Tia Terezinha foi encontrar Marialva

por Luis Borges 17 de dezembro de 2014   Pensata

Não viemos por teu pranto
Nem viemos pra chorar
Viemos ao teu encontro
E estamos no teu altar
Por seguir nosso caminho
Que é também teu caminhar

Trecho de “Na terra como no céu”, de Geraldo Vandré

Comecei a saber sobre tia Terezinha a partir de conversas com o seu sobrinho. Aquele que andava de patins e passava direto pelos quebra-molas das alamedas do bairro São Luiz, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Ele falava também de sua prima Ana Paula, única filha de sua tia, que era irmã e amiga de sua mãe Marialva, que já estava em outro plano naquele momento. Algum tempo depois, foi tia Terezinha que o conduziu ao altar na cerimônia religiosa de seu casamento.

Há menos de três meses tive uma feliz oportunidade de conversar com ela durante as comemorações do aniversário de nascimento de seu neto Dedé. Entre uma conversa e outra, ela também brincava com o aniversariante e com seu irmão Vini, enquanto seu genro Marcos liderava a churrasqueira. Percebi e confirmei naquele domingo muito do que eu já ficara sabendo.

Tia Terezinha demonstrava ser uma mulher de muita vitalidade, parecendo um foguete em ação, preocupada com a família e com muita disponibilidade para colaborar no que fosse necessário. Ela também mostrou o quanto estava bem informada sobre o que acontecia no Brasil e no mundo, ao mesmo tempo em que deixava clara a certeza de que seu time seria o campeão brasileiro de futebol. A tarde foi muito agradável e, ao nos despedirmos, ficou a combinação de um novo encontro antes do Natal.

Tia Terezinha / Foto: Thiago Costoli

Foto: Thiago Costoli

O encontro será no próximo domingo, 21/12, mas uma dor abdominal que já se manifestava da outra vez acabou apressando a partida de Tia Terezinha para o outro plano. No dia 04 de dezembro seu espírito deixou o corpo e com certeza foi encontrar Marialva. A dor de sua partida com apenas 69 anos de idade nos deixa de luto, tristes, mas motivados para que tudo vá se transformando em saudades enquanto caminhamos para o dia em que também faremos a travessia para o outro plano.

Sei que tia Terezinha nunca estará só, como sinalizou ao entrar para a UTI do hospital, e que continuaremos cultivando a roseira e as rosas de sua obra, cujo símbolo maior é a sua querida Ana Paula.

Tia Terezinha, se nosso convívio foi pequeno mas de qualidade, a admiração pelo seu modo de ser é maior que o mundo. Prosseguiremos e caminharemos com a sua família, “que é também teu caminhar”.

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