Passados pouco mais de 75 dias da posse dos novos prefeitos municipais e dos reeleitos já se faz necessária uma avaliação inicial sobre os rumos que os negócios estão tomando. Já é possível ver sinais que mostram se o programa proposto foi só para embalar a campanha eleitoral que levaria ao poder ou garantiria mais 4 anos no cargo. Até aqueles que se diziam ser diferentes do que temos no varejo político partidário estão tendo dificuldades para mostrar que não são mais do mesmo. Dentre os diversos itens que devem ser avaliados destaco a importância do clima organizacional com os diferentes microclimas setoriais na estrutura organizacional que dá suporte à implementação do negócio dos municípios.

É preciso perceber e entender para agir em função do estado emocional das pessoas, inclusive as concursadas, que permanecem no trabalho. Muitas delas perderam cargos gerenciais, enquanto viram muitos contratados por recrutamento amplo encerrando seus contratos de trabalho e a chegada dos novos ocupantes dos mesmos cargos. É claro que isso não impediu muita propaganda tentando passar uma imagem de austeridade na gestão com a redução de gastos e a otimização de recursos financeiros, atualmente mais escassos.

Mas como estão as pessoas perante um clima organizacional bastante pesado diante de tantas incertezas trazidas pelas mudanças decorrentes de acordos e alianças eleitorais? As expectativas ruins aumentam diante da situação trazida pela queda da arrecadação municipal e pelo crescimento exponencial do número de desempregados. É preciso lembrar que as vagas de emprego no serviço púbico, aposentadorias de qualquer natureza e bolsa família é que movimentam boa parte da economia dos municípios brasileiros. Aliás, algo em torno de 3.200 municípios possuem população variando na faixa de 3 a 10 mil habitantes.

Se o clima como um todo está ruim, o microclima em cada setor parece pior ainda. Muitos servidores se dizem em banho-maria, aguardando diretrizes para ver como as coisas ficarão. Enquanto nada acontece vão conservando suas energias. Outros ficam desconfiados diante da chegada de cada novo diretor ou gerente e, com medo do que esta por vir, tentam se mostrar e descobrir a lógica da nova ordem. É nessa hora que vem a queixa de que o microclima do ambiente está muito pesado e desanimador. Para outros vem até a vontade de jogar tudo para o alto e sair correndo diante da lembrança que antes das eleições havia até uma certa zona de conforto. Muitos que tem condições de se aposentar estão tomando a decisão de pedir a aposentadoria e alguns mais vitimizados gastam alguma parte do tempo lamentando por não terem condições de se aposentar já.

Será que algum gestor vai fazer alguma coisa para despiorar ou amenizar o clima como um todo e o microclima das unidades gerenciais básicas? Ou salve-se quem puder numa estratégia de mera sobrevivência até que a onda passe?

Num clima desses o que esperar em relação à melhoria da qualidade do atendimento ao cidadão ou ao aumento da produtividade diante dos recursos finitos existentes?

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Ainda que se tenha uma grande falação sobre a inadmissibilidade de qualquer aumento na carga tributária vigente, de tempos em tempos surge uma nova maneira para se abordar o assunto, sempre visando arrecadar mais tributos.

É recente o discurso do Deputado Federal relator da proposta de reforma tributária acenando para a volta da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), tributo extinto em 2007 durante o governo Lula. Mais recentemente ainda o Ministro da Fazenda falou em aumentar impostos para cumprir a meta de déficit fiscal de 139 bilhões de reais em 2017, principalmente se a Proposta de Reforma da Presidência não for aprovada da forma como que foi enviada ao Congresso Nacional.

Se as tentativas sempre surgem existe também uma forma de aumentar a carga tributária simplesmente aplicando a lei da inércia para não corrigir automaticamente a Tabela do Imposto de Renda pelo índice da inflação oficial do ano anterior. Já se passaram 76 dias do ano em curso e nenhuma fala veio do falante Ministro da Fazenda sobre o caso.

Assim, partindo da premissa que “cantar nunca foi só de alegria” que tal reunir forças para lutar contra a brutal carga tributária cantando a música Imposto de Mircio Bezerra de Menezes?

Imposto
Autor: Mircio Bezerra de Menezes

É tanto imposto que às vezes me desespero cada vez eu to mais pobre e tem gente com castelo(2x)
Tudo que é posto muitas vezes é imposto e pode causar desgosto se não for gastado a gosto. 
O brasileiro já está virando o rosto vivendo com esse encosto que é chamado de imposto. 

É IPI, IPVA, ISS tem COFINS, PIS e PASEP deputado a se lascar 
Tem IOF, IR, ICMS acho que ninguém merece tanto imposto pra pagar. 

No meu feijão eu pago 18%, na cachaça é 100% que é coisa brasileira 
A carne tem o mesmo imposto do feijão, é 35% que eu pago no macarrão. 
É 19 e uns quebrado no leite 53, na gasolina, 42 no sabonete e o óleo já passou de 37,
56 na minha cerveja, no meu carro é 27. 
Papel higiênico quem é que pode aguentar tá em 40% nunca mais vou me limpar, 
A energia que a tudo ilumina tá mais de 45 eu vou voltar pra lamparina.
 
É tanto imposto, é tanta arrecadação eu não vejo o retorno na saúde e educação, 
Tudo isso sem falar na moradia o pobre do aposentado ta vivendo na agonia.

É tanto imposto que às vezes me desespero o povo fica mais e tem gente com castelo (2x)

O presidente tá pedindo pra gastar, "vamo" gastar minha gente que é pra crise não pegar. 
É que o Brasil não pode adoecer se o doente se for é no nosso que vai arder. 

Ore a Deus todo dia e agradeça pra que você não adoeça quando o ano começar, 
Pois não se esqueça que pagou o IPTU se precisar de injeção vai ter que tomar susto.
"Vamo" pagar imposto que é pro Brasil progredir.
É a marola, é a marola!
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O forte temporal que ocorreu em Belo Horizonte no finalzinho da tarde da quarta-feira passada (8/3) mostrou mais uma vez como a cidade ainda está despreparada para conviver com esse tipo de fenômeno. De novo ficou visível a falta que a gestão faz, tanto do ponto de vista estratégico quanto operacional. Os relatos mostrados pelos diversos meios de comunicação trazem os mesmos problemas de sempre, que já se tornaram crônicos, e para os quais as autoridades governamentais sempre têm uma justificativa. Geralmente é uma chuva maior do que a esperada, manifestações de todo tipo no Centro da cidade, uma falha num cabinho que derrubou todo o sistema do Centro Operacional da Prefeitura, a pane generalizada nos semáforos, maior quantidade de veículos coincidentemente circulando após a volta às aulas…

Estação Santa Efigênia no dia 8/3. 

Um aspecto pouco abordado pela mídia foi o impacto que a chuva teve para os usuários do metrô em pleno horário de pico, que já é normalmente caótico em dias secos. Um usuário registrou a foto e o vídeo deste post, quando tentava embarcar na Estação Santa Efigênia rumo à Estação Vilarinho, em Venda Nova. Como isso não era possível devido à enorme quantidade de pessoas na plataforma enquanto o metrô chegava lotado, o jeito foi embarcar no sentido Eldorado para tentar pegar o metro mais vazio no sentido contrário.

A “cheiúra” era a mesma, por isso esse usuário resolveu desembarcar na Estação Carlos Prates e retornar para desembarcar na Estação Central. Lá ele foi tentar embarcar num ônibus da estação Aarão Reis com destino ao bairro Morro Alto, em Vespasiano. Esperou mais de uma hora no ponto de embarque e quando conseguiu partir ficou com a sensação de que “saiu do espeto para cair na brasa”. Finalmente chegou em casa às 21:30 horas. No dia seguinte pela manhã, sem chuva, retomou sua trajetória cotidiana enquanto as autoridades governamentais continuavam falando para justificar e explicar mais do mesmo de sempre.

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Vale a leitura

por Luis Borges 13 de março de 2017   Vale a leitura

Mais exames

A crise é a mãe de todas as oportunidades. Ela também ajuda a embalar os questionamentos e as discussões sobre os altos custos da saúde e as permanentes denúncias da falta de recursos para o setor. Pouco se discute sobre a gestão e os desperdícios de toda natureza. Por que são solicitados inúmeros exames de apoio ao diagnóstico de qualquer problema ou porque tantas cirurgias com bons períodos de internação hospitalar são prescritas rapidamente, embora possam ter sua real necessidade questionada? Quais modelos de remuneração dos serviços médicos seriam os mais adequados no atual momento?  É o que aborda Cláudia Collucci neste artigo publicado pela Folha.

“Hospitais privados do país adotam programas de benefícios que, entre outros critérios, premiam médicos pelo volume de exames, cirurgias e internações que realizam. Quanto mais procedimentos, mais pontos ganham na avaliação – que inclui itens como fidelização, adesão aos protocolos clínicos e atuação em ensino e pesquisa. O médico que soma mais pontos consegue mais reputação dentro do hospital e privilégios como presentes, descontos em exames para ele e seus familiares e prioridade no uso do centro cirúrgico”.

Morar em casa ou apartamento?

Como nos ensina a sabedoria popular, “sapo pula é por necessidade e não por boniteza”. Se nesse momento o dinheiro está curto, o reajuste salarial não garante a reposição da inflação e falta trabalho para profissionais de todos os níveis é mais que obrigatório se fazer uma revisão dos custos de se viver. A dor e a delícia de se viver numa casa, num apartamento de um edifício residencial ou num condomínio fechado de casas e apartamentos ajuda a pensar no beneficio e no custo de cada opção. E a sensação de segurança ou insegurança pesa para fazer quais ponderações? Uma boa contribuição para ajudar numa tomada de decisão está no artigo Trocar condomínio por casa vai além do exercício matemático, escrito por Marcia Dessen publicado pela Folha de São Paulo.

Antecipando o fim da vida vegetativa

Em princípio as pessoas desejam viver dignamente até chegar o dia de fechar os olhos dignamente também. Mas o caminho que vai do nascer ao morrer não é linear e muitos podem ser os eventos surpreendentes ao longo do trajeto. Se vier o pior e a qualidade de vida ceder espaço ao estado meramente vegetativo, será que vale a pena prosseguir? Ou cada pessoa tem o direito de registrar a sua vontade de antecipar a morte diante de condições tão desfavoráveis e indignas? Confira o artigo O tabu do suicídio assistido no Brasil: morte digna ou crime contra a vida?, publicado pela BBC Brasil. Nele é abordada a situação atual do escritor Carlos Heitor Cony, de 90 anos, que diz:

“Há casos em que os remédios já não produzem mais efeito, a família gasta um dinheiro que não tem e, pior, o paciente não tem mais condições de viver, só de sofrer. Se não há uma solução médica ou científica, o suicídio assistido é a saída mais humana que existe”

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 9 de março de 2017   Curtas e curtinhas

De novo a Reforma Tributária

De tempos em tempos a Reforma Tributária volta à pauta – tem sido assim nos últimos 20 anos. Todos querem mudanças mas não querem perder o que já têm, principalmente de antes da queda da arrecadação com tributos nesses dois anos de brutal recessão da economia. Agora a proposta é fatiar a Reforma, que poderia começar pelas alíquotas do PIS. A mudança seria feita com a redução do número de alíquotas, que cairiam de 30 para 10, por exemplo. No entanto nada de mexer no volume da receita, que aumentaria em função do reenquadramento nas novas faixas. Assim a receita da União com o PIS passaria dos 4% do total de tributos arrecadados em 2016 para 5%, com potencial para atingir até 10% nos próximos 5 anos. Depois virão a COFINS, o ICMS…

Será que dessa vez vai?

Sem correção no IR

O Orçamento da União para 2017 tem como premissa a correção da tabela do Imposto de Renda retido na fonte em 5%. Mas, até agora, nenhum sinal de que isso vai acontecer, pois é uma boa forma de aumentar a arrecadação federal sem criar um novo tributo. Vale lembrar que de 1996 a 2016 (20 anos) o IPCA do IBGE, índice que mede a inflação oficial, subiu 276% e a tabela do Imposto de Renda foi corrigida em 109%. Se fosse energia elétrica, telecomunicações, medicamentos, transportes e demais preços administrados, significaria aumentos sempre superiores sob o álibi de especificidades do segmento.

Depois do carnaval

Deputados Federais e Senadores voltaram efetivamente ao trabalho na terça, dia 7, após um recesso de 12 dias que incluiu o pré-Carnaval, o Carnaval dos 4 dias oficiais e a recuperação dos pós-Carnaval a partir da Quarta-feira de Cinzas. Quantos deles continuarão em jejum e abstinência do trabalho até o final da Quaresma, quando todos já estarão na plenitude do recesso da Semana Santa? A Câmara dos Deputados e o Senado custam diariamente 27,8 milhões de reais segundo levantamento da ONG Contas Abertas.

Feriados sem emenda no TJMG

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiu, em 24/02, que seus servidores públicos, inclusive desembargadores, não poderão emendar as segundas-feiras que antecedem um feriado na terça ou a sextas após um feriado na quinta. Será que outros órgãos públicos e empresas estatais serão “contaminados” por essa medida ou continuarão com a lógica do ponto facultativo? Dá para imaginar qual seria o impacto dessa medida para ajudar no aumento da produtividade da lenta justiça?

Em tempo: os desembargadores têm direito a duas férias anuais de 30 dias, ambas com gratificação de férias de 1/3 do valor do salário. Isso fora o recesso que começa antes do Natal e termina após o Ano Novo (em torno de 20 de dezembro a 10 de janeiro).

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Já faz tempo que o ano novo começou para nós, ele que veio acompanhado de todos os tributos característicos dessa época tais como o IPTU e IPVA. Logo em seguida tivemos a volta às aulas, o “esquenta” para o Carnaval e os 4 dias oficiais da folia. Até a Quarta-feira de Cinzas já passou, trazendo consigo a declaração do imposto de renda da pessoa física e o convite para a reflexão nesses 40 dias chamados de Quaresma no mundo dos cristãos católicos. É hora de muita observação e análise, de se penitenciar diante de erros reconhecidos e também de ação no sentido da melhoria a ser implementada em novas posturas e atitudes numa sociedade que se quer civilizada.

Mas que esperanças realistas temos de que efetivas mudanças ocorrerão rumo ao bem estar social mais abrangente contrapondo-se à exclusão sistêmica? Ainda é cedo para nos iludirmos com os primeiros sinais e indicadores mostrando o início da “despioria”. Por mais que os condutores do país queiram soltar foguetes para anunciar o fim da brutal recessão econômica, usando um ponto de vista meramente técnico, eu digo que “ainda é cedo, amor”. O tempo quaresmal nem faz cócegas diante de tantos problemas crônicos. Não nos esqueçamos que a crise política e partidária ainda continua longe de uma solução adequada, notadamente entre os coligados em torno do governo federal com os devidos tentáculos nos outros poderes constituídos. Vale lembrar que, na média, o país encolheu algo em torno de 10% e que 13 milhões de desempregados não se recolocarão no mercado de trabalho de um dia para o outro, com uma simples proclamação de que a recessão econômica acabou. Segundo economistas a renda per capita dos brasileiros em 2013, que foi de 30.800 reais, só será superada em 2023, quando atingirá 31 mil reais segundo projeções realistas. Por outro lado, a incerteza política aumenta diante de cada revelação da operação Lava Jato, que mostra como a imensa maioria dos políticos e seus partidos são farinha do mesmo saco e têm o mesmo foco no poder. Para isso, os meios justificam os fins.

Muita água ainda vai passar debaixo dessa ponte, inclusive os gritos que poderão voltar das ruas. É o que prenuncia a tentativa de aprovar “na marra” a Reforma da Previdência e a Trabalhista. Isso enquanto a economia mal saiu da unidade de terapia intensiva, com a redução da taxa básica de juros, e o impopular Presidente da República faz malabarismos para se garantir no cargo que alcançou através do impeachment.

Ainda teremos a quaresma de 2018. Como será?

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* por Sérgio Marchetti

Muitas pessoas com as quais convivo profissional e pessoalmente têm me confidenciado sobre a dificuldade de se relacionar, principalmente com seus filhos, num mundo de muita tecnologia e pouco afeto. Dizem, e concordo, que com o advento da tecnologia – recurso no qual os jovens levam imensa vantagem sobre os mais velhos – a geração Y e as posteriores se tornaram as classes de jovens mais poderosas de toda história. O domínio da tecnologia gera essa sensação de superioridade e contribui para que os filhos pensem que sabem mais do que os pais, por exemplo.

A história, entretanto, nos revela que a juventude sempre trouxe esses arroubos, seguidos de muita coragem e vontade de mudar as regras. Não é novidade que as novas gerações também estejam passando pelo mesmo arrebatamento. A compulsão de sugar a seiva da vida com toda a força, e dela usufruir em sua plenitude, também não é atual.

O que é novo, revelado em estudos, é que a humanidade está se tornando cada vez mais fria e solitária. O mundo evoluiu e os sentimentos de empatia estão agonizando. Mas a essência das coisas é a mesma de 500 ou mais anos.

Quisera que fossem apenas os jovens os praticantes do egocentrismo. Mas não são. Os mais maduros também esfriaram seus sentimentos e se isolaram em seus casulos cibernéticos. O grande estudioso Daniel Goleman informa que em hospitais e consultórios dos Estados Unidos os médicos que dão mais atenção e que realmente focam no problema do paciente conseguem resultados melhores no tratamento de doenças. Relata que profissionais que são processados não cometem mais erros do que os seus colegas. Mas têm menos afinidade e pouco relacionamento com seus pacientes. O estudo também constatou que os processados agem tecnicamente, não perguntam sobre as preocupações dos enfermos e nem respondem a todas as suas dúvidas. Alguns professores se comportam de forma semelhante e, mesmo tendo muito conhecimento do assunto, ensinam de forma mecânica, centrados apenas em suas teses. O resultado é o insucesso da aprendizagem. Talvez seja bom lembrar que por trás dessas atitudes se esconde uma doença chamada Alexitimia (indivíduos que não sabem o que sentem e não imaginam como o outro pode estar se sentindo) e que essas atitudes precisam ser tratadas antes que a prática do relacionamento se torne irreversível.

Diante de relatos como esses, chego à conclusão de que está faltando empatia, porém, está sobrando antipatia. Tornou-se comum nos depararmos com pessoas que fazem questão de ser grosseiras e arrogantes. Pessoas que não passam de meros figurantes no teatro da vida, mas que roubam a cena e se julgam protagonistas e, em seus desvarios, pensam ser celebridades.

Mas a família do phatos (sentimento) não para por aí. Felizmente tem uma prima que se chama simpatia. Pois ainda encontramos cidadãos educados que, como diria meu avô, têm berço e classe. São homens e mulheres que, não tendo que mascarar sua trajetória, caminham com leveza e emprestam luz aos que vivem nas sombras. Bem-aventuradas sejam essas criaturas porque são uma raridade num mundo tão cruel e hipócrita.

A família tem ainda mais um parente, a apatia – uma tia ranzinza e sistemática – que é outro mal que nos acomete. E é muito grave. Vejamos a situação da sociedade diante dos crimes. Apatia total. Enquanto ficamos escondidos atrás das grades de nossas casas, ladrões e assassinos têm liberdade para fazer o que quiserem, impunemente.

O que posso dizer àqueles que desabafam comigo sobre as dificuldades de relacionamento é que os sinais nos indicam que aí vêm chuvas e trovoadas. E que teremos que aprender e reaprender a conviver com novos valores e a vencer obstáculos continuamente.

Willian Shakespeare já previa todas essas tendências com uma visão futurista tão incrível que nos deixou o legado da visão para enfrentarmos as dificuldades e mudarmos de atitude. Recorro aos seus versos para buscar um alento que me proporcione sabedoria para encarar os novos desafios e encontrar caminhos alternativos. Com Shakespeare a gente aprende que depois de algum tempo as mudanças nos provam que nada era impossível. Aprende que deve ter iniciativa e buscar a adaptação.

“Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,

O mundo não para, para que você o conserte,

Aprende que tempo é algo que não pode voltar para trás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,

Em vez de esperar que alguém lhe traga flores.”

* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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