Exercite seu olhar

por Luis Borges 14 de outubro de 2015   A vida em fotografias

Neste ano postamos aqui no Observação e Análise fotos das flores roxas e amarelas da última florada dos ipês. Essas árvores podem ser encontradas vivendo e sobrevivendo em quase todos os bairros de Belo Horizonte. Porém, algumas pessoas me disseram que só despertaram para este fato após a abordagem do blog.

Sem entrar no mérito das causas que fazem com que as pessoas não tenham um olhar mais atento sobre o que é permanente ou transitório na cidade, quero chamar atenção para outra situação interessante, que não merece ficar invisível.

Foto: Sérgio Verteiro.

Foto: Sérgio Verteiro.

No encontro da Avenida do Contorno com a Rua Silva Jardim, no bairro Floresta, em BH, há uma pequena pracinha. Um triângulo, com canteiros gramados e árvores, ao lado da Igreja de Nossa Senhora das Dores. Você se lembra dela? Pois é, nessa pracinha existem alguns detalhes, já visíveis na fotografia acima e também na que segue abaixo.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Por acaso você já passou por ali – a pé, de carro, ônibus, motocicleta ou bicicleta – e conseguiu perceber o que está registrado nessas fotografias? Caso contrário, que tal passar por lá e observar de maneira mais atenta?

Fico também imaginando qual é o percentual de belo-horizontinos que já descobriu a cidade e a conhece mais detalhadamente.

Em qualquer das hipóteses, e caso você queira, registre aqui no blog o seu comentário com as suas percepções.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 13 de outubro de 2015   Curtas e curtinhas

Assistindo TV no celular

Uma pesquisa feita pelo Conecta / Ibope Inteligência em julho deste ano entrevistou 1004 pessoas no Brasil e trouxe conclusões interessantes sobre o uso de smartphones. Entre os internautas ouvidos, 85% têm smartphones e 26% assistem TV no celular. Entre eles, 64% usam a conexão wi-fi de casa para assistir tv no celular. A pesquisa mostrou também que 52% assistem TV no ônibus e no trabalho, onde driblam restrições de acesso a certos conteúdos pelo computador. Também foram citados outros locais como casa de amigos por (31%), restaurante por (26%), metrô por (23%) e estádio em dia de jogo por (14%). Como é o seu uso desse tipo de dispositivo? O que você responderia caso fosse um dos entrevistados?

Nasce um novo indicador

Consideradas como “terra sem lei” por muitos, as redes sociais exigem muita observação e análise crítica de quem as utiliza. Mas qual é o impacto dos temas que são abordados ali na formação da opinião de quem participa das redes? Um novo indicador foi criado para medir isso – o Índice de Impacto e Perspectivas Brasil (IP Brasil), que vai avaliar o efeito do que está sendo discutido nas redes sociais e por formadores de opinião da imprensa tradicional. O indicador é formado por três categorias: política, economia e bem-estar. Ele será divulgado a partir dessa semana, às quintas-feiras, com exclusividade pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico. O objetivo é avaliar o poder de difusão da informação e a como a sociedade vê o que é divulgado.

Como diz um dos fundamentos da Gestão, quem não mede não gerencia.

Responsabilidade Fiscal

A contabilidade criativa ganhou destaque em função do alto grau de maquiagem das contas públicas federais em 2012. O processo evoluiu e culminou, em 2014, nas “pedaladas fiscais”, nome dado aos pagamentos feitos pelos bancos oficiais para honrar compromissos do Poder Executivo Federal sem que o mesmo tivesse saldo em conta. O julgamento técnico feito pelo Tribunal de Contas da União, rejeitando por unanimidade as contas da Presidente da República em 2014, é um alento para lembrar aos governantes que a Lei de Responsabilidade Fiscal continua valendo e é coisa séria.

A Lei é clara e é para todos. O seu descumprimento deve ter as consequências previstas, assim como acontece para quem não cumpre, por exemplo, o que determina a legislação do Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas. Simples assim.

Café em cápsula

O cafezinho em cápsula ganhou espaço no mercado brasileiro e teve crescimento de 52,4% na comparação do ano de 2013 com 2014, segundo pesquisa encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Ele foi impulsionado pelo aumento do número de marcas de pequenos fabricantes e pela agilidade nas vendas em suas próprias lojas, pela internet e nos supermercados. Segundo a Abic existem hoje mais de 70 empresas no segmento após a entrada das pequenas, número não passava de 8 em 2013. Trata-se de uma boa alternativa ao tradicional café feito no dia-a-dia e pode trazer uma boa dose de combate ao desperdício, além de possibilitar diferentes padronagens de teores. Por outro lado, há geração de um tipo de lixo menos evidente de reciclar e descartar.

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Vai levando

por Luis Borges 12 de outubro de 2015   Música na conjuntura

O tempo continuou escoando indelével no ciclo de 365 dias e nos deixa outra vez no dia 12 de outubro. No espaço de um ano muita coisa mudou e, em diversos parâmetros, para pior. Ainda estamos sem perspectivas claras de uma saída para a crise política que se acentua e para seus reflexos na economia. Os impactos são diretos e visíveis no tecido social a se esgarçar diante do aumento do sofrimento e da insensibilidade dos que só priorizam o poder. Continuam errando aqueles que não admitem que erram em sua infinita incapacidade de fazer o que é certo desde o início de qualquer proposição. Agora já não é suficiente indicar um Ministro da base aliada. O apoio só virá se vierem também cargos de confiança na estrutura dos ministérios.

Por outro lado a oposição, que não consegue propor nada consistente, só pensa no impedimento da atual Presidente, embora não tenha conseguido até o momento apresentar as evidências objetivas exigidas pela lei. O fato é que já se passou quase um ano do segundo turno das eleições presidenciais de 2014.

Enquanto os que estão à frente da política partidária não se entenderem, e enquanto empresas e organizações representativas da sociedade civil não se entenderem com eles também, já que ninguém tem forças para resolver a parada sozinhos, somos obrigados a ir levando a vida tentando nos machucar o mínimo possível. É por isso que sobra até para Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, um pedido de proteção e de força para prosseguirmos firmes e sem esmorecimento. Óbvio que essa força será pedida pelos que acreditam.

Mas como cantar é preciso – e temos música para todos os momentos – é hora de se fortalecer ao som de Vai levando, música de Chico Buarque e Caetano Veloso, composta em 1975. Aqui, nas vozes de Miucha, Tom Jobim e Chico Buarque.

Vai levando
Fonte: site Chico Buarque

Mesmo com toda a fama
Com toda a brahma
Com toda a cama
Com toda a lama
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando essa chama

Mesmo com todo o emblema
Todo o problema
Todo o sistema
Toda Ipanema
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando essa gema

Mesmo com o nada feito
Com a sala escura
Com um nó no peito
Com a cara dura
Não tem mais jeito
A gente não tem cura

Mesmo com o todavia
Com todo dia
Com todo ia
Todo não ia
A gente vai levando
A gente vai levando
Vai levando
Vai levando essa guia
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Planejar é preciso

Uma reclamação permanente dos brasileiros está ligada à alta carga tributária que se paga no país. Cada vez mais também se questiona a criação de novos impostos e a recriação de outros, como é o caso da CPMF. Muitos questionam o baixo retorno da aplicação dos impostos e contribuições. O que mais aparece são os altos salários e mordomias de certos segmentos do funcionalismo publico e a baixa qualidade ou mesmo a insuficiência de muitos serviços prestados. É gritante a falta de uma gestão estruturada e de avaliação do desempenho de quem está à frente das coisas públicas. Basta verificar a quantas andam os municípios, sempre reclamando falta de recursos, mas nem sempre se preocupando com a qualidade dos gastos em função do que arrecadam atualmente.

Como ter acesso às informações e acompanhar os resultados da gestão municipal? Uma iniciativa interessante é mostrada neste artigo, de autoria de representantes do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Ele explica o índice criado pelo TCE-SP, o Índice da Efetividade da Gestão Municipal (IEMG). O TCE-SP diz que é o primeiro do tipo criado no país, que possibilita acompanhar a forma como os municípios do estado empregam o dinheiro arrecadado. Veja alguns dados sobre educação levantados por meio do índice:

Na educação, em que o gasto médio anual por aluno da rede municipal é de R$ 8.608, o IEGM mostra que 76% dos municípios aplicaram algum programa de avaliação do rendimento escolar e que 91% das escolas possuem laboratórios ou salas de aula com computadores.

Em compensação, veio à tona um número alarmante: 48% das prefeituras atrasaram o envio do material escolar e só 11% entregaram o uniforme antes do início das aulas –48% nem sequer o forneceram.

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Você sabe o que o TCE do seu estado tem apurado sobre as gestões municipais?

Abrindo negócios na crise

É dito popular que “a crise é a mãe de todas as oportunidades”. Considero a frase verdadeira, principalmente para quem não se intimida diante de ameaças e dificuldades. A crise acaba trazendo oportunidades para aqueles que estão sempre atentos e se preparando para encarar um bom empreendimento, ainda que ele demore a se firmar e exija paciência, persistência e constância de propósitos. O artigo Brasileiros assumem riscos e abrem novos negócios em plena recessão mostra alguns casos de pessoas que partiram para viabilizar seus negócios nesse momento. Confira o texto e reflita sobre a sua coragem e capacidade de fazer algo semelhante.

Comprem Marina

A ex-Senadora Marina Silva já disputou e perdeu duas eleições para a Presidência da República, nas quais chegou em terceiro lugar. Em 2014 muitos pensaram, analisaram e verbalizaram que sua trajetória política chegara ao fim. Ela passou os últimos meses fazendo reflexões e tendo poucas aparições, enquanto o seu partido, a Rede Sustentabilidade, estava sendo preparado para ser reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

E agora, como deve estar sendo vista a presença de Marina Silva na cena política brasileira? Ela ainda é uma opção para as eleições presidenciais de 2018? No artigo Comprem Marina está a opinião de Celso Rocha de Barros, colunista da Folha, doutor em sociologia e analista do Banco Central.

Marina ainda enfrentará muitos obstáculos para consolidar seu partido, e descobrirá que não é por acaso que as outras forças políticas não implementam seu programa. Há ali uma conciliação de interesses muito difícil de ser amarrada: entre defensores do liberalismo e da redistribuição, entre os que defendem crescimento e os que defendem o meio ambiente, entre os cristãos praticantes e a esquerda pós-marxista. Nem todo aliado necessário terá o perfil de Alessandro Molon. E talvez Marina surja cedo demais como alguém a ser batido.

De qualquer forma, analistas apressados e superficiais que acharam que Marina acabou em 2014 (por exemplo, eu) estavam claramente equivocados.

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Estamos num ambiente de recessão econômica e de crise política, que só dificulta o encontro de uma saída que aponte para a retomada do crescimento da economia. O clima é de desconfiança entre empresários e mais ainda em meio aos trabalhadores. A razão é bem simples – à medida em que o faturamento cai e os custos vão ficando insuportáveis, o primeiro que aparece é o facão cortando trabalhadores. Margens de lucro inalteradas, gestão do negócio insatisfatória e erros governamentais adubam a conjuntura.

Quem já passou ou está passando pela condição de desempregado, com ou sem carteira assinada, conhece muito bem o quanto essa dor dói. A Pnad Contínua, do IBGE, estimou 8,6 milhões de pessoas desocupadas, no país, no trimestre de maio a julho deste ano. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o contingente cresceu 26,6%.

Em princípio todos precisam trabalhar para dignificar e responder à própria existência e para contribuir para a geração das riquezas de uma nação. O sofrimento para quem procura um trabalho torna-se cada vez mais pesado e extenuante à medida em que o tempo passa e as contas só continuam chegando.

E haja realismo esperançoso para aquietar uma mente em efervescência em busca de uma resposta. Até me lembro de alguns versos da música Guerreiro menino, que foram compostos por Luiz Gonzaga Jr. e também cantados por Raimundo Fagner.

"Um homem se humilha
Se castram seus sonhos
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho
E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz"

Ainda assim, muitas são as pessoas que pensar que situações como essas sempre acontecem só com os outros. Já ouvi gente com formação de nível superior e pós-graduação dizendo que é funcionário público concursado e, portanto, inatingível pela crise econômica. Só se esquecem que a recessão econômica faz cair a arrecadação dos altíssimos impostos e contribuições, e que até salários já estão sendo pagos parceladamente em alguns estados e municípios.

Mas a grande questão é que quanto pior, pior mesmo e que quando o mercado está desfavorável para o trabalhador, está mesmo. A busca acaba sendo prioritariamente por um posto de trabalho e secundariamente pelos salários, benefícios e horizontes de carreira profissional. A conjuntura e os cenários são de sobrevivência.

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Neste 15º dia de primavera ainda é possível ver um ipê de flores amarelas no bairro de Santa Tereza.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

É claro que eles ainda são encontráveis também em outros bairros de Belo Horizonte, mas quero realçar que as flores amarelas estão encerrando o tempo de floração da árvore que é considerada símbolo do Brasil, embora muitos pensem que seja o pau-brasil.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Nas fotos deste post estão registradas as flores amarelas do ipê que vive no adro da Igreja de Santa Teresa e Santa Teresinha, na Praça Duque de Caxias, em Belo Horizonte. Vale lembrar que outubro é o mês em que a Igreja Católica celebra as padroeiras do bairro, notadamente no dia 1º com Santa Teresinha do Menino Jesus e no dia 15 com Santa Teresa d’Ávila.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 6 de outubro de 2015   Curtas e curtinhas

Selfie na medicina

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma resolução para orientar o comportamento dos médicos em entrevistas, em campanhas publicitárias e nas redes sociais, além de proibir a divulgação de técnicas não consideradas válidas pelo CFM, como a carboxiterapia. Entre outras medidas, o documento proíbe os profissionais de tirar selfies no ambiente de trabalho ou durante o atendimento. Isso é para evitar que eles façam fotos que possam apelar ao sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal. Segundo nota publicada no site do CFM, no caso dos autorretratos, a medida visa proteger a privacidade e o anonimato inerentes ao atendimento médico.

E se o cliente e ou paciente, ou mesmo seu acompanhante, resolverem tirar a tal foto?

Unimed Paulistana

A Unimed Paulistana foi obrigada, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a transferir para outra operadora a sua carteira de clientes. A decisão foi divulgada no dia 2 de setembro. Entre 2009 e 2015, a cooperativa passou por seis intervenções da ANS, para sanar problemas financeiros, administrativos e assistenciais, que resultaram na perda da carteira. Segundo a Agência, em julho deste ano a Unimed Paulistana tinha 744 mil beneficiários, 78% deles em planos coletivos.

De lá para cá as reclamações dos clientes, que já eram muito elevadas, só aumentaram em função do mau atendimento. No fim de setembro, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre cooperativas integrantes do Sistema Unimed e órgãos de defesa do consumidor. As operadoras se comprometem a oferecer planos sem carência a quem tem planos individuais, familiares ou empresariais com menos integrantes. Esse grupo abrange parte dos beneficiários e gera menos interesse entre candidatos à compra da carteira.

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Mesmo com esse problema todo, a Unimed Paulistana alerta, em seu site, que o beneficiário deve continuar pagando as mensalidades, pois isso vai garantir seus direitos quando houver migração.

A pergunta que fica é: você conhece a real situação do seu plano de saúde?

Compras via internet

Uma recente pesquisa feita pelo Ibope para a operadora de cartões Mastercard mostrou que bens eletrônicos correspondem a 77% das compras feitas pela internet. A pesquisa mostrou, também, que 38% dos entrevistados compram uma vez por mês pela internet, 9% compram uma vez por semana e 8% compram de duas a três vezes por semana. O tamanho desse mercado é estimado atualmente em R$36 bilhões ao ano.

Enquanto isso, o Congresso Nacional caminha em passos tartarugais para aprovar as modificações propostas no Código de Defesa do Consumidor para atualizá-lo, incluindo aí o comércio eletrônico.

Reforma do Estado

A presidente Dilma Rousseff anunciou, em 2 de outubro, a criação de uma Comissão Permanente de Reforma do Estado. O desafio proposto é grande, principalmente se levarmos em conta cargos de confiança. Em julho deste ano eram 100.313, 16,21% do total de funcionários do executivo. Há casos extremos, como o do Ministério dos Esportes, que tem 86,1% de seus 433 funcionários ocupando cargos de confiança. No Ministério da Pesca (85,6%) e no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (74%) a situação é parecida.

Vamos acompanhar, lembrando que há reformas que nunca acabam e, sim, muitas vezes são simplesmente abandonadas. A conferir.

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