Curtas e curtinhas

por Luis Borges 7 de abril de 2015   Curtas e curtinhas

Licitações da Petrobras – O Executivo retirou o pedido de urgência da pauta da Câmara dos Deputados para a tramitação do regime especial de licitações da Petrobras, vigente desde 1998. Agora enquanto a Operação Lava Jato da Polícia Federal continua avançando, o tratamento diferenciado que é dado à Petrobras será discutido pela comissão especial que estuda modificações na Lei 8.666, que trata das licitações do setor público. Como não existe prazo para a conclusão dos trabalhos dessa comissão, dá para se imaginar quando será resolvido o que até o momento era urgente. Aliás, onde tudo é urgente nada é urgente e onde tudo é prioritário nada é prioritário, conforme nos ensinam os fundamentos da gestão.

Domésticas – No dia 2 de abril completaram-se 2 anos da promulgação da Proposta de Emenda à Constituição que estabeleceu vários direitos para as empregadas domésticas que até então não eram obrigatórios, entre eles o FGTS. De lá para cá a Câmara dos Deputados e o Senado da República tentam regulamentar a Lei, mas até agora nada, apesar de tantas trombetas durante o anúncio da alteração constitucional.

Recessão – O Boletim Focus do Banco Central projeta, nesta semana, o PIB negativo de 1,01% e inflação positiva de 8,2% para o ano de 2015. A expressão “estagflação”, do economês “estagnação com inflação”, começa a aparecer com mais frequência nos cenários que vão sendo desenhados para a economia brasileira. É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem faltou com a verdade e a transparência, além de se tornar refém da política para resolver a economia.

Imóveis – Algumas construtoras da cidade de São Paulo estão oferecendo descontos que chegam a 50% na venda de imóveis novos. É uma forma de tentar sacudir o mercado queimando gorduras e dando a sensação de movimento na economia estagnada. É também uma tentativa de reduzir custos com impostos e taxas de condomínio, que acabam pesando na manutenção desses estoques. Se o jeito é se reinventar, é oportuno também refletir sobre o que é uma bolha de consumo e um negócio sustentável. Sempre é hora de aprender, inclusive com o fracasso, de preferência dos outros.

Fecundidade em queda – Segundo o IBGE, em 2003 a média de filhos por família no Brasil era de 1,78. Em 2013 o número passou para 1,59. No mesmo período, entre os 20% mais pobres a taxa caiu de 2,55 para 2,15. E, no Nordeste, de 2,73 para 2,01. Apesar dos números falarem por si, ainda existem pessoas afirmando que o programa Bolsa Família incentiva o aumento do número de filhos para fazer jus aos seus benefícios. Só o conhecimento para combater o achismo.

Custo direto – Os salários de Deputados Federais e Senadores foram reajustados em 26,6%, chegando a R$33.763,00 desde 1 de janeiro deste ano. Além disso, a Câmara aumentou os gastos com auxílio moradia, cotas de atividades e verbas de gabinete. Como finalmente o orçamento do ano foi aprovado, a Câmara e o Senado juntos gastarão R$ 9,3 bilhões até 31 de dezembro. Isso significará gastar R$ 25,4 milhões por dia ou R$ 1,058 milhão por hora. Mas também pudera – são 513 Deputados Federais, 81 Senadores e em torno de 18.000 servidores na Câmara e 9.000 no Senado. Bem que esse gasto merece uma análise crítica do seu nível de qualidade, ainda que seja feito em nome da democracia meramente representativa.

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por Luis Borges 24 de março de 2015   Curtas e curtinhas

Medidas anticorrupção – A Câmara dos Deputados recebeu, na semana passada, um pacote do Poder Executivo contendo 5 medidas para acelerar as regras de combate à corrupção. É uma tentativa de responder mais uma vez à insatisfação que permeia a sociedade e também mostrar que a Presidente da República está cumprindo um ponto programático de sua campanha à reeleição. Quanto tempo será gasto pelo Poder Legislativo na análise e aprovação desse projeto do Executivo que, aliás, é quem mais apresenta e aprova projetos no Congresso Nacional? E ainda fala-se em soberania e independência dos três poderes da República, que devem viver e sobreviver em harmonia permanente. É a democracia representativa funcionando plenamente independente da gravidade, urgência ou tendência em função da pressão dos representados.

Adormecidos ou tramitando – Cerca de 528 propostas de combate à corrupção tramitam no Congresso Nacional, sendo 355 na Câmara dos Deputados e 173 no Senado Federal. A mais antiga delas adormece desde 1995 em alguma gaveta. Lá se vão 20 anos de baixa produtividade, enquanto a corrupção continua sendo, na cultura brasileira, a flor do amendoim, aquela que nasce primeiro na primavera de um empreendimento.

Volume morto – O Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de São Paulo afirma que a captação de água do volume morto do sistema Cantareira traz riscos à saúde da população. A afirmação foi feita com base em estudos realizados pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do estado de São Paulo) mostrando que o volume de cianobactérias cresceu muito em algumas das represas do sistema. Se lá está assim e diante da ainda pouca transparência na governança do país, podemos perguntar também se outros volumes mortos estão sendo ou foram usados em reservatórios da região Sudeste e em quais condições. Fica o benefício da dúvida.

Aumento salarial – O Ministro do Planejamento e Gestão afirmou que não há espaço para conceder um reajuste salarial de 27,3% para os servidores públicos federais. As várias categorias estão se mobilizando e tentando negociações que, se a história se repetir, poderão desembocar em paralisações e greves como forma de luta. O Ministro alega que não há espaço para reajustes porque a sociedade demanda uma redução do gasto público com o funcionalismo. Mas é bom lembrar que o ano de 2015 se iniciou com o aumento salarial para Ministros do STF, Presidente da República e seus Ministros, Senadores e Deputados Federais, além das repercussões em cascata dos Poderes Legislativo e Judiciário. Segundo os versos da obra do compositor e cantor Geraldo Vandré “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Vamos ver como ficará a história, e em que mãos.

Tributação nos Estados Unidos – Uma pesquisa feita pelo Pew Research Center mostrou que 53% dos norte-americanos entrevistados acreditam pagar a quantidade certa de impostos em função dos serviços públicos recebidos. Que resultado você imagina que uma pesquisa semelhante no Brasil daria em função da nossa carga tributária, que chega a 40% daquilo que produzimos, e dos serviços públicos recebidos?

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por Luis Borges 20 de março de 2015   Curtas e curtinhas

Aumento de impostos – O Ministro do Planejamento e Gestão disse, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que desde 2002 não houve aumento de impostos e contribuições. No afã de defender a aprovação do ajuste fiscal sem modificações no Congresso ele se esqueceu da volta da Cide (Contribuição Sobre a Intervenção no Domínio Econômico) cobrada nos combustíveis, do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da correção da tabela do Imposto de Renda nos últimos anos por índices abaixo da inflação oficial, pra ficar em três exemplos. Mesmo com o crescimento da economia chegando a zero, a arrecadação federal segue em torno de 15% do PIB, que mesmo muito significativa não consegue acompanhar o exponencial aumento de gastos.

Demissões – A Sabesp, empresa de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, demitiu 335 empregados desde 1 de fevereiro deste ano. Agora o Tribunal Regional do Trabalho determinou a suspensão das demissões que ainda não foram homologadas pelo sindicato dos trabalhadores, que chegam a 100. Existe uma divergência entre as partes sobre a cláusula do acordo coletivo do trabalho em vigor, que permite a demissão de até 2% dos empregados no período de maio de 2014 a abril de 2015. Segundo o Tribunal e os trabalhadores, o número máximo de demitidos poderia ser de 297, aí incluídos os aposentados. Já a Sabesp alega que os aposentados não fazem parte desse número e, por isso, chegou a 335 demissões. Escassez de água, perda do posto de trabalho e redução no faturamento da empresa em função da queda do consumo são fortes ingredientes na conjuntura e nos cenários que se desenham.

Dólar e Euro – Em 31 de janeiro de 2014 o dólar comercial estava cotado a R$2,42. Em 17 de março de 2015 fechou a R$3,23. A variação em torno de 33,5% mostra a recuperação da moeda e sinaliza mais possibilidades para as exportações brasileiras em detrimento do grande foco no consumo interno, que vigorou até a virada do ano. Se olharmos para a cotação do Euro, a segunda moeda mais forte no planeta, nessas mesmas datas veremos uma variação em torno de 6%, pois ela passou de R$ 3,27 no inicio do ano passado para R$ 3,46 anteontem.

Minha casa, minha vida – O Ministério das Cidades anunciou meta de construir 3,2 milhões de unidades até 2018 na terceira etapa do programa “Minha casa, minha vida”. Se a meta for atingida o programa chegará 6,7 milhões de imóveis que atenderão 25 milhões de pessoas. Enquanto isso, a cidade está cheia de placas de “vende-se” e “aluga-se” em imóveis.

Compra direta – O Governo Federal quer economizar R$132 milhões em 2015 com a compra de passagens aéreas diretamente das empresas do setor. A experiência feita no final do ano passado apresentou redução de custo de 30% em relação ao valor que seria gasto com agências de viagens licitadas. Nada existe em caráter permanente a não ser a mudança, como disse Heráclito no ano 501 a.c.

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por Luis Borges 11 de março de 2015   Curtas e curtinhas

Desacelerado – A segunda fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) teve início em 2011 e mostra claros sinais de desaceleração após 4 anos. Um exemplo é a meta de construir 5772 creches e pré-escolas, cujo resultado no período foi de apenas 786 unidades, ou seja, 13,6% do almejado. Outro exemplo é meta de construir 14425 Unidades Básicas de Saúde. Até agora foram 3.332 unidades concluídas, que equivalem a 23,1% da meta. Quais são as causas de tamanha diferença? Metas malucas, baixa capacidade de gestão de empreendimentos, orçamento criativo ou contingenciamento de recursos financeiros? Ou todos eles juntos?

Feito em casa – O panelaço da noite do domingo 08/03, durante o pronunciamento da Presidente da República, mostrou uma tecnologia nova e confortável ao ser feito em casa. Ele deixou os manifestantes mais à vontade e longe de algum risco que poderia surgir nas ruas. Quem gosta de conhecer as melhores práticas em suas buscas por referências bem que poderia conhecer o padrão dos panelaços que são feitos em ruas e praças de cidades Argentinas, a começar por Buenos Aires. Quem sabe não viria daí uma boa contribuição para a melhoria contínua desse processo?

Queda – Nesses tempos de muita expectativa na política, na economia e de alta volatilidade no mercado, o dólar teve ligeira queda ontem e fechou cotado a R$ 3,104. Enquanto isso a bolsa de valores continuou em queda e caminhando para o seu costumeiro “andar de banda” fechando o dia a 48.293 pontos. E assim o tempo vai passando e a gente vai levando. Até quando?

Saúde mental – A medicalização é uma realidade na vida dos brasileiros e a indústria farmacêutica também conta com isso para atingir as suas metas de lucratividade. Enquanto a população perde poder aquisitivo com a alta inflacionária, o Ministério da Saúde está incluindo no Sistema Único de Saúde os medicamentos Clozapina, Lamotrigina, Olanzapina, Quetiapina e Risperidona, usados no tratamento do transtorno bipolar. Essa doença acomete 2 milhões de brasileiros, ou seja, 1% da população. Agora o desafio continua sendo conseguir uma consulta médica em curto espaço de tempo, ainda que ela dure apenas cinco minutos e neles esteja incluído a emissão da bendita receita médica. Haja paciência e persistência, afinal de contas a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, segundo a Constituição Brasileira de 1988.

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por Luis Borges 5 de março de 2015   Curtas e curtinhas

Dólar comercial – A moeda americana fechou a quarta-feira cotada a R$2,98. Os analistas trabalhavam com a projeção de R$ 3,00 apenas em 2016. A crise na economia está acelerando tudo. É bom lembrar que os empresários sempre reivindicaram um câmbio mais favorável às suas exportações juntamente com juros baixos e desoneração da folha salarial. Entretanto não fazem o dever de casa para “despiorar” a gestão e aumentar a produtividade.

BRT / Move – Cinco pessoas morreram em acidentes envolvendo o BRT/Move só nos últimos 20 dias. E olha que, no discurso, a segurança de pessoas e bens é uma prioridade. Se projetarmos linearmente esse número para um ano, poderíamos chegar a 91 mortos. Isso sem falar em outras perdas decorrentes desses mesmos acidentes. Se nada for feito pelos envolvidos na questão o cenário será muito sombrio.

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Ônibus do Move parado na Av. Cristiano Machado./ Foto: Sérgio Verteiro

Empregados domésticos – Neste mês de março completam-se dois anos que a Presidente da República anunciou em grande estilo a Emenda Constitucional garantindo diversos direitos aos empregados domésticos. Dentre eles destacam-se a jornada de 44 horas semanais de trabalho, o direito ao recebimento do FGTS, o recebimento de horas-extras e o recebimento do seguro desemprego. Entretanto a regulamentação desses direitos continua parada no Congresso Nacional.

Vendas em queda – Segundo o Minaspetro, Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais, já existem postos de combustíveis em Belo Horizonte apresentando queda de até 40% nas vendas após o último aumento de preços. Encontrar um litro de gasolina a R$3,109 já não é tarefa fácil. Você continua mantendo o mesmo nível de consumo anterior ou já começou a se defender e a reprogramar seus gastos diante da perda de poder aquisitivo?

Los hermanos – A inflação da Argentina ficou em torno de 40% no acumulado dos últimos 12 meses e a da Venezuela bateu em 70%. Por aqui já estamos chegando a 8% com promessas de atingir a meta de 4,5% em 2017. Quão mais pobres chegaremos lá?

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por Luis Borges 1 de março de 2015   Curtas e curtinhas

Classe C – Pesquisa do Instituto Data Popular, divulgada em 20/02, mostrou que 47% dos integrantes da classe C estão comprando menos nos supermercados do que há seis meses. Já 41%dos entrevistados disseram que estão comprando a mesma quantidade e apenas 12% aumentaram suas compras. Você, em sua categoria de renda, se situa em qual das três situações pesquisadas?

Mais impostos – Após a volta da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e do aumento da alíquota de PIS e Cofins para os combustíveis, agora o Ministro da Fazenda está propondo a incidência de PIS e Cofins para as operações de crédito financeiro a partir de 2016. Também está propondo o aumento do percentual do ICMS para o local do destino de bens e redução na origem. Após o aumento da carga tributária o ministro fala candidamente que existem condições políticas para se tentar aprovar no Congresso Nacional uma reforma tributária, surrado tema há pelo menos duas décadas na conjuntura brasileira. Quem vai querer abrir mão de qualquer centavo advindo da grande gula arrecadatória?

Renda – Foi de R$1.052,00 a renda mensal per capita do cidadão brasileiro em 2014 conforme a PNAD Contínua do IBGE. Entretanto a média mascara a amplitude existente quando se faz a comparação por estados. O Distrito Federal apresenta a maior renda, R$2.055,00, enquanto Alagoas ficou com a menor, de R$604,00. Minas Gerais ficou em nono lugar, com renda de R$1.049,00, ligeiramente inferior ao Espírito Santo, que registrou renda exatamente igual à média nacional. Haja dinheiro para pagar mais impostos e repor a perda do poder aquisitivo decorrente do crescimento da inflação no período!

Em queda – Indicadores que medem o desempenho brasileiro em diversos aspectos da vida estão sendo divulgados em profusão. É notória a queda livre da maioria deles quando comparados com valores de meses ou anos anteriores. Vamos a alguns exemplos. A exportação brasileira de eletroeletrônicos caiu 22,3% na comparação entre janeiro deste ano com o mesmo mês do ano passado. O índice de confiança do consumidor em São Paulo recuou 17,2% em fevereiro na comparação com o mesmo período de 2014. Segundo a Federação do Comércio de São Paulo, o índice de aferido neste ano só perde para o de fevereiro de 2003, quando ficou em 103,5 pontos. A escala desse índice vai de 0 a 200. Já a quantidade de carteiras de trabalho assinadas caiu 1,9% em janeiro deste ano quando comparado ao de 2014. Mas ainda assim caminhemos com o nosso realismo esperançoso.

Comércio na fronteira – A fúria arrecadadora de impostos e contribuições para viabilizar, de qualquer maneira, o ajuste fiscal da União em 2015 fez a Receita Federal reduzir a cota de gastos isenta de impostos para viagens terrestres. Quem vai ao Paraguai pela Ponte da Amizade, por exemplo, terá a cota reduzida de U$300,00 para U$150,00 a partir de julho. Na imprensa e à “boca miúda” diz-se que os comerciantes de cidades paraguaias que ficam na fronteira com o Brasil estão em pânico e prenunciam uma quebradeira se a medida não for revertida. Desconfio que turistas e “sacoleiros” também. A conferir.

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por Luis Borges 25 de fevereiro de 2015   Curtas e curtinhas

Financiamento estudantil – O Ministério da Educação acabou cedendo e autorizou o reajuste dos atuais contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) em até 6,4% no lugar dos 4,5% impostos anteriormente. Como sempre o Governo Federal insiste em usar, convenientemente, a fictícia meta de 4,5% da inflação anual para liberar menos recursos, como tentou no caso do Fies, ou para arrecadar mais, como ocorre com a correção da tabela do Imposto de Renda. Enquanto isso, a inflação de 2015 galopa com a projeção de 7,33% e o PIB já sinaliza encolhimento de 0,5% mas com potencial para cair até 2% no ano.

Greve de professores – O ano letivo começou com os professores estaduais do Paraná em greve, bem como os do Distrito Federal. O reinício das aulas nas universidades federais e nos institutos de ensino tecnológico deve ser acompanhado pela reivindicação de reajuste salarial. No plano federal só a Presidente da República, Ministros, Deputados, Senadores, Ministros do STF e beneficiários do efeito cascata tiveram aumento até agora. Como os índices foram generosos, ficará difícil simplesmente negar o problema em nome do ajuste fiscal e do equilíbrio das contas públicas.  Segundo os fundamentos da gestão, problema é para ser resolvido. Vamos ver como se comportarão as partes interessadas na sequência dos acontecimentos.

Planos de saúde – A Federação Nacional de Saúde Suplementar informou que o setor cresceu 2,55% em 2014 quando comparado a 2013, chegando a 50,8 milhões de usuários. A projeção de crescimento para 2015 é de aproximadamente 2% em virtude da baixa na economia e do aumento do desemprego. É interessante lembrar que as pequenas e médias empresas respondem por 33,7 milhões de usuários e que os planos de saúde, com ou sem limites técnicos, fazem parte dos últimos cortes feitos nos esforços de redução de gastos de empresas e famílias. Uma última lembrança é a de que a Constituição Brasileira afirma que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado.

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Campanha da Copasa. / Fonte: Sec. Planejamento de MG

Falta d’água – Como você se planejou para a falta d’água em 200 bairros de Belo Horizonte no sábado 21/02? Você considera que foi um treinamento para sobreviver a um possível racionamento de água de um dia por semana, na medida em que o cenário pessimista se confirmar? Quais os  sinais que você aguarda para concluir que o momento  do racionamento da água terá chegado?

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por Luis Borges 11 de fevereiro de 2015   Curtas e curtinhas

Servidores e habitantes – A Câmara dos Deputados terá um orçamento de 5 bilhões de reais em 2015, quando o mesmo for aprovado pelo plenário. O número de servidores ativos e inativos chega a 18.000. Para efeito de comparação, o estado de Minas Gerais possui 642 municípios com população de até 18.000 habitantes, segundo dados do IBGE. Em torno desses limites estão os municípios de Nova Era, Cássia, Lagoa Formosa, Ipaba e Ladainha. Prefeitos, vice-prefeitos, secretários, vereadores e técnicos, administradores e operadores de funções diversas fazem parte do universo de servidores municipais. Haja orçamento e responsabilidade fiscal.

Deteriorando – As expectativas dos analistas quanto aos principais indicadores da economia brasileira em 2015 continuam se deteriorando. Conforme a pesquisa do Boletim Focus desta semana, agora o PIB fechará o ano com crescimento zero, a inflação em 7,15%, bem longe da meta de 4,5%, e a taxa de juros SELIC em 12,50%. Com este cenário, após 40 dias de segundo mandato da Presidente da República, será que alguém arriscaria dizer que ” pior que está não fica”?

Colapso da água – O colapso da água no estado de São Paulo fez com que as ações da Sabesp chegassem ao valor de R$13,30 no último dia 30 de janeiro. Ao compararmos esse valor com a cotação de 30 de dezembro do ano passado, que era de R$ 17,01, veremos que a perda foi de 21,81%. Entretanto, veremos que as mesmas ações valiam R$22,26 em 31/01/2014, o que demostra que a perda em um ano foi de 40,25%. Já as ações da Copasa fecharam a R$15,92 na segunda 09/02, elas que foram lançadas em 2006 valendo R$17,00. A gestão do risco faz parte do dia-a-dia de quem arrisca.

Memória – Ha dois anos a Presidente da República anunciou uma queda de 18,5% nas tarifas de energia elétrica domiciliar. Essa queda forçada foi uma das principais apostas da presidente para reanimar a economia e manter a inflação anual abaixo de 6,5% ao ano. Agora, com os reajustes de janeiro, tudo já foi recuperado pelo tarifaço e a tendência é de aumento, inclusive com o reajuste de mais de 80% na bandeira vermelha após dois meses de vigência. Preços nas alturas, seca prolongada, usinas hidrelétricas a fio d’água, usinas térmicas operando no limite da capacidade e tudo jogado nas costas dos consumidores. Só nos resta o caminho da mudança de hábitos para reduzir o consumo de energia.

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Plenário do Senado durante sessão deliberativa. / Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Móveis e carros do Senado – A manutenção de peças mobiliárias e estofados do Senado custará R$125 mil aos seus cofres no início deste ano. Já para os deslocamentos dos senadores em Brasília serão gastos R$375 mil em serviços de locação de veículos. Ainda falta colocar na conta os gastos com combustível e motorista. Haja rubricas e licitações para garantir as melhores condições de trabalho para os 81 Senadores da República que representam suas 27 unidades!

Crédito rotativo – O valores usados no crédito rotativo dos cartões de crédito chegaram a R$29,8 bilhões no final de 2014, com taxa de juros de 258% ao ano. Enquanto isso, os créditos do cheque especial chegaram a R$21 bilhões com juros anuais de 200%. A inadimplência no rotativo do cartão chegou a 40% em dezembro passado. Pelo tamanho das cifras dá para a gente imaginar que o dinheiro está faltando, como a educação financeira faz falta e como é brutal a transferência de renda das pessoas para o setor financeiro. É claro que isso é para quem consegue pagar, pois boa parte dos devedores simplesmente quebra e fica recebendo propostas dos credores para renegociar as impagáveis dívidas.

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por Luis Borges 28 de janeiro de 2015   Curtas e curtinhas

Ações da Copasa – Por volta das 14h30 de ontem as ações da Copasa MG ON estavam cotadas a R$ 16,14 na Bolsa de Valores, chegando aos R$17,40 às 17h. Em 29/12/14 a cotação da mesma ação era de R$ 24,86 e, em 2013, ela chegou a valer R$ 44,00. A Copasa chegou à Bolsa de Valores em 2006, lançando suas ações a R$ 17,00. Como se vê, não é só o nível dos reservatórios que está baixo nesse início de ano. Em tempo, você pode acompanhar as mudanças nos reservatórios neste link.

Carnaval de Sabará – A Prefeitura de Sabará cancelou o “chuveirão” do seu carnaval desse ano, evento que há 20 anos refresca os foliões na praça Santa Rita, localizada no centro histórico da cidade. O jeito será torcer para que chova 4 dias sem parar.

Vidas secas – Diante da seca do Sudeste, que tal ler ou reler o livro “Vidas Secas”, escrito por Graciliano Ramos? Lançado em 1938, ele retrata o flagelo da seca no Nordeste, além do coronelismo e da exploração humana.

Educação financeira – Os juros do cheque especial passaram de 200% ao ano em 2014. Os do crédito rotativo do cartão de crédito beiraram os 300%. A educação financeira continua fazendo falta a muita gente indisciplinada e adepta do “consumo, logo existo”.

Inflação e PIB – Os economistas ouvidos pelo Boletim Focus do Banco Central para a pesquisa publicada na última segunda-feira projetaram inflação anual de 6,99% e crescimento do PIB de apenas 0,13%. Os preços administrados pelo Governo Federal, muitos deles passando por “tarifaços”, são a causa maior do repique inflacionário. Sem sinais de crescimento econômico as pessoas e os negócios tenderão a se pautar por estratégias de sobrevivência e manutenção. A conferir

Direitos sociais – Finalmente as centrais sindicais dos trabalhadores começaram a se despertar e a sinalizar para o Governo Federal que são radicalmente contra as propostas governamentais que reduzem os direitos sociais relativos ao seguro-desemprego e à pensão por morte da Previdência Social. O Ministro da Fazenda e o da Secretaria Geral da Presidência bateram cabeça em suas posições divergentes. Aliás, o Ministro da Fazenda praticou o “sincericídio” em Davos, na Suíça, ao criticar o modelo atual do seguro-desemprego. Como na campanha eleitoral a Presidente da República falou que não mexeria nos direitos sociais, ela está diante de uma ótima oportunidade para voltar atrás em suas medidas que almejam economizar R$ 18 bilhões, dos quais R$ 9 bilhões sairiam do seguro-desemprego. Interessante notar que só o aumento salarial dos Ministros do STF, Poder Judiciário, Deputados e Senadores consumirá R$ 4 bilhões anualmente.

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Imagem aérea da Granja do Torto, em Brasília, onde Dilma Rousseff se reuniu, ontem, com seus ministros. | Foto: Ichiro Guerra/ Presidência da República, retirada deste link.

Primeira reunião – A Presidente da República fez, ontem, a primeira reunião com os seus 39 ministros, escalados para o início de seu segundo mandato. Apesar do número “40” ser emblemático, já ecoam propostas para que se crie o Ministério das Águas ou até mesmo o do Saneamento Básico. Esse ministério sairia de uma costela do Ministério das Cidades. Os defensores da ideia lembram que existem Ministérios para Minas e Energia, Transportes, Comunicações, entre outros, que sempre tratam de temas ligados às cidades. A conferir

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por Luis Borges 21 de janeiro de 2015   Curtas e curtinhas

Seca prolongada – A Sabesp, empresa de saneamento básico do estado de São Paulo registrou 60,9 milímetros de chuva na bacia do sistema Cantareira no período de 1 a 20 de janeiro. Isso equivale a 22,5% da média histórica para janeiro. Nos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado choveu apenas 60% do que foi registrado em outros anos. A continuar assim, o jeito será reduzir a quantidade de água captada no sistema e, obviamente, racionar o seu consumo. Será que as autoridades vão assumir isso de peito aberto? O mínimo que podemos esperar é que haja transparência nas informações e acesso fácil a elas. Como será que está a real situação das águas em Minas Gerais? 

Ouro Preto – O Serviço Municipal de Água e Esgoto da histórica, turística e universitária Ouro Preto iniciou nesta semana o rodízio no abastecimento de água à sua população. As partes montanhosas serão as mais afetadas diante da distribuição de água dia sim, dia não. A medida foi tomada no momento de grande estiagem e de forte calor, não tendo data para terminar. Tudo vai depender da intensificação do período chuvoso que nem a meteorologia sabe dizer quando será. O município possui cerca de 74.000 habitantes segundo estimativas do IBGE em 2014. Essa população costuma dobrar no período do Carnaval para cujo início oficial faltam apenas 24 dias.

Água mineral – Já tem gente da classe média estocando água mineral e divulgando o ato na sua rede de relacionamentos. Isso me faz lembrar do sumiço da carne de boi e de outros produtos durante o Plano Cruzado do governo Sarney, em 1986. Naquela época o boi gordo foi caçado nos pastos. Será que no pânico atual a classe média vai perfurar poços artesianos em suas propriedades?

Pronatec – O Governo Federal iniciou o ano devendo R$ 800 milhões ao Senai e R$ 700 milhões ao Senac, relativos  à compra de cursos do Pronatec (Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Outra dívida do governo se refere à divulgação do índice de evasão de alunos até o último dia do ano passado, sem usar maquiagens conceituais.

Imposto de Renda – O veto presidencial à correção da tabela do Imposto de Renda em 6,5% consolida mais perdas para os assalariados. Só para esse caso o Governo Federal usa a meta de 4,5% de inflação anual. Para quem quiser sentir o tamanho das perdas bastará a lembrança de que a inflação de 1996 a 2014 medida pelo IPCA do IBGE foi de 226,2% e a correção da tabela do Imposto de Renda ficou em singelos 99%. Esperar que o novo Congresso Nacional, onde a base aliada de apoio ao governo é majoritária, derrube o veto é muita ingenuidade. Portanto, vem aí Medida Provisória corrigindo a tabela em 4,5%. Já para Ministros do STF, Poder Judiciário, Senadores e Deputados o aumento salarial foi de 14,3% e prontamente sancionado pela Presidente da República. Nesse caso é dando que se recebe, uma mão lava a outra e as duas enxugam o rosto.

Apagão – A matriz energética brasileira depende excessivamente da geração de energia hidrelétrica. Mais um ano de prolongado período de seca obriga a geração de energia pelas usinas térmicas em sua capacidade total, logo elas que foram projetadas para ser um mero complemento. O apagão ocorrido na segunda feira em 11 estados mostrou mais uma vez as autoridades do setor batendo cabeças e demonstrando pouco compromisso com a transparência. O Ministério das Minas e Energia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico, as empresas geradoras, transmissoras e distribuidoras tentam se justificar e fugir de suas responsabilidades, enquanto a Presidente da República pede medidas para que os apagões não se repitam. Que planejamento fazer e que medidas tomar para que chova dez dias sem parar, como outrora nessa mesma época, e para que as pessoas melhorem seu conforto térmico sem precisar de ventilador e ar condicionado? A única garantia que temos nesse momento é o tarifaço de até 50% nas contas mensais.

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