Uma passadinha na festa
Sabe daquelas ocasiões em que alguém te convida para um encontro num barzinho, boteco ou restaurante para comemorar o aniversário de alguém que faz parte de um determinado grupo?
O caso que vou contar aqui ocorreu em Belo Horizonte e o ápice do evento foi na noite da sexta-feira, 8 de abril, num barzinho da zona leste da cidade. Diz-se popularmente que “o melhor da festa é esperar por ela”, então só por aí dá pra imaginar como foi a mobilização e a preparação para esse evento. No dia, o objetivo era comemorar o aniversário de nascimento de uma das participantes de um grupo composto por 9 amigas de longa data.
As duas participantes do grupo que tiveram a iniciativa de propor o encontro assumiram a produção do evento e logo definiram o local da festa, com antecedência de 15 dias. Ficou decidido que a aniversariante teria como presente a não participação no rateio das despesas e que a duração da festa seria de 3 horas – das 19h às 22h. Foi criado um grupo no WhatsApp para centralizar todas as comunicações relativas ao evento e manter mobilizadas as participantes. Pelo menos duas vezes por dia uma das administradoras do grupo reforçava no WhatsApp a contagem regressiva para o dia marcado e fazia alusão sobre as roupas que cada uma usaria bem como as comidas e bebidas que estariam disponíveis.
A quarta-feira que antecedia o evento era a data limite para que todas confirmassem a presença, até mesmo a aniversariante, a grande homenageada.
Foi aí que surgiu a dificuldade de uma das convidadas para chegar ao local na hora combinada. Uma das coordenadoras insistiu para que ela se esforçasse para dar uma passadinha lá assim que seu compromisso profissional terminasse.
E assim chegou o dia da querida festa. Pontualmente às 19 horas teve início a comemoração. Tudo começou com a fala de uma das coordenadoras do evento, enaltecendo a aniversariante que, em seguida, balbuciou algumas palavras de agradecimento pelo momento. Em seguida começaram a ser feitos os pedidos de bebidas destiladas, fermentadas e até sucos, bem como os tira-gostos como salgadinhos e porções de carne, batatinha e mandioca frita, por exemplo.
Após duas horas de muita conversa, bebida, comida e olhos na tela do celular alguém propôs que se cantasse os parabéns para a aniversariante. Alguém tentou sugerir que se esperasse um pouco mais pela chegada da amiga que estava no trabalho. A proposta foi atropelada pelo canto entoado pelo grupo, que acabou contagiando outras mesas do barzinho. Era visível o “grau” mais elevado de algumas das participantes.
Quando faltavam 15 minutos para o fim do evento a amiga que faltava chegou ao local, cumprimentou a aniversariante e as demais presentes. Naquela altura o clima já era de final de festa. Disse também que estava muito cansada e com fome. Pediu ao garçom uma porção de pastéis pequenos, com quatro unidades, e um refrigerante em lata.
Quando acabou de ser atendida uma das colaboradoras do evento falou – bem mais alto para superar o alarido – que a conta tinha sido fechada com a inclusão do pedido feito pela última participante a chegar. Disse, também, que tudo ficou em R$960 com a gorjeta do garçom incluída e que cada participante, menos a aniversariante, pagaria R$120 em dinheiro ou em cartão de crédito/débito.
A última participante a chegar ficou surpreendida com a forma usada para dividir a conta, mas não teve coragem de fazer objeção nenhuma. Enquanto comia o último dos quatro pasteizinhos entregou à coordenadora os R$120 da parte que lhe coube.
Porém ficou pensando que tudo ficou muito caro para ela. Ao dar uma “passadinha” na festa em função da duradoura amizade desembolsou mais dinheiro do que gostaria ou mesmo do que seria justo. Decidiu que lutará para não cair outra vez numa situação deste tipo. Será?
Você já viveu uma situação como esta? Qual foi a sua reação?