Depois do grande volume de chuvas no início deste ano em Belo Horizonte, região metropolitana e diversas partes do estado de Minas Gerais, a contabilização dos enormes prejuízos e a expectativa de mitigação do nível de estragos sobrou para todos, porém de forma bastante desigual. Fica o lamento pelas inúmeras perdas humanas, que são irrecuperáveis.
Se no plano coletivo foi o que vimos, individualmente também podemos registrar problemas que enfrentamos em nossas moradias, por exemplo. No meu caso específico posso citar o portão eletrônico da garagem parando na metade do percurso, umidade excessiva, infiltração de água no canto da parede da sala e o telefone fixo totalmente mudo durante 4 dias.
Nesse caso, vale a pena relatar as emoções vividas no paciente processo de tentar dialogar com a operadora de telefonia, que é sempre rigorosa quanto ao pagamento da conta da assinatura até a data do vencimento.
Inicialmente imaginei que a linha telefônica ficaria pouco tempo fora do ar, que seria uma intermitência pequena e que tudo voltaria rapidamente ao normal.
No segundo dia pensei em reclamar na operadora, mas desisti quando imaginei que perderia uma ou duas horas ao longo do processo, como já ocorreu outras vezes.
No terceiro dia, telefone ainda mudo, fiz contato pelo atendimento ao cliente – pessoa física – e lá pelas tantas a ligação caiu, o que provocou minha desistência de outra tentativa.
Finalmente no quarto dia de telefone inoperante resolvi que enfrentaria a operadora pelo tempo que fosse necessário, inclusive para refazer ligações caso a linha caísse. Fiquei de 9 às 10 horas da manhã na linha com a operadora, que fez todos os testes previstos em seu procedimento operacional padrão.
Como o telefone continuou mudo, a atendente reafirmou que não havia problemas na rede e que enviaria um técnico para avaliar as instalações internas da casa. Nesse caso, seria gerada uma taxa de 90 reais pela visita caso se constatasse que a causa da mudez fosse interna. Tudo ficou agendado para a manhã do dia seguinte, entre 8 e 11 horas.
Surpreendentemente por volta das 13 horas do mesmo dia o telefone tocou e, quando atendi, a funcionária da operadora perguntou se o aparelho estava funcionando. Disse que sim, pois estávamos falando por meio dele. Ela aproveitou para dizer que a área técnica da empresa fez alguns testes e sanou uma falha detectada.
Diante do ocorrido, a visita técnica marcada para o dia seguinte foi cancelada. Perguntei pelo desconto dos dias mudos na próxima fatura e fui orientado para fazer uma nova ligação para solicitar o crédito.
Com tudo isso, fiquei pensando em alguns aspectos ligados à telefonia fixa, a começar pela crescente queda na quantidade de usuários. Segundo o site Teleco em novembro de 2021 o número de acessos em serviço era de 28,9 milhões. No auge do sistema, em 2014, esse número chegou a 45 milhões. Por outro lado, estima-se no setor que esse número poderá cair para 20 milhões nos próximos 5 anos.
A onipresença do celular e da internet podem ser causas da migração de usuários. O atendimento prestado ao cliente, porém, pode ter grande peso nessa desistência pelas linhas fixas. Fica a reflexão.