Ao celebrar nesse 12 de dezembro o 119º aniversário de Belo Horizonte meu primeiro ato foi lembrar-me que aqui cheguei quando a cidade estava na plenitude de seus 75 anos, em agosto de 1973. Crescer e me desenvolver na cidade – que também cresceu muito em diversos sentidos – fez e continua fazendo parte do meu viver. Enquanto caminho, buscando fazer da aprendizagem um elemento fundamental para a aquisição de uma sábia maturidade num tempo que é finito, sinto como é importante a contribuição da cidade na geração de melhores condições de vida para os cidadãos.
E aqui começa meu segundo ato tradicional de aniversário – a reflexão para contribuir no levantamento e priorização dos problemas que precisam ser resolvidos, buscando a permanente melhoria contínua. Não se trata apenas de reclamar ou jogar tudo nos ombros dos eleitos para fazer a gestão da cidade. O sentido é o de se reforçar mecanismos para a implementação e fortalecimento da democracia participativa. Tenho a certeza que muitas coisas ruins que hoje são criticadas tiveram seu florescimento facilitado pela omissão e conivência de muita gente boa.
É importante querer encontrar e usar, de maneira civilizada, todos os meios possíveis para endereçar nossas observações e propostas para a solução dos problemas identificados. E também, é claro, sugestões de inovações que podem ir do redesenho de um processo existente até a apresentação de uma nova tecnologia.
Só para ilustrar o que estou propondo, gostaria de lembrar ao próximo prefeito da cidade que não dá para fazer uma gestão sem planejamento estratégico e muito menos sem o reposicionamento estratégico, que devem estar alinhados com um orçamento real, fundamentado em premissas sustentáveis e com muita consistência, com lastro em fatos e dados. Quem olha o orçamento da Prefeitura nos últimos 15 anos vê que sempre houve uma diferença de até 20% para menos entre o valor orçado e o que foi efetivamente realizado. Neste ano de 2016 sonhava-se com uma arrecadação de R$12,7 bilhões e a linha da meta mostra que tudo não passará dos R$9,5 bilhões. O que falar ou que justificativa dar diante de tamanha discrepância?
Meu terceiro ato é dar uma pausa na minha lista e cantar parabéns para Belo Horizonte, desejando que a cidade prossiga sendo um ótimo lugar para se viver, na certeza de que nada é tão bom que não possa ser melhorado e que tudo também depende de nós.