A volta dos encontros presenciais
A pandemia da Covid-19 e suas variadas mutações impôs a muita gente a obrigatoriedade do “se puder, fique em casa” e do distanciamento social para evitar as aglomerações, o que muito contribuiu para combater a disseminação do vírus.
Foi um longo percurso, mas chegamos à segunda dose de reforço vacinal para quem tem mais de 50 anos de idade e tomou a última há mais de 4 meses. Agora estamos diante de mais um repique do vírus e uma recomendação para se usar máscaras em ambientes fechados. Lembremos que recomendação não é obrigação e que cada indivíduo tem o livre arbítrio para cuidar de si e também se preocupar com quem está no seu entorno, sua área de influência.
Mas se “cada dia com a sua agonia”, como se diz no nordeste brasileiro, que decisão tomar com segurança em termos de flexibilização de procedimentos depois de tudo que tem acontecido nesses últimos dois anos e seis meses de pandemia?
Além da Covid-19, agora entrando para o calendário de vacinas, ainda temos gripe, resfriado comum, dengue, zika, chikungunya, sinusite, rinite, febre amarela, sarampo…
Nesse tempo que ainda estamos atravessando, bem mais flexibilizado, vale registrar a grande aceleração dos relacionamentos a distância entre as pessoas, com mediação das telas dos dispositivos tecnológicos. Mas até quando ficar manter distância à medida em que tudo vai voltando ao ritmo da pré-pandemia nas mais diversas atividades que necessitam e contam com a presença das pessoas, que são gregárias por natureza?
Nesse sentido cada caso é um caso na retomada dos encontros presenciais entre as famílias em seus diferentes laços, parentes e amigos que cabem nos dedos das mãos.
Vou contar aqui o caso de dois casais amigos de décadas, na faixa etária dos 60 a 70 anos, que não se encontravam presencialmente há quase 3 anos. Obviamente que nesse período mantiveram contatos a distância, cuja frequência foi compatível com o tamanho da amizade longeva. Na pauta sempre fazia parte a expectativa pelo momento em que ocorreria um encontro presencial cheio de energia para ser compartilhada. Na segunda quinzena de maio ficou claro para os casais amigos que era chegada a hora do encontro presencial, com a devida gestão de riscos que o momento ainda exige.
O casal anfitrião foi o que fez a última visita presencial ao casal amigo ainda em 2019, ano anterior ao início da pandemia no Brasil. Finalmente no sábado 4 de junho à noite aconteceu o tão esperado encontro presencial. Preparado com muito esmero pelos anfitriões com todas as características do seu jeito de ser.
Foram três horas de uma conversa animada e feliz com a sensação gostosa da retomada do convívio característico de quem sabe polir e cultivar as amizades.
Na hora da despedida veio o convite do anfitrião para o encontro que vai celebrar o seu aniversário de nascimento num espaço aberto e com duas dezenas de participantes. O casal amigo disse que sim, mas voltou para casa pensando em como seria estar com mais gente num aniversário já adiado por 2 anos. Isso porque a visita que estava acabando de terminar foi a primeira que fizeram após tanto tempo na retranca pela sobrevivência.
E você caro leitor, como tem sido a sua retomada dos encontros presenciais com as pessoas mais próximas?