Do outro lado

por Convidado 17 de setembro de 2020   Convidado

*por Sérgio Marchetti

Somos mais vida ou mais morte? Haverá vida em outro plano, em outra dimensão? E voltaremos para cá, numa reencarnação? Essas são perguntas que tantas pessoas fazem quando perdem seus entes mais queridos. E, neste ano, tivemos um número significativo de perdas humanas em decorrência da Covid-19 e de outras doenças. Não há dúvidas de que este evento ficará marcado para sempre na história. Aliás, a vida, independentemente das respostas sobre o outro lado, em muitas ocasiões, me remete a um livro. Cada pessoa escreve o seu. E, a cada dia, vamos acrescentando um novo episódio.

As narrativas variam em tempo, espaço, personagens e enredo. Algumas pessoas parecem viver somente o passado e, por isso, escrevem lembranças que estão vivas em suas memórias. Eu gosto disso, por ser um registro de história de algo que não vimos, mas que nos contaram. Outras pessoas, ao contrário, vivem o futuro, têm cara de extraterrestres e parecem escrever romance de ficção. Sendo futuristas ou saudosistas, nos primeiros capítulos, ou seja, na juventude, normalmente observamos a confiança com que se apresentam e defendem ideais e sonhos. Nele estão declarados os princípios, a política e uma ilusória crença das personagens de que são portadoras de cultura e verdades inquestionáveis. São homens e mulheres corajosos que lutam por um mundo melhor. Quase sempre são protagonistas e narradores oniscientes – e ponham onisciência nisso – conhecem tudo e todas as personagens de seu romance com profundidade.

No segundo capítulo, que denominamos de fase adulta, o romance começa a mudar e passa a ter ideias mais consistentes e fatos mais marcantes, como conquistas profissionais, casamentos, nascimentos de filhos, estudos avançados. A narrativa fica mais objetiva ao entrarem no terceiro capítulo, que é a meia idade. Até aqui, sendo drama, tragédia ou comédia, a trama frequentemente vai se tornando madura e mais realista.

No último capítulo, que é a velhice, os romances de cada vida levam à constatação de que Fernando Sabino tinha razão quando pediu para escreverem em sua lápide que: “nasceu homem e morreu menino”.

Em muitos epílogos, a escrita demonstra que nem sempre a morte dá aviso prévio, e que não há controle sobre o dia e o número da nossa senha. Quando somos chamados, não há quem nos segure neste lado de cá.

Ora, meus leitores de fé, desculpem-me se os decepciono, mas não tenho resposta alguma sobre as indagações. Apenas imagino que temos uma missão, aqui neste latifúndio e, que, devemos identificá-la para cumpri-la rigorosamente.

Mas, se algo puder fazer para amenizar a dor de quem sofreu perda de um ente querido, deixo que Santo Agostinho fale por mim:

A morte não é nada (Santo Agostinho)

“A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho…

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.”

* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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Barracão e pandemia

por Luis Borges 15 de setembro de 2020   Música na conjuntura

A cantora brasileira Eliseth Cardoso (1920 – 1990), a Divina, se estivesse entre nós teria completado 100 anos de idade no dia 16 de julho. Um dos grandes sucessos de sua consagrada vida artística foi a interpretação da música Barracão composta por Antônio de Pádua Vieira da Costa, o Luis Antônio, em 1953, um samba com tema que aborda o drama social dos operários “pingentes” dos trens da Central, que viajavam pendurados para fora dos vagões no Rio de Janeiro.

O Brasil tinha pouco mais de 56 milhões de habitantes e uma enorme desigualdade social a ser vencida. Agora em plena pandemia da Covid-19 a desigualdade social ficou ainda mais escancarada e contrasta com algumas medidas que tentam evitar a aglomeração de pessoas que continuam precisando se deslocar em ônibus e trens superlotados para chegar aos seus barracões nos aglomerados das periferias das cidades. Como se vê, quase 70 anos depois da composição da música o problema continua crônico no país que tem hoje em torno de 209 milhões de habitantes e a renda cada vez mais concentrada nas mãos de poucos.

Barracão
Fonte: Letras.mus.br

Vai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
A cidade a seus pés
Vai, barracão
Tua voz eu escuto
Não te esqueço um minuto
Porque sei
Que tu és
Barracão de zinco
Tradição do meu país
Barracão de zinco
Pobretão, infeliz
Vai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
A cidade
A seus pés
Vai, barracão
Tua voz eu escuto
Não te esqueço um minuto
Porque sei
Que tu és
Barracão de zinco
Tradição do meu país
Barracão de zinco
Pobretão, infeliz
Barracão de zinco
Barracão de zinco
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Geralmente somos chamados a participar de reuniões, convidados ou convocados, nas diferentes fases de nossas vidas. Tem reunião para todo gosto – ou desgosto – no trabalho, na escola, no clube esportivo, no partido político, na associação de moradores, na família… Já abordei o assunto na pensata Ninguém merece reuniões improdutivas no início de 2018. Não raro acabamos caindo num verdadeiro “pudim de reuniões”, a começar pelo trabalho que é o meu ponto aqui.

Agora nesses tempos de pandemia e novos padrões sanitários para combater a disseminação da infecção, o trabalho remoto ganhou muita evidência. Entretanto os velhos e crônicos problemas envolvendo a gestão da reunião e o comportamento dos participantes prosseguem. A “reunionite” presencial ganhou muito fôlego na modalidade remota.

Quando se pensa em fazer uma reunião a primeira pergunta a ser respondida é se ela é realmente necessária. Depois é que se deve ver o que fazer e como fazer, inclusive se presencial ou em videoconferência.

Mas se os tempos mudaram em função da pandemia, que exige mais rigor e disciplina no cumprimento de novos padrões sanitários, o fato é que a reunião no trabalho continua com os problemas de sempre.

Conversando com pessoas que trabalham em cidades como Belo Horizonte, Araxá, Campinas e São Paulo todos citaram os mesmos problemas. De cara apareceu o cumprimento do horário de início e término da reunião, com destaque para o atraso na hora de começar, o que pune os participantes cumpridores dos horários. Vem em seguida a falta de preparação de boa parte dos participantes, tanto dos efetivos quanto dos convidados temáticos, também chamados de “optativos” em algumas empresas. Os estilos dos participantes continuam os mesmos, a começar pelos falantes, que entendem de tudo, mas sempre superficialmente. Os caladinhos ficam apenas de corpo presente enquanto os polemistas se sentem com a missão de instigar e os consensualistas tentam construir alguma solução que resolva o problema. Vale lembrar também que nem todos os coordenadores conseguem liderar uma reunião.

Agora novos problemas estão acontecendo nas reuniões por videoconferência e se somam aos velhos. De repente cai a conexão (e, com ela, chega a ansiedade pela reconexão). Há também os ruídos que surgem das brincadeiras das crianças, dos cachorros que latem na vizinhança, do interfone que chama, da reforma de uma edificação próxima, de um equipamento eletrodoméstico em utilização… Isso sem se esquecer da dor na coluna, que só aumenta enquanto se intensifica o trabalho remoto. Tudo contribui para a dispersão e o cansaço mental enquanto a pandemia prossegue e nós também prosseguimos vivendo um dia de cada vez, mas sabendo que muitas reuniões nos esperam com a conhecida improdutividade de sempre.

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Vale a leitura

por Luis Borges 4 de setembro de 2020   Vale a leitura

E se você for cancelado?

Qual é a sua primeira reação quando o seu número de WhatsApp é bloqueado por alguém? E quando é você que bloqueia o outro? Imagine, agora, se você é que foi cancelado na internet, o que pensar ou fazer para compreender as causas do acontecido? Em que medida isso pode afetar a saúde mental do cancelado? Leia abordagem Priscila Carvalho no artigo Cancelamento virtual: como essa atitude pode afetar a saúde mental publicado no blog Viva Bem.

A pauta nunca esteve tão em alta quando o assunto é boicotar determinada pessoa por ela ter sido mal interpretada ou feito ou dito algo ruim diante das redes sociais. E isso não acontece apenas com famosos: pessoas anônimas também podem ter a vida prejudicada devido ao cancelamento. Basta alguém apertar o botão publicar, esperar alguns segundos e a vida de outra pessoa poderá ser comprometida por meses e até anos.

Aprendendo com erros e acertos

Estamos no sexto mês da pandemia da Covid-19, cheios de fatos e dados que, se bem observados e analisados, podem nos ajudar a aumentar o conhecimento e a aprendizagem para melhor enfrentar o problema. Interessantes abordagens tem surgido em torno do tema, mas devem ser lidas de maneira crítica, como sempre. É o caso do artigo Sete lições da pandemia para o Brasil: falta liderança e muito mais de Cristiane Segatto publicado no blog Viva Bem.

O que determina o sucesso de um país na resposta à Covid-19? Há vários fatores envolvidos nisso, mas um dos principais é a capacidade dos governos de conquistar a confiança da população. Se os cidadãos não se convencem da necessidade de adotar comportamentos que reduzem a disseminação do vírus, já era.

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Chegou ao fim o prazo legal para que o Poder Executivo da União, estados e municípios envie ao legislativo o Projeto de Lei Orçamentária para o ano de 2021 tendo como referência o que determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada em julho.

Os modelos de gestão de negócios consistentes determinam que o orçamento deve estar alinhadíssimo com o planejamento estratégico nos horizontes de curto, médio e longo prazos.

Nesse sentido ainda estamos longe da excelência enquanto país, mas é preciso persistir na busca permanente da melhoria continuada gestão. Precisamos de método, seqüência, constância de propósitos sempre tendo como base o conhecimento, nunca o achismo.

Para tratar o orçamento de maneira séria é preciso romper a percepção predominante na cultura de que ele é uma mera peça de ficção para cumprir uma exigência da lei. Isso dá margem para se fazer estimativas muito altas de receitas, que em sua imensa maioria não são atingidas e ficam em torno de 15% a 20% da meta estabelecida. Um exemplo didático vem do orçamento da Prefeitura de Belo Horizonte em 2019 que projetou arrecadar R$12,933 bilhões, mas só conseguiu R$10,653 bilhões, ou seja 17,6% abaixo da meta. Isso facilita uma distorção da legislação que, ao estabelecer o percentual de repasses de recursos financeiros aos poderes Legislativo e Judiciário, determina que ele deve ser calculado sobre a receita estimada no orçamento independente do que for efetivamente arrecadado.

A análise de conjuntura e cenários feita por agora vai determinar as premissas que regerão o plano orçamentário até o final do próximo ano. Podemos imaginar as incertezas que nos afetam nesse estágio da pandemia e como estaremos no pós vacina eficaz e segura. Em quanto pode ser estimado o crescimento da economia, o índice de inflação, a taxa básica de juros e a cotação do dólar? É importante lembrar a contração da economia, agora estimada pelo Banco Central em 5,28%, o que torna fraca a nossa base para comparações. As estratégias serão de sobrevivência, manutenção, crescimento ou desenvolvimento?

Seria prudente avaliar os resultados do orçamento a cada 6 meses e fazer um reposicionamento, principalmente quanto à entrada de recursos que não aconteceram no período avaliado.

Como os recursos são finitos é óbvio que prioridades devem ser estabelecidas e intensas negociações serão feitas entre as partes envolvidas. É claro que existem a lei de responsabilidade fiscal, o teto de gastos públicos, os déficits orçamentários de anos anteriores e as dificuldades políticas para se fazer uma reforma administrativa que defina por exemplo, um teto para a remuneração da casta de servidores públicos – hoje o teto é para o salário base, ao qual se somam os inúmeros penduricalhos.

Como se vê os desafios são enormes e há muito o que se fazer para chegar a um orçamento cada vez mais efetivo e respeitoso com os tributos pagos pela população.

Só para refletir: como são feitos o seu orçamento individual e o da sua família?

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Ouvidos mais aguçados

por Luis Borges 23 de agosto de 2020   Pensata

O tempo prossegue sua caminhada indelével – permanente, que não se pode apagar. Assim sendo fico até um pouco assustado ao medir a passagem mais recente dele e perceber que já estamos no sexto mês da pandemia da Covid-19 na contagem de meados de março para cá. Uma certeza que tenho nesse momento é que a pandemia não acabou e precisa continuar a ser combatida por todos conforme a responsabilidade de cada um. Percebo também que estamos vivendo com novos padrões na rotina da vida diária que desafiam o comportamento de todos no sentido de prevalecer a autodisciplina no cumprimento desses novos padrões, tanto os legais quanto os individuais ou familiares.

Um caso que tem chamado bastante a minha atenção em função do grande tempo de permanência em casa é o aguçamento maior dos meus já aguçados ouvidos. Estou percebendo muito mais alguns detalhes de sons agradáveis e também desagradáveis que surgem enquanto o dia cresce. Sei que existem sons inerentes aos processos da vida diária, que fazem parte da rotina e que não dá para fugir deles dentro de casa. Outros podem ser gerenciados, como a altura de uma música, de uma informação no rádio ou de uma conversa pelo telefone, por exemplo. Por outro lado existem os sons provenientes do entorno formado por vizinhos, ruas, avenidas, veículos, animais…

Dentro de casa não dá para passar despercebido que o som emitido por determinados aparelhos eletrodomésticos é simplesmente um tremendo barulho contribuindo para a poluição sonora. Posso citar o liquidificador, a máquina de lavar roupas, a panela de pressão no seu auge e o secador de cabelo. Um contraponto vem de músicas ,como a popular brasileira, a clássica ou a folclórica, que tenho ouvido bastante por iniciativa própria e que me fazem bem. Existem também aqueles que não dependem de mim, como o gostoso canto de diversos pássaros notadamente a partir da aurora de todas as manhãs. Também estou atento aos sons do entorno que surgem a qualquer momento a começar pelo alto volume de diversos gêneros musicais vindos de diferentes distâncias, automóveis e motocicletas buzinando na rua, o trem de ferro com várias composições passando ou fazendo manobras que realçam o barulho próprio que se soma aos diversos buzinaços, o foguetório que acompanha determinados eventos e o barulho dos ventos que passam a 50km/h de vez em quando.

Como os padrões devem ser revisados periodicamente vamos ver como ficarão as coisas nos desdobramentos pós pandemia já que, como dizia Heráclito em 501 a.C, “nada existe em caráter permanente a não ser a mudança”. E você, caro leitor, tem ficado com os ouvidos mais aguçados diante dos sons do cotidiano?

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Parece que foi ontem

por Convidado 21 de agosto de 2020   Convidado

*por Sérgio Marchetti

Outro dia, mexendo em papéis antigos e guardados por minha mãe, encontrei um caderno que usei em minha infância. Junto com os escritos vieram as lembranças de um passado precioso, vivido em família. Coincidência ou não, pois, já sou saudosista por natureza, acionei o “recordar é viver” e viajei num lindo avião contornando a rota presente-passado, e ele foi pousar justamente na infância. Parece que foi ontem, minha mãe me ensinando a escrever o meu nome, o dela, o dos meus avós. Como um simples caderno pode trazer tanta recordação e reviver os mortos que um dia estiveram conosco? Estavam ali: um registro de vida, um momento, um carinho, um cuidado. Na contracapa do caderno azul constava a letra do Hino Nacional (a mídia ainda permitia), escrita por Joaquim Osório Duque Estrada. E, embora não pudesse naquele momento ouvir a música, é bom registar que o autor foi Francisco Manuel da Silva.

Toda essa anamnese por causa de um caderno velho, preenchido por garranchos inocentes de uma criança que começava a despertar para o mundo. Aliás, devo lembrar-lhes, leitores persistentes, um mundo tão mais simples do que o de hoje. Sei que pensaram que o mundo é o mesmo. Sim, porém, é só o lugar. O cenário e o palco não são os mesmos, muito menos as personagens. Nada é igual ao que já foi um dia. Tudo flui, tudo muda o tempo todo – já disse Heráclito.

Cabe observar que somente o caderno não se modificou. E que, talvez por isso, tenha me vindo à mente a canção maravilhosa de Mutinho e Toquinho:

“Sou eu que vou seguir você/ Do primeiro rabisco até o bê-a-bá./Em todos os desenhos coloridos vou estar:/ A casa, a montanha, duas nuvens no céu/ E um sol a sorrir no papel… Só peço a você um favor, se puder:/Não me esqueça num canto qualquer”.

E eu o esqueci num armário qualquer.

Assim, simplesmente assim, a estrada do tempo nos conduziu e, hoje, de posse de um outro caderno, parecido com o meu, estou ao lado de minha mãe, pedindo a ela que escreva seu nome, o de seus filhos e o de meu pai. E ela, com seus olhos grandes de boneca, já cansados e descoloridos, lentamente começa a escrever, mas com lentidão e um certo tremor nas mãos. Olha para mim e, assim como eu fazia, espera aprovação – que dou imediatamente.

Agora, devido à doença, sou eu quem a ensina e, talvez, não tenha tanta paciência e calma como ela me dedicou. Mas trago comigo um sentimento de gratidão do tamanho do mundo por tudo e por todos que fizeram algo por mim. Ser grato me faz ser mais solidário e compreensivo com as pessoas. E é aconselhável pensar no amanhã, e em quem irá colocar sua cadeira no sol. Não riam, o ontem e o hoje sempre estão nos demonstrando o quanto é importante plantar para um dia, bem próximo, ter o que colher. Sim, meus amigos, a lei da vida se resume nisso. Assegure-se do que está plantando para o futuro. Caso contrário irá colher ervas daninhas.

Muitos dias se passaram e o vento os levou. O menino cresceu e precisa cuidar da velha-menina que carece de proteção. E, assim:

“um menino caminha/E caminhando chega no muro/E ali logo em frente a esperar/Pela gente o futuro está…/ Nessa estrada não nos cabe/ Conhecer ou ver o que virá /O fim dela ninguém sabe/ Bem ao certo onde vai dar… / vamos todos / Numa linda passarela/ de uma aquarela que um dia enfim…

…Descolorirá.”

* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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