Um pequeno balanço na virada do ano

por Luis Borges 10 de janeiro de 2022   Pensata

Faz parte da nossa cultura, em diferentes intensidades e modos, que as pessoas separem um pouco de tempo perto da virada de cada ano – e não deveria ser só nessa época – para observar e analisar como foi a sua vida no período.

Os pensamentos e reflexões pululam e realimentam os sonhos, propósitos, objetivos e metas para o próximo ano que já estará começando. Esse também é um momento de olhar para trás, ainda que muitos não gostem de fazer isso, para aprender com os erros e acertos para melhor prosseguirmos em nossos projetos de vida. Aliás, esses projetos precisam ser colocados em movimento para que não fiquemos apenas numa autodeclaração de boas intenções, sem avaliação dos resultados nunca alcançados e sem verificar as suas causas.

Comigo não foi diferente e por isso mesmo pensei, refleti e avaliei muito nos últimos dias do ano passado o que foi bom e o que “deu ruim” em minha travessia no período que estava se acabando.

Vou citar aqui quatro pontos dos muitos que me ocorreram. Um primeiro ponto se refere à conjuntura brasileira na virada de 2020 para 2021, quando era grande a expectativa em relação ao início do processo de vacinação contra o vírus da Covid-19, que acabou se iniciando na segunda quinzena do mês de janeiro.

Eram grandes a incerteza, a insegurança, a ansiedade e o medo da maioria das pessoas diante do risco da contaminação e suas consequências. Agora que o ano passou e já tomei três doses da vacina – mas sabedor de que a pandemia não acabou – persisto preocupado com as novas variantes do vírus que vão se sucedendo e a demora para começar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos.

O segundo ponto está no olhar para a economia brasileira ao longo do ano. Ficou visível a consolidação da perda do poder aquisitivo e a obrigatória necessidade de adequar o orçamento a partir do questionamento de gastos. Foi preciso revisar e reduzir as contas de telefones, fixo e celular, TV a cabo, internet, plano de saúde, consumo de água, energia elétrica… A estratégia foi e continua sendo de sobrevivência, pois sabemos como será difícil o ano eleitoral de 2022 e ainda mais com o crescimento econômico tendendo a zero.

O terceiro ponto está ligado às atitudes perante as medidas sanitárias para combater a transmissão do coronavírus a partir do distanciamento/isolamento social, uso de máscaras bem como a necessidade de evitar as aglomerações de diversos portes. É claro que o avanço da vacinação, aliado aos cuidados preventivos, contribuiu para a flexibilização das medidas de saúde pública. Mas ficou para cada um de nós a decisão sobre como retomar os encontros com outras pessoas e em qual quantidade, frequência e tipo de local. Concluí que vou continuar priorizando as ações a favor da segurança sanitária.

O quarto ponto a destacar é como ficou o meu e o seu nível de compaixão e solidariedade com as pessoas mais atingidas pelo aumento da fome, da insegurança alimentar e pelo incremento da linha da pobreza. O que foi e como continuará sendo encarar de frente os pedidos de ajuda feitos pelas pessoas nas portas das padarias, sacolões, açougues, farmácias e supermercados, por exemplo?

Será que ajudei conforme a minha capacidade ou poderia ajudar mais e sem questionar imaginariamente a destinação que seria dada à aquela ajuda? De qualquer maneira tudo toca o coração quando ainda tenho a capacidade de me indignar e de ficar atento para não cair na indiferença.

E você caro leitor, como ficou seu balanço de virada do ano?

  Comentários

Publicado por

Publicado em