A presença de Michel Temer na Presidência da República completa 9 meses hoje. A crise política persiste, ilustrada na encarniçada luta pela ocupação permanente do poder e olhar atento nos rumos da operação Lava Jato. A solução que ainda não veio para a profunda recessão econômica tem sido condicionada à realização de algumas reformas estruturais do país. Entre elas a mais falada e comentada é a da Previdência Social.

A sensação mais nítida é que a referida reforma parece ser a panaceia para boa parte dos males enfrentados pelo Estado brasileiro. A tentativa de convencer a população de que a reforma é necessária e urgente tem sido feita com foco na inviabilidade financeira do sistema atual, ao qual se atribuem sucessivos déficits anuais não muito transparentes. Alia-se ao déficit a argumentação em torno do aumento da longevidade da população e do decréscimo das taxas de natalidade.

Fazer essa discussão pressupõe que as informações e o conhecimento que se tem sobre o assunto sejam disponibilizados de maneira integral para a consulta e os estudos de qualquer pessoa ou organização humana interessadas. A partir da discussão racional – sem chantagens emocionais, com honestidade intelectual e metódica capacidade de saber ouvir e falar – teremos boas probabilidades de formular algo consistente em função das várias variáveis que contornam a previdência social pública e privada.

Mas o que se percebe até o momento não é bem isso. Quando o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda anunciou os resultados do INSS em 2016 grande ênfase foi dada essencialmente ao déficit de R$149,7 bilhões e a seu crescimento de 74,5% em relação a 2015, quando ficou em R$85,81 bilhões. O primeiro impacto parece grande e assustador, mas atende bem aos objetivos governamentais para impor a obrigatoriedade da reforma. Mas a informação é parcial e omite diversos outros dados envolvidos no resultado. Por exemplo, se as despesas aumentaram e a arrecadação não acompanhou, de cara é preciso lembrar da quantidade de desempregados que a recessão econômica ajudou a gerar e que não contribuem para a Previdência.

Também é preciso lembrar outras receitas destinadas à Previdência e que não incidem sobre a folha de salários e contribuição patronal. É o caso do dinheiro arrecadado com a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que é destinado à Previdência, saúde e assistência social. Somem-se aí também os recursos previstos no Programa de Integração Social (PIS), na Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e nas destinações das loterias da Caixa Econômica Federal. Pesa bastante nesse déficit o não repasse de recursos do Tesouro Nacional para que o INSS possa cobrir as aposentadorias dos trabalhadores rurais (Funrural). Tal repasse, previsto pela Constituição cidadã de 1988, corresponde a R$103,4 bilhões no déficit de 2016. Finalmente vale lembrar as renúncias de receitas previdenciárias feitas em função do Simples Nacional, entidades filantrópicas, produtores rurais e microempreendedores individuais, que são estimados em R$43,40 bilhões.

Outro aspecto que precisa ser demonstrado com muita transparência é se existe ou não a incidência da Desvinculação de Receitas da União (DRU) sobre o recursos do INSS.

Como se vê é preciso abrir a caixa preta da previdência dos trabalhadores do setor privado, que não é muito diferente do setor público, inclusive servidores militares. Aqui nessa Pensata tentei desdobrar apenas uma dimensão da questão ligada ao déficit e que não resiste muito diante das evidências citadas. A discussão da Proposta de Emenda à Constituição que pretende fazer a reforma previdenciária ainda vai dar “pano pra manga” e depende também de nós, aposentados e não aposentados.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 10 de fevereiro de 2017   Curtas e curtinhas

Vale quanto pesa?

O orçamento do Congresso Nacional para 2017 prevê gastos da ordem de R$10 bilhões. A Câmara dos Deputados com seus 513 parlamentares gastará algo em torno de R$6 bilhões enquanto o Senado com seus 81 parlamentares vai despender em torno de R$4 bilhões. Os gastos com salários, benefícios e encargos sociais consumirão 80% do orçamento da Câmara e 85% do Senado.

Depois de um recesso de 42 dias as duas casas elegeram seus presidentes e mesas diretoras. Agora só falta eleger os membros das Comissões e tentar começar a produzir algum resultado nesse curto mês de fevereiro, pois dia 23 terá início o recesso de Carnaval. Vale lembrar que a volta do recesso se dará lá pelo dia 7 de março, em plena Quaresma, e que em 6 de abril terá início o recesso da Semana Santa. Logo após a volta em 18 de abril, haverá o feriado nacional de Tiradentes no dia 21, sexta-feira.

Se até o calendário conspira a favor do ócio e com o custo garantido pelo orçamento independente da recessão econômica, o que esperar da vontade e da produtividade dos parlamentares?

O tempo é infinito no STF

Em 1996 o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ratificou, por meio do Decreto 1.855/96, a adesão do Brasil à Convenção nº158 da Organização Internacional do Trabalho. Basicamente ela prevê que um trabalhador só pode ser demitido na existência de uma causa justificada relacionada à sua capacidade ou ao seu comportamento. Mas oito meses depois o então presidente cancelou essa adesão por meio de outro decreto, o 2.100/96. A Central Única dos Trabalhadores e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal alegando a inconstitucionalidade da medida. Após 20 anos de tramitação o STF ainda não fez o julgamento da ação que, em setembro de 2016, recebeu um pedido de vistas do Ministro Dias Toffoli.

No tempo que parece infinito para o STF acumulam-se 70 mil processos esperando um julgamento final.

Agora já são 28 Ministérios

O discurso da austeridade e do equilíbrio das contas públicas sucumbiu mais uma vez diante das necessidades políticas do Presidente da República. O resultado é a criação de mais dois ministérios com todo o aparato de pessoas, equipamentos, passagens aéreas, jatinhos, infraestrutura e custeios em geral, além do preenchimento de vários cargos através do recrutamento amplo segundo critérios político-partidários da base aliada. Se a promessa inicial era ter uma estrutura com 22 ministérios, eles agora já chegam a 28. Com um pouquinho de esforço e necessidade política não me surpreenderei se brevemente passarem a existir 32 ministérios, mesmo numero do final do mandato da presidente Dilma Rousseff. Ainda existe uma enorme distância entre a intenção e o gesto, por mais que se queira mostrar que alguma coisa diferente está sendo feita.

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Regras só para os outros

por Luis Borges 7 de fevereiro de 2017   Pensata

A sociedade brasileira está atravessando um momento de intensos questionamentos nas mais diversas dimensões de sua estrutura. A intensidade aumentou a partir das difusas manifestações de rua de 2013, prosseguiu com as polarizadas eleições presidenciais de 2014 e desaguou no impeachment político-jurídico da Presidente da República em 2016. Tudo isso gerou muitos pontos para a pauta dos insatisfeitos, intolerantes e portadores de ódio. Nos tribunais das redes sociais os juízes opinam sobre qualquer assunto e emitem seus julgamentos quase que instantaneamente. Valem a emoção e a fúria da hora, pouco importando se o que está sendo mostrado tem fundamento ou se a proposta apresentada é consistente.

Pessoas, grupos e diversas modalidades de organizações humanas têm todo o direito à liberdade de manifestação e expressão, mas também devem ter uma prática coerente com o que preconizam para os outros.

No nível macro, vejo pessoas questionando a corrupção e seus agentes, a falta de oportunidades para todos, o descaso com o meio ambiente ou a falta de cumprimento das leis existentes ainda que algumas sejam imorais, só para ficar em alguns poucos exemplos. No entanto, fico observando e analisando as posturas de algumas dessas mesmas pessoas no plano micro, quando elas estão inseridas no bairro em que vivem ou nos locais em que instalam seus negócios. Não raro fico sabendo de casos em que os protagonistas tão críticos de todas as mazelas do cotidiano da nossa república também não cumprem com seus deveres.

É o negócio aberto sem qualquer concessão do alvará de funcionamento emitido pela Prefeitura Municipal… é estacionar um veículo na entrada da garagem de um edifício, atrapalhando o ir e vir dos moradores… é colocar sacos de lixo na calçada no dia anterior à coleta… é realizar eventos em praças públicas sem se preocupar com licença de eventos ou com a conservação do espaço… é estacionar o carro em fila dupla na porta da escola sem se preocupar com o trânsito… os exemplos são reais e facilmente enumeráveis!

E assim a vida prossegue, os conflitos se acentuam, cada um vai cuidando de si e dando um jeitinho de se safar das regras que são para os outros. E sempre haverá um meio de falar bastante dos outros que se apropriam de coisas públicas só que em escalas maiores. Mas o fundamento não é diferente e unifica a todos que querem levar vantagem em tudo. Do micro ao macro a essência é a mesma, só varia o tamanho do que é feito.

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Vale a leitura

por Luis Borges 5 de fevereiro de 2017   Vale a leitura

Fazer o que se gosta ou gostar do que se faz?

Encontrar um trabalho que atenda nossas necessidades e expectativas não é tarefa das mais fáceis, ainda mais em tempos de recessão econômica. Se sonhamos com a ideia de trabalhar naquilo que se gosta, muitas vezes acabamos tendo que gostar daquilo em que trabalhamos devido à imperiosa necessidade da sobrevivência. Esse pode ser um ponto de partida para a insatisfação e a infelicidade, sempre realimentadas pelas mais diversas causas que se fazem presentes num processo de trabalho, geralmente a começar pelo chefe. É interessante a abordagem sobre o tema feita por Lucy Kellaway no artigo Empregos melhoraram, mas por que nos sentimos tão infelizes?, publicado pela Folha de São Paulo.

“Pessoas dotadas de diplomas universitários tendem a desgostar de seus empregos mais frequentemente que as pessoas não diplomadas. E assim, já que hoje mais pessoas têm diplomas universitários, a infelicidade é maior. À medida que ascendemos pela hierarquia das necessidades de Abraham Maslow, se torna mais difícil apreciar o panorama visto de cima”.

Real x virtual

Como os adolescentes de hoje, e não só eles, estão se comportando diante do predomínio do virtual, que torna dispensável um encontro presencial entre as pessoas? Como fazer para atrair e prender a atenção de alunos adolescentes virtualizados numa sala de aula da segunda metade do ensino fundamental ou do ensino médio? Camila Apell aborda essa questão a partir da pedagogia cemiterial no artigo Vamos começar pelo fim? publicado no blog Morte Sem Tabu.

“O adolescente virtualizado é descrito pela autora como aquele que prefere interagir emocionalmente e racionalmente pela internet e acaba se distanciando cada vez mais da realidade. Uma consequência brutal desse comportamento é não conseguir perceber a morte como concreta, o corpo como finito, e também seria um dos motivos para o crescimento das taxas de suicídio e de comportamentos autolesivos entre os jovens”.

Donald Trump está causando

A maior parte dos institutos de pesquisas americanos não conseguiu detectar nas sondagens de opinião a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. Se o discurso de campanha de Trump assustou muita gente ao propor a construção do muro na divisa com o México, o combate à globalização, o bloqueio aos imigrantes… agora que ele já tomou posse da cadeira presidencial dá para se ver nesses 15 dias como é grande a sua vontade de implementar as proposições feitas e que o levaram à vitória. Mas como entender o que significa a vitória de Donald Trump em função da correlação de forças existente atualmente no planeta Terra? Uma explicação bastante consistente foi dada pelo Frei Leonardo Boff em seu Trump: uma nova etapa da história? publicado no blog do autor.

“Estamos, pois, diante de uma profunda crise de civilização. Diluiram-se as estrelas-guias e surgiu seu oposto dialético: a busca de segurança, de ordem, de autoridade, de normas claras e de caminhos bem definidos. Na base do conservadorismo e da direita em política, em ética e em religião se encontra este tipo de percepção das coisas. Ela está a um passo do fascismo como se verificou na Alemanha de Hitler e na Itália de Mussolini”.

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* por Sérgio Marchetti

É Carnaval! São três dias de folia e brincadeiras… Que nada! Tudo mudou. A brincadeira se transformou em droga, sexo e axé. O que resta nas memórias de algumas retinas fatigadas como as minhas é a saudade das brincadeiras dos antigos carnavais. Era diversão, mas isso é pura nostalgia de quem amava os salões e as marchinhas.

Quando Luiz Carlos Paraná escreveu Maria, Carnaval e cinzas, eu, criança, achei uma falta de gosto fazer uma letra tão triste para o Carnaval. Vejam duas estrofes:

Nasceu Maria quando a folia
Perdia a noite ganhava o dia
Foi fantasia seu enxoval.
Nasceu Maria no carnaval.
E não lhe chamaram assim como tantas
Marias de santas, Marias de flor
Seria Maria, Maria somente
Maria semente de samba e de amor.

Morreu Maria quando a folia
Na quarta-feira também morria.
E foi de cinzas seu enxoval
Viveu apenas um carnaval.

Hoje, adoro a letra. Continuo achando triste, mas gosto dela. Tempos depois, também escrevi uma “letrinha” para sair com um bloco de amigos. Mas nunca saímos e a letra ficou guardada. Também não é nada alegre, mas é o que tem para hoje: saudade.

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Bloco de rua em BH no carnaval de 2014. / Foto: Marina Borges

Carnaval e cinzas  - poeta triste trazendo alegrias...

O meu bloco vai sair na rua
E você vai sambar tão nua,
Vai fazer o povo me aplaudir,
Vai fazer o povo me sorrir...

E no delírio que esta marcha traz
Todo mundo vai sentir em paz,
Vão vibrar com a nossa alegria,
Vão dançar com a nossa  folia

E em coro então vão cantar:
Esta é a marchinha de um poeta triste,
Esta é a pureza que ainda existe;
Este é um bloco bem genial.
É a alegria do meu carnaval.

E minha ala  vai passando lenta,
E a multidão nos saudando atenta...
É a alegria desse povo triste, 
Que durante todo o ano insiste

Pra poder num carnaval cantar:
Esta é a marcha de um poeta triste,
Esta é a pureza que ainda existe;
Este é um bloco bem genial.
É a alegoria do meu carnaval.

São três dias de loucura e fantasia, 
São três dias de teatro e poesia.
E antes  da quarta-feira acordar
O nosso bloco vai com tudo pra abalar,

Pois ainda temos uma noite para cantar:
Esta é a marcha  de um poeta triste,
Esta é a pureza que ainda existe;
Este é um bloco bem genial.
É a nobreza do meu carnaval.

A quarta-feira vai se anunciar
E as cinzas vão nos separar...
Outra vez, a fantasia durou pouco.
Mas por você continuo sempre louco.

E aí vou vestir a outra fantasia
Personagem sério, sem nenhuma alegria,
E com ela o ano todo desfilar,
Esperando um ano inteiro pra te amar,

Para de novo no carnaval cantar:
Este é o bloco de um poeta triste,
Esta é a pureza que ainda existe;
Este é um bloco bem genial.
É a nostalgia do meu carnaval.

E o meu bloco então passou...
Alegrias, fantasias, alegorias desfilou.
Mas chegou a quarta- feira e acinzentou
E o bloco, que era sonho, acordou.

Então, caro leitor, ponha seu bloco na rua, mesmo que ele seja o bloco do poeta triste, mesmo que sua marchinha nunca seja cantada e que a fantasia nunca seja usada e que tudo isso seja apenas um sonho de três dias. Deixe o bloco passar e levar toda a energia ruim. Seja mais livre, mais tolerante, deixe que o coração lhe conduza e a emoção, fruto de uma outra fantasia, lhe faça mais feliz.

Afinal, Carnaval é feito para usar fantasias e deixar que a insustentável leveza do ser possa tirá-lo do chão. Peça licença à tristeza, separe-se dela; “você pra lá e eu pra cá”, até quarta-feira. Então, fique de bem com a vida. “Vem… pra ser feliz…”

* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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Foto: Sérgio Verteiro

Ainda faltam 28 dias para o início da quaresma, que se dará na Quarta-feira de Cinzas, mas a floração das quaresmeiras do bairro de Santa Tereza já começou. Se o calor é intenso e as chuvas de verão às vezes chegam fortes e passam rápido, ou até são desviadas pelos ventos que as precedem, sempre vale a pena dar uma paradinha para olhar e usufruir da beleza das flores dessa árvore típica da Mata Atlântica. Não vale dizer que o tempo escasso nessa correria louca da vida impede que outros olhares aconteçam. Que tal tentar entender as causas fundamentais dessa falta de tempo?

Nas fotografias deste post estão dois exemplares das belas quaresmeiras que enfeitam o bairro. Que tal dar uma volta para descobrir outras?

À esquerda, quaresmeira na Rua Tenente Durval. À direita, quaresmeira na Rua Mármore.| Fotos: Sérgio Verteiro

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Faltam 26 dias para o inicio oficial do Carnaval e a cada dia os preparativos e ensaios para essa grande festa popular nos mostram o quanto vale dizer que “o melhor da festa é esperar por ela”.

Apesar da recessão econômica, da redução do orçamento de gastos públicos com a festa na maioria dos municípios e cancelamentos em alguns, além da grande queda no número de patrocinadores, as expectativas são bem altas. A julgar pelas projeções feitas para a cidade de Belo Horizonte verifica-se que 363 blocos desfilarão pelas ruas, crescimento de 30% em relação a 2016, e que 2,4 milhão de pessoas participarão da festa, crescimento de 20% em relação ao ano passado.

Tendo como premissas a liberdade de expressão, a movimentação e a organização, é de se esperar que prevaleça a civilização da sociedade que é composta de carnavalescos e não carnavalescos, todos com direitos e deveres que devem ser colocados em prática no convívio social. Nesse sentido e sempre respeitando quem se mantiver recolhido, vale lembrar e ouvir Sérgio Sampaio em sua música Eu quero é botar meu bloco na rua, de 1973.

Depois que a festa acabar espero que as ruas, praças e avenidas estejam, no mínimo, em condições semelhantes às que se encontravam quando tudo se iniciou.

Eu quero é botar meu bloco na rua
Fonte: Letras.mus.br

Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou

Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender

Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender.
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