Tempo perdido no médico

por Luis Borges 14 de março de 2018   Pensata

Uma jovem cliente de um plano de saúde marcou uma consulta com uma médica especialista em otorrinolaringologia, profissional de quase 4 décadas de experiência. Para a consulta, a jovem escolheu uma unidade própria de seu plano, onde há atendimento para diversas modalidades. A médica atente ali e também em sua clinica particular, mas com horários mais restritos.

A consulta foi marcada para as 11 horas de uma quarta-feira, logo no primeiro horário da especialista. A cliente chegou ao local da consulta com antecedência de 10 minutos e se posicionou em frente ao consultório numa cadeira pouco confortável. Às 11h15, sem notícia da médica, uma pessoa do serviço de limpeza entrou na sala e lá permaneceu durante outros 15 minutos. Alguns minutos depois finalmente chegou a médica que imediatamente chamou uma cliente – que não era a que estava marcada para o primeiro horário.

Às 11h38 a primeira pessoa atendida deixou o consultório chamando a jovem paciente a entrar na sala. A médica estava de cabeça baixa, não respondeu ao cumprimento de “bom dia” e já foi perguntando porque ela foi lá e o que estava acontecendo. A jovem não respondeu de pronto e perguntou à médica a razão de tanto atraso para atender quem marcou o primeiro horário.

A inesperada pergunta fez com que a médica levantasse o rosto e olhasse para a cliente pela primeira vez e disparasse o seu rosário de justificativas, entre elas a de que precisou passar em sua própria clínica antes, pois atende lá a partir das 8h30 e que acabou se atrasando. Também disse que atendeu outra pessoa antes por se tratar de uma emergência, aliás, uma justificativa usada com muita frequência por outros profissionais do segmento. A cliente replicou dizendo à medica que, independente das suas justificativas, se sentia totalmente desrespeitada como cliente por não ter sido atendida no horário combinado. E mais, só marcou a consulta naquele local e horário porque começa a trabalhar às 13h na região oposta da cidade e que fazia parte do seu planejamento almoçar com tranquilidade antes de chegar ao trabalho.

A consulta prosseguiu com a informação da cliente sobre uma irritação no nariz que surge “do nada” e que parece ser causada por alergia a alguma coisa. A médica fez observações rápidas, em tom professoral e “despachou” a paciente, sugerindo que marcasse outra consulta para outro procedimento. Quando a paciente saiu da sala eram 11h46. Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde estabelece que uma consulta médica deve ter duração mínima de 15 minutos.

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