O que não fazer em 2015

por Luis Borges 4 de janeiro de 2015   Pensata

Quarto dia do ano, 361 para a próxima virada. Você definiu metas para este ano? Conheço pessoas que planejam tudo tim-tim por tim-tim. E também quem não planeja nada, fica no “deixa a vida me levar”.

Acredito que gestão é o que todos precisam, mas nem todos sabem que precisam. Por isso, minha sugestão é começar o ano com um mínimo de planejamento. Começar pequeno, pensando grande e ganhando velocidade com aceleração controlada. Algumas dessas palavras, inclusive, fazem parte de um mantra indiano que tenta dar força às pessoas, sem assustá-las com a dosagem.

Sugiro que você comece pensando em apenas uma política, ou seja, uma orientação geral, para balizar seu posicionamento. Uma das premissas para essa proposição é a de que conhecer o problema a partir de sua observação e análise pode ser metade de sua solução.

Uma segunda sugestão é que você pense no que não fazer, principalmente se você tiver dificuldades de definir pelo outro lado, o que fazer. Decidindo o que não fazer você já traça um excelente início de caminhada.

No fim de 2014 ouvi várias pessoas, de diversas idades e profissões. Perguntei “na lata” – que atitudes e posicionamentos você não se dispõe a repetir em 2015? Insisti para que citassem apenas uma. A seguir, uma pequena amostra do universo abordado.

 

Valorizar os patrulheiros ideológicos ou os proprietários da verdade ancorados no politicamente correto. Cientista Político, 61 anos

Rolar dívida no cartão de crédito rotativo pagando juros de 15% ao mês. Técnico de Enfermagem, 40 anos

Acreditar que o governo de qualquer partido ou coalizão política vai mudar a nossa realidade. Consultor em Gestão de negócios, 52 anos

Protelar decisões sobre minhas questões pessoais. Professora do Ensino Médio, 55 anos

Continuar trabalhando na minha atual profissão. Contadora, 51 anos

Negar a mão a quem me pedir ajuda. Engenheiro e empresário, 70 anos

Engolir sapo nas relações familiares para evitar trombadas. Taxista, 50 anos

Deixar de cuidar da saúde. Engenheiro Mecânico, 30 anos

Casar novamente após 5 tentativas e igual número de demissões. Taxista, 55 anos

Fazer tempestade em copo d’água, sofrer com coisa pouca. Cuidador de Idosos, 33 anos

Ouvir silenciosamente sentenças médicas sem questioná-las. Paisagista, 42 anos

Pensar que meus problemas começarão a ser solucionados a partir das pessoas da família que me rodeiam. Professora de Geografia, 58 anos

Ter mais de 30 pares de sapato ao longo do ano. Relações Públicas, 31 anos

Deixar que o favoritismo que o chefe tem por um colega de trabalho invada minha alma e me empurre para um medicamento tarja preta. Nutricionista, 26 anos

Me embriagar na festa corporativa, para evitar o vexame que protagonizei ao colocar as mágoas para fora. Analista de TI, 39 anos

Viver na ansiedade para encontrar um trabalho ideal. Assistente Social, 36 anos

Ter medo de meta e de avaliação de desempenho. Advogado, 55 anos

Quero saber: o que você pretende não fazer neste 2015? Compartilhe nos comentários.

  2 Comentários
 

O que foi feito deverá

por Luis Borges 31 de dezembro de 2014   Música na conjuntura

Estamos nos últimos momentos do último dia do ano. Só nos resta dar adeus. O tempo segue, passando. Não é permitido nenhum passo atrás, nem pra tomar impulso.

A euforia da virada, o papel picado caindo dos edifícios e o balanço final, consolidando os balancetes do caminho, se misturam aos brindes, aos abraços, à alegria e aos desejos de paz e felicidade.

Para embalar nossas reflexões e inflexões e acalentar nossos sonhos, que poderão até virar metas para o próximo ano, sugiro que você ouça a música O que foi feito deverá, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Clicando no vídeo abaixo, você ouve a interpretação da saudosa Elis Regina, em dueto com Milton Nascimento. Eles emendam a música O que foi feito de Vera, parceria de Milton com Márcio Borges. 

Temos que olhar para fora e para frente, sem esquecer do que já conquistamos. E que consigamos sempre aprender com as falhas, que não nos deixam alcançar tudo o que planejamos.

O Que Foi Feito Devera
Milton Nascimento / Fernando Brant
Fonte: Site Oficial Milton Nascimento

O que foi feito amigo 
De tudo que a gente sonhou 
O que foi feito da vida 
O que foi feito do amor 
Quisera encontrar 
Aquele verso menino 
Que escrevi há tantos anos atrás 

Falo assim sem saudade 
Falo assim por saber 
Se muito vale o já feito 
Mais vale o que será 
E o que foi feito 
É preciso conhecer 
Para melhor prosseguir 

Falo assim sem tristeza 
Falo por acreditar 
Que é cobrando o que fomos 
Que nós iremos crescer 
Outros outubros virão 
Outras manhãs plenas de sol e de luz 

O Que Foi Feito de Vera
Milton Nascimento e Márcio Borges 

Alertem todos alarmas 
Que o homem que eu era voltou 
A tribo toda reunida 
Ração dividida ao sol 
De nossa Vera Cruz 
Quando o descanso era luta pelo pão 
E aventura sem par 

Quando o cansaço era rio 
E rio qualquer dava pé 
E a cabeça rodava 
Num gira-girar de amor 
E até mesmo a fé 
Não era cega nem nada 
Era só nuvem no céu e raiz 

Hoje essa vida só cabe 
Na palma da minha paixão 
De Vera nunca se acabe 
Abelha fazendo o seu mel 
No campo que criei 
Nem vá dormir como pedra 
E esquecer o que foi feito de nós 
  Comentários
 

Curtas e curtinhas

por Luis Borges 30 de dezembro de 2014   Curtas e curtinhas

Rotatividade no trabalho – O DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) informou que 55% dos trabalhadores ficaram menos de um ano no mesmo emprego em 2013. Esse indicador era de 55,2% em 2012 e de 42% em 2003. Essa percepção foi uma das motivadoras das medidas de restrição à concessão do seguro desemprego e consequente redução de gastos do Governo Federal. Os dados também mostram que os segmentos de maior rotatividade são os de call center, agricultura e construção civil.

Aluguel residencial – Segundo dados divulgados recentemente pelo IBGE  25% das famílias brasileiras gastam até 30% de sua renda com aluguel. Em 2004, o percentual de famílias nessa situação era de 24,6%. Como se vê a moradia própria ainda é um sonho na vida de muita gente.

Inativos – A Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE mostrou um expressivo crescimento do percentual de pessoas inativas no país. Basicamente essas são as pessoas que não trabalham nem procuram emprego. O índice chegou a 30,6% . Em números absolutos, isso significa 51,1 milhões de pessoas com idade superior a 16 anos e em condições de trabalhar.

Concentração de renda – Apesar dos programas governamentais de transferência de renda e do aumento real do valor do salário mínimo, a concentração de renda ainda continua muito acentuada. Segundo os dados indicados pelo IBGE 10% das pessoas concentram 41,7% da renda do país. Uma distribuição de renda mais justa continua sendo um sonho permanente no horizonte.

Elefantes brancos – Foi de R$ 4,4 bilhões o total de investimentos feitos em seis estádios para a Copa do Mundo de futebol cujos estados não terão times na Série A do Campeonato Brasileiro em 2015. Nessa condição estão as arenas Pantanal (Mato Grosso), Mané Garrincha (Distrito Federal), Dunas (Rio Grande do Norte), Fonte Nova (Bahia), Amazônia (Amazonas) e Castelão (Ceará).

  Comentários
 

Se colar, colou!

por Convidado 29 de dezembro de 2014   Convidado

por Luiz Lobo

Outro dia precisei abrir uma conta de minha empresa em um banco. Chegando lá descobri que não poderia, pois estava com uma “restrição” ao meu nome, como pessoa física, que havia sido colocada por uma operadora de TV a cabo. Minha ira subiu até o limite, pois havia encerrado o contrato há 20 meses, tudo o que me foi apresentado foi pago (mesmo o que eu não concordava…) e agora isso? Minha cabeça fervilhava, pensei em milhares de processos, advogados, indenizações…

Saí do banco, que fica em uma rua comercial bem movimentada, e peguei o carro que estava em um estacionamento. Ao andar uma quadra, pensando no processo por danos morais e materiais, fui bruscamente fechado por outro carro, que saiu, sem sinalizar, de onde estava estacionado do lado direito da via (movimentada, como eu já disse) e entrou em uma rua transversal à esquerda. Era um veículo oficial do Tribunal, destes usados por juízes, desembargadores, sei lá. Meu ímpeto de fazer justiça morreu ali.

Cheguei ao escritório e fui, mais uma vez, tentar resolver a pendência com a operadora de TV a cabo. Depois da terceira tentativa me foi informado, como havia sido de outra vez, que tudo estava certo, não havia pendências. Eles asseguraram que a restrição seria retirada, que tinha sido um engano, blá, blá, blá… Conferi depois e, de fato, estava tudo certo. Voltei ao banco e tudo se encaminhou. O problema é que recebi nova cobrança da operadora. Ou seja, vai começar tudo de novo!!!

As operadoras de telefonia e TV a cabo estão entre as mais reclamadas pelos consumidores nos Procons. Vejam bem, é aquele velho golpe do “SCC”: se colar colou! Você paga, pois a quantia é pequena, no meu caso eram R$36,90. Mas imagine isso multiplicado por milhares, todos os dias. Uma minoria reclama. Desta, uma parte menor ainda vai à Justiça onde acaba aceitando acordos baixos e por aí vai. Quer dizer: o crime compensa !

Quando vemos este espetáculo carnavalesco da Justiça em cima de casos chamados “grandes” e que darão fama aos juízes, promotores e advogados, esquecemos que não existe crime pequeno ou crime grande, existe crime e pronto! Se a Justiça (incluo Ministério Publico e polícias neste rol)  é absolutamente ineficaz para resolver causas “menores”, é impossível que resolva os casos “maiores”. No cenário atual, se torna cada vez mais atual uma frase do jornalista Sérgio Porto, o imortal Stanislaw Ponte Preta – “Ou restaura-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”. Precisa explicar?

Luiz Lobo, engenheiro, poeta bissexto, casado com Diva, cujo nome já a descreve muito bem, e também blogueiro. Escreve e fala de futebol, embora a bola não goste dele. Também escreve sobre música ou sobre qualquer outra coisa que faça barulho. Gosta de traduzir o economês dos jornais e de falar das coisas que o incomodam na política, sem nenhuma isenção.

  Comentário
 

Vale a leitura

por Luis Borges 28 de dezembro de 2014   Vale a leitura

Viaje – Recordes de congestionamento nas estradas e redes sociais inundadas de fotos de praia. Nessa época do ano todo mundo quer viajar. Se você vai trabalhar ou não poderá sair da sua cidade por algum outro motivo, minha indicação é seguir a sugestão de Raquel Rolnik. Escolha um bom livro e viaje.

existem outras maneiras de viajar e descansar sem precisar passar por tanto transtorno, nem gastar dinheiro. Em casa, confortavelmente acomodado em uma boa rede ou no sofá, no parque ou na praça, sob a sombra de uma árvore, podemos percorrer ruas, becos e segredos das cidades… sem stress de aeroporto, nem estradas lotadas.

Mulheres sem filhos – Por que e para que ter filhos nesses tempos de tantas incertezas, mudanças de valores e busca pelo sucesso pessoal e profissional num mercado muito competitivo e quase selvagem? Segundo matéria do UOL, está caindo o número de filhos por mulher e aumentando o de casais sem filhos no Brasil. Avaliando os números, penso que mais casais estão refletindo sobre essas questões e adiando ou deixando de ter filhos. Conforme a  SIS / Síntese de Indicadores Sociais 2014, do IBGE, o número de filhos por mulher caiu 26% nos últimos 14 anos, passando de 2,39 filhos por mulher para 1,77, entre 2000 e 2013. Também em 2013, 38,4% das mulheres de 15 a 49 anos não tinham filho. Leia mais aqui.

Homônimos – Você conhece quantas pessoas que possuem o mesmo nome que o seu? Imagine os danos morais causados por um ficha suja a um homônimo ficha limpa. São constrangedores os momentos em que alguém recebe uma cobrança indevida ou é intimado a depor numa investigação policial porque tem homônimo encontrado no Facebook por exemplo. Dá para imaginar, também, o susto que leva uma pessoa que vai embarcar num aeroporto internacional e descobre, ao passar pela Polícia Federal, que tem quatro homônimos e terá que passar por um novo guichê para checar sua identidade. Neste artigo publicado em seu blog, o jornalista Leonardo Sakamoto narra a própria experiência, a de seus homônimos e a de conhecidos que são homônimos de “famosos”.

Coisas que você não quer saber – Caminhando por ruas e praças da cidade nos deparamos com pessoas invisíveis ou que se parece com zumbis. Muitas vezes temos medo delas, fingimos que não vimos e escapamos correndo. Exemplos do “não quero saber” são comuns no cotidiano mas, nessa época de Natal, somos tocados por chamamentos para a solidariedade e para a caridade. Neste artigo o jornalista Jairo Marques é contundente ao chamar a atenção de todos para o constrangimento perante essa realidade e a baixa sensibilidade de muitas pessoas que não se implicam no problema. É instigante, confira!

Fazer uma vez no ano é melhor do que não fazer nunca e é oportunidade para reconhecer que, de tanto não querer saber, um dia pode-se também entrar para o clube dos relegados.

A destruição da privacidade – Como você avalia o grau de sua privacidade diante da excessiva exposição a que se submete nas redes sociais? Você sabe se tem sido vigilante o suficiente para não ficar tão exposto e vulnerável a ataques especulativos a partir dos conteúdos que saem de seu dispositivo tecnológico? Leia neste artigo de Julian Assange os argumentos dele para afirmar que o negócio do Google e do Facebook é destruir, em escala industrial, a privacidade. Após a leitura verifique se isso se aplica a você. E, em caso, positivo pense em como ajustar sua conduta em prol da sua segurança e privacidade.

  Comentários
 

O Natal e os gafanhotos

por Luis Borges 25 de dezembro de 2014   Pensata

O dia de Natal está terminando. Celebrei a data confraternizando com família e amigos na capital secreta do mundo, Araxá. Se o pré-Natal já foi muito bom, fui presenteado com um dia melhor ainda na amplitude das fraternas relações. E é bom que seja assim, pois precisamos renovar e acumular muitas energias para superar as dificuldades sistêmicas que atingem a nação nesses tempos.

Minha alegria e satisfação inerentes ao micro-mundo familiar não me deixam esconder a tristeza, que não me desmotiva, ao verificar a nuvem de gafanhotos vivendo da corrupção alastrada e impregnada por todo o país. Me lembro de Chico Buarque, em sua música “Vai passar”

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações.

Qualquer semelhança não é mera coincidência, simplesmente está na nossa cultura.

Até quando aguentaremos conviver com tamanha indecência, justificada e ancorada em nome de uma democracia representativa na qual os representados não são ouvidos de maneira participativa pelos seus representantes? Para saber falar é preciso saber ouvir e a transparência tem que ir além do discurso.

Ainda que de maneira difusa, como ocorreu em junho de 2013, é evidente que o pote de mágoa prossegue aumentando e que nada está maravilhoso como é insistentemente apregoado. Imagine o dia em que lideranças dos movimentos sociais conseguirem focalizar e unificar tantas insatisfações. Como será que a nuvem de gafanhotos reagirá na tentativa de ceder os anéis para não perder os dedos, se é que isso bastará?

O Natal está chegando ao fim. Vou em frente vivendo e louvando o que merece ser louvado, mas sem me esquecer da tortura que a nuvem de gafanhotos nos traz e com a certeza de que ela vai passar, ainda que o tempo da história seja maior que o nosso. Mas quem sabe esse tempo nos surpreende e se antecipa. Também depende de nós.

  Comentários
 

Noite Feliz

por Luis Borges 24 de dezembro de 2014   Música na conjuntura

A noite de Natal traz em sua singularidade uma enorme gama de confraternizações, reflexões, meditações, intenções e também de lembranças vividas na mesma ocasião, só que em outros anos ou períodos.

Entrada lateral da Igreja de Nossa Sra. do Rosário, na rua Belo Horizonte, em Araxá (MG) / Foto: Marina Borges

Entrada lateral da Igreja de Nossa Sra. do Rosário, na rua Belo Horizonte, em Araxá (MG) / Foto: Marina Borges

Tenho ótimas lembranças em minha memória do período em que aprendi a gostar imensamente da música Noite Feliz. Dos meus 12 aos 16 anos, ou seja, de 1966 a 1970, eu sempre ouvia a canção sendo ensaiada pelo Coro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Araxá. Depois, ouvia-a novamente, cantada lindamente no dia 24 de dezembro durante a Missa do Galo, que naquela época iniciava-se à meia noite.

Entrada da Igreja do Rosário, na Av. Senador Montandon

Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Av. Senador Montandon / Foto: Marina Borges

Nesse coro destacavam-se as vozes de tia Alexandra Guimarães, de sua filha Diva Bananal, de dona Jovina Oliveira e de sua filha, a professora Olívia Oliveira.

Segundo a Wikipédia, Stille Nacht é uma das canções mais populares da noite de Natal, conhecida em português como Noite Feliz. A letra é do padre Joseph Mohr e a melodia de Franz Gruber. A música estreou em 1818, durante a Missa do Galo na Paróquia de São Nicolau na cidade de Oberndorf, Áustria. Atualmente há versões em pelo menos 45 idiomas.

Vamos à música, pois ouvi-la sempre vale a pena.

Noite Feliz
Fonte: Vagalume

Noite feliz! Noite feliz!
Oh, Senhor, Deus do amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na Lapa Jesus nosso bem
Dorme em paz, oh, Jesus
Dorme em paz, oh, Jesus

Noite feliz! Noite feliz!
Oh, Jesus, Deus da luz
Quão afável é Teu coração
Que quiseste nascer nosso irmão
E a nós todos salvar
E a nós todos salvar

Noite feliz! Noite feliz!
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os Anjos do Céu
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus Salvador
De Jesus Salvador
  Comentários