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por Luis Borges 2 de março de 2015   Vale a leitura

Marcha pela água – Se uma coisa é a mudança do clima, outra é o planejamento que deveria ser feito para evitar a escassez de água para consumo humano. Enquanto os governos de estados como São Paulo e Minas Gerais, ou mesmo o Ministério das Cidades, fazem infindáveis discussões sobre rodízio ou racionamento de água, as populações começam a se organizar para exigir o seu direito ao abastecimento doméstico. É o caso do Movimento Marcha pela Água, de São Paulo. Guilherme Boulos, coordenador do movimento, concedeu entrevista ao jornalista Mauro Donato, do Diário do Centro do Mundo, após manifestação que reuniu 20 mil pessoas na quinta, 26/02. Boulos ressalta que:

“o racionamento, que eles dizem que pode ocorrer ou não, na prática ele já existe mas contra os mais pobres. Mas nós não vamos admitir que só a periferia sofra e carregue nas costas o preço da irresponsabilidade desse governo”.

Leia a íntegra aqui.

Aborto sempre na pautaUm médico de São Bernardo do Campo (SP) atendeu uma jovem de 19 anos que chegou ao hospital com hemorragia pós-aborto e logo em seguida chamou a polícia. Em outro caso semelhante, ocorrido na semana passada em Araxá(MG), o médico atendeu uma jovem de 16 anos com 20 semanas de gravidez e, suspeitando de aborto, também chamou a polícia. Criminalizar o aborto ou legalizá-lo em função das variáveis envolvidas continua sendo um desafio para a sociedade brasileira, que continua longe de um consenso sobre o tema. Entre tantos posicionamentos, há até aqueles que são contra para os outros mas favoráveis em caso de necessidade específica dentro da família. Neste artigo a jornalista Cláudia Collucci, especialista em saúde, mostra que, em família, médicos e juízes optam pelo aborto. Uma das pesquisas citadas na reportagem é da Unicamp em parceria com a Associação dos Magistrados Brasileiros e mostra que “20% de 1.148 juízes entrevistados já tiveram parceiras que engravidaram sem querer. Nessa situação, 79,2% abortaram”. É um artigo que, certamente, vale a leitura.

Falta de feedback – A realidade de muitas organizações brasileiras mostra pessoas que não gostam de trabalhar com metas e nem de ter seu desempenho avaliado em função dos resultados alcançados. Some-se a isso a incapacidade que chefes e gerentes têm de conversar com as pessoas no trabalho sobre o que está bom, o que está ruim e o que precisa ser melhorado. Surpresas tornam-se inevitáveis tanto ao demitir alguém que sempre fez seu trabalho do mesmo jeito- e ruim – quanto ao tentar reter alguém que pediu demissão para ir trabalhar num concorrente, que descobriu e reconheceu seu talento. A importância do feedback é o que trata o livro de Eugênio Mussak, Com gente é diferente – inspirações para quem precisa fazer Gestão de Pessoas, conforme mostra este artigo da jornalista Luísa Melo, especialista em gestão, publicado em Exame.com.

Sempre o cansaço – Existem pessoas que sempre reclamam do cansaço, mesmo após uma boa noite de sono, um período de férias ou de feriado prolongado. Na medida em que isso torna-se crônico no dia-a-dia é importante buscar as causas de tal fenômeno, mesmo existindo o receio de que os profissionais da saúde poderão lhe virar do avesso e até mesmo não encontrar quase nada. Leia aqui a abordagem de Chris Bueno, mostrando que “cansaço constante pode ser sinal de problema de saúde”.

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por Luis Borges 21 de fevereiro de 2015   Vale a leitura

Pouca chuva não significa falta de água na torneira – A crise de abastecimento na região Sudeste trouxe à tona a discussão sobre o uso da água pelo agronegócio, pelas indústrias em geral, por mineradoras e residências. Vai ficando claro no avançar das discussões que a gestão das águas deve ser integrada sistemicamente em todo o país, que processos e atitudes precisam ser modificados para melhor, mas sem jogar a culpa só nos consumidores residenciais. Segundo o professor Léo Heller, relator especial da ONU para água e saneamento:

“Estiagem é baixo volume de chuva; escassez é acesso limitado à água. A estiagem não deve se converter em escassez no sistema de abastecimento. [Para isso] é necessário haver planejamento para pensar em medidas que evitem a falta de água”.

Para o professor, a crise vivida no Sudeste foi causada por um planejamento inadequado do sistema, que não levou em conta as variações climáticas. Leia a abordagem de Léo Heller nesta entrevista ao Portal UOL.

A vida das borboletas – Quantas vezes você percebe que esqueceu de alguma coisa? Ter consciência do esquecimento significa que você não está tão esquecido assim. Os mais afoitos pensarão rapidamente na doença de Alzheimer, descrita pelo médico alemão Alois Alzheimer em 1906. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, a doença é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Ela se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. A doença atinge 35,6 milhões de pessoa no mundo, das quais 1,2 milhão estão no Brasil, a maior parte deles sem diagnóstico.

O filme “Para sempre Alice” inspirou o jornalista Jairo Marques a escrever sobre o tema e publicar um texto no seu blog Assim como você.

Enquanto habitam a terra, os bichos multicores percorrem rapidamente belezas naturais, encantam olhares, viram inspirações de amores, são alvos de caça, germinam flores e deixam rastros de renovação no Universo. Contudo, borboletas perdem suas histórias no relance de se encantarem consigo mesmas

Inflação corrói ganhos de investimentos – As pessoas que conseguem poupar uma parte de seus recursos vivem bons dilemas ao decidir em quais tipos de investimentos apostarão. A razão é bem simples – nesses anos de crescente inflação anual, temos forte o maior fator para a perda do poder aquisitivo e dos rendimentos reais de qualquer aplicação. É o que alerta o professor Samy Dana neste artigo publicado em seu blog Caro dinheiro. Aprenda com ele e proteja seus investimentos fazendo uma boa gestão do risco. Boa leitura!

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por Luis Borges 8 de fevereiro de 2015   Vale a leitura

Odete Lara: a bela em busca da paz – A atriz e cantora Odete Lara morreu na quarta, 04/02, aos 85 anos, numa clínica de repouso no Rio de Janeiro. Ela participou de 32 filmes e teve o seu estrelato nas décadas de 60 e 70 do século passado. Sua história de vida foi profundamente marcada pelo suicídio da mãe e do pai. Odete dizia que “a morte é o próximo tabu a ser quebrado na nossa sociedade, depois do sexo”. Leia o texto de Camila Appel, que se inspirou em Odete para começar o blog “Morte sem tabu”, que traz um resumo da trajetória da atriz.

A grande cebola digital – Informação demais, bombardeio de posts e dados do último minuto. O ritmo é frenético. Como anda seu grau de credulidade em relação a tudo que chega a você? O jornalista e professor Leonardo Sakamoto escreveu este texto, no qual narra a checagem que fez de um desses posts que viralizou nas redes sociais. O resultado? Os dados não resistiram. A conclusão dele é que “vivemos a fase da Grande Cebola Digital: descascando, sobra só o vazio”. E no seu caso? Cabe uma ação corretiva diante da sua credulidade no que você lê na internet?

Prevenção contra infarto, AVC… – Na constante busca pela satisfação acabamos passando por muitos momentos de grande insatisfação. Incomodam-nos a seca prolongada, o forte calor, as poucas chuvas, o necessário uso racional da água e da energia. No trabalho, a mansidão do colega e a lerdeza do chefe; no trânsito engarrafamentos, multas e reclamações. Em casa, a sensação de insegurança ao sair ou ao chegar, sempre pensando no desequilíbrio social que a concentração de renda só acentua. Reclamar do governo, denunciar má gestão e corrupção ou clamar por educação e saúde de qualidade quase viram muro de lamentações. Que momentos nos sobram para contemplar coisas belas que resistem e acalantam o nosso ecossistema? Neste artigo, o jornalista Eduardo Costa faz um contraponto a tantos problemas vividos e se permite lembrar dos canarinhos de sua infância em Inácia de Carvalho e de seu reencontro com eles 50 anos depois na cidade de Nova Lima.

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Procurar e observar as pequenas belezas é mais um antídoto. Sem olhar para o alto, ninguém veria o passarinho que escondeu o ninho entre as tubulações./ Foto: Marina Borges

Aproveite a crise – A crise é a mãe de todas as oportunidades. Na crise, crie. O cavalinho passa arreado só uma vez. O sapo pula por necessidade e não por boniteza. Frases como essas são citadas constantemente em períodos de crise, como a econômica e social que estamos vivendo atualmente. Leia neste artigo de Adriana Gomes, mestre em psicologia social e do trabalho, sua visão de como aproveitar a crise e se reposicionar diante dos novos cenários que se desenham. O que não dá é ficar só resmungando e murmurando sem nada fazer.

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por Luis Borges 2 de fevereiro de 2015   Vale a leitura

Mitos sobre suicídio e como preveni-lo – Existem levantamentos de dados mostrando que o suicídio é a décima causa de mortes no mundo e vitima 1 milhão de pessoas por ano. Já as tentativas de suicídio chegam a 20 milhões no mesmo período. Ainda assim, o tema é pouco divulgado pela mídia, principalmente no que tange às ocorrências diárias. Porém, a discussão sobre suas causas está crescendo, mas ainda existem muitos mitos sobre o tema e também muitas orientações sobre como enfrentá-lo. É o que mostra este artigo da administradora e dramaturga Camila Appel, publicado em seu blog no jornal Folha de São Paulo.

Não viu quem não quis – Um conhecido ditado, que é muito lembrado em períodos eleitorais, diz que “o feio é perder as eleições”. Sendo assim, tudo passa a valer para justificar o fim almejado. As eleições de outubro passado apresentaram alguns bons exemplos de informações que foram omitidas ou negadas com o intuito de não prejudicar a obtenção dos resultados esperados por alguns candidatos. Assim, não faltava água para o abastecimento público em São Paulo e Minas Gerais, apesar da seca, da queda dos níveis dos reservatórios de água e do racionamento sentido no dia-a-dia pelas pessoas. No plano federal todos os direitos sociais estavam garantidos, a inflação sob controle e nenhum imposto seria aumentado. Agora que tudo já está consumado sob a égide da democracia, ainda que seja a representativa, veio a realidade em nome da adequação e correção de distorções. A falta de transparência embalou doces mentiras e a história se repetiu como farsa. Leia aqui alguns ângulos desta questão abordados pelo filósofo Hélio Schwartsman.

Prazer no consumo – No final do ano passado ouvi uma pessoa verbalizar e enaltecer o prazer e a felicidade que sentia ao fazer compras. Segundo ela, que é de classe média alta, a ida ao Shopping Center pelo menos três vezes por semana atenuava seus problemas e, em alguns momentos, ela chegava até a se esquecer deles, e tudo dava lugar ao prazer. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito -SPC Brasil – e pelo portal de educação financeira “Meu Bolso Feliz” mostrou que essa pessoa que ouvi não está sozinha. Leia mais aqui.

Para metade dos brasileiros a sensação de prazer é um fator preponderante na hora de tomar a decisão [de compra]. Conforme o levantamento realizado com 620 pessoas das 27 capitais brasileiras, entre as classes A e B, esse percentual é maior e alcança 68%. Ou seja, para sete em cada dez brasileiros dessas classes sociais, o consumo está ligado a sensações prazerosas.

Eleições na Grécia – O engenheiro civil Alexis Tsipras, 40 anos, tornou-se o novo primeiro ministro da Grécia após a vitória do seu partido Syriza, que é de esquerda, nas eleições do dia 25/1. Essencialmente, sua proposta é de ruptura com a austeridade assumida pela Grécia ao negociar com a Comunidade Europeia e o FMI uma saída para a dívida grega, equivalente a 175% de seu PIB. Diante de sua radicalidade até chegar ao poder, já se especula sobre como ele se comportará daqui pra frente nas negociações e buscando ser coerente com as suas posições de esquerda e de seu partido. Leia neste artigo a pergunta do jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, tentando raciocinar com as possibilidade de Tsipras se posicionar de maneira semelhante a Lula quando Presidente do Brasil ou a Chaves na presidência da Venezuela. Será que ele não poderá inaugurar um estilo próprio, e que poderia se transformar e virar uma referência para outros líderes emergentes no mundo?

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por Luis Borges 25 de janeiro de 2015   Vale a leitura

Trabalhar em casa como autônomo – Frequentemente converso com pessoas que se dizem insatisfeitas com o trabalho assalariado, no qual cumprem a clássica jornada diária de 8h às 18h. Esse formato geralmente inclui 2 horas para o almoço, férias anuais e benefícios como plano de saúde, vale refeição/alimentação e participação em resultados. Em determinados casos a insatisfação é resolvida com o abandono da condição de assalariado e a busca do próprio negócio, que as vezes começa de maneira autônoma e feito em casa. Essa mudança de ares traz consigo outros parâmetros e exige muito conhecimento das necessidades do mercado, foco, resiliência e muita vontade de trabalhar sem a amolação de um superior hierárquico. Fazer essa virada é um desafio permanente, mas que é possível de ser vencido, principalmente quando se pensa em satisfação pessoal e se enxerga o faturamento anualmente. Leia neste artigo o relato de Thais Godinho, que há sete meses está trabalhando em casa, como autônoma, onde também vivem seu marido e seu filho de 5 anos. Você que está insatisfeito com a sua condição atual, se sente pronto para dar um salto desses? Ou será que é melhor deixar do jeito que está, para verificar como tudo ficará no final do ano, enquanto sua vida se organiza e a sua visão se clareia?

O hábito faz a criseNo último Vale a Leitura citamos alguns números importantes sobre o uso da água no Brasil. Os 10% destinados ao consumo humano são geridos pelas Companhias Estaduais de Saneamento e pelos Sistemas Municipais de Água e Esgoto, que começam a assumir a escassez do líquido, em mais um período de seca prolongada. Apesar das altas perdas, que chegam em média a 37%, o cenário é de racionamento e de multas para quem gasta água em excesso. Para se conseguir uma redução de 30% no consumo, como propôs a Copasa/MG, será necessário mudar hábitos e atitudes perante os desperdícios. Isso vale para as empresas e órgãos públicos que trabalham no setor e, obviamente, para as pessoas e organizações usuárias dessa água. Leia neste artigo a reflexão da jornalista Paula Cesarino Costa, no qual ela enfatiza que:

“Toda mudança começa ao redor de quem as deseja. Quase ninguém é monge, mas o hábito faz a crise.”

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Riqueza concentrada – A riqueza de 1% da população mundial deve ultrapassar a dos outros 99%, diz a ONG Oxfam Internacional. Segundo seu documento, 80 bilionários do mundo possuem uma riqueza equivalente à de 3,5 bilhões de pessoas, ou seja, a metade da população mundial. O abismo entre pobres e ricos voltou a se acentuar a partir da crise econômica de 2008. Na prática, os super ricos acabam se vendo obrigados a viver enclausurados em suas fortalezas para se sentirem seguros diante da brutal concentração de renda. O que fazer para mudar esse quadro? Segundo o analista econômico José Paulo Kupfer, distribuir melhor esse dinheiro é parte da solução.

Meta na meta – A meta de inflação do Governo Federal já foi abordada aqui no Observação & Análise algumas vezes. Refletimos sobre a “alquimia” dessa meta, sobre os impactos da inflação no cotidianolembramos que essa “criatividade” na hora de fixar e acompanhar metas contraria os princípios da gestão. Por isso, indicamos a leitura deste artigo do economista Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Ele defende que devemos nos focar na meta de 4,5% no lugar de, enganosamente, pensarmos que o índice de 6,41% da inflação de 2014 foi um resultado aceitável e dentro da meta. Boa leitura!

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por Luis Borges 18 de janeiro de 2015   Vale a leitura

A crise da água é problema nosso – A seca no sudeste brasileiro continua se prolongando com firmeza e os índices pluviométricos de dezembro passado e da metade desse janeiro não nos deixam dúvidas. A escassez da água clama por uma gestão que leve em conta a participação de todos os envolvidos na questão, que é vital também para todos. Mais do que nunca é preciso implementar a prática da democracia participativa num país que possui 13% da água doce do mundo. Se o agronegócio consome 50% dessa água e a indústria – aí incluída a mineração – leva 40%, sobram meros 10% para o consumo humano. A sensação é de que os humanos é que pagarão o pato, mesmo sendo os menores consumidores. Quais os critérios serão usados para definir as cotas de sacrifício e como se dará a reeducação dos usuários nesse momento em que as autoridades constituídas começam a admitir o racionamento da água através de procedimentos pouco transparentes? Leia neste artigo o que a arquiteta Raquel Rolnik sugere como solução desse nosso problema.

Imóvel na planta – Segue um artigo importante para quem planeja a compra da casa própria. As orientações do advogado Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário, são para quem vai comprar imóvel na planta. Ele alerta, entre outros itens do contrato, para a “parcela das chaves”, que nem sempre é paga só quando o apartamento fica pronto, por exemplo. Leia e fique esperto.

Proteja-se da inflação – A perda do poder de compra é o pior dano da inflação para os assalariados. O salário corroído é de difícil recomposição. A luta por ela está fragilizada,  devido à baixa mobilização das diversas categorias de trabalhadores e também pela inércia de seus sindicatos e respectivas centrais, notadamente aquelas que apoiam politicamente a base aliada que dá sustentação ao Governo Federal. Nesse cenário, resta a cada um cuidar de si e fazer mais com menos. É interessante ler as sete dicas de Ruth Costas, da BBC Brasil, para que você se proteja melhor da inflação alta naquilo que couber à sua realidade. Bom proveito e atenue suas perdas.

Desobediência – O que fazer diante de pais poliqueixosos de seus filhos, notadamente aqueles que são contra tudo e tudo fazem só para contrariar? Quais são as causas fundamentais desse fenômeno e quais delas dependem mais das firmes atitudes dos pais? Trabalhar com limites e impedir as derivações do foco são desafios permanentes, que exigem constância de propósitos, disciplina e paciência histórica. Leia aqui a análise do psicanalista Contardo Calligaris. (se não conseguir abrir neste link, acesse o site pessoal do colunista e clique em “textos” e depois em “na Folha de S. Paulo”).

A desobediência é um transtorno quando desobedecer se torna mais importante do que o próprio comportamento em nome do qual alguém desobedece.

Alguns leitores comentaram, na semana passada, que tiveram dificuldades para acessar links que direcionavam para o site da Folha. Parte do conteúdo do jornal é restrito para assinantes ou cadastrados no site. Ficaremos mais atentos a isso e, sempre que possível, colocaremos links alternativos aqui no blog. 

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por Luis Borges 12 de janeiro de 2015   Vale a leitura

É o choque de civilizações? – O atentado contra a revista Charlie Hebdo, em Paris, que matou 12 pessoas entre elas seu diretor e quatro cartunistas, num país laico, está mexendo com o mundo. A reação foi imediata para condenar o ato dos terroristas islâmicos. A união das pessoas para defender a liberdade em todas as suas dimensões dá a tônica das diversas manifestações. As complexas causas que levam a humanidade a esse antagonismo continuam a desafiar quem busca compreendê-las. Leia neste artigo do jornalista Clóvis Rossi algumas ponderações que podem contribuir para uma melhor compreensão do tema que, é claro, exigirá bastante de quem resolver ir a fundo no seu conhecimento.

Pátria educadora? – A presidente Dilma Rousseff lançou no discurso de posse de seu segundo mandato o lema “Brasil, pátria educadora”. O seu caráter genérico suscitou imediatas perguntas sobre como ele acontecerá na prática. Se a pátria somos nós, como será que os nossos representantes farão a gestão de todo esse processo? Universalizar o acesso à educação é um objetivo definido por Lei, mas é preciso avaliar não apenas o número de pessoas matriculadas, mas também os índices de evasão e a quantidade de pessoas que concluem os cursos. A transparência dos números e a decodificação do efetivo significado do que é educação de qualidade também continuam a desafiar. Leia no artigo da socióloga e educadora Maria Alice Setúbal como ela está se posicionando diante do novo lema.

Medo de perder alguma coisa – Os períodos de férias trazem, como pressuposto, que as pessoas inicialmente deixarão de se submeter aos rígidos horários e às tarefas que cumprem cotidianamente. Muitos planos poderão ser feitos, indo do nada fazer até viajar para o exterior. Mas entre uma coisa e outra inserem-se as redes sociais e a ansiedade para nelas ver ou mostrar as coisas que estão acontecendo, inclusive com os anônimos que nela compartilham seus feitos. E aí haja paciência para fazer a gestão da ansiedade diante de Fomo, Fobo e Foda. Entenda os três termos e o fenômeno lendo o artigo do professor Ronaldo Lemos, publicado pela Folha de São Paulo. Quem sabe ele te ajudará a perder menos em suas férias.

Por que o desemprego continua tão baixo? – Os diversos indicadores que medem a situação do Brasil estão sendo intensamente divulgados nesse inicio de ano. A maioria dos números se mostra ruim. Vão da inflação anual próxima do teto da meta, do crescimento o PIB próximo de zero e das taxas de juros cada vez mais estratosféricas nas diversas modalidades. Entretanto, um indicador continua surpreendendo os analistas. É o da taxa de desemprego, que continuou declinante nos últimos meses. Quais são as causas fundamentais que explicam essa aparente contradição? É a pergunta que responde o professor Naercio Menezes Filho, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, nesse artigo. Boa leitura.

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por Luis Borges 28 de dezembro de 2014   Vale a leitura

Viaje – Recordes de congestionamento nas estradas e redes sociais inundadas de fotos de praia. Nessa época do ano todo mundo quer viajar. Se você vai trabalhar ou não poderá sair da sua cidade por algum outro motivo, minha indicação é seguir a sugestão de Raquel Rolnik. Escolha um bom livro e viaje.

existem outras maneiras de viajar e descansar sem precisar passar por tanto transtorno, nem gastar dinheiro. Em casa, confortavelmente acomodado em uma boa rede ou no sofá, no parque ou na praça, sob a sombra de uma árvore, podemos percorrer ruas, becos e segredos das cidades… sem stress de aeroporto, nem estradas lotadas.

Mulheres sem filhos – Por que e para que ter filhos nesses tempos de tantas incertezas, mudanças de valores e busca pelo sucesso pessoal e profissional num mercado muito competitivo e quase selvagem? Segundo matéria do UOL, está caindo o número de filhos por mulher e aumentando o de casais sem filhos no Brasil. Avaliando os números, penso que mais casais estão refletindo sobre essas questões e adiando ou deixando de ter filhos. Conforme a  SIS / Síntese de Indicadores Sociais 2014, do IBGE, o número de filhos por mulher caiu 26% nos últimos 14 anos, passando de 2,39 filhos por mulher para 1,77, entre 2000 e 2013. Também em 2013, 38,4% das mulheres de 15 a 49 anos não tinham filho. Leia mais aqui.

Homônimos – Você conhece quantas pessoas que possuem o mesmo nome que o seu? Imagine os danos morais causados por um ficha suja a um homônimo ficha limpa. São constrangedores os momentos em que alguém recebe uma cobrança indevida ou é intimado a depor numa investigação policial porque tem homônimo encontrado no Facebook por exemplo. Dá para imaginar, também, o susto que leva uma pessoa que vai embarcar num aeroporto internacional e descobre, ao passar pela Polícia Federal, que tem quatro homônimos e terá que passar por um novo guichê para checar sua identidade. Neste artigo publicado em seu blog, o jornalista Leonardo Sakamoto narra a própria experiência, a de seus homônimos e a de conhecidos que são homônimos de “famosos”.

Coisas que você não quer saber – Caminhando por ruas e praças da cidade nos deparamos com pessoas invisíveis ou que se parece com zumbis. Muitas vezes temos medo delas, fingimos que não vimos e escapamos correndo. Exemplos do “não quero saber” são comuns no cotidiano mas, nessa época de Natal, somos tocados por chamamentos para a solidariedade e para a caridade. Neste artigo o jornalista Jairo Marques é contundente ao chamar a atenção de todos para o constrangimento perante essa realidade e a baixa sensibilidade de muitas pessoas que não se implicam no problema. É instigante, confira!

Fazer uma vez no ano é melhor do que não fazer nunca e é oportunidade para reconhecer que, de tanto não querer saber, um dia pode-se também entrar para o clube dos relegados.

A destruição da privacidade – Como você avalia o grau de sua privacidade diante da excessiva exposição a que se submete nas redes sociais? Você sabe se tem sido vigilante o suficiente para não ficar tão exposto e vulnerável a ataques especulativos a partir dos conteúdos que saem de seu dispositivo tecnológico? Leia neste artigo de Julian Assange os argumentos dele para afirmar que o negócio do Google e do Facebook é destruir, em escala industrial, a privacidade. Após a leitura verifique se isso se aplica a você. E, em caso, positivo pense em como ajustar sua conduta em prol da sua segurança e privacidade.

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por Luis Borges 22 de dezembro de 2014   Vale a leitura

Obras sem projetos – As revelações advindas do caso Petrobras mostram cada vez mais como práticas não recomendáveis estão disseminadas em diversos segmentos envolvidos na aquisição de bens e serviços pelo setor público nacional. Os fatos e dados trazem cada vez mais detalhes de como esse sistema funciona na República. Licitar uma obra sem sequer fazer o projeto básico de engenharia, mesmo sendo essencial também o projeto executivo, tem se tornado frequente. É o caso do complexo petroquímico da Petrobras no Rio de Janeiro conforme mostra esse artigo do jornalista Flávio Ferreira publicado na Folha de São Paulo.

Discos de vinil – As “bolotas” nunca deixaram de existir, mesmo que em mãos de colecionadores ou nas lojas especializadas e feiras. Agora também vão surgindo lançamentos, sempre com aquele som característico que só elas têm. Para quem pensava que o CD e seus derivados significariam a morte das bolotas ou bolachas de vinil, cuja matéria prima é derivada do petróleo, se enganou plenamente. Leia neste artigo de Paulo Terron, publicado no portal UOL, mais sobre os sentimentos e as sensações de quem considera que o vinil nunca morreu.

Previdência privada – As pessoas mais preocupadas em assegurar um futuro de vida sossegado buscam se garantir com proventos que vão além da aposentadoria pelo INSS ou do salário integral no serviço público. Além de uma aplicação financeira com liquidez imediata ou a renda de aluguel de imóveis, também tem sido muito comum o incentivo para se aplicar nos fundos de Previdência Privada, inclusive com a permissão para dedução de parte do investimento no imposto de renda da pessoa física. Acontece que as taxas de administração cobradas por esses fundos chegam a até 2% de seus rendimentos anuais. Somadas ao imposto de renda, essas taxas tornam a aplicação pouco rentável ao se descontar a inflação do período. É o que mostra este artigo do professor Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas. A leitura é mais do que válida, é obrigatória para quem quer otimizar os ganhos de seus investimentos em prol do futuro tão falado e às vezes ameaçador.

Corrupção, cultura e malefícios – Em todas as mídias estão estampadas as estarrecedoras informações mostrando como agem corruptos e corruptores. A exposição e a falação são tamanhas que às vezes a matéria “corrupção” chega a ser cansativa, mesmo trazendo muitas novidades. O teólogo Leonardo Boff publicou este interessante artigo em seu blog, no qual mostra a natureza da corrupção brasileira, sua inserção na nossa cultura, os malefícios que ela traz para a nação e propõe algumas medidas para combatê-la. Confira e complemente sua fundamentação para compreender o fenômeno e o processo que o gera.

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por Luis Borges 15 de dezembro de 2014   Vale a leitura

Pessoas mais ricas, vidas mais pobres – Querer tudo e bem rápido embala muitas pessoas na corrida pelo sucesso pessoal e profissional. A obsessão por bater metas na exacerbada competição do mercado, onde geralmente os fins justificam os meios, acaba trazendo algumas consequências danosas. Uma delas é a constatação de que se a remuneração tem aumentado, o tempo para se viver a vida tem escasseado, até mesmo por falta de condições físicas e mentais. O filósofo canadense Barry Stroud aborda essa relação com um diagnóstico claro, em entrevista à Folha.

“A vida virou uma carreira. As pessoas estão focadas o tempo todo no seu sucesso profissional. É preciso ganhar o máximo de dinheiro, ter uma família, casa grande – tudo junto. Consumismo, individualismo, carreirismo. A vida contemporânea, apesar dos avanços materiais, é mais pobre”.

Corrida pela água – A prolongada estiagem no sudeste brasileiro, pelo quarto ano consecutivo, deixou mais evidente que a escassez da água para o consumo humano é uma realidade. O dito popular “farinha pouca, meu pirão primeiro” já se manifesta no aumento da perfuração de poços artesianos em casas, condomínios e até órgãos públicos. Como ficarão as águas subterrâneas diante desse ataque especulativo? Houve planejamento do órgãos de gestão das águas para isso? Alguns ângulos dessa questão estão neste texto publicado no Diário do Centro do Mundo.

Câncer e desemprego – Se a vida é um risco e viver é muito perigoso, imagine as consequências que uma doença grave como o câncer pode trazer para as pessoas que sobrevivem aos tratamentos! Além de todo o impacto que as incertezas trazem para o equilíbrio emocional, ainda tem o sofrimento de todos os que são próximos e graves consequências na vida profissional, como a demissão do trabalho, auxílio doença da Previdência Social ou o estigma de ser portador de um câncer, além de outras portas que se fecham diante de oportunidades surgidas. Neste artigo publicado pela Folha de São Paulo, a jornalista Cláudia Colucci faz um relato contundente sobre as dificuldades incorporadas ao cotidiano das pessoas portadoras de câncer.

Mentor na Universidade – Por definição, as Universidades trabalham com ensino, pesquisa e extensão. Os professores ministram seus conteúdos nas aulas da graduação e pós-graduação, fazem pesquisa pura e aplicada e também se dedicam à extensão, atendendo às necessidades de comunidades, empresas e órgãos de governo em projetos patrocinados especificamente. Os professores são valorizados pelos títulos, orientações de dissertações e teses, participações em congressos e por artigos publicados em revistas especializadas, reconhecidas ou não. Uma relação mais direta com os alunos ocorre em atividades de iniciação científica, estágios supervisionados e trabalhos de conclusão de curso. Essa relação poderia gerar um resultado positivo muito maior se os alunos fossem orientados diretamente por um mentor ao longo de seus cursos, tendo um professor que pudesse aconselhá-los na escolha de disciplinas e caminhos a seguir. É o que mostra a jornalista Sabine Righetti neste artigo publicado no blog Abecedário. Boa leitura!

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