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por Luis Borges 22 de junho de 2015   Vale a leitura

Tragédia grega contagiará a Europa

A Grécia prossegue vivendo cada dia com sua agonia enquanto tenta resistir bravamente às imposições de austeridade vindas de seus credores, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Central Europeu, representando a zona do euro. O premiê Alexis Tsipras, da frente de esquerda Syriza, que venceu as eleições no início do ano, se mantém firme na defesa dos pontos do programa em cima dos quais se elegeu. Ele acusa os credores de terem pilhado a Grécia e não aceita fazer ajustes fiscais nem reduzir os valores de aposentadorias dos servidores públicos para ampliar a capacidade do país de pagar suas dívidas. Neste artigo, Clóvis Rossi explica o que ele classifica de austericídio, a austeridade suicida que os credores exigem da Grécia durante as negociações sobre pagamento do socorro financeiro.

O “austericídio” imposto à Grécia pelas instituições europeias e pelo Fundo Monetário Internacional causou uma formidável tragédia. O PIB (Produto Interno Bruto), por exemplo, recuou 27% entre 2009 e 2014, um desastre que, usualmente, só é visto em países em guerra ou que sofrem alguma grande catástrofe natural. E o número de suicídios, no período, aumentou 35%.

Mordomias para juízes

A discussão sobre o fim do fator previdenciário nas aposentadoria pelo INSS traz à tona, também, as aposentadorias do setor público. As diferenças são gritantes e no debate surge de tudo, a começar pelas mordomias distribuídas por inúmeros direitos que são dependurados nos proventos. A jornalista Claudia Wallin escreveu um artigo para o Diário do Centro do Mundo mostrando o que os juízes escandinavos pensam das mordomias concedidas a seus pares brasileiros. A seguir, um trecho do artigo:

Entre os vivos, encenou-se a devassidão de junho: os guardiões da lei do Rio Grande do Sul, que têm piso salarial de R$ 22 mil, acabam de se autoconceder um auxílio-alimentação de R$ 799 por mês. […] Como provavelmente não comeram nos últimos quatro anos, as excelências do Sul decidiram também que o pagamento do benefício deverá ser ex tunc, retroativo a 2011.

[…]

Decido ad judicem dicere, falar com um juiz, aqui na Suécia. Telefono então para Göran Lambertz, um dos 16 integrantes da Suprema Corte sueca, para contar as últimas novidades da corte brasileira. Lambertz é aquele juiz que pedala todos os dias até a estação central, e de lá toma um trem para o trabalho – e que me disse há tempos, em vídeo gravado para a TV Bandeirantes, que luxo pago com dinheiro do contribuinte é imoral.

Quando descrevo a nova lista de benefícios dos juízes brasileiros, Göran Lambertz dispensa totalmente, para meu espanto, a tradicional reserva e a discrição que caracteriza o povo sueco.

“Em minha opinião, é absolutamente inacreditável que juízes tenham o descaramento e a audácia de serem tão egocêntricos e egoístas a ponto de buscar benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-escola para seus filhos. Nunca ouvi falar de nenhum outro país onde juízes tenham feito uso de sua posição a este nível para beneficiar a si próprios e enriquecer”, diz Lambertz.

Um cemitério inspirado no Inhotim

O Cemitério das Cerejeiras situa-se no Jardim Ângela, zona sul da cidade de São Paulo. Ele se tornou uma opção de acesso ao lazer e à arte depois que seu diretor, Daniel Arantes, visitou o Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais. Lá ele conheceu e se apaixonou pelos bancos esculturais do designer Hugo França. O passo seguinte foi convidá-lo para fazer algo semelhante no cemitério, aproveitando a madeira de eucaliptos que seriam cortados na área. O resultado são 26 bancos lá instalados, todos obras do designer, tornando o Cemitério das Cerejeiras o segundo local com mais presença de suas obras de arte no mundo. Aliás, ele só perde para o próprio Inhotim, onde Hugo França é autor de 126 obras.

Este artigo do blog Morte sem Tabu mostra como a população da região convive com o lazer e a arte no ambiente em que os corpos dos mortos estão sepultados.

O cemitério parece um parque recreativo, e assim é visto pela população local. Costumam visitar o espaço nos finais de semana e tirar fotos de “noivos” após o casamento. As pessoas se arrumam para vir aqui, diz Orlando Giorgini, gerente do cemitério.

Foto: Folha de S. Paulo

Foto: Joel Silva / Folhapress – retirada do site da Folha de S. Paulo

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