Você está satisfeito com seus custos?
O calendário gregoriano aponta inexoravelmente para o fim do ano, enquanto sinaliza os movimentos para a aproximação do outro que já vem vindo. Em nossa cultura muitas pessoas acabam dando uma paradinha neste momento do ano para agradecer pelo que aconteceu de bom, mesmo com tantas perdas inesperadas, e renovar os propósitos de fazer de maneira diferente o que “deu ruim”.
Nesse sentido é importante observar e analisar as condições em que viraremos o ano e com quais perspectivas poderemos contar realisticamente, sem fantasias e desejos insustentáveis. Na hora do “vamos ver” é preciso saber como vencer os desafios “medindo a água com o fubá” diante da percepção de que o poder aquisitivo dos cidadãos caiu bastante e não só por causa da pandemia. Segundo o IBGE as camadas de maior renda tiveram perdas em torno de 17,5%, as médias 20% e as populares 28%. Será possível negociar algum nível de reposição salarial numa conjuntura que exige estratégias de sobrevivência? Diante de tudo isso o que pode ser feito para atenuar a perda do poder aquisitivo? Procurar mais trabalho, mesmo difícil de ser encontrado, cortar custos com as mãos de tesoura para que fique só o que cabe no orçamento real ou iniciar a redução de custos pelo combate ao desperdício, nem sempre percebido?
Digamos que você não liga muito para o hábito de trabalhar com um orçamento mensal, anotar os gastos e analisar como foram feitos. Você sabe que as tarifas dos serviços administrados pelos governos federal, estaduais e municipais estão na bica para ser aumentados por índices que vão muito além do IPCA do IBGE, sob a alegação de grandes aumentos dos custos operacionais? A gestão dos negócios nunca melhora.
Dá para imaginar que quem não conhece os hábitos de consumo de água dos moradores de uma casa e das condições de suas instalações hidráulico-sanitárias terá que mudar de hábito para verificar a ocorrência de perdas que só aumentam a conta. Causas poderão estar na fragilização das tubulações, gerando vazamentos ocultos, nas válvulas desreguladas, nas torneiras gotejando, nos banhos demorados… Imagine os desperdícios com a energia elétrica devido ao uso de equipamentos eletrodomésticos desregulados, chuveiro na posição inverno na primavera-verão, lâmpadas acesas em diversos cômodos de uma casa como se fosse um palácio encantado…
É obvio que o combate ao desperdício não resolverá toda a perda do poder aquisitivo mas é um primeiro passo para a adequação de seus custos à realidade atual de seu orçamento. Avalie e verifique se você tem desperdícios também nos gastos com telefonia, tarifas bancárias, juros no parcelamento de cartões de crédito, transporte individual, alimentação em casa e fora, plano de saúde, lazer, vestuário…
O combate ao desperdício deve ser permanente e sempre colocado em prática conforme nos ensina a educação financeira.