Vivemos na era da incerteza, que se caracteriza pelas mudanças permanentes, como que a nos dizer que um pouco de tudo ou de nada pode acontecer a qualquer momento. Nenhuma certeza é definitiva e tudo é relativo em função dos referenciais que temos. Um grande suporte para ajudar no nosso posicionamento perante tantos desafios está no conhecimento, que aparece para nós por diversos meios e formas. Numa sequência bem lógica podemos dizer que a partir de fatos e dados obtemos informações, que, se bem tratadas, virarão conhecimento. É com ele que tomaremos decisões que nortearão nossos posicionamentos e reposicionamentos em função das necessidades e expectativas que nos desafiam.

Aqui surge um divisor mostrando que uma coisa é o que depende só de nós e cujo processo dominamos e sobre ele temos autoridade. Outra coisa, e isso é o mais difícil, está naquilo que não controlamos e que dependemos de outros. Nesse caso, nos resta acompanhar o que está acontecendo mas nos impacta em diferentes intensidades.

No Brasil que se diz republicano e plural  existe um discurso em nome da transparência nas relações da sociedade, mas a prática ainda mostra distância entre a intenção e o gesto. A Lei de Acesso à Informação veio em boa hora, mas ainda não é respeitada plenamente e às vezes é driblada pela pouca facilidade existente para se encontrar o que está sendo procurado.  Isso nos dá a sensação de algo que está escondidinho e reduz a confiabilidade da fonte consultada.

Imaginemos como muitos de nós estamos desnorteados nesse longo período de seca e escassez de água. Qual seria  a real situação da água disponível para o abastecimento público em Belo Horizonte e região metropolitana? E nos demais municípios do estado? Somente na quinta 22/01, a Copasa começou a abrir a lata e a mostrar efetivamente os indicadores da real situação do momento. Espero que isso passe a ser uma prática permanente e respeitosa aos direitos de cidadania da população. Isso vale também para os Sistemas Autônomos de Água e Esgotos dos demais municípios.

O benefício da dúvida nos permite perguntar: será que a situação de Belo Horizonte já apresenta alguma semelhança com a de São Paulo?  A expressão, “usar o volume morto da água de um sistema” já está ganhando destaque, mas é preciso dar um norte para todos, inclusive para quem já começou estocar água mineral em casa.

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Toda chuva, hoje, está sendo comemorada. / Foto: Marina Borges

No caso da energia elétrica, como não acreditar em novos apagões diante dos níveis baixíssimos da maior parte dos reservatórios e dos picos de consumo ao longo das tardes no Sudeste? São confiáveis as informações passadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico?

Como se posicionar em função das projeções dos Institutos de Meteorologia?

O instante exige transparência, clareza e confiabilidade das informações que devem ser disponibilizadas na sua plenitude e comunicadas de maneira simples e compreensível para todos os envolvidos e interessados. Atender às necessidades e expectativas das pessoas significa ter e praticar a qualidade na gestão da informação. E isso não dá para terceirizar ou simplesmente fugir da responsabilidade. Problema é para ser resolvido e os programas apresentados nas recentes eleições devem ser cobrados o tempo todo. Afinal de contas quem herda o cargo, herda também os encargos.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 21 de janeiro de 2015   Curtas e curtinhas

Seca prolongada – A Sabesp, empresa de saneamento básico do estado de São Paulo registrou 60,9 milímetros de chuva na bacia do sistema Cantareira no período de 1 a 20 de janeiro. Isso equivale a 22,5% da média histórica para janeiro. Nos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado choveu apenas 60% do que foi registrado em outros anos. A continuar assim, o jeito será reduzir a quantidade de água captada no sistema e, obviamente, racionar o seu consumo. Será que as autoridades vão assumir isso de peito aberto? O mínimo que podemos esperar é que haja transparência nas informações e acesso fácil a elas. Como será que está a real situação das águas em Minas Gerais? 

Ouro Preto – O Serviço Municipal de Água e Esgoto da histórica, turística e universitária Ouro Preto iniciou nesta semana o rodízio no abastecimento de água à sua população. As partes montanhosas serão as mais afetadas diante da distribuição de água dia sim, dia não. A medida foi tomada no momento de grande estiagem e de forte calor, não tendo data para terminar. Tudo vai depender da intensificação do período chuvoso que nem a meteorologia sabe dizer quando será. O município possui cerca de 74.000 habitantes segundo estimativas do IBGE em 2014. Essa população costuma dobrar no período do Carnaval para cujo início oficial faltam apenas 24 dias.

Água mineral – Já tem gente da classe média estocando água mineral e divulgando o ato na sua rede de relacionamentos. Isso me faz lembrar do sumiço da carne de boi e de outros produtos durante o Plano Cruzado do governo Sarney, em 1986. Naquela época o boi gordo foi caçado nos pastos. Será que no pânico atual a classe média vai perfurar poços artesianos em suas propriedades?

Pronatec – O Governo Federal iniciou o ano devendo R$ 800 milhões ao Senai e R$ 700 milhões ao Senac, relativos  à compra de cursos do Pronatec (Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Outra dívida do governo se refere à divulgação do índice de evasão de alunos até o último dia do ano passado, sem usar maquiagens conceituais.

Imposto de Renda – O veto presidencial à correção da tabela do Imposto de Renda em 6,5% consolida mais perdas para os assalariados. Só para esse caso o Governo Federal usa a meta de 4,5% de inflação anual. Para quem quiser sentir o tamanho das perdas bastará a lembrança de que a inflação de 1996 a 2014 medida pelo IPCA do IBGE foi de 226,2% e a correção da tabela do Imposto de Renda ficou em singelos 99%. Esperar que o novo Congresso Nacional, onde a base aliada de apoio ao governo é majoritária, derrube o veto é muita ingenuidade. Portanto, vem aí Medida Provisória corrigindo a tabela em 4,5%. Já para Ministros do STF, Poder Judiciário, Senadores e Deputados o aumento salarial foi de 14,3% e prontamente sancionado pela Presidente da República. Nesse caso é dando que se recebe, uma mão lava a outra e as duas enxugam o rosto.

Apagão – A matriz energética brasileira depende excessivamente da geração de energia hidrelétrica. Mais um ano de prolongado período de seca obriga a geração de energia pelas usinas térmicas em sua capacidade total, logo elas que foram projetadas para ser um mero complemento. O apagão ocorrido na segunda feira em 11 estados mostrou mais uma vez as autoridades do setor batendo cabeças e demonstrando pouco compromisso com a transparência. O Ministério das Minas e Energia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico, as empresas geradoras, transmissoras e distribuidoras tentam se justificar e fugir de suas responsabilidades, enquanto a Presidente da República pede medidas para que os apagões não se repitam. Que planejamento fazer e que medidas tomar para que chova dez dias sem parar, como outrora nessa mesma época, e para que as pessoas melhorem seu conforto térmico sem precisar de ventilador e ar condicionado? A única garantia que temos nesse momento é o tarifaço de até 50% nas contas mensais.

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O BRT-Move já foi abordado aqui no Observação e Análise em pelo menos três ocasiões. Em uma delas mostramos problemas de desnível e insegurança nas estações de transferência. Em outra ocasião, falamos do ar-condicionado que não funcionava e das portas automáticas que não eram automáticas. Por fim, em 23 de dezembro, mostramos o estado precário da faixa do Move na Avenida Vilarinho.

Nosso olhar atento para registrar as coisas que impactam nossas vidas nos permitiu verificar, nesse quente janeiro, que a avenida Vilarinho está sendo recuperada, conforme mostram as fotografias a seguir. Todas são de Sérgio Verteiro e foram feitas na semana passada. 

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Pela fotografia, é possível ver a separação entre as faixas, evidenciando o asfalto recentemente colocado.

Fazendo uma reflexão sem dor, mas que dói muito, verificamos a intensidade do desperdício dos recursos públicos, sempre escassos diante de tantas necessidades. A pergunta é muito simples e direta. Por que a avenida ficou tão estragada num curto espaço de tempo ? Será que as causas desse problema estão no projeto, na especificação ou aquisição dos materiais utilizados, na construção da pista exclusiva, na auditoria da qualidade para verificar a conformidade com tudo o que foi especificado e suas respectivas normas técnicas?

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Nunca é demais lembrar que um dos fundamentos da Gestão nos ensina que devemos fazer o certo desde a primeira vez e sempre referenciados pelas melhores práticas no tema em questão. O BRT-Move ainda vai completar um ano de operação, mas nos dá a sensação de que muita coisa foi feita às pressas e na base da tentativa e erro. Remendar e consertar  sai cada vez mais caro para a população, que custeia esses empreendimentos com o pagamento de impostos, além de perder tempo e se sentir tão insegura quanto desconfortável no uso diário desse serviço implantado em nome da mobilidade urbana.

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Adormeceu

por Convidado 19 de janeiro de 2015   Convidado

por Sérgio Verteiro

Era pra ter sido o mais feliz de todos os Natais. O dia, porém, amanheceu sombrio, trazendo com ele algumas incertezas. Ainda bem cedinho quando alguns já estavam acordados, a despedida, o pedido de um abraço. Dentro daquele abraço cabia o mundo! E também o consolo e a força necessários para prosseguir caminhando, ainda que fosse difícil. O alvoroço que me despertara permitiu apenas um olhar. Um olhar singelo, um olhar de afago e ternura. Era a última vez que via a cor de seus olhos antes que adormecestes.

Mãe

Com o passar do tempo, um telefonema. Todos a postos ouvimos a notícia de que, segundo o médico, as chances eram mínimas. Entre pedidos de orações, preces e intercessão, a agonia às vezes me consumia. Era um choro calado, um sofrimento reprimido e uma vontade muito grande que seu despertar perdurasse ainda por mais algum tempo.

Buscávamos recursos e soluções mais concretas para que seu sono não viesse tão depressa. Saímos de casa às pressas, tínhamos ainda muitas esperanças de que o impossível também acontecesse, mas que prevalecesse a vontade de Deus e não a nossa. O carro, o vento, os pensamentos e o tempo nos levaram a um lugar descolorido, uma paisagem um tanto quanto triste, um morro, o meu calvário.

Adormeceu, descansou, partiu. Foi pra mais perto de Deus suplicar por seus queridos filhos, afilhados e amigos. Infelizmente não cheguei a tempo do último adeus, mas ainda pude abraçar seu corpo sem vida e derramar lágrimas de gratidão por ter sido pra mim o tesouro mais precioso nessa terra.

Ela que me ensinou a amar, ensinou a rezar, ensinou cantando a canção de Padre Alessandro que, sem Jesus, sem Deus no coração nós não somos nada. Deu educação, ensinou valores e por onde andava deixava um legado – o mais importante era seguir o caminho do bem. Sua devoção a Nossa Senhora fazia delas amigas íntimas. Até parece que foi Nossa Senhora quem a veio buscar. Seu rosto era sereno, calmo e tranquilo. Um sorriso alegre que não escondia a satisfação de uma boa companhia e de uma bela passagem.

Eu não vi as luzes de Natal, nem o presépio, nem estrelas e, pra ser bem sincero, muito menos o luar. Ali, na sala de estar, diante dos meus olhos, apenas seu corpo sem vida, rodeado por seus filhos.

Enfim a noite passou. A manhã chegou trazendo com ela os amigos que prestariam suas últimas homenagens e adeus. A tarde vinha chegando e junto com ela o momento em que pra sempre nos despediríamos de sua última imagem. Era chegada a hora de cumprir também seu último desejo. Que seu corpo fosse depositado junto ao de seus pais. Saiu-se então o cortejo, flores eu espalhei pelo caminho e um galho de rosas singelas coloquei em suas mãos para sentires o perfume de Deus, de sua mãe querida Nossa Senhora. Uma oração, uma encomendação e uma procissão e lá se encerrara. Estava consumado seu ultimo pedido.

Estava ali enterrado o meu tesouro que batera asas e me fizestes erguer a cabeça me confirmando que ali apenas a matéria, mas no céu o Espírito que se encontra junto de Deus. E como dissestes à sua própria netinha, com quem passara seus últimos momentos, ”quando sentir saudades da vovó e só olhar pro céu e ver que ela é a estrela mais brilhante da galáxia”.

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Agradeço de coração a todos que se solidarizaram comigo neste momento. Muito obrigado mesmo. As orações de todos valeram muito. E continuam valendo. Peço que continuem rezando por mim e por minha família. Suplicarei sempre a Deus Pai que derrame a porção necessária do Espírito Santo na vida de cada um de vocês.

Sérgio Verteiro, 33 anos, é Gestor de Recursos Humanos.

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Vale a leitura

por Luis Borges 18 de janeiro de 2015   Vale a leitura

A crise da água é problema nosso – A seca no sudeste brasileiro continua se prolongando com firmeza e os índices pluviométricos de dezembro passado e da metade desse janeiro não nos deixam dúvidas. A escassez da água clama por uma gestão que leve em conta a participação de todos os envolvidos na questão, que é vital também para todos. Mais do que nunca é preciso implementar a prática da democracia participativa num país que possui 13% da água doce do mundo. Se o agronegócio consome 50% dessa água e a indústria – aí incluída a mineração – leva 40%, sobram meros 10% para o consumo humano. A sensação é de que os humanos é que pagarão o pato, mesmo sendo os menores consumidores. Quais os critérios serão usados para definir as cotas de sacrifício e como se dará a reeducação dos usuários nesse momento em que as autoridades constituídas começam a admitir o racionamento da água através de procedimentos pouco transparentes? Leia neste artigo o que a arquiteta Raquel Rolnik sugere como solução desse nosso problema.

Imóvel na planta – Segue um artigo importante para quem planeja a compra da casa própria. As orientações do advogado Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário, são para quem vai comprar imóvel na planta. Ele alerta, entre outros itens do contrato, para a “parcela das chaves”, que nem sempre é paga só quando o apartamento fica pronto, por exemplo. Leia e fique esperto.

Proteja-se da inflação – A perda do poder de compra é o pior dano da inflação para os assalariados. O salário corroído é de difícil recomposição. A luta por ela está fragilizada,  devido à baixa mobilização das diversas categorias de trabalhadores e também pela inércia de seus sindicatos e respectivas centrais, notadamente aquelas que apoiam politicamente a base aliada que dá sustentação ao Governo Federal. Nesse cenário, resta a cada um cuidar de si e fazer mais com menos. É interessante ler as sete dicas de Ruth Costas, da BBC Brasil, para que você se proteja melhor da inflação alta naquilo que couber à sua realidade. Bom proveito e atenue suas perdas.

Desobediência – O que fazer diante de pais poliqueixosos de seus filhos, notadamente aqueles que são contra tudo e tudo fazem só para contrariar? Quais são as causas fundamentais desse fenômeno e quais delas dependem mais das firmes atitudes dos pais? Trabalhar com limites e impedir as derivações do foco são desafios permanentes, que exigem constância de propósitos, disciplina e paciência histórica. Leia aqui a análise do psicanalista Contardo Calligaris. (se não conseguir abrir neste link, acesse o site pessoal do colunista e clique em “textos” e depois em “na Folha de S. Paulo”).

A desobediência é um transtorno quando desobedecer se torna mais importante do que o próprio comportamento em nome do qual alguém desobedece.

Alguns leitores comentaram, na semana passada, que tiveram dificuldades para acessar links que direcionavam para o site da Folha. Parte do conteúdo do jornal é restrito para assinantes ou cadastrados no site. Ficaremos mais atentos a isso e, sempre que possível, colocaremos links alternativos aqui no blog. 

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O social no velório

por Luis Borges 16 de janeiro de 2015   Pensata

Segundo a definição do Dicionário Informalsocial é:

aquilo que pressupõe relações, sociabilidade, abarcando relacionamentos, sentimentos, modos de ser, de estar, de agir e de se manifestar. Aplica-se mais às interações humanas significativas para os sujeitos.

Ainda segundo a mesma fonte, velório é:

uma cerimônia fúnebre em que o caixão do falecido é posto em exposição pública para permitir que parentes, amigos e outros interessados possam honrar a memória do defunto antes do sepultamento.

Busquei essas definições após ouvir o depoimento de um amigo, que ficou estarrecido com as cenas que presenciou na última hora de um velório. Ele chegou ao Cemitério Parque por volta das 16h da última terça-feira, acompanhando uma amiga que foi ao local se despedir de um colega de trabalho de 58 anos de idade cuja morte foi causada por infarto agudo do miocárdio. Naquele momento estavam no local aproximadamente 60 pessoas, entre elas a ex-esposa, engenheira civil, e os dois filhos do casal de outrora. A urna estava lacrada atendendo a um desejo do morto, que não queria que seu corpo inerte fosse visto nessa ocasião.

Ao longo do salão e no hall de entrada parentes e amigos conversavam animadamente, dando a sensação de que o morto foi apenas o pretexto para aquele encontro e não para a dolorida homenagem póstuma. Muitos recebiam e outros enviavam mensagens pelo celular e, assim, todos os grupos se mantinham atualizados pelas redes também sociais.

Próximo à porta de entrada, um senhor que dizia ser um dos 14 irmãos do morto, já que seu pai se casara três vezes, falava animadamente de sua fazenda em Lagoa Dourada e enaltecia a falta de chuvas que está facilitando o acesso ao local. Do lado oposto, um pequeno grupo falava do preenchimento de cargos no segundo escalão do Governo de Minas Gerais enquanto, logo depois da entrada, três pessoas discutiam animadamente questões de início de temporada ligadas aos times de futebol de Cruzeiro, Atlético e América.

É claro que enquanto o tempo passava ainda chegavam alguns retardatários e lá fora a turma do tabaco industrializado cuidava do oficio enquanto outros davam um pulo até a lanchonete.

Enquanto a sensação térmica realçava o intenso calor desse início de ano e as animadas conversas prosseguiam, muitos sequer perceberam que a hora final chegou. Alguns se justificariam depois alegando que não houve nenhuma cerimônia religiosa. Explica, mas não justifica, pois os operários do cemitério fizeram boa movimentação ao colocar a urna e as coroas de flores no carrinho fúnebre, que partiu pontualmente na hora marcada rumo ao jazigo.

Quando nada, segundo meu amigo, foi engraçado ver a reação das pessoas ao perceber, com a redução do alarido, que o cortejo já havia partido. Os últimos retardatários deixaram o local no momento em que o grupo da limpeza já começava a trabalhar no local. Um deles disse que o próximo “cliente” chegaria às 18h.

Meu amigo, estarrecido, não acompanhou o cortejo devido a um desconforto nos joelhos e aguardou sua amiga no hall de entrada. Após o seu relato fiquei imaginando como será o ambiente do meu velório e se haverá muita água no rio São Francisco para receber as minhas cinzas na região de Bom Despacho, onde ele cruza a BR-262.

E você já parou para pensar no seu caso? Em função do que você já semeou, será que é possível estimar quantas pessoas comparecerão à sua cerimônia de despedida?

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Ninhos e pássaros

por Luis Borges 14 de janeiro de 2015   A vida em fotografias

Se o Pequeno Príncipe já dizia que “o essencial é invisível aos olhos” como esperar que os olhos de muitos humanos vejam pássaros, ovos, ninhos e os contemplem?

Ninho escondido próximo a um telhado. / Foto: RMA

Ninho escondido próximo a um telhado. / Todas as fotos desse post são de RMA.

A vida insiste em prosseguir e se reinventar dentro das condições de contorno a que é submetida pelo clima cada vez mais hostil. A indiferença e o individualismo, cristalizados na base do “não é comigo”, são algumas ameaças a serem vencidas.

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A esperança continua na união das demais pessoas que sabiamente lutam pela sustentabilidade da vida, na certeza de que seus sucessores também merecem receber a terra em condições adequadas para que a vida continue triunfando.

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Veja, nas fotografias desse post, como a vida prossegue se manifestando, mesmo num pequeno espaço de um município da região metropolitana de Belo Horizonte. Caminhemos persistentes ancorados por nossas crenças fundamentadas, mas sem fundamentalismos.

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