Que olhar é esse?
Que atravessa a escuridão
sem ver a claridade,
ainda que bem longe
no fim do túnel?
Os limites não se mostram definidos
nos contornos da visão tubular,
determinados de maneira glaucomatosa,
que não mais enseja contar estrelas.
Mas trazem a nítida sensação
de que a lua cheia minguou.
A vida prossegue
em constante reinvenção.
E atenta à dor não doída
de trabalhar com o imaginário,
para formar a imagem
que os ouvidos só amplificam.
O inconsciente fala no claro escuro
da complexa arte de viver,
que nos desafia em caráter permanente
rumo à aprendizagem,
que faz triunfar a sabedoria
para a temperança do essencial.
Luis, somente você poderia escrever essa poesia. Só alguém que vive com a dor “não doída”, poderia perceber e escrever algo com tanta propriedade.
“Eis o meu segredo: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos…” (Antoine de Saint-Exupéry)
Um grande abraço.
Nancy