Vale a leitura
Espantando moradores de rua – As pessoas que moram nas ruas e as sem teto, que lutam por um espaço nas ocupações, são parte integrante da realidade urbana das regiões metropolitanas e cidades de médio porte do Brasil. Apesar de serem invisíveis para muitos, os problemas existem e causam incômodos em diversas classes sociais. Enquanto as soluções ainda estão longe do que seria adequado, os conflitos vão se acentuando. É emblemático o caso ocorrido na Vila Leopoldina, na cidade de São Paulo, onde os moradores de condomínios de alto nível pagam segurança privada para afastar moradores de rua com os mais variados problemas. Leia nesta reportagem da Folha de São Paulo.
Persistência na educação dos filhos – Cai a taxa de fecundidade no país e aumenta o número de pessoas se perguntando se querem ter filhos ou não. Quem os teve, de maneira planejada ou não, se vê frente ao desafio de educar. Educação vem de casa e não adianta terceirizar para a escola, que tem papel de complementar a formação. Também não existe um manual que leve à padronização dos resultados e, na prática, cada caso é um caso, apesar de tantos fundamentos e conhecimentos disponíveis. A educadora Rosely Sayão mostra, neste artigo, o valor da persistência na educação dos filhos.
Educar é um processo contínuo e isso significa que os resultados das estratégias que usamos com os mais novos podem não ser imediatos ou rápidos. Mas persistir por um tempo é o que irá mostrar se podem funcionar ou não.
A vida é mais do que uma lista de tarefas – Se periodicamente as pessoas não conseguirem um tempo para analisar as suas rotinas, dificilmente perceberão que estão sendo engolidas pela quantidade de tarefas que precisam executar, sendo todas elas urgentes e obrigatórias. O resultado é muito cansaço, muita reclamação e falta de energia para aproveitar melhor os momentos que poderiam ser vividos. Neste artigo o escritor e publicitário Gabriel Garcia de Oro compara a situação das pessoas atarefadas com a de Cinderela, que precisa realizar inúmeras tarefas até a hora de ir ao baile. O autor vai direto ao ponto:
Pois bem, nós não somos muito diferentes dela. Antes de poder ir aos nossos bailes, quer dizer, fazer aquilo que realmente queremos, que nos motiva e quem sabe até pode mudar nossas vidas, estamos submersos em uma quantidade infinita de tarefas: a casa perfeitamente organizada, a máquina de lavar trabalhando, a criança matriculada em quatro atividades extracurriculares; é preciso ser, claro, muito produtivo em nossos empregos, amantes excelentes e criativos com uma vida social rica, ativa e variada… e ter o Facebook atualizado.
Geração 68, de vitoriosa a derrotada – O jornalista Ricardo Kotscho voltou à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde ingressou como aluno da primeira turma de jornalismo em 1967, quando o curso foi criado. Ele ficou assustado com a passividade dos alunos de hoje e fez a inevitável comparação com as efervescentes turmas de sua época, que combateram a Ditadura Militar com o movimento estudantil de 1968. O artigo foi publicado no seu blog, Balaio do Kotscho.
Nos debates de que participei quando era aluno, os palestrantes passavam o maior sufoco. Eram contestados a todo momento. Desta vez, porém, depois de uma hora de conversa, me dei conta de que só Heródoto e eu falamos, sem ninguém nos interromper para discordar de nada. Até comentei isso para dar uma provocada na turma, que ficou só olhando para a minha cara como se eu fosse um extraterrestre.
Com o entusiasmo de sempre, Heródoto falava das maravilhas das novas tecnologias e eu da minha paixão pela reportagem, relembramos fatos históricos, arriscamos previsões sobre o futuro da profissão. Quando chegou a vez das perguntas, ninguém tocou nas profundas crises que o país está vivendo em todas as áreas. Na verdade, nem eram perguntas, mas apenas comentários sobre teorias da comunicação e mercado de trabalho, algo bem limitado ao que costumam discutir em sala de aula. É como se não estivessem preocupados com o que acontece fora das fronteiras da universidade.