Vale a leitura
Que tal cada um fazer sua parte?
O discurso a favor do exercício da cidadania é recorrente em diversos segmentos da sociedade brasileira. O grande desafio continua sendo colocar esse exercício em prática, principalmente sabendo-se que tudo começa com a gente. Falta iniciativa e sobra reclamação terceirizadora das causas da inércia. Um bom exemplo da não participação cidadã ocorre nos condomínios residenciais e comerciais, horizontais e verticais. É o que mostra o jornalista Ricardo Kotscho neste artigo publicado em seu blog.
De tanto delegar responsabilidades a terceiros ou aos governos, perdemos o direito de exigir dos outros o cumprimento de obrigações comuns ao bem estar da sociedade. Depois, não adianta xingar o síndico ou o prefeito.
Bolha, não. Poço.
Ajuste fiscal, contração da economia, desemprego, inflação alta e perda de poder aquisitivo são algumas das causas que levaram diversas pessoas a retirar dinheiro de suas aplicações em caderneta de poupança. Até meados de maio, o valor já superava os R$32 bilhões. Logo a caderneta, cuja remuneração significa dinheiro barato para os bancos, que a remuneram a 6% ao ano acrescidos da TR (taxa referencial de juros) do período. O crédito está ficando mais caro diante dos sucessivos aumentos da taxa de juros do Banco Central. A desconfiança de que existia uma bolha de consumo na indústria da construção civil parece se confirmar cada vez mais. O que virá pela frente? É o que aborda o pesquisador Eduardo Zylberstajn, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)/USP, neste artigo publicado no Estadão. Leia um trecho abaixo:
As famílias menos acostumadas com o mundo das finanças deixam dinheiro nos bancos com remuneração igual à metade da taxa Selic. Assim, os bancos têm uma fonte barata para emprestar a juros mais baixos a quem quer financiar seu imóvel com prazo longo. Em essência, esse é o mecanismo de financiamento imobiliário do país. E, claramente, há problemas com ele.
Primeiro, o sistema dá liquidez instantânea para quem quiser sacar. Ou seja, o banco usa um dinheiro que pode evaporar da noite para o dia para dar um financiamento que dura décadas. Se o dinheiro é sacado (como vem sendo nos últimos meses), o banco necessita captar de outra fonte (mais cara) para cobrir o buraco e aí tem prejuízo (que pode ser enorme). Segundo e mais grave, o universo de brasileiros dispostos dar dinheiro de graça ao banco (afinal, a poupança vem tendo rendimento real negativo) parece que chegou ao limite. A poupança secou e em breve não haverá recursos para financiamento imobiliário às taxas com as quais nos acostumamos. Os juros para o financiamento imobiliário correm o risco de voltar para perto dos 20% ao ano, o que fará com que as parcelas do financiamento fiquem inviáveis para parte relevante da população. O preço dos imóveis cairia então significativamente, um problema seriíssimo em particular para quem comprou imóvel recentemente.
Um negócio de baixo risco
Fazer o que se ama e disso retirar seu sustento é o sonho de muita gente. Mas o que fazer e como fazer? Qual é a necessidade a ser atendida e quem tem essa necessidade? Qual o dinheiro necessário para compor o capital inicial e o capital de giro? Essas são algumas perguntas que deveriam passar pela cabeça e ser respondidas por aqueles que sonham em ser felizes e trabalhadores donos de seus negócios próprios. Se possível, que o empreendimento comece pequeno, com um tamanho bem adequado, enquanto o experimento vai sendo delineado.
Um caso interessante foi publicado no site do Projeto Draft – Pão, Facebook e Motoboy: Como uma padaria caseira virou um negócio de baixo risco em São Paulo. A experiência da Beth Bakery, uma micropadaria que assa pães, bolos e biscoitos semanalmente, mostra que é possível começar pequeno e, quem sabe, continuar pequeno, sem deixar de trabalhar ou lucrar.
Terapia de grupo contra a crise
A maior parte dos indicadores de gestão mostra o tamanho e a profundidade da crise econômica, política e social que o país está vivendo. Cada pessoa, no seu nível, vai tentando se virar para superar um dia após o outro. Na troca de figurinhas muitas são as ideias e sugestões compartilhadas a partir das mais variadas experiências. Se isso for feito com método, o resultado pode ser melhor ainda e servir de referência para muito mais pessoas. Neste artigo publicado pelo jornal O Globo, o repórter Bruno Rosa mostra a experiência de empresários e presidentes de Conselhos de Administração que estão se reunindo para observar e analisar a conjuntura e os cenários que vão se desenhando no curso da crise. Um dos entrevistados disse:
“Numa empresa, só há um presidente. Então, é importante se reunir com outros presidentes uma vez por mês para trocar ideias e buscar aconselhamentos. A gente ainda tem palestras sobre vários temas de interesse. E, num momento como o atual, de desafio econômico, esses encontros se tornam mais relevantes”.