Qual é a pressão ideal para uma idosa?

por Luis Borges 18 de março de 2019   Pensata

Temas ligados à saúde das pessoas ao longo do curso de vida tem a capacidade de gerar discussões familiares acaloradas, opiniões incisivas e o uso de muitas informações, por exemplo, da internet, que podem estar corretas ou não.

Também são comuns nessas ocasiões a defesa de cada argumentação citando que caso parecido aconteceu com algum conhecido que ficou bem ou lembrando o caso do pai de um colega de trabalho que acabou falecendo, por exemplo. Mas considerando que cada caso é um caso fica difícil embarcar nessas discussões em que a emoção prevalece.

Aqui vale lembrar que o conhecimento advém de fundamentos e conceitos que dão suporte às técnicas e métodos que, se aplicados adequadamente, podem levar a resultados significativos, inclusive nas questões ligadas à saúde.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades. Como se vê, estamos longe da excelência.

Muitas são as dificuldades enfrentadas por quem precisa resolver um problema ligado à saúde tanto na rede pública quanto na maior parte dos planos privados de saúde suplementar com seus limites técnicos. E o que fazer quando os especialistas divergem em seus diagnósticos e prognósticos?

Ilustra bem a situação o que está acontecendo com uma senhora de 87 anos de idade, viúva, lúcida, com dificuldades motoras e cliente de um plano de saúde de ampla cobertura com reajustes anuais acima de 20% nos últimos 3 anos. Ela tem uma família grande e mora em sua própria residência onde tem o suporte de uma empregada doméstica ao longo do dia e de cuidadoras de idosos todas as noites e nos finais de semana.

Acontece que as condições funcionais vão piorando com o avanço da idade e com ela não é diferente, mesmo com todos os cuidados. É o metabolismo que desafia, a tireoide que ajuda no desânimo, os rins brigando com a creatinina, a memória que se enfraquece ou a pressão arterial subindo e descendo tal qual um iô-iô enquanto o coração vira uma palpitação só. No momento, o que mais esta pegando para a idosa é que os especialistas que cuidam dela não estão se entendendo sobre a medida da pressão arterial mais adequada para o seu caso. O geriatra diz que a pressão arterial é aceitável até 16×9 em função da idade, mas com o uso continuo de uma combinação de medicamentos apropriados. Entretanto solicitou o acompanhamento de um cardiologista que, com alguma relutância, acabou concordando com a medida prescrita pelo geriatra. Mas como este também pediu o acompanhamento de um nefrologista e um endocrinologista, os dois propuseram uma meta de pressão arterial a 12×8 e uma ortodoxa dieta, restringindo a quantidade de alimentos ricos em carboidratos e proteínas. O endocrinologista esqueceu-se das dificuldades motoras e chegou a prescrever caminhadas.

Como fazer para combinar tudo isso, os especialistas ainda não disseram. Enquanto isso, a família tenta chegar a um consenso sobre como agir e a idosa manifesta cansaço, além de pouca empatia com o nefrologista e o endocrinologista.

Você já passou por uma situação semelhante? Se sim, qual foi a solução encontrada?

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