A saúde psicossocial

por Convidado 3 de outubro de 2022   Convidado

*por Sérgio Marchetti

Todos sabemos que a saúde ocupacional é exigida em programas obrigatórios por lei, como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), além das exigências discriminadas nas 36 Normas Regulamentadoras (NRs) previstas na Portaria nº 3.214.

Mas quero, meu saudável leitor, falar da saúde psicossocial que foi fortemente abalada e que merece atenção especial e cuidados para minimizar as doenças  psicológicas na vida pessoal e nas empresas. Independentemente do nome que possamos dar, o que tenho observado em meus trabalhos é que a saúde das pessoas, em todos os sentidos, sofreu uma agressão das mais intensas, em todos os âmbitos e lugares, justificando, assim, o nome de pandemia.

As pessoas estão fragilizadas. E ainda, neste momento, vivemos um processo político recheado por um elenco de péssimos atores, onde ditadores sem nenhum talento fazem o papel de democratas, se apropriando de setores essenciais da sociedade para difundirem um enredo atulhado de mentiras, desprezando valores como a verdade,  o jornalismo ético, a família e a honestidade e tornando normal ofensas políticas, alianças com inimigos, discursos falsos, hipocrisia, corrupção, ingerências de poderes, perseguições e autoritarismo como práticas cotidianas no vale-tudo da asquerosa política em busca do totalitarismo. Por isso, julgo de fundamental importância discutirmos a inserção do tema saúde psicológica em cursos e treinamentos organizacionais, visando alertar não só empresas, mas toda a sociedade para que a saúde mental, tão afetada por doenças e interesses de determinadas partes, possa ser trabalhada, restituindo assim, aos jovens, o direito sagrado de escolherem o mundo que desejam para eles e para seus filhos. “Deixa-nos sozinhos, sem um livro, e imediatamente ficaremos confusos, vamos perder-nos; não saberemos a quem aderir, a quem nos ater, o que amar e o que odiar, o que respeitar e o que desprezar…” (Fiódor Dostoiévski )

Por tudo isso, mais do que a integração das práticas de saúde assistencial e saúde ocupacional, se faz urgente a reabilitação dos profissionais envolvendo a recuperação da autoconfiança, motivação, aprendizagem e aquisição de saberes fora da cartilha delimitadora de novas metodologias. Para essa finalidade, sugerimos a utilização de acompanhamento psicológico, mentoria, trabalho de coaching e outras condutas que poderão alcançar resultados efetivos nas organizações como: colaboradores mais saudáveis, motivados, seguros, atualizados, dispostos, engajados, produtivos e felizes.

Para a eficácia dos recursos elencados e o alcance desses objetivos, poderemos contar com os fundamentos da Inteligência Emocional e da Psicologia Positiva, entre outros, visando estudos das características adaptativas, como resiliência, esperança, sabedoria, criatividade, coragem e espiritualidade que, a nosso ver, são mecanismos valiosos para se obter êxito na nova caminhada.  Lembrando que a qualidade de vida no ambiente corporativo não fica restrita ao espaço de trabalho. Tem reflexos na vida em sociedade, no bem-estar e no comportamento das pessoas, da mesma forma que no ambiente organizacional.

A hostilidade, intolerância e violência são efeitos de causas que nenhuma autoridade tem trabalhado. Então, caros apaziguadores leitores, julgo que, quando se tem uma vontade, os obstáculos se tornam menores e, com as providências sendo tomadas e os resultados alcançados, a adesão é automática porque o movimento humano ainda tem efeito manada. Minha crença é a de que colaboradores felizes, num ambiente saudável, que os permitam praticar seus valores e gerar resultados, serão sempre premiados por desfechos gratificantes. O homem, em sua natureza, precisa de liberdade, ser aceito, fazer parte, pertencer. Depois, ser reconhecido e, assim, poderá encontrar a felicidade.

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 28 de setembro de 2022   Curtas e curtinhas

Telemarketing ativo – 60 mil vagas a menos

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) passou a exigir, a partir de março, a identificação com o prefixo 0303 das ligações de telemarketing ativo.

De lá para cá, em torno de 40% a 50% das chamadas deixaram de ser atendidas pelos usuários, segundo a ABT, Associação Brasileira de Telesserviços. Ainda de acordo com a entidade, aproximadamente 60 mil empregados será o número de demitidos até o final de setembro. Até julho, esse número já era de 23 mil pessoas, sendo 80% no estado de São Paulo.

Entre os que mais usam esse serviço estão as operadoras de seguros, planos de saúde, administradoras de cartão de crédito e serviços de telefonia e internet. Obviamente, as dificuldades desses setores para fazer contatos com seus clientes estão cada vez maiores diante do alívio trazido pelo prefixo 0303.

Sistema Único de Mobilidade – SUM

A quinta-feira 22 de setembro marcou a chegada da primavera ao Hemisfério Sul e o dia mundial sem carro. Cerca de 140 entidades da sociedade civil organizada e alguns pesquisadores aproveitaram a data para lançar um manifesto propondo a criação do Sistema Único de Mobilidade – SUM.

A proposta é que o sistema integre a União Federal, os Estados e os Municípios num modelo semelhante ao do SUS. Também fazem parte das proposições a distribuição de recursos de maneira integrada entre os três níveis de governo, o controle público sobre dados de bilhetagem eletrônica e promoção de linhas de financiamento para implementar infraestruturas de transporte público.

O objetivo dos signatários é colocar um manifesto no contexto do debate do projeto de lei 3278/2021, que trata do marco legal da Política Nacional de Mobilidade Urbana, que está em tramitação no Senado Federal.

Será que a coisa vai andar?

O Crescimento do setor de seguros

Quantos e quais são os seguros que você faz anualmente para bens como residências e veículos, por exemplo ?

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) estima que a arrecadação do setor crescerá 13,7% nesse ano e chegará a quase R$ 350 bilhões. Desse montante estão excluídos o setor de saúde e o DPVAT.

Um dos mais representativos grupos em termos de arrecadação é o grupo de automóveis cuja demanda deverá crescer 26% no ano.

Por sua vez, o seguro rural, que já cresceu mais de 40% em 12 meses até junho na comparação com o período anterior, deve fechar o ano em alta de 23,8%. A demanda firme desde 2021 tem a ver com a precaução dos produtores diante dos extremos climáticos, além da subvenção para contratação de suas coberturas.

Salários e penduricalhos nos Tribunais de Contas do Sudeste

A Associação Contas Abertas, o IPC e o Observatório Político pesquisaram e divulgaram nesse mês a remuneração dos Tribunais de Contas da região sudeste, que pode ser acessada aqui. Anteriormente foram divulgados os da região sul e centro-oeste. Existe a expectativa para a divulgação das regiões norte e nordeste bem como do Tribunal de Contas da União (TCU) até o final do ano.

O relatório aborda o artigo 39 da Constituição Federal, que trata do teto salarial do funcionalismo, os benefícios da carreira, a responsabilidade fiscal e a necessária moralidade administrativa. Especificamente entre os benefícios, chamados penduricalhos, são citados auxílio alimentação, auxílio creche, auxílio saúde, reembolso de planos de saúde, automóveis e cotas de combustível, gastos com telefones, verbas para computadores, despesas com segurança pessoal, pagamentos de cursos, sessenta dias de férias e venda de parte delas, licenças-prêmio etc.

Como se vê, a discussão obre as castas do serviço público ainda vai longe.

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 19 de setembro de 2022   Curtas e curtinhas

A retomada dos bares e restaurantes

O seguimento de bares e restaurantes foi um dos mais afetados da economia brasileira a partir do início da pandemia da Covid-19 e suas variantes segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel-SP.

Uma pesquisa feita pela entidade no mês de agosto mostra como está a retomada do setor. Mais de 70% das empresas consultadas disseram que o faturamento de julho foi superior ao de junho e 35% afirmaram que tiveram lucro no referido mês (média nacional foi de 48%). Já os que operaram com prejuízo representaram 27% dos participantes da pesquisa. E os demais 38% ficaram no empate. Vale lembrar que esses números se referem a bares e restaurantes que sobreviveram à pandemia, pois muitos foram os estabelecimentos que simplesmente fecharam.

Subsídios para a energia eólica e solar

Está na Câmara dos deputados a medida provisória enviada pelo governo federal que prorroga por mais 30 anos os atuais subsídios para as empresas cujos negócios estão nos setores de energia eólica, solar e pequenas hidrelétricas.

Os subsídios ficam em torno de R$ 4,5 bilhões por ano e são pagos mensalmente pelos consumidores na Conta de Desenvolvimento Energético-CDE. Atualmente, na matriz energética brasileira, a energia eólica responde por 12% e a solar por 3,3%.

Entre os especialistas do setor existem os que consideram os subsídios desnecessários devido à redução dos custos de geração e da melhoria dos equipamentos. Entretanto, outra ala de especialistas defende a continuidade dos subsídios até que o setor esteja plenamente consolidado.

Precisamos acompanhar a discussão e a aprovação da matéria na Câmara dos Deputados e no Senado, bem como a sanção do presidente da República.

Sanções ambientais tem sinal verde da Europa

Na terça-feira, 13 de setembro, o Parlamento Europeu aprovou, pela primeira vez, uma resolução estabelecendo um regime de sanções comerciais para ser aplicado contra o Brasil em função do desmatamento no país. A proposta prevê que as empresas europeias devem garantir que o abastecimento de carne, soja, cacau e outros produtos não se originaram de áreas em que ocorreram desmatamento florestal.

A resolução só entrará em vigor após a aprovação dos 27 países membros da União Europeia.

O cerco ao Brasil continua aumentando. Será que a União Europeia conseguirá unanimidade para aprovar essa proposta de resolução?

Limites para o dinheiro vivo

Está parado há pouco mais de um ano na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o Projeto de Lei (PL) número 3951 de 2019. Ele prevê a proibição do pagamento em dinheiro de boletos acima de R$ 5 mil e de outras operações acima de R$ 10 mil e veda a guarda de valores acima de R$ 300 mil fora do sistema bancário.

O conteúdo desse projeto de lei segue tendências internacionais que incluem até a restrição da impressão de cédulas com valores mais elevados — postura diferente do Brasil, que há 2 anos criou a cédula de R$ 200.

Será que esse projeto de lei conseguirá seguir em frente? A conferir…

Novos Especialistas em Cardiologia

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) realizará exames para a obtenção do título de cardiologista em dezembro desse ano. A expectativa da SBC é pela participação de mais de 2 mil candidatos, um aumento de 40% em relação à média dos anos anteriores ao início da pandemia.

A entidade afirma que existe uma demanda reprimida de profissionais no seguimento da cardiologia e que a taxa histórica de aprovação está em torno de 40% dos participantes.

Espero que os novos especialistas mantenham uma visão sistêmica do corpo humano, na qual o coração é um integrante importante.

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 12 de setembro de 2022   Curtas e curtinhas

Setembro amarelo para prevenir o suicídio

Ocorreu em 10 de setembro o dia mundial da prevenção ao suicídio, tendo como referência à memória do jovem estadunidense Mike Emme, que tirou sua própria vida em 1994. Durante todo o mês, especialmente em torno do dia 10, diversos países estabelecem ações de conscientização e prevenção sobre o tema. No Brasil, desde 2015 são realizadas as campanhas do Setembro Amarelo.

O tema é tabu, incômodo e poderia ser muito mais divulgado, mas é um grande problema que ainda precisa de muitos esforços para ser resolvido plenamente. Não adianta simplesmente nega-lo ou escondê-lo.

A saúde mental exige atenção e cuidados permanentes em todos os meses subsequentes ao setembro amarelo. Fiquemos atentos aos sinais que são emitidos.

 

Abstenção nas eleições

Faltando 20 dias para as eleições de 2 de outubro, vale lembrar que o voto no Brasil é obrigatório, mas deveria ser um direito e não um dever. É importante lembrar que a abstenção cresceu nos últimos pleitos eleitorais e chegou a 23, 14% no primeiro turno de 2018 segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral – TSE.

As pesquisas de intenções de votos para as próximas eleições não têm dado destaque para quem quer se abster de votar – deveria ser a primeira pergunta. Outro aspecto da regra do jogo é que o voto é optativo para quem tem idade entre 16 e 18 anos ou acima de 70.

Vamos conferir o índice de abstenção e também o de votos nulos e brancos (não validos). A soma dessas três modalidades constitui a alienação eleitoral e retrata o nível de interesse do eleitor em relação à eleição. Ainda segundo o TSE, 156 milhões de eleitores estão aptos a votar esse ano.

 

Salários congelados

Os salários dos professores e funcionários técnico-administrativos das Universidades Federais e Institutos/Centros Federais de Ensino Tecnológico estão sem reajuste desde 2015. De lá para cá (agosto/2022), a defasagem chegou à 57,37% segundo os cálculos do IPCA do IBGE.

Já os servidores do Supremo Tribunal Federal (STF), a começar pelos ministros, tiveram reajuste de 16,38% aprovado no final de 2018 e agora, nesse final de ano, terão um novo reajuste de 18%, tudo para repor as perdas inflacionárias. Acontece que o dinheiro vem do mesmo caixa formado pela mesma e grande carga tributária, enquanto os três poderes são harmônicos e independentes.

 

Os Cem anos da história do rádio no Brasil

Oficialmente, o rádio nasceu no Brasil no dia 7 de setembro de 1922, quando se comemorava os cem anos da Independência do país. A inauguração da radiotelefonia brasileira aconteceu em transmissão à distância e sem fios, com a fala do presidente da república, Epitácio Pessoa.

O médico Roquette Pinto, que pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos, acompanhava tudo e, entusiasmado com as transmissões, convenceu a Academia Brasileira de Ciências a patrocinar a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que viria a ser a PRA-2.

Entretanto, a rádio só começou a operar em 30 de abril de 1923, com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, instalado na Escola Politécnica, na então capital federal.

A história do rádio passou por muitos processos de mudanças e de reinvenção ao longo desses cem anos até chegar aos tempos digitais de hoje, com as suas marcantes características para atender bem aos seus ouvintes.

Vale lembrar que em Belo Horizonte a Rádio Inconfidência foi fundada em 1936, há 86 anos e a Rádio Itatiaia nasceu em 1952 , há 70 anos.

 

Crescem os saques nas contas de poupanças

O Banco Central do Brasil (BC) informou que, de janeiro a agosto de 2022, os saques nas contas de poupança superaram os depósitos em R$ 85 bilhões, dos quais R$ 22 bilhões ocorreram em agosto.

Também neste mês, o saldo total da poupança ficou abaixo de R$ 1 Trilhão chegando a R$ 991,8 bilhões,  fato que não ocorria desde agosto de 2020, no auge da pandemia sem as doses de vacinas.

Entre as causas do aumento das retiradas estão a alta inflação, a começar pelos alimentos, o crescimento do endividamento das famílias/indivíduos e a menor remuneração das contas diante da elevada taxa de juros básicos (Selic a 13,75% ao ano). Alguns analistas também lembram que muitos usuários de contas de poupanças acabam por utilizá-las como conta corrente.

É o que temos para o momento!

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 5 de setembro de 2022   Curtas e curtinhas

Doações em queda livre

Um levantamento feito pela Central Única das Favelas – CUFA mostrou que as doações caíram 80% em cinco mil favelas em relação a 2020.

Já para a Ação da Cidadania, fica claro que as empresas não mantiveram o volume de contribuições do começo da pandemia. No ano passado, as doações de pessoas jurídicas representaram quase 80% dos recursos da organização.

Com a redução das contribuições, a Ação arrecadou até julho deste ano R$ 10 milhões. Em igual período do ano passado, o valor chegou a R$ 60 milhões.

Enquanto cai a efetividade da solidariedade, 33 milhões de pessoas passam fome diariamente no Brasil – estão em insegurança alimentar grave – conforme mostra o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19. Quanto pior, pior mesmo, pois a fome tem pressa e não pode esperar.

Despenca número de jovens no trabalho doméstico

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios -Pnad Contínua do IBGE, em uma década, o número de brasileiros de 14 a 29 anos exercendo algum tipo de trabalho doméstico formal ou informal, caiu 35,1%.

Esse contingente de trabalhadores somava 1,308 milhão no primeiro trimestre de 2012, primeiro ano da pesquisa. Agora são 849 mil. Há dez anos, eles eram 4,7% do total da população ocupada nessa faixa etária e agora são 3,4%.

No mesmo intervalo de tempo, o trabalho doméstico praticamente se manteve estável entre os maiores de 30 anos, que eram 4,647 milhões há dez anos e passaram para 4,759 milhões no fim do primeiro trimestre de 2022 , alta de 2,4% no período.

Dá para imaginar como estará o mercado de trabalho doméstico em 2032?

O Horário eleitoral no rádio e na TV é gratuito?

O horário eleitoral gratuito no rádio e TV, começou no dia 26 de agosto e ficará no ar até 29 de setembro. O objetivo é que esse espaço seja mais um meio para que os candidatos mostrem aos eleitores as ideias, propostas e planos que nortearão seus mandatos.

Entretanto, o horário não pode ser chamado de gratuito, pois só nesse ano as emissoras de rádio e TV terão isenção de tributos estimada em R$ 737 milhões para compensar o uso do tempo. Trata-se de mais um tipo de renúncia fiscal que pode ser somada aos R$ 4,9 bilhões do fundo eleitoral nesse ano e aos R$ 942 milhões do fundo partidário distribuídos em 2021 (nesse ano já foram repassados R$ 550 milhões).

Enquanto isso, os recursos federais para a merenda escolar estão sem correção desde 2017 e a defasagem até julho desse ano chegou a 34,26%, medida pelo IPCA do IBGE.

Aniversário da nota de R$ 200

Quem fez aniversário no dia 2 de setembro foi a nota de R$ 200, que completou dois anos de lançamento. Contendo a estampa do lobo-guará, ela já perdeu nesse período de inflação alta cerca de 19,6% do seu valor, ou seja, ela hoje equivale a R$ 160,80.

Ela tem ares de raridade e apenas uma em cada quatro cédulas circula no mercado, segundo especialistas do setor. Eles explicam que o sumiço da nota de R$ 200 acontece porque cada vez mais pessoas armazenam grandes quantidades da cédula em casa. A prática, chamada de “entesouramento”, não é ilícita, mas pode facilitar crimes como evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Outra hipótese é que a popularidade do Pix tenha levado menos consumidores a usarem dinheiro em espécie.

Simples assim!

Telemarketing quer melhorar imagem

O Ministério da Justiça suspendeu 180 empresas, em julho, pela prática de telemarketing abusivo. Elas estão proibidas de fazer ligações para oferecer bens e serviços a clientes que não tenham consentido o contato.

O sindicato que representa o setor de telemarketing em São Paulo – Sintelmark, lançou a campanha “Comunicação + Assertiva” para tentar melhorar a imagem do seguimento. A ação visa estimular as empresas a adotar práticas de autorregulação, para melhorar a comunicação com o consumidor final.

A entidade sugere que as empresas de contact center adotem o código de ética definido pelo Probare (Programa Brasileiro de Autorregulamentação do Setor de Relacionamento), que certifica as empresas com boas práticas.

O sindicato argumenta que a suspensão fragiliza os sistemas de atendimento aos consumidores e coloca empregos em risco. O setor de relacionamentos emprega cerca de 1,5 milhão de pessoas no Brasil, dos quais cerca de 400 mil estão no estado de São Paulo.

Será que podemos acreditar em mudanças só com essa campanha?

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O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE – divulgou o resultado das negociações salariais das categorias de trabalhadores sob seu acompanhamento, com data-base em julho de 2022. O resumo das negociações mostrou que 47,3% das categorias envolvidas teve reajuste abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC dos últimos 12 meses, que ficou em 10,12%.  Por outro lado, em 31,8% dos acordos o reajuste ficou acima do INPC e outros 20,8% fecharam o acordo com a reposição integral do índice.

A Inflação, por si só, causa perdas ao poder aquisitivo e elas se consolidam quando não há reposição integral dos índices nas negociações salariais. Mas, independentemente do tamanho do reajuste, o que fica é a certeza do aumento da carga tributária devido à não correção da tabela do Imposto de Renda – IR, congelada desde 2015. Na prática, uma parte do que seria o novo poder aquisitivo acaba sendo engolida sem a correção do IR.

De 2015 para cá, até julho, a defasagem medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do IBGE ficou em 57,94%.

Se olharmos de 2019 até julho de 2022, veremos que a defasagem é de 25,71%. Quem quiser conferir a defasagem de 1996 até julho de 2022 encontrará um valor em torno de 142% segundo o Sindifisco Nacional – Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil.

Na campanha eleitoral para presidente da república, em 2018, o candidato eleito prometeu isentar do IR os ganhos mensais de quem recebe até cinco salários mínimos, atualmente equivalentes a R$ 6.160,00. Entretanto, tudo continua limitado aos mesmos R$ 1.903,99 que estão em vigor desde 2015.

No ano passado, o Congresso Nacional constituído pelos 513 deputados federais e 81 senadores jogaram para a plateia um balão de ensaio tentando uma pequena correção da tabela como parte da reforma tributária, mas está tudo parado no Senado, a casa revisora de leis, até hoje. Será que algo acontecerá até o fim do ano eleitoral?

Aliás, hoje, a 31 dias das eleições para a presidência da república, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, muitos candidatos estão falando em correção da tabela do IR com a isenção do imposto para os ganhos até 5 salários mínimos mensais. Será? Afinal de contas, queiramos ou não, o fato é que lá se vão quase 8 anos de congelamento da tabela do IR e tudo ficou por isso mesmo apesar das perdas do poder aquisitivo e do aumento da carga tributária. Até quando será possível suportar isso?

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Avoroço

por Convidado 20 de agosto de 2022   Convidado

por Sérgio Marchetti

Por acaso, caros leitores, vocês conhecem um avô que mergulha na piscina com os netos, brinca como se fossem da mesma idade, dá “caldo”, faz rir e também chorar quando as crianças bebem aquela água de cloro? E um avô que vai para o parque com um carro cheio de netos de cinco a doze anos e participa de todos os brinquedos; indo da roda gigante ao trem fantasma? E que leva na sorveteria e dá gargalhadas pelo exagero que alguns “anjinhos” cometem ao servirem seus sorvetes? Um avô que conserta brinquedos, mochilas, tênis? E além disso, faz sorvetes em casa junto com os netos numa algazarra generalizada. Vocês conhecem? Também com as pipocas não é diferente. Pipocas estourando e enchendo os saquinhos para dar aparência bem profissional. Mas não é de agora, com os filhos também sempre foi assim, participativo. Jogavam, juntos, futebol e peteca. Nas férias, era o companheiro principal nas viagens para a praia e, no mar, era quem mais avançava para mergulhar e furar as ondas.

Depois, vinha o almoço com camarões; sua comida predileta.

Meu tio o apelidou de avoroço, tamanho o estardalhaço que fazia ao jogar balas de todas as cores para cima, e ver a confusão que a criançada fazia, se divertindo com as disputas para pegarem as balas. Os menores ficavam aos prantos por não conseguirem apanhar as guloseimas. Mas havia algumas surpresas guardadas para os menos favorecidos. Bombons, pirulitos e outros doces.

Diariamente, lia jornais, e durante sua longa vida de 94 anos, esteve sempre atualizado. E, falante como era, transmitia todas as notícias para a família. Gostava de serestas e, tendo espírito alegre, cantarolava as marchinhas e as canções do carnaval.

Eu disse “era”, “gostava”, “cantarolava”, no pretérito perfeito. Pois, num pretérito mais que perfeito para nós, vivera, esse avoroço, para nos alegrar. Mas “um dia tudo mudou, a vida se transformou e nossa canção também…”. O verbo mudou de tempo. Virou passado e os risos se converteram em lágrimas. Sim, ele nos deixou há um mês. Ficamos mais fracos, mais tristes e mais pobres com a sua partida. Um vazio e um silêncio mortais tomaram conta de nós. Os dias perderam a cor. Concluímos que quando uma pessoa de presença tão forte nos deixa, a dor da ausência é mais sentida. De personalidade marcante, foi um homem inteligente, exigente, destemido, protetor, pragmático e, simultaneamente, uma pessoa de extremo carinho.

Viveu com toda sua energia até o último dia. Partiu como viveu, lúcido e sem reclamar da vida. Aos poucos, nas últimas horas — assim como a lagarta se transforma em borboleta — o sono se transformou… e ele transcendeu numa paz magnifica.

Eu sabia que iria doer. E que iria fazer muita falta. Sabia sim ”…que doía tanto, uma mesa num canto, uma casa e um jardim… Naquela mesa está faltando ele e a saudade dele está doendo em mim”.

Meu querido pai, Altair Marchetti, deixou um legado de integridade, honestidade, força e de valorização da família. Seus exemplos e virtudes nos servirão de guia para que nunca nos desanimemos, nem nos desviemos do caminho da honestidade, da lisura e da retidão, mesmo que para muitos isso não pareça ser valor.

Que meu pai esteja em paz e que a dor e a saudade se transformem em energia positiva para que nossos espíritos possam abraçá-lo e iluminar a sua caminhada na atual dimensão.

Obrigado por tudo!

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