A educação financeira continua fazendo falta a muita gente indisciplinada e adepta do “consumo, logo existo”.

Inflação e PIB – Os economistas ouvidos pelo Boletim Focus do Banco Central para a pesquisa publicada na última segunda-feira projetaram inflação anual de 6,99% e crescimento do PIB de apenas 0,13%. Os preços administrados pelo Governo Federal, muitos deles passando por “tarifaços”, são a causa maior do repique inflacionário. Sem sinais de crescimento econômico as pessoas e os negócios tenderão a se pautar por estratégias de sobrevivência e manutenção. A conferir

Direitos sociais – Finalmente as centrais sindicais dos trabalhadores começaram a se despertar e a sinalizar para o Governo Federal que são radicalmente contra as propostas governamentais que reduzem os direitos sociais relativos ao seguro-desemprego e à pensão por morte da Previdência Social. O Ministro da Fazenda e o da Secretaria Geral da Presidência bateram cabeça em suas posições divergentes. Aliás, o Ministro da Fazenda praticou o “sincericídio” em Davos, na Suíça, ao criticar o modelo atual do seguro-desemprego. Como na campanha eleitoral a Presidente da República falou que não mexeria nos direitos sociais, ela está diante de uma ótima oportunidade para voltar atrás em suas medidas que almejam economizar R$ 18 bilhões, dos quais R$ 9 bilhões sairiam do seguro-desemprego. Interessante notar que só o aumento salarial dos Ministros do STF, Poder Judiciário, Deputados e Senadores consumirá R$ 4 bilhões anualmente.

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Imagem aérea da Granja do Torto, em Brasília, onde Dilma Rousseff se reuniu, ontem, com seus ministros. | Foto: Ichiro Guerra/ Presidência da República, retirada deste link.

Primeira reunião – A Presidente da República fez, ontem, a primeira reunião com os seus 39 ministros, escalados para o início de seu segundo mandato. Apesar do número “40” ser emblemático, já ecoam propostas para que se crie o Ministério das Águas ou até mesmo o do Saneamento Básico. Esse ministério sairia de uma costela do Ministério das Cidades. Os defensores da ideia lembram que existem Ministérios para Minas e Energia, Transportes, Comunicações, entre outros, que sempre tratam de temas ligados às cidades. A conferir

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No Natal de 2014, visitamos a querida e sempre bem-humorada tia Luci Barreto Borges, em Araxá (MG). Durante o seu clássico café da tarde, acompanhado de pães de queijo, biscoitos de polvilho, café novinho, queijo e boa prosa, conversamos sobre receitas que ela usa em sua arte culinária. De repente, ela tirou do seu arquivo uma edição do Correio de Araxá do dia 03 de setembro de 1961. O jornal registra a história da cidade desde 1957, ininterruptamente.

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Capa do jornal / Foto: Marina Borges

Interessante foi notar a divulgação de um comunicado do Departamento de Águas da Prefeitura Municipal falando da seca do período, da escassez da água, do combate a vazamentos, da necessidade de se fazer economia e do pedido para que se denunciasse quem não estivesse colaborando com as medidas propostas. Naquela época a cidade tinha em torno de 28 mil habitantes, Tia Luci estava com 25 anos e eu com apenas 6 anos e 10 meses.

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Foto: Marina Borges

Hoje, quase 54 anos depois, a história se repete com a intensa seca do Sudeste brasileiro, cujo ciclo se iniciou em 2012, que se acentua pela escassez de água nesse janeiro. Agora a população da cidade está estimada em pouco mais de 101 mil habitantes, que estão sendo chamados pela Copasa, sucessora do Departamento de Águas da época, para reduzir o consumo em 30%. Que lições podemos aprender com mais uma crise da água? Estamos diante de mais uma oportunidade, sabendo que o sapo não pula por boniteza, só por necessidade, mesmo sendo anfíbio.

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A vida grita por socorro

por Convidado 26 de janeiro de 2015   Convidado

por Benício Rocha

Se alguém disser que arapuca na esquina diminui a violência, não discuta, pegue barbante, caixa de sapato e, improvisado, corra pra lá!

A vida grita por socorro!

Quase todos os dias lemos ou ouvimos notícias de abusos contra crianças e idosos, de roubos, de assaltos, de assassinatos. E vemos um motoqueiro estendido no chão.

Quase nos acostumamos com a normalidade dessa aberração.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública tornou público seu Anuário informando que, em 2013, o número de assassinados no Brasil chegou a 53.646 mortes! Só em Minas, 4.458!

O trânsito nacional fez sua parte ao matar mais de 60 mil pessoas, por ano, e deixar 600 mil inválidos!

Resumindo, a violência mata mais de 110 mil brasileiros por ano!

E só 3% dos homicídios acabam com a condenação do assassino, liberto em pouco tempo.

No dia 10.11.14 o jornal “O Estado de São Paulo” contou que 81% dos brasileiros concordam que é fácil desobedecer a lei. E que 57% de nós temos poucos motivos para obedecer a tal de lei.

Num quadro assim, vemos como razoável a informação de que apenas 32% da população acredita no Judiciário, que é o Poder da República mais bem avaliado, seguido pelo Executivo com 31% e o Legislativo com 17%…

E as datas pretéritas das informações não desatualizam a realidade. Infelizmente.

Como o exemplo que vem de cima é péssimo, a realidade embaixo é horripilante!!!

Sonho com o dia em que o cidadão buscará a mudança dessa realidade. E, para isso, acredito na eficácia da Polícia Comunitária e na necessidade de surgimento, motivação, manutenção e crescimento da Rede de Vizinhos (Condomínios, Empresas…) Protegidos.

Somente o envolvimento direto do cidadão mudará nossa realidade nacional.

O mal constrói arapucas contra nós. Mas nossa união pode destruí-las!

Benício Rocha é caratinguense, mineiro da gema, amante da boa prosa, sócio da MGerais Seguros e aprendiz de servo do Senhor.

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Vale a leitura

por Luis Borges 25 de janeiro de 2015   Vale a leitura

Trabalhar em casa como autônomo – Frequentemente converso com pessoas que se dizem insatisfeitas com o trabalho assalariado, no qual cumprem a clássica jornada diária de 8h às 18h. Esse formato geralmente inclui 2 horas para o almoço, férias anuais e benefícios como plano de saúde, vale refeição/alimentação e participação em resultados. Em determinados casos a insatisfação é resolvida com o abandono da condição de assalariado e a busca do próprio negócio, que as vezes começa de maneira autônoma e feito em casa. Essa mudança de ares traz consigo outros parâmetros e exige muito conhecimento das necessidades do mercado, foco, resiliência e muita vontade de trabalhar sem a amolação de um superior hierárquico. Fazer essa virada é um desafio permanente, mas que é possível de ser vencido, principalmente quando se pensa em satisfação pessoal e se enxerga o faturamento anualmente. Leia neste artigo o relato de Thais Godinho, que há sete meses está trabalhando em casa, como autônoma, onde também vivem seu marido e seu filho de 5 anos. Você que está insatisfeito com a sua condição atual, se sente pronto para dar um salto desses? Ou será que é melhor deixar do jeito que está, para verificar como tudo ficará no final do ano, enquanto sua vida se organiza e a sua visão se clareia?

O hábito faz a criseNo último Vale a Leitura citamos alguns números importantes sobre o uso da água no Brasil. Os 10% destinados ao consumo humano são geridos pelas Companhias Estaduais de Saneamento e pelos Sistemas Municipais de Água e Esgoto, que começam a assumir a escassez do líquido, em mais um período de seca prolongada. Apesar das altas perdas, que chegam em média a 37%, o cenário é de racionamento e de multas para quem gasta água em excesso. Para se conseguir uma redução de 30% no consumo, como propôs a Copasa/MG, será necessário mudar hábitos e atitudes perante os desperdícios. Isso vale para as empresas e órgãos públicos que trabalham no setor e, obviamente, para as pessoas e organizações usuárias dessa água. Leia neste artigo a reflexão da jornalista Paula Cesarino Costa, no qual ela enfatiza que:

“Toda mudança começa ao redor de quem as deseja. Quase ninguém é monge, mas o hábito faz a crise.”

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Riqueza concentrada – A riqueza de 1% da população mundial deve ultrapassar a dos outros 99%, diz a ONG Oxfam Internacional. Segundo seu documento, 80 bilionários do mundo possuem uma riqueza equivalente à de 3,5 bilhões de pessoas, ou seja, a metade da população mundial. O abismo entre pobres e ricos voltou a se acentuar a partir da crise econômica de 2008. Na prática, os super ricos acabam se vendo obrigados a viver enclausurados em suas fortalezas para se sentirem seguros diante da brutal concentração de renda. O que fazer para mudar esse quadro? Segundo o analista econômico José Paulo Kupfer, distribuir melhor esse dinheiro é parte da solução.

Meta na meta – A meta de inflação do Governo Federal já foi abordada aqui no Observação & Análise algumas vezes. Refletimos sobre a “alquimia” dessa meta, sobre os impactos da inflação no cotidianolembramos que essa “criatividade” na hora de fixar e acompanhar metas contraria os princípios da gestão. Por isso, indicamos a leitura deste artigo do economista Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Ele defende que devemos nos focar na meta de 4,5% no lugar de, enganosamente, pensarmos que o índice de 6,41% da inflação de 2014 foi um resultado aceitável e dentro da meta. Boa leitura!

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Vivemos na era da incerteza, que se caracteriza pelas mudanças permanentes, como que a nos dizer que um pouco de tudo ou de nada pode acontecer a qualquer momento. Nenhuma certeza é definitiva e tudo é relativo em função dos referenciais que temos. Um grande suporte para ajudar no nosso posicionamento perante tantos desafios está no conhecimento, que aparece para nós por diversos meios e formas. Numa sequência bem lógica podemos dizer que a partir de fatos e dados obtemos informações, que, se bem tratadas, virarão conhecimento. É com ele que tomaremos decisões que nortearão nossos posicionamentos e reposicionamentos em função das necessidades e expectativas que nos desafiam.

Aqui surge um divisor mostrando que uma coisa é o que depende só de nós e cujo processo dominamos e sobre ele temos autoridade. Outra coisa, e isso é o mais difícil, está naquilo que não controlamos e que dependemos de outros. Nesse caso, nos resta acompanhar o que está acontecendo mas nos impacta em diferentes intensidades.

No Brasil que se diz republicano e plural  existe um discurso em nome da transparência nas relações da sociedade, mas a prática ainda mostra distância entre a intenção e o gesto. A Lei de Acesso à Informação veio em boa hora, mas ainda não é respeitada plenamente e às vezes é driblada pela pouca facilidade existente para se encontrar o que está sendo procurado.  Isso nos dá a sensação de algo que está escondidinho e reduz a confiabilidade da fonte consultada.

Imaginemos como muitos de nós estamos desnorteados nesse longo período de seca e escassez de água. Qual seria  a real situação da água disponível para o abastecimento público em Belo Horizonte e região metropolitana? E nos demais municípios do estado? Somente na quinta 22/01, a Copasa começou a abrir a lata e a mostrar efetivamente os indicadores da real situação do momento. Espero que isso passe a ser uma prática permanente e respeitosa aos direitos de cidadania da população. Isso vale também para os Sistemas Autônomos de Água e Esgotos dos demais municípios.

O benefício da dúvida nos permite perguntar: será que a situação de Belo Horizonte já apresenta alguma semelhança com a de São Paulo?  A expressão, “usar o volume morto da água de um sistema” já está ganhando destaque, mas é preciso dar um norte para todos, inclusive para quem já começou estocar água mineral em casa.

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Toda chuva, hoje, está sendo comemorada. / Foto: Marina Borges

No caso da energia elétrica, como não acreditar em novos apagões diante dos níveis baixíssimos da maior parte dos reservatórios e dos picos de consumo ao longo das tardes no Sudeste? São confiáveis as informações passadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico?

Como se posicionar em função das projeções dos Institutos de Meteorologia?

O instante exige transparência, clareza e confiabilidade das informações que devem ser disponibilizadas na sua plenitude e comunicadas de maneira simples e compreensível para todos os envolvidos e interessados. Atender às necessidades e expectativas das pessoas significa ter e praticar a qualidade na gestão da informação. E isso não dá para terceirizar ou simplesmente fugir da responsabilidade. Problema é para ser resolvido e os programas apresentados nas recentes eleições devem ser cobrados o tempo todo. Afinal de contas quem herda o cargo, herda também os encargos.

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