Faz algum tempo que as expressões “buscar o equilíbrio das contas públicas” e “não podemos aumentar mais a nossa alta carga tributária” aparecem nos aspectos políticos, econômicos e sociais das nossas análises de conjuntura e nas tentativas de desenhar cenários. No caso da carga tributária, vale lembrar que ela aumenta a cada ano em que a tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte deixa de ser corrigida. E isso é o que mais ocorreu nos últimos 24 anos, causando um aumento real de 113% na tributação.

Agora, enquanto a pandemia da Covid-19 recrudesce e persiste com seus números exuberantes, a Fundação Getúlio Vargas mostra que atualmente 30% da população está na linha da pobreza e 10% no patamar da miséria. Enquanto a fome grita, 20 projetos tramitam na Câmara dos Deputados propondo um novo auxílio emergencial, com vigência até o final do ano. Apenas 3 deles defendem o valor de R$300 mensais enquanto a maioria chega aos R$600 por mês. Isso é o embrião para uma futura garantia de renda mínima, uma espécie de bolsa capital para atenuar as tensões sociais no tardio capitalismo brasileiro, hoje liderado pelo segmento financeiro.

Lembremos que já estamos no meio do mês de fevereiro – felizmente sem carnaval – e o Congresso Nacional ainda não começou a discussão e negociação que precederá a aprovação do orçamento da União Federal para o ano de 2021. Portanto, ainda dá tempo para o Ministério da Economia mostrar de onde virão os recursos para o auxílio emergencial ao longo do ano. Um bom caminho para encontrar recursos seria fazer uma análise da qualidade dos gastos feitos nos últimos orçamentos e das premissas de arrecadação e despesas utilizadas. A partir daí muitos gastos não resistirão ao primeiro questionamento sobre o que é vital e o que é trivial, quando se defende o uso racional de recursos escassos diante de tantas necessidades básicas. Vale lembrar que onde tudo é prioritário nada é prioritário.

Só para ilustrar olhemos para o tamanho de alguns gastos como os que são feitos para manter os privilégios na remuneração cheia de penduricalhos da casta dos super funcionários públicos dos três poderes, as mordomias presentes nas licitações de compras de itens não essenciais, os aviões da FAB à disposição para transporte individual de autoridades, a manutenção de palácios residenciais e de trabalho, a quantidade de empreendimentos cujas obras estão paralisadas… Basta olhar o que é publicado no Portal da Transparência para melhor conhecer o destino do dinheiro público.

O momento exige muito foco e determinação para combater o desperdício e melhorar a qualidade dos gastos num país tão desigual, onde a população já chega a 212 milhões de pessoas, segundo a mais recente estimativa do IBGE.

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A argumentação

por Convidado 5 de fevereiro de 2021   Convidado

*por Sérgio Marchetti

“Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo.” (Wittgenstein)

Posso dizer que houve, nesses últimos vinte anos, a maior expansão da literatura de todos os tempos sobre os diversos e mais variados assuntos. Mas, de forma avassaladora, também cresceu o número de pessoas que discutem temas, sobretudo polêmicos, somente com os ímpetos da paixão, que os impedem de aceitar quaisquer argumentos, ainda que documentados oficialmente.

Em minhas aulas e nas orientações individuais sobre o tema argumentação, meus alunos me indagam sobre como proceder quando argumentos inquestionáveis são desprezados pelos oponentes. Eu respondo que, conforme já diziam os antigos: “contra fatos não há argumentos”. Mas sei que não é o que tem ocorrido na prática, em discussões formais e informais.

Vejam, receptivos leitores, como é difícil a arte de comunicar: três pessoas olham para um indivíduo barbudo e de cabelos longos. Um diz que é Jesus, outro que é um hippie qualquer. E um terceiro, que não tem coragem de arriscar, diz que ambos são ignorantes. Ou seja, critica, mas não soluciona. E isso não é novidade. É sabido que, desde os primórdios, onde houvesse três seres pensantes, fatalmente haveria algum tipo de discordância e, possivelmente, alguém “em cima do muro”.

Na antiga Grécia, nos tempos platônicos, existiram os sofistas que cobravam pelos ensinamentos da argumentação sobre qualquer tema, mesmo que os argumentos não fossem válidos e nem reproduzissem a verdade. Ora, a busca da verdade não é tarefa fácil. E muitos não a querem. Há casos em que, mesmo sob flagrante, o criminoso nega o que todos estão presenciando. Então, como vemos, não foram somente alguns gregos que desenvolveram teses falsas, defendidas pela retórica quase que perfeita. Na realidade, com o advento da democracia, todas as pessoas passaram a ter direito de defender suas ideias e, com isso, a prática da argumentação, falsa ou verdadeira, cresceu bastante desde os tempos de Aristóteles.

Em breves palavras e sem aprofundar no assunto, pois sabemos que o novo leitor se impacienta diante de muitas palavras, podemos dizer que a arte da dialética, tão desprezada nos novos tempos, é a melhor forma de aprender a argumentar. Tal arte tem como pré-requisito não apenas saber falar, mas também saber ouvir, pois se você, meu ansioso leitor, não conseguir ouvir para conhecer pontos de vista diferentes e contrários aos seus, jamais conseguirá ser um bom argumentador. E ainda tem mais um elemento para compor o perfil de quem defende honestamente suas ideias: procure trabalhar com a razão — pois somente ela é conselheira fiel de quem busca a verdade dos fatos.

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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Gestão é o que todos precisam, mas nem todos sabem que precisam. Essa afirmação esteve em grande evidência no Brasil na última década do século passado, quando a gestão pela qualidade deu uma sacudida no método gerencial, no caminho para conduzir bem os negócios.

Passadas quase 3 décadas vai ficando visível que é necessária uma nova sacudida na medida em que diversas premissas da gestão vão sendo deixadas de lado ou são praticadas parcialmente, além de continuar ignoradas pelos céticos daquela época. O método gerencial se baseia no conhecimento científico a partir dos fundamentos, conceitos e técnicas que aplicados levam a resultados – entregas dentro de expectativas estabelecidas pelo plano estratégico.

Nesse sentido saltam aos olhos alguns fatos e dados que mostram a enorme dificuldade para resolver problemas sem o uso de um método consistente, cuja ausência só facilita a prevalência das tentativas e erros com seus altíssimos custos.

O caso do combate à pandemia da Covid-19 traz alguns exemplos do que não fazer. A primeira condição para resolver um problema é admitir que ele existe, e isso pode significar até 50% da sua solução. Essa gestão exige que ela seja feita pela liderança e não pelo comando, e de maneira integrada num processo participativo. Não há espaço para o achismo e o “mandonismo” no melhor estilo do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Isso vale para todos os níveis de uma organização humana, seja ela pública ou privada, sempre tendo como base o conhecimento e o método com muito foco, determinação, disciplina e constância de propósitos.

O colapso da saúde pública vivido pela cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, nos mostra as consequências danosas da não observância de fundamentos básicos da gestão. Nesse caso se esqueceram que “quem não controla não gerencia”, embora gerenciar não seja só controlar. Aqui também vale lembrar que “quem não mede não gerencia” e isso é fundamental para o controle de qualquer processo. Nesses tempos que vivemos não dá para dizer que “eu não sabia” e ainda tentar construir narrativas para defender o indefensável. Os atos tem suas consequências.

No caso específico da vacina para a imunização contra a Covid-19 são visíveis as lacunas na gestão da cadeia de suprimentos, que é globalizada e exige inteligência estratégica nas relações diplomáticas e comerciais que permeiam os negócios. Não dá para colocar todos os ovos na mesma cesta, pois isso caminha na contramão das estratégia.

Como se vê ainda estamos longe da excelência na gestão. Está na hora de uma nova sacudida no conhecimento gerencial, mas enfatizando que sua aplicação deve ser permanente e em consonância com a melhoria contínua. O desafio continua!

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Há quase dois anos postei neste blog uma pensata sobre as dificuldades no convívio entre dois irmãos idosos, com mais de 70 anos de idade, que se viram obrigados a voltar a morar juntos na casa que foi dos pais.

De lá para cá as coisas só pioraram para eles e as relações pessoais foram se esgarçando. Um fato bem marcante que justifica essa atualização cultural foi a decisão da irmã Dete Rabelo em mudar seu fuso horário para reduzir o tempo de convívio com o irmão Candinho Rabelo. Isso começou a acontecer no ano passado, a partir do início da pandemia da Covid-19. Ela passou rapidamente a acordar cada vez mais tarde e já faz algum tempo que só sai do quarto de dormir depois do meio-dia. Com isso o irmão Candinho, que se levanta por volta das 7 horas e não pode mexer nas coisas da cozinha, passou a tomar o café da manha numa padaria próxima da casa.

Dete Rabelo inicia o seu lento ritual preparativo para o primeiro café do dia, que acaba ocorrendo lá pelas 13 horas, bem como lavar e guardar as vasilhas após tudo acontecer. Enquanto isso o irmão Candinho chega em casa para tirar uma soneca após voltar do almoço, que passou a ser feito na casa de uma irmã viúva de 80 anos que mora num quarteirão próximo. Vale lembrar que o café que sobra fica destinado para o final da tarde de Candinho. Ele coincide com o horário em que sua irmã Dete faz as compras dos diversos insumos gastos na casa.

Assim todos os afazeres da casa foram mudados ao longo do dia em função do novo fuso horário imposto. O que é a primeira e única grande refeição do dia, o almoço, passou a acontecer em torno das 19:30, o que poderia ser equivalente a um jantar para seu irmão, mas ele não tem o habito de jantar, apenas faz um lanche leve a noite acompanhado por chá ou suco de frutas. Lá pelas 23h já é seu momento de dormir, enquanto sua irmã começa a colocar roupas na máquina de lavar, que serão passadas na noite seguinte. Por volta de uma hora da madrugada Dete começa a limpeza de todos os cômodos da casa, menos o quarto de Candinho, que dorme usando protetores auriculares. Por volta das 4 horas da manhã, ela vai tomar banho, depois fazer orações que incluem o terço católico para finalmente se deitar em sua arrumadíssima cama. Pouco depois, o sono chega junto com os sinais da aurora.

Como se vê, os irmãos idosos continuam não se aguentando e reduzindo ao máximo as possibilidades de convívio, enquanto o irmão se comporta como súdito da irmã que reina e governa autocraticamente como uma rainha. Parece ate ficção, mas é tão real!

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Vale a leitura

por Luis Borges 22 de janeiro de 2021   Vale a leitura

Quando a pandemia se tornará uma endemia? 

A qualquer instante nos surpreendemos pensando, falando, lendo ou conversando sobre a transmissão da Covid-19 e seus efeitos devastadores sobre a saúde humana e a economia dos países. Nessa toada já passamos praticamente 1 ano pelejando para sobreviver.  A esperança prossegue forte com a perspectiva do inicio da vacinação que, entretanto, acontecerá num determinado tempo lógico. Será que no final deste ano ou no inicio do próximo já teremos saído da situação de pandemia para entrar na de endemia? Leia, observe e analise criticamente o artigo de Jamil Chade em “Covid-19 deverá ser endêmica, prevê produtora de vacina da Pfizer” publicado no portal de notícias Uol .

“Um ano depois do surto que se transformou na pior pandemia em cem anos, cientistas admitem que o vírus da Covid-19 poderá ser endêmico e passará a conviver com a humanidade, como outras doenças que circulam pelo planeta. Uma ação contra o vírus o levaria a um controle, mas o cenário mais provável é que sua erradicação passe a ser um sonho distante.

O alerta foi dado nesta semana pelo proprietário da BioNTech, o laboratório na Alemanha que desenvolveu a primeira vacina aplicada contra a Covid-19, em parceria com a Pfizer”

Torcicolo dói e incomoda muito

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa torcicolo significa, em seu segundo verbete, “posição anormal da cabeça e certo grau de torção do pescoço, geralmente em virtude de contratura de um dos músculos esternoclidomastoídeos”. Quais são as causas que podem levar um determinado processo humano a este resultado indesejável? É o que mostra Paola Machado em seu artigo “Atenção: torcicolo é um alerta de que a saúde do corpo não vai bem” publicado pelo portal Viva Bem.

“As dores geralmente são a ponta do iceberg sinalizando que seu corpo não está bem, e se relacionam a um desequilíbrio postural e fraqueza muscular que causam a sobrecarga da cervical. A dor cervical crônica é uma das patologias mais prevalentes na atualidade, sendo responsável por 14,6% de todos os problemas de saúde musculoesquelética. Estima-se que 50% de todos os adultos experimentam algum tipo de dor no pescoço em algum momento do ano”.

Onde guardar seu dinheiro?

Neste ano em que a estratégia de sobrevivência também será preponderante, além de economizar dinheiro é importante decidir como guardar. Este artigo da planejadora financeira Márcia Dessen alerta para a importância da liquidez da reserva de emergência. Ela também reflete sobre a tradicional recomendação de pagar os impostos de início de ano à vista e recomenda uma análise mais criteriosa do seu caixa pessoal.

“Em situação normal, coisa que não temos no momento, eu recomendaria pagar os impostos à vista, visando o benefício do desconto de 3%. Superior à taxa básica de juros, parece ser um bom negócio, a princípio. Entretanto, se os recursos da reserva financeira forem utilizados para realizar todos esses pagamentos, ela pode ficar reduzida a um nível perigoso.

Se houver dinheiro sobrando, excelente, aproveite o desconto e pague à vista. Se a reserva for discreta, suficiente para apenas alguns poucos meses de orçamento familiar, avalie manter a liquidez e parcelar os tributos estaduais e municipais, sem a incidência de juros.”

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O mês de janeiro costuma ser um bom momento para que possamos questionar os benefícios que temos quando comparados aos custos gerados por um determinado bem ou serviço que usamos. Isso torna-se cada vez mais necessário diante da crescente perda de poder aquisitivo ou mesmo da falta de oportunidade para conseguir um trabalho que complemente parte da renda perdida. O fato é que a maior parte dos salários tem tido enormes dificuldades para, pelo menos, repor as perdas inflacionárias de um período anterior. Enquanto isso, a inflação galopa há vários meses, sempre justificada como um ponto fora da curva, e a tabela do Imposto de Renda retido na fonte não e corrigida há tempos, o que caracteriza mais aumento da carga tributária nacional. Diante da correlação de forças totalmente desfavorável a quem tenta vender seu trabalho o caminho mais curto, obrigatório é o corte de custos a começar pelos desperdícios gritantes nem sempre percebidos por nós. Por isso é fundamental conhecer todos os custos que se tem e buscar responder à pergunta que tenta saber para onde foi o nosso dinheiro.

Nesse sentido, meu ponto aqui é observar e analisar o custo que alguém tem para usufruir de um bem de consumo durável que é o carro. Aliás é importante lembrar que a indústria automobilística é um dos pilares da economia nacional.

Conversando com um profissional de tecnologia da informação, 39 anos de idade, ouvi dele alguns questionamentos sobre os custos de se ter um carro. Por exemplo, o capital empatado e os gastos permanentes/obrigatórios. Basicamente ele usa o carro para ir ao trabalho, que é presencial mesmo na pandemia, e para fazer compras no supermercado. Há pouco mais de um ano ele comprou esse carro zero km por R$60.000,00, padrão básico de uma montadora asiática. Agora o carro já está fora da garantia e também vale no mercado dos usados 30% menos que seu preço na tabela da época.

O imposto sobre a propriedade de veículos automotores –IPVA, que nesse ano vence a partir desta semana – foi pago à vista e ficou em R$ 1.700,00. O seguro contra danos de qualquer natureza consumiu mais R$ 1.500,00 enquanto os serviços de assistência técnica após o vencimento da garantia levou R$ 1.000,00 até o momento. O inevitável consumo de combustível tem girado em torno de R$ 400,00 mensais e, por enquanto, ainda não ocorreram multas de trânsito nem necessidade de trocar pneus danificados em vias públicas mal conservadas. Mesmo reconhecendo os benefícios trazido pelo carro, ficou claro que os custos também precisam ser computados e nunca ignorados.

Nesse caso foi levantada a hipótese de não se ter carro próprio, mas sim alugar um ou usar carros de transporte por aplicativo. Esta hipótese recebeu objeções devido às variações de preços decorrentes da tabela dinâmica – oferta e procura – bem como o aumento da demora para atendimento. Quando nada, vale a pena estudar melhor as condições que estão sendo oferecidas pelas locadoras para o aluguel de um carro no mercado de hoje. Conhecer é preciso não só nesse caso mas também outros custos que fazem parte de nosso orçamento.

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Enquanto contemplo o tempo que passa indelével vejo pelo calendário gregoriano que já estamos chegando ao fim da primeira quinzena de janeiro de 2021. Confesso que em meio a tantas reflexões trazidas por uma virada de ano vale lembrar que a década (2011-2020) também virou, aliás mais uma década perdida em termos de desenvolvimento econômico e social. Cito isso a propósito do quanto somos cobrados em prol do otimismo obrigatório e do positivismo messiânico. Minhas reflexões me levam a perceber, nesse sentido, que mantenho minha fidelidade ao realismo esperançoso e pragmático perante a observação e análise dos principais aspectos do jogo que é jogado e que impactam diretamente na qualidade de nossas vidas.

Como tudo, é forçoso reconhecer que tudo é politica, inclusive a partidária, e que já está em evidência a eleição para Presidente da República em 2022, principalmente após o triunfo do fracasso na tentativa de reeleição do atual presidente norte- americano. Dá para imaginar como ficarão as suas franquias ao redor do mundo?

Fiquei pensando também qual resultado será entregue pelo Ministério da Economia ainda no primeiro semestre do ano em termos de recuperação do crescimento econômico, mesmo diante de uma base fraca na comparação com o final do ano passado. Aqui é interessante lembrar que o país precisa crescer pelo menos 4% ao ano para suportar o crescimento demográfico. A estimativa do IBGE no final do ano passado era que a população brasileira estava em 211,8 milhões de habitantes.

Quando penso no aspecto social percebo o quanto ele já grita quando o IBGE aponta que existem 14,3 milhões de desempregados e outros quase 5 milhões de desalentados país afora. Some-se a isso o recrudescimento da pandemia da Covid-19, a retomada das medidas de isolamento social mais duras e o fim do pagamento do auxílio financeiro emergencial aos trabalhadores. Além disso, persistem indefinições sobre a volta às aulas presenciais e quando efetivamente terá inicio a implementação do plano nacional de imunização com a disponibilidade de vacinas, seringas e agulhas. Até quando o social aguentará sem explodir ou já é hora de implementar uma garantia de renda mínima para a base da pirâmide social numa espécie de “bolsa capital”? Quanto pior, pior mesmo ?

Infelizmente e, por mais que possa parecer repetitivo, continuo insistindo que os fatos e dados não deixam de existir só por serem ignorados, negados ou maquiados. O realismo nos permite ver que se as expectativas forem maiores que a realidade o sofrimento será inevitável. Continuam a prevalecer as estratégias de sobrevivência.

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