Vale a leitura
Câncer na glândula tireoide
A tireoide é uma glândula endócrina do corpo humano localizada no pescoço e produz os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que estimulam o metabolismo e influenciam o funcionamento de outros órgãos. Às vezes surgem nódulos na tireoide, cuja análise citológica indica a presença de células cancerígenas, que representam 20% dos tipos de câncer que acometem a tireoide. Uma das soluções para o problema pode ser a indicação de cirurgia para a remoção total da glândula, seguida de aplicação de determinada dosagem de rádio iodo. Caberá à pessoa fazer a reposição diária do hormônio usando os respectivos medicamentos.
Agora um painel internacional de especialistas reclassificou esse tipo de tumor e propõe a remoção apenas do nódulo e não de toda a estrutura da glândula. É o que mostra o artigo Tumor é reclassificado como benigno e deve reduzir retirada da tireoide escrito por Cláudia Collucci.
Segundo Venâncio Avancini Ferreira Alves, diretor do centro de patologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos autores do trabalho, a partir de agora, a indicação será apenas a retirada do nódulo, com preservação da glândula, e o acompanhamento do paciente.
Vamos poupar complicações da cirurgia, como a rotura do nervo vago, que pode causar rouquidão, ou a retirada das paratireoides, que geram alterações de vitamina B e do metabolismo do cálcio. A iodoterapia também está associada a lesões na regiões vizinhas da irradiada.
Fatos e dados para combater o “achismo”
A compreensão da realidade, cada vez mais complexa, torna-se cada vez mais difícil e praticamente impossível para quem só fica no “achismo”, sobre tudo e sobre todos. As evidências que dão sustentação às análises devem partir de fatos e dados, que geram informação e conhecimento.
Nesse sentido, o jornalista Clóvis Rossi publicou interessante artigo A fraude que a esquerda engoliu, no qual procura demonstrar que não houve redução da desigualdade entre os brasileiros nos últimos 20 anos. Ele se amparou em estudos de pesquisadores da UnB e do IPEA. Um trecho:
Um só dado: os 5% mais ricos passaram de deter cerca de 40% da renda total do país em 2006 a abocanhar 44% em 2012. Guardadas as proporções, o 1% mais rico e o 0,1% superrico também ficaram com uma fatia ainda maior que a obscena cota que tinham em 2006.
Inspirações a partir da Câmara dos Deputados
O professor Pasquale Cipro Neto ficou impressionado com tantas referências a Deus na sessão da Câmara dos Deputados que aprovou a admissibilidade do pedido de impedimento da Presidente da República. Então se lembrou do conto A igreja do diabo, escrito por Machado de Assis há 132 anos, que Pasquale considera uma obra prima e intemporal. O professor escreveu o artigo Deus? Que nada! Viva o Diabo! Segue uma parte da reflexão:
há muito tempo a escola não ensina as variedades clássicas da língua, o que pode fazer muita gente perder detalhes fundamentais para a compreensão dessas obras. Em “A Igreja do Diabo”, é fundamental perceber, por exemplo, que o Diabo dá a Deus a segunda do plural (“vós”), mas recebe dele a segunda do singular (“tu”), o que deixa clara a hierarquia entre Deus e o Diabo.
Essa percepção muitas vezes exige conhecimento de flexões verbais que não fazem parte da linguagem hodierna, o que não as torna indignas de conhecimento e estudo.
A obra de Machado está em domínio público. O conto citado pode ser acessado aqui.