Curtas e curtinhas

por Luis Borges 3 de setembro de 2014   Curtas e curtinhas

Mais prazo – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que apura denúncias de corrupção na Petrobras não conseguiu quórum para se reunir ontem. Apenas 8 dos seus 33 membros estavam presentes na hora marcada, sendo que regimentalmente o mínimo necessário é de 11 parlamentares. Como o término dos trabalhos está previsto para 07 de dezembro e a produtividade está muito baixa, já está definida a prorrogação dos seus trabalhos por mais 30 dias. Tal medida parece ser pouco relevante já que o foco da CPMI é o lero lero para passar o tempo e nada se concluir.

Esforço concentrado – A homenagem ao ex-deputado Eduardo Campos (PSB-PE) marcou o primeiro dia de um total de dois do esforço concentrado da Câmara dos Deputados para a votação de projetos preferencialmente não polêmicos. Para variar, a produtividade foi baixíssima, o que promete não ser diferente no dia de hoje. Aliás, isso não é nenhuma surpresa e o jeito será aguardar outubro, com ou sem chuvas no Planalto Central.

62 dias – Esse 03 de setembro marca  os 62 dias da queda do viaduto Batalha dos Guararapes na avenida Pedro I, na região de Venda Nova em Belo Horizonte. Duas pessoas mortas, vinte e cinco feridas, inúmeros moradores de edifícios próximos ao viaduto vivendo fora de suas residências, laudos, contra-laudos, ansiedade de alguns pela demolição rápida do que sobrou se somam às expectativas pela divulgação do laudo oficial da perícia feita pela Polícia Civil para determinar as causas do desabamento. O que se espera é que os atos tenham consequências, sem a terceirização ou quarteirização das responsabilidades.

Acidente – O ônibus da linha 82 do BRT/Move com 70 passageiros a bordo que se acidentou na manhã de ontem na avenida Alfredo Balena nos deixa uma pergunta inquietante. Qual é o real estado de saúde do motorista de 29 anos que conduzia o veículo, já que ele teria tido um apagão? O que se espera é transparência dos arrogantes dirigentes do sistema de transporte coletivo de passageiros por ônibus em Belo Horizonte.

 

Propaganda gratuita – Além dos tediosos e obrigatórios programas eleitorais gratuitos no rádio e na TV, com duração de 50 minutos, ainda somos massacrados pelas inserções de pequenos comerciais ao longo das programações. Geralmente são inúteis falas genéricas, veiculadas repetidas vezes e, é óbvio, financiadas pelo dinheiro do contribuinte, eleitor ou não.

Abstenção – O Brasil possui em torno de 141,6 milhões de eleitores registrados na Justiça Eleitoral. O número de mulheres supera o de homens em 6 milhões. Se projetarmos 17% de abstenção e 13% de votos nulos e brancos, poderemos ter algo em torno de 100 milhões de eleitores votando em 05 de outubro. Mas esse número poderá ser menor em função do comparecimento, que não é obrigatório, dos 10,4 milhões de eleitores com idade superior a 70 anos. A conferir.

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por Luis Borges 26 de agosto de 2014   Curtas e curtinhas

Crescimento decrescente – A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) era de 2,5% até o final deste ano. Iniciando-se a última semana de agosto, o Boletim Focus do Banco Central aponta crescimento de apenas 0,7%. Até agora foram 13 quedas consecutivas da projeção. A se manter o ritmo, brevemente se chegará a 0,5%. Esse é o mesmo valor do seno de 30 graus que muita gente estudou em trigonometria da saudosa matemática do ensino médio. Nesse nível, o PIB poderá continuar a ser chamado de pibinho. Isso não é pessimismo, apenas realismo.

Suicídio – As mídias abordam pouco esse tema e, quando o fazem, geralmente está associado a pessoas com um maior grau de exposição, como um ator de cinema ou de televisão. Agora os 60 anos do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas estão em evidência. Na minha opinião já está passando da hora de conhecermos melhor as causas que levam a essa abreviação da vida.

Refis da Copa – O Programa de Recuperação Fiscal (Refis) já está em sua 8ª edição, dessa vez considerada um legado da Copa. É óbvio que seu objetivo é melhorar a arrecadação da União, para que o balanço de 31 de dezembro apresente números mais vistosos nesse ano de baixo crescimento econômico e sinais de estagflação. O programa tenta atrair pessoas físicas e jurídicas com dívidas vencidas até 31/12/2013, e oferece descontos de até 60% no valor das multas e prazos de pagamentos de até 180 meses. Apesar da enorme carga tributária, quem sempre pagou em dia pode se sentir punido, pois os bônus são para os devedores.

Cartão de crédito – As compras feitas com cartão de crédito no Brasil em 2013 cresceram 15% em relação a 2012, e movimentaram R$ 543 bilhões. As operadoras de cartões e os bancos ligados a elas enaltecem as vantagens e incentivam o uso do dinheiro de plástico, que continuará crescendo. Mas nenhum deles aborda as taxas pagas pelos comerciantes, nem os valores cobrados pelas anuidades dos usuários ou as taxas de juros anuais de até 300% para quem financia seus saldos devedores. Só mesmo a educação financeira para ajudar as pessoas a se equilibrarem no uso do cartão de crédito.

Sem teto – Segundo a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) apenas 12% dos moradores das ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, instaladas no terreno da Granja Werneck, no bairro Zilah Spósito, na região Norte de Belo Horizonte, estariam enquadrados nos critérios exigidos pelo governo federal e pela prefeitura para serem beneficiados pelo programa de habitação Minha Casa, Minha Vida. Na verdade, o município de Belo Horizonte colhe os frutos da ausência de uma política habitacional de verdade nas últimas décadas, e tenta tampar o sol com a peneira ao citar casos extremos. Seria também o caso de se perguntar qual patrimônio deveria ser exigido daqueles que ocupam ou querem ocupar os cargos de prefeito, vice, secretários e vereadores?

Em chamas – Segundo o Instituto Tempo Clima da PUC Minas, já chega a 1.200 o número de incêndios em Minas neste ano, que é bem superior aos mais de 900 do ano passado. Só de domingo para cá já arderam em chamas o parque do Itacolomi, que fica entre Ouro Preto e Mariana, e outra vez o Parque da Serra do Rola Moça, no Solar do Barreiro em Belo Horizonte. Baixa umidade relativa do ar, dias quentes de inverno, pouca educação para a proteção ambiental, deficiente estrutura de equipamentos e pessoas para combate a incêndios surgem como causas de tantas ocorrências. Mas o que mais efetivamente nós, indivíduos e sociedade, podemos fazer para evitar tantas perdas quando Minas fica em chamas?

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por Luis Borges 11 de agosto de 2014   Curtas e curtinhas

Criação de novos municípios – O Senado aprovou projeto de lei, oriundo da Câmara dos Deputados, que define critérios para a criação de novos municípios no país. Entre eles está a assinatura de 20% dos eleitores registrados no município solicitando à Assembléia Legislativa do Estado a emancipação da região ou distrito e a demonstração da viabilidade do empreendimento. Agora é aguardar a sanção do projeto pela Presidência da República, já que ele é o resultado de um acordo entre o Legislativo Federal e o Executivo, que vetou integralmente a tentativa anterior. Enquanto isso, é bom lembrar que o Brasil possui 5.561 municípios. Em 1.382 há até 5.000 pessoas. Outros 1.308 têm população de 5.001 a 10.000 habitantes. Por fim, 1.384 têm entre 10.001 e 20.000 habitantes. Portanto, 73,2% dos municípios brasileiros são habitados por até 20 mil pessoas. Imagine o custo para manter as máquinas administrativas desses municípios, com prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais, vereadores e servidores públicos municipais concursados ou contratados por recrutamento amplo.

SAC da Caixa Econômica Federal – Após tentar inúmeras vezes acessar serviços da Caixa pelo telefone 3004-1105 entre os dias 01 e 07 de agosto e receber invariavelmente a informação de que “estamos sem conexão com o computador central”, um cliente resolveu reclamar no SAC pelo telefone 0800-7260101. A ligação caiu três vezes, sendo duas no inicio e uma no meio da fala. Só na quarta vez é que foi possível concluí-la, inclusive com o recebimento do numero do protocolo. A atendente prometeu enviar a reclamação à Caixa, pois o serviço é terceirizado, mas antecipou que não existia problema técnico e sim de sobrecarga no sistema. Uma coisa é a explicação e justificativa da Caixa e outra bem diferente é a gestão para a solução do problema.

Debates eleitorais – Ainda bem que faltam pouco mais de 50 dias para as eleições de 05 de outubro, cuja presença do eleitor deveria ser facultativa. Um direito e não um dever. Os candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais já estão apresentando nos debates pelas mídias muitos discursos sobre o que fazer, e praticamente nada sobre como fazer. Um bom exemplo de “o que” é a promessa de corrigir a tabela do Imposto de Renda. Falta detalhar o “como”. Por exemplo, como seria a reposição da defasagem de mais de 60% em relação aos índices da inflação dos 20 anos do Plano Real?  De onde viriam os recursos finitos e em detrimento de que outras destinações? Quanto tempo seria necessário para concluir o processo?

Minas em chamas – Todo ano é a mesma coisa nessa época. Incêndios, criminosos ou não. Pouca educação de parte da população. Uso da técnica das queimadas para limpar a terra a ser plantada. Deficiência no quadro de bombeiros e brigadistas, insuficiência de aeronaves… O fato é que Minas continua em chamas, hábito dessa estação de tempo seco, baixa umidade relativa do ar, ventos e frio de intensidades variadas conforme a região do estado. Assim arderam em chamas boa parte do parque do Rola Moça, do parque Nacional da Serra da Canastra ou de matas de Brumadinho. A meteorologia projeta o início das chuvas para outubro. E a gente vai levando.

Metrô estragado – Uma composição do metrô de Belo Horizonte apresentou defeito na manhã de quarta, 06/08, por volta das 07:45 horas na estação Minas Shopping. Como sempre, todos os usuários tiveram que deixar o trem e aguardar uma nova composição. A situação ficou caótica, pois cada usuário se virou como pode para conseguir reembarcar. Uma trabalhadora doméstica afirmou que só conseguiu embarcar na quarta tentativa, depois de praticamente se jogar dentro do trem. Mais uma vez ela chegou atrasada ao trabalho e teve que justificar a sua demora, cuja frequência só tem aumentado nos últimos tempos. O duro é ainda ter que ouvir numa emissora de rádio, em pleno período eleitoral, uma propaganda da prefeitura de Belo Horizonte dizendo que o metrô vai ser ampliado.

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por Luis Borges 8 de agosto de 2014   Curtas e curtinhas

30 mais 30 – O prazo inicial de trinta dias venceu, mas não ficou pronto o laudo sobre as causas da queda do viaduto Batalha dos Guararapes, na avenida Pedro I em Belo Horizonte. Um prazo igual foi pedido para o fim das investigações e emissão do laudo da Policia Civil, o que também vai se consolidando na cultura do ganhar tempo. Enquanto isso laudos, contra-laudos e relatórios vão sendo divulgados pelos diversos públicos envolvidos no caso.

Seis meses – Imagine como estará a vida dos moradores dos dois edifícios que tornaram-se vizinhos de janela do viaduto da avenida Pedro I daqui a seis meses. Que fatos e dados relevantes poderíamos citar sobre o calvário de moradores dos bairros Buritis, Cruzeiro e Caiçara, cujos prédios residenciais tiveram problemas nas estruturas ou simplesmente caíram de 2012 para cá? Até agora o que mais prevalece é o sofrimento das pessoas e famílias a comprovar que “se a glória é coletiva, a desgraça é individual”, já que o poder público tem seu ritmo próprio.

Saneamento rural – A Confederação Nacional da Agricultura ouviu alguns candidatos ao cargo de Presidente da República. De generalidades em generalidades, falaram em créditos, exportações, armazenamento, logística… mas não se lembraram do saneamento rural, apesar do decantado discurso da sustentabilidade ambiental.

Meta e jeitinho brasileiro – Não custa relembrar. Os fundamentos da gestão estruturada nos ensinam que meta é um objetivo com valor e prazo a serem cumpridos. Assim sendo, o Conselho Monetário Nacional estabeleceu que a meta de inflação anual no país é de 4,5%, medida pelo IPCA/IBGE. Mas o jeitinho brasileiro criou o teto e o piso da meta, com variação de dois pontos para cima ou para baixo. Na prática, e diante da incapacidade de atingir o centro da meta, o Banco Central persegue há mais de um ano um novo objetivo, não ultrapassar os 6,5% a cada doze meses.

Imposto de renda – Essa meta de 4,5% só tem servido para corrigir a tabela do Imposto de Renda, o que, na prática, aumenta a carga tributária e reduz o poder aquisitivo pela diferença permanente entre o projetado e o que acontece na realidade.

Veículos abandonados – Entrou em vigor na cidade de Araxá-MG, a 380 km de Belo Horizonte, a Lei que autoriza a Prefeitura Municipal a recolher os veículos automotores abandonados por mais de 15 dias em vias públicas. Montes Claros, Contagem e Varginha também já tem leis semelhantes. Bem que a prefeitura de Belo Horizonte poderia fazer o mesmo, pois os veículos abandonados em vias públicas aumentam a cada dia em todas as regiões da cidade.  Dizer que faltam recursos não vale, pois metade do IPVA vai para os municípios e ainda existe o faturamento com as multas de trânsito.

Dinheiro ou cartão – O Senado, casa revisora de leis, aprovou projeto que permite a diferenciação de preços nas compras feitas com pagamento em dinheiro ou em cartão. Só que não conseguiu explicitar se o pagamento pelo cartão de débito é considerado como dinheiro. Agora, o projeto de lei segue para apreciação e votação na Câmara dos Deputados, casa que elabora as leis. Acaso seria esse o poder legislativo bicameral invertido?

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por Luis Borges 22 de julho de 2014   Curtas e curtinhas

Mais do mesmo – A Confederação Brasileira de Futebol anunciou que Dunga será o treinador da sua seleção principal em substituição à Felipão. Na prática isso significa mais do mesmo. A gestão continuará sendo pelo comando e não pela liderança. Para quem sonhava com uma revolução, o jeito será esperar pelos resultados a partir da depressão pós Copa.

Royalties – Começam a surgir pessoas que questionam o uso da marca Brasil pela CBF, entidade de direito privado. Ela vende muito bem a sua marca no mercado publicitário e não paga royalties ao povo que habita e constrói o Brasil.

Mini PIB – Segundo Boletim Focus do Banco Central desta segunda feira, a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2014 está em 0,97%. Para quem começou o ano falando em crescimento de 4% e que tudo estava sob controle, o jeito será fazer mais uma autocrítica diante dos sucessivos erros. A gestão estruturada e a disciplina no uso do método fazem muita falta a todos, a começar pelo Governo da União Federal.

Cai cai – No dia 3 de julho caiu o viaduto Batalha dos Guararapes, parte do sistema BRT/Move na Avenida Pedro I em Belo Horizonte. Desde então, outras estruturas tiveram o mesmo destino pelo país. Um viaduto caiu dia 10, na via Anchieta, no município de Cubatão em São Paulo. Na madrugada do dia 19, um prédio de 4 andares, com um andar a mais do que o previsto no projeto e já em fase de acabamento, desabou em Aracaju capital de Sergipe. Ainda no dia 19 em Contagem-MG, uma casa em construção desabou e levou à interdição de outras três. Como sempre são contados mortos e feridos, os responsáveis técnicos legalmente exigidos nem sempre existem e os laudos periciais da Policia Civil serão divulgados em 30 dias. Uma coisa é “tocar obra” e outra bem diferente é gerenciar um empreendimento em todas as suas fases e etapas.

Voto facultativo – As eleições de 05 de outubro foram precedidas pela discussão do financiamento público das campanhas, mas tudo ficou para 2016. Fala-se muito também numa reforma política ampla que, na minha opinião, deveria ser feita por uma Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva. Nela deveria ser muito bem discutido o voto facultativo, que deve ser um direito e não um dever.

Meta de 4,5% – Nos últimos três anos o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE, que é o índice oficial que mede inflação do Brasil, esteve cada vez mais distante da meta de 4,5% ao ano. Agora ele chegou aos 6,52% e, contrariando todos os fundamentos da gestão, não houve nenhuma consequência para a equipe que não conseguiu atingir a meta. Fica parecendo que meta é só para os outros, do mundo privado, e que no mundo público a prioridade é arrecadar mais para gastar mais.

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por Luis Borges 3 de julho de 2014   Curtas e curtinhas

Rejeição – Imagine que você seja o diretor de gestão da marca do seu negócio, cargo que ainda é conhecido como diretor de marketing. Qual seria seu nível de pânico e choro ao perceber que, numa pesquisa, o seu principal bem apresenta rejeição de 40%?

IPI reduzido e os municípios – Mais uma vez os municípios brasileiros não foram consultados. E mais uma vez o  Governo Federal abriu mão da parte deles para manter as taxas atuais, reduzidas, do IPI de móveis e automóveis. O que restará ser feito pelos prefeitos que ousaram contar em seus orçamentos para os seis meses finais do ano com a alíquota de 7% do IPI e seus respectivos repasses?

Superávit e Déficit – A meta de superávit primário da economia brasileira, usada para ajudar a pagar as dívidas públicas, vem sendo empurrada para percentuais cada vez menores do PIB. Essa gestão tem sido feita de maneira tão descompromissada que, em maio, o país conseguiu chegar ao déficit primário explícito. Como o governo não consegue cortar custos, o jeito é tentar a via mais fácil, a do aumento dos impostos. Já tem economista, ex-diretor do Banco Central, propondo a volta da CPMF. Obviamente que em nova maquiagem, embalada pela contabilidade criativa.

A Caixa arranca – A Caixa Econômica Federal passou a cobrar a taxa de R$ 20,30 mensais a título de manutenção da conta corrente das pessoas jurídicas. A gestão não conseguiu esconder sua ruindade no combate aos custos. Claro que isso apenas se soma aos valores já cobrados na cesta de tarifas já praticada pelo banco social do Governo Federal. País rico é país sem pobreza.

El Niño – Será que está claro no planejamento estratégico do Operador Nacional do Sistema Elétrico que as águas do Oceano Pacífico estão sujeitas a um maior aquecimento devido ao fenômeno El Niño? Senão daqui a algum tempo vai aparecer autoridade falando em aumento de chuvas no Sul e de seca no Norte e Nordeste para justificar a geração de energia através das usinas térmicas. Aí só faltará ao gestor dizer ao país que R$ 80 a R$100 bilhões serão acrescentados às tarifas para cobrir aquilo que o planejamento não conseguiu enxergar a tempo. A história se repetirá como farsa, tragédia ou comédia?

Fim do lixão – A Política Nacional de Resíduos Sólidos tinha como meta o fim dos lixões a céu aberto no país em 03 de agosto de 2014. Como já se sabe, ela não será atingida. Mais uma vez será hora de se analisar as causas desse fracasso. Será que a meta foi muito maluca, inatingível a priori?

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por Luis Borges 1 de julho de 2014   Curtas e curtinhas

Califa e califado – Duas palavras que frequentarão intensamente a mídia nesse período do ano. Desde as saída das tropas americanas do Iraque, vem ganhando força o Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), que atualmente ocupa espaços ao norte e a oeste do país. A ideia dos líderes sunitas, que não é hegemônica entre os muçulmanos, é criar um califado, que é uma forma de governo centrada na figura do Califa. Ele seria um sucessor da autoridade política do profeta Maomé, com atribuições de chefe de Estado e líder político do mundo islâmico. O Estado, que seguiria rigorosamente a lei do Islã, compreenderia a região entre o mar Mediterrâneo e o rio Tigre. Como nesse mundo predomina a divergência, ainda teremos muito o que falar perante umautópica convergência entre as lideranças islâmicas.

ALN 2014 – Permanecem em lugar de destaque na política nacional as citações e referências a quem participou do combate à Ditadura Militar a partir dos anos 60. Apesar de críticas, autocriticas e revisões, fica visível o ardor revolucionário de quem queria mudar o mundo  a partir da teoria dos focos. Muitos militantes dessa época estavam organizados em partidos clandestinos de esquerda, sendo o mais forte deles a Ação Libertadora Nacional (ALN) do ex-deputado Carlos Marighella. Muitos membros da ALN estão hoje em partidos legais como PT, PSDB, PDT, PSB, PV, PSOL, PPS e PTB. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), era líder estudantil em 1968, militante da ALN. Ontem, foi lançado como candidato a vice-presidente da república, na chapa puro sangue de seu partido. Será que haverá um bom recall nessa sua empreitada? Com certeza isso renderá bons espaços nas mídias.

Casamentos convenientes – Findo o prazo para a realização das convenções partidárias, pelo menos formalmente, já se sabe quem vai com quem nas diversas instâncias de poder para as eleições de outubro. Mas, informalmente, ainda poderemos ter muitas variações em torno do mesmo tema, com vidas curtas, discussões da relação e pensamentos fixos no poder, mesmo sabendo que “jacaré casou com cobra d’água”, como diz o povo de Goiás.

Tempo de rádio e TV – Considerados fatores críticos para sucesso ou fracasso e alvos de intensas negociações entre partidos, os espaços para exposição no rádio e na TV foram os objetivos de diversas tentativas de alianças. Fica agora o desafio às coligações partidárias, de produzir conteúdo excelente para mostrar aos eleitores. Caso contrário, será duro ver o tempo passar, principalmente daqueles partidos que têm carga-horária maior.

Bolsas e carteiras – Você usa bolsas e carteiras com qual intensidade e frequência? Ao comprá-las, de onde saem os recursos? Eles são do seu próprio centro de custos? No Superior Tribunal de Justiça foram encomendados 19 porta-documentos em couro legítimo para uso de seus ministros. Estão orçados em R$ 7.800,00, pouco mais de 410 reais cada.

20 anos do Plano Real – Chegamos aos 20 anos do Plano Real com o grande desafio de apagar a memória inflacionária. Mas os erros da gestão nos impedem de fazer isso. Basta verificar que mensalmente, nos últimos três anos, pouco se lembra que a meta de inflação anual é de 4,5%. Sempre se mantém o foco das discussões na justificativa de que os 6,5% do teto eufemístico da meta não serão ultrapassados. E, claro, principalmente evitando-se os reajustes dos preços administrados pelo próprio governo, como transportes coletivos, combustíveis, energia…

De PIB a pibinho – Exatamente na metade do ano, o Boletim Focus do Banco Central projeta crescimento de 1,10% para o PIB em 2014. Como os números não mentem, devemos acreditar cada vez mais no pibinho, sempre sabedores de que tudo está sobre controle.

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por Luis Borges 27 de junho de 2014   Curtas e curtinhas

Equipamentos de segurança – Depois do airbag e dos freios ABS, cuja obrigatoriedade em veículos automotores quase foi para o espaço, agora chegou a vez das câmeras de ré. Um projeto sobre a obrigatoriedade dos aparelhos será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, se aprovado e sancionado, entrará em vigor em 2020.

Domésticos – Quinze meses após a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição que amplia os direitos do trabalhador doméstico, a Câmara dos Deputados ainda não conseguiu aprovar a sua regulamentação. E olha que muito tambor foi batido também de maneira eleitoreira por ocasião do feito.

Convocação – De recall em recall o setor automotivo vê seus principais indicadores em queda, enquanto o governo Federal tenta afagá-lo com um saquinho de bondades. Será que os efeitos serão suficientes para influenciar e mudar os rumos da bipolarização das eleições presidenciais?

Na rua – A vida depois da Copa já começa a ser alvo de muitas indagações. Como prosseguirá o trabalho dos 15 mil agentes de segurança? Continuarão nos mesmos locais os moradores de ruas que delas foram retirados? Sobre o assunto, indico esta reportagem, que aborda de forma completa e esclarecedora a situação dessa população de Belo Horizonte. Meu palpite para depois da Copa é que, como tudo que é feito em ritmo de campanha, a tendência natural é que as situações voltem a ser como antes. O que não muda nunca é a violência das forças policiais diante dos moradores de rua apesar dos clamores e protestos. Para escapar, só na sorte.

Voto – Muita gente reclama por não ter em quem votar nas próximas eleições, mas nem se lembra em quem votou na última vez. Com toda a insatisfação e a reivindicação por mudanças, acredito que uma boa política para nortear a escolha seria não votar em bananeira que já deu cacho. Aliás, mais para ela do que para a sociedade.

Câncer de mama – O Sistema Único de Saúde poderá incluir nas suas coberturas os exames para identificação de biomarcadores para câncer de mama. Eles seriam destinados a mulheres com antecedentes familiares da doença e, nos casos positivos, tratamentos e intervenções preventivas. Projeto de Lei nesse sentido, tramita na Comissão de Assuntos Sociais do Senado que, pelo visto, poderá se reunir após a Copa.

Impostos – A reforma tributária no Brasil é um velho sonho que continua cada vez mais distante. O setor de saneamento básico reivindica há algum tempo a isenção dos tributos relativos ao PIS/Pasep e Cofins. Projeto de Lei está tramitando na Câmara dos Deputados e prevê a compensação desses tributos para as empresas do setor optantes pelo sistema de lucro real. Em mais uma tentativa de se fazer reforma em fatias, a justificativa baseia-se na relevância social e nos impactos que a água tratada e a coleta e tratamento de esgotos sanitários têm para a saúde das  pessoas.

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por Luis Borges 26 de junho de 2014   Curtas e curtinhas

Visitas de longe – Um amistoso e a Copa foram responsáveis por trazer ao Brasil as seleções da Croácia, Bósnia e Herzegovina e Sérvia. O que me lembrou a República Socialista Federativa da Iugoslávia, que adotava regime comunista e existiu entre 1945, após a Segunda Guerra Mundial, e 1992.  É indissociável desse período a imagem do marechal Josip Broz Tito. Inicialmente Primeiro Ministro, foi eleito presidente em 1953 e se tornou presidente vitalício entre 1963 e 1980, quando faleceu. Depois disso, cresceram as tensões entre as repúblicas federativas, culminando na separação. Hoje o mapa geopolítico registra seis repúblicas, sendo a Sérvia a mais populosa delas, com aproximadamente 10,2 milhões de habitantes. As outras são Croácia (4,45 milhões de habitantes), Bósnia e Herzegovina (3,93 milhões), Macedônia (2,04 milhões), Eslovênia (2,03 milhões) e Montenegro (685 mil). O Kosovo é uma província autônoma com 1,84 milhão de habitantes ligada à Sérvia, que não reconhece a sua autonomia. No auge do titoísmo uma pergunta frequente era “o que seria da Iugoslávia sem o Marechal Tito?”. A história trouxe a resposta: não deu mais para segurar.  

Selo comemorativo com imagem do general Tito

Selo homenageando Tito (Fonte: Wikimedia Commons)

PIB – Os economistas ouvidos para o semanal Boletim Focus, do Banco Central, projetam que o Produto Interno Bruto do Brasil nesse ano será de 1,16%. Como se vê, a cada semana ele fica mais longe do número usado nas projeções orçamentárias do início do ano.

Recordar é viver – No capitalismo sem risco, muitas pessoas têm memória muito curta. Neste momento muitas delas estão escandalizadas com um possível calote de U$1,3 bi que poderá ser dado pela Argentina e nem se lixam  para o que aconteceu com os maternais empréstimos feitos pelo BNDES ao grupo EBX de Eike Batista.

Falta de educação – O lixo produzido pelos torcedores nas comemorações depois dos jogos da Copa, seja na na praça da Savassi (BH) ou na Vila Madalena (SP) só pra citar dois exemplos, contrasta muito com a disciplina e senso de limpeza dos torcedores japoneses presentes no Brasil.

Japonês ajuda na limpeza do estádio

Japonês ajuda na limpeza do estádio (Foto: Chandy Teixeira, publicada no site Globoesporte.com)

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por Luis Borges 17 de junho de 2014   Curtas e curtinhas

Mudança – No ano 501 a.C. Heráclito já dizia que nada existe em caráter permanente a não ser a mudança. Hoje, no sexto dia de realização da Copa no Brasil, qual deve ser o percentual daqueles que acreditam no sucesso do evento? Qual é a diferença com o percentual da véspera do início do evento? Mas pra que chorar se também as estrelas mudam de lugar.

20 anos de Real – O plano Real chegou aos 20 anos com uma inflação anualizada bem superior à meta de 4,5%. Uma de suas premissas foi a desindexação da economia, mas a prática de corrigir preços pela inflação dos últimos 12 meses é cada vez mais acentuada. O primeiro a fazer isso é o próprio governo federal, acompanhado pelos governos estaduais, nos preços administrados ou previstos em lei. A lista é grande, a começar pelas telecomunicações, energia elétrica, transportes coletivos, correios, serviços de cartórios, água, esgotos, coleta de lixo…

Alugar ou vender? – Um senhor, mineiro de Belo Horizonte, aposentado, conta com o valor proveniente do aluguel de um apartamento de três quartos no bairro Cidade Nova em sua renda mensal. Há um ano e dois meses o imóvel foi desocupado pelo inquilino que pagava R$ 1.380,00 por mês, já que conseguira financiar a compra de seu próprio imóvel. O senhor tentou realugar o apartamento por R$ 1.600,00 mais taxa de condomínio de R$ 260,00. Após um ano, o apartamento ainda continuava sem inquilino. Diante da receita cessante, o senhor curvou-se à realidade do mercado e baixou o valor do aluguel para R$1.000,00. Passados mais 2 meses finalmente seu apartamento foi alugado e vai lhe render R$ 900,00 líquidos pois a taxa de administração da imobiliária é de R$ 100,00. Ainda que ele tenha que pagar 15% do valor líquido como imposto de renda, também ficará livre da taxa de condomínio e do IPTU. O senhor proprietário declarou que, na próxima vez, preferirá vender o imóvel e aplicar o dinheiro numa caderneta de poupança, o que o livrará da necessidade de tomar um medicamento ansiolítico ou de queimar parte de suas pequenas reservas

Mais rápido – O metrô, ou trem de superfície, de BH teve o intervalo entre suas viagens diminuído nesse período de Copa, pois está havendo capacidade para isso atualmente. Já pensou se a moda pega?

Planejamento de obras – Fazer certo desde a primeira vez é a lição que a BHtrans, a Sudecap e a Administração Regional da Pampulha devem aprender após reconhecerem que quase 8 km da ciclovia da lagoa da Pampulha foram construídos sem dar a devida prioridade às condições de segurança. Agora é contabilizar os prejuízos humanos e materiais, arrumar novos recursos, elaborar um novo projeto, fazer nova obra, esperar a Copa acabar e continuar convivendo com o perigo até que tudo fique pronto da maneira correta.

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